Prévia do material em texto
BNCC EM AÇÃO – MÓDULO 2 – CYBERBULLYING A temática do cyberbullying, uma manifestação típica da sociedade digital, mas com raízes em lacunas do desenvolvimento social e emocional, mobiliza competências e habilidades da BNCC em diferentes áreas. Elas são acionadas no trabalho com valores, direitos humanos, liberdade de expressão, construção da identidade e da reputação, combate à violência, à intolerância e à discriminação, no exercício do autoconhecimento, da empatia, do diálogo e da resolução de conflitos. Os pilares dessas construções encontram-se já na educação infantil, quando encorajamos o alcance de objetivos de aprendizagem e desenvolvimento como “manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida” e “usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos” (BRASIL, 2018, p. 46). No âmbito das competências de Linguagens, são fortalecidas, ao longo da educação básica, a compreensão e exploração de práticas de expressão e significação com foco na justiça, na inclusão, na cooperação, na atuação crítica, reflexiva e ética, com base no respeito ao outro e aos direitos humanos. As competências e habilidades de Língua Portuguesa para o ensino fundamental e o ensino médio mobilizadas pelo módulo 2 enfatizam a atuação cidadã, por meio da análise de informações, argumentos e opiniