Buscar

Sobre Cognição e emoção

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Cognição e emoção 
 
“O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de 
tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se 
desenvolver depois da escola.” 
- Jean Piaget 
 
A humanização do processo de educação, em todos os níveis, amplia a capacidade 
dos estudantes de transformar informação em conhecimento, estimulando o 
desenvolvimento do pensamento crítico e impedindo que eles sejam ecos de um sistema de 
repetição de fórmulas prontas, sem absorver nada, sem refletir sobre o que se consome, 
sabendo o essencial para passar na prova e receber seu diploma. Conhecimento efêmero 
não é aprender e temos um conceito errado de 'memorizar' - não se trata apenas de repetir, 
é preciso saber. 
 
​O estímulo adequado ao estudante, o apoio daqueles por quem o aprendiz tem afeto 
e a empatia daqueles que facilitam a aquisição do conhecimento não são apenas fatores 
estéticos, urgentes no momento social e cultural atual, são pilares que a neurociência traz 
em evidência para o sucesso da aprendizagem - cognição e emoção andam juntas no 
mesmo processo. É preciso encontrar o equilíbrio para alcançar o sucesso. 
 
​Cada etapa da vida humana é marcada por uma configuração cerebral diferente e as 
partes distintas do cérebro têm ritmos e amadurecimentos diferentes, portanto, o cérebro 
está em constante evolução. E, embora os neurônios, em número total, sejam cerca de 88 
bilhões durante toda a vida, existe uma renovação constante destas células, de acordo com 
a necessidade do cérebro. A aprendizagem decorre do desenvolvimento cognitivo humano 
e cada novo aprendizado estimula um rearranjo cerebral. 
 
A neuroaprendizagem é a tarefa do cérebro que aprende a aprender a cada nova 
aprendizagem, por meio de habilidades cognitivas formadas de suas estruturas biológicas e 
isso se dá sempre dentro de um contexto relacional adequado, entre estímulos sensoriais, 
emocionais e motores, através das relações corticais, límbicas e hipotalâmicas. 
 
​O desenvolvimento cognitivo é um processo espontâneo, que se apoia 
predominantemente no biológico. A aprendizagem, por outro lado, é encarada como um 
processo mais restrito, causado por situações específicas, como frequentar a escola e as 
brincadeiras com a família em casa, por exemplo, e subordinado tanto à equilibração quanto 
à maturação. logo, a neuroaprendizagem ocorre a partir de conteúdos formados a partir das 
experiências vividas, e é a partir delas que se dará o seu conhecimento. 
 
O desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem não se confundem, pois partem de 
premissas diferentes. Uma aprendizagem não parte jamais do zero, quer dizer que a 
formação de um novo hábito consiste sempre em uma diferenciação a partir de esquemas 
anteriores (que o aprendiz já possui), ou seja, tudo o que chega de novo encontra algo já 
existente para se associar. 
 
​Relembrando Piaget, o impacto de um novo estímulo provoca no indivíduo a 
desequilibração, mobilizando uma reação biológica que desencadeará um processo para 
entender o novo conteúdo. Primeiro, ele será assimilado, e depois acomodado ou integrado 
a conteúdos já existentes, tendo como resultado a equilibração através da internalização de 
um novo conteúdo aprendido. 
 
​O termo “cognição” se refere a todos os processos pelos quais uma informação 
sensória é transformada, reduzida, elaborada, armazenada, recuperada e utilizada, e isso 
também depende da capacidade cognitiva do aprendiz, uma vez que a carga afetiva 
escolhe e filtra estímulos significativos para o processamento cerebral, que farão parte do 
seu conhecimento. 
 
A carga emocional permeia o processamento das informações que ocorre no 
cérebro, influenciando o conteúdo que deve ou não permanecer na memória. Por isso, é 
preciso destacar a importância dos processos emocionais dentro do contexto da 
aprendizagem. 
 
Até o próximo texto! 
-André

Mais conteúdos dessa disciplina