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REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
De acordo com a ANVISA, Reação Adversa a Medicamentos (RAM) é:
Estas reações são um problema importante na prática clínica, pois são causas de 
hospitalização, aumento do tempo de internamento e até mesmo óbito. Além 
disso, também podem prejudicar a qualidade de vida do paciente, provocar 
desconfiança do paciente em relação ao médico e levar ao aumento de custos.
Portanto, quando ocorre identificação de uma possível RAM, deve-se realizar 
uma notificação espontânea (NE), que consiste na comunicação de suspeita 
de RAM manifestada posteriormente ao uso de medicamentos, produtos para 
saúde, cosméticos, saneantes, derivados do sangue, entre outros. Esta notifica-
ção é feita por profissionais da saúde, através de um sistema informatizado.
As notificações são um grande aliado na identificação precoce de RAM raras, 
pois funcionam como um sinal de alerta para os órgãos regulatórios, fornecendo 
um monitoramento dos produtos comercializados no País.
No entanto, estima-se que apenas 6% de todas as RAM sejam notificadas, o 
que demonstra que os profissionais de saúde precisam vencer a dificuldade em 
reconhecer as RAM e sua importância. Esta dificuldade ocorre principalmente 
por falta de conhecimento sobre o que é uma RAM, como notificá-la e a falta 
de tempo para preencher as documentações necessárias.
qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não 
intencional, a um medicamento, que ocorre nas 
doses usualmente empregadas no homem para 
profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou 
para a modificação de funções fisiológicas.
3
| Reações Adversas a Medicamentos
É importante diferenciar reação adversa a medicamentos de inefetividade 
terapêutica e de queixa técnica em medicamentos. 
CLASSIFICAÇÃO E MECANISMOS DE PRODUÇÃO 
DE REAÇÕES ADVERSAS
Existem seis tipos de reações indesejáveis a medicamentos, são elas:
• SUPERDOSAGEM RELATIVA: ocorre quando um fármaco é administra-
do em doses terapêuticas, porém apesar disso apresenta concentrações 
superiores às normais. Como exemplos pode-se citar a maior ocorrência 
de surdez em pacientes com insuficiência renal tratados com antibióticos 
aminoglicosídeos como a amicacina, e a intoxicação digitálica em pacien-
tes com insuficiência cardíaca tratados com digoxina, pois em ambos os 
casos ocorrem alterações funcionais, como função renal diminuída, que 
podem provocar aumento do risco de concentrações elevadas do fármaco 
no organismo.
4
| Reações Adversas a Medicamentos
• EFEITOS COLATERAIS: são característicos da própria ação farmacoló-
gica do medicamento, porém, seu aparecimento é indesejável em deter-
minado momento da sua aplicação. Exemplos: broncoespasmo provocado 
por beta-bloqueadores, sonolência pelos benzodiazepínicos e arritmias 
provocadas por glicosídeos.
• EFEITOS SECUNDÁRIOS: ocorrem como conseqüência do efeito deseja-
do do medicamento. Um exemplo é a tetraciclina, ela é um antimicrobiano 
de ação bacteriostática e pode depositar-se nos dentes (descolorindo o 
esmalte) e ossos (provocando redução do crescimento ósseo), se utilizada 
na pediatria.
• IDIOSSINCRASIA: se caracteriza por uma sensibilidade peculiar a um de-
terminado produto, devido a sua estrutura singular. Por exemplo: a ane-
mia hemolítica por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD). 
Este tipo de anemia pode acometer indivíduos que utilizem primaquina 
(medicamento antimalárico), este medicamento é bem tolerado pela maio-
ria dos pacientes, contudo, em uma pequena parcela da população pode 
causar hemólise, conduzindo a grave anemia. 
• HIPERSENSIBILIDADE: é produzida após a sensibilização prévia do pa-
ciente, ocorrendo mediação de algum mecanismo imunitário. A anafila-
xia é um exemplo, ela não tem relação com a dose administrada e é uma 
reação súbita e potencialmente fatal, causada pela liberação de histamina 
e de outros mediadores. A anafilaxia é caracterizada principalmente por 
erupções urticariformes, edemas dos tecidos moles, broncoconstrição e 
queda na pressão arterial.
• Tolerância: pode ser definida como a redução progressiva da intensidade 
dos efeitos farmacológicos, provocada pela administração frequente de 
um fármaco na mesma dose, fazendo com seja necessário aumentar pro-
gressivamente a dose na tentativa de manter a intensidade dos efeitos. 
Um exemplo seria a tolerância produzida por barbitúricos, reduzindo sua 
ação anticonvulsivante. 
5
| Reações Adversas a Medicamentos
A classificação apresentada acima não enquadra alguns efeitos de importância 
clínica e sanitária, devido a isso a Classificação de Rawlins e Thompson é con-
siderada mais adequada e tem sido a mais utilizada. Segundo esta classifica-
ção, as reações adversas a medicamentos dividem-se em dois grandes grupos: 
• As reações de Tipo A são resultado de uma ação farmacológica exage-
rada de um fármaco utilizado em doses terapêuticas. São consideradas 
farmacologicamente previsíveis e normalmente dependem da dose, por-
tanto podem ser tratadas com o ajuste de dose. Por exemplo: hemorragia 
com os anticoagulantes, hipoglicemia com os antidiabéticos, sonolência 
produzida por ansiolíticos, hipotensão com os anti-hipertensivos e flebite 
causada pelo uso de cefradina.
• As reações de Tipo B apresentam efeitos farmacológicos completamente 
inesperados e anormais e não dependem da dose, portanto, o tratamento 
6
| Reações Adversas a Medicamentos
consiste em suspender a administração do fármaco. Possíveis causas para 
a ocorrência destas reações são alterações na formulação farmacêutica, 
como a decomposição dos princípios ativos ou outros componentes da 
fórmula. A tetraciclina, por exemplo, se for armazenada em altas tempera-
turas, degrada-se e transforma-se em uma massa viscosa marrom, produ-
zindo a síndrome do tipo Fanconi, que é caracterizada por aminoacidúria, 
glicosúria, fotossensibilidade, acetonúria, elevação do nitrogênio amínico 
plasmático, albuminúria e piúria. Outros exemplos de reações do tipo B são 
o lúpus eritematoso sistêmico induzido por hidralazina e a síndrome de Ri-
ley-Day (doença hereditária que produz distúrbios no sistema nervoso au-
tônomo e perda de neurônios sensoriais e acomete principalmente judeus).
Em relação a gravidade, as reações adversas são classificadas em:
LEVE
NÃO são 
necessários:
Tratamentos 
específicos;
Antídotos 
Suspensão do 
medicamento;
MODERADA
REQUER 
modificação 
terapêutica;
 NÃO é 
necessário 
suspender o 
medicamento. 
PODE ser 
necessário:
aumentar 
tempo de 
hospitalização;
Utilização de 
tratamento 
específico;
GRAVE
Potencialmente 
letal;
Exige 
suspensão do 
medicamento;
Exige adoção 
de tratamento 
específico;
LETAL
Contribui 
direta ou 
indiretamente 
para a morte 
do paciente
7
| Reações Adversas a Medicamentos
FATORES DE RISCO PARA O SURGIMENTO DE REAÇÕES 
ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Determinados grupos populacionais são mais suscetíveis ao surgimento de 
RAM, nesses indivíduos é necessária cuidadosa monitoração clínica e crite-
riosa relação de benefício/risco, pois o correto acompanhamento auxilia na 
prevenção e controle de possíveis reações adversas. Os principais fatores de 
risco são:
• EXTREMOS DE IDADE: Os extremos de idade são neonatos, crianças e 
idosos. Algumas alterações farmacológicas podem alterar os padrões de 
desenvolvimento das crianças, como por exemplo os transtornos do de-
senvolvimento ósseo provocado por tetraciclinas. Já os pacientes idosos 
podem demonstrar dificuldade de adesão ao tratamento, por diversos 
motivos, entre eles: esquecimento, incompreensão da terapia, dependên-
cia física, polimedicação, entre outros. Um exemplo é a menor sensibilidade 
de idosos ao propranolol, a qual, provavelmente ocorre devido ao menor 
número e afinidade dos receptores, em comparação a pacientes jovens.
• GÊNERO: As mulheres apresentam maior risco de desenvolver reações 
adversas possivelmente devido a um conjunto de fatores como o uso de 
EXTREMOS DE IDADE
GÊNERO
PATOLOGIAS
HIPERSENSIBILIDADEVARIABILIDADE GENÉTICA
GESTAÇÃO
POLIMEDICAÇÃO
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| Reações Adversas a Medicamentos
contraceptivos, maior concentração de tecido adiposo, uso de medica-
mentos para a dismenorréia e complicações obstetrícias.
• GESTANTES: durante a gestação é necessário monitorar o uso de medica-
mentos, pois nesse período a mulher passa por alterações farmacocinéti-
cas que podem alterar o efeito terapêutico dos medicamentos. Como por 
exemplo o aumento do volume sanguíneo que pode aumentar o volume 
de distribuição de medicamentos hidrossolúveis. Também podemos citar o 
uso de diuréticos que ao depletar o volume plasmático, reduzem a perfu-
são placentária e provocam atraso no desenvolvimento do feto.
• PATOLOGIAS: As principais doenças que interferem com as reações ad-
versas são a insuficiência renal e a insuficiência hepática. Pacientes por-
tadores de insuficiência renal apresentam complicações em relação ao 
uso de medicamentos devido às alterações funcionais do rim que podem 
provocar retenção de água e sódio, acidose, uremia, entre outros. Em pa-
cientes com insuficiência hepática podem ocorrer sérias alterações na far-
macocinética das drogas, podendo provocar diminuição do nível sérico 
de albumina, proteínas plasmáticas defeituosas, acúmulo de bilirrubina, 
entre outros.
• HIPERSENSIBILIDADE: ocorre alteração na reatividade causada pela ex-
posição a um alérgeno. Se caracteriza por não ser dependente de dose, 
ser recorrente, não ter relação com a atividade farmacológica e por exis-
tência de sensibilização prévia. As principais manifestações clínicas de 
hipersensibilidade são: anafilaxia, doença do soro, febre medicamentosa, 
reação autoimune contra determinados tecidos e reações cutâneas. 
• VARIABILIDADE GENÉTICA: são respostas anormais a medicamentos 
que ocorrem em determinada população e podem ser provocadas por mu-
danças farmacocinéticas ou farmacodinâmicas causadas por polimor-
fismo genético. Como exemplo pode-se citar a succinilcolina (bloqueador 
neuromuscular), ela é inativada por hidrólise pela enzima colinesterase, 
esta enzima possui atividade geneticamente determinada, possuindo va-
riantes com importância clínica como a colinesterase atípica, que acomete 
aproximadamente 1 em cada 2000 indivíduos da população caucasiana, 
9
| Reações Adversas a Medicamentos
aumentando o efeito de bloqueio neuromuscular devido a hidrólise muito 
lenta da ligação droga receptor.
• POLIMEDICAÇÃO: pacientes hospitalizados estão muito sujeitos a intera-
ções medicamentosas, pois recebem entre 10 e 13 medicamentos duran-
te uma internação. Estas interações muitas vezes não são corretamente 
identificadas e são confundidas com outras patologias, portanto, é im-
portante ressaltar a importância da orientação farmacêutica na preven-
ção de interações medicamentosas, preservando a saúde dos pacientes e 
diminuindo os custos.
DIAGNÓSTICOS DE REAÇÕES ADVERSAS
Exemplificando: “Uma mulher de 64 anos iniciou uso de atorvastatina, 10mg ao 
dia para tratamento de uma dislipidemia. Três dias após iniciar o uso ela apre-
sentou insônia persistente.”(ButlletíGroc 2000). Este exemplo ilustra a questão 
central das reações adversas aos medicamentos: relação causa/efeito entre um 
evento clínico e o uso do medicamento. Desse modo, a partir do exemplo apre-
sentado, pode-se formular uma sequência de questões na tentativa de relacio-
nar o uso da atorvastatina à insônia demonstrada pela paciente.
Assim, questiona-se se há informações na literatura que confirmem a hipótese 
de que a insônia seja uma reação adversa a atorvastatina, se existe alguma ou-
tra característica do quadro da paciente que explique esta reação, etc.
Esta necessidade de elaborar questões para auxiliar e unificar os critérios de 
diagnóstico de RAM impulsionou o desenvolvimento de algoritmos e tabelas 
de decisão que, se utilizados corretamente, possibilitam maior segurança na 
determinação da relação causal. Existem vários algoritmos que são aceitos e 
utilizados na rotina clínica, como o de Karch e Lasagna ou o de Naranjo, contudo 
apresentar cada um deles não é o foco deste texto.

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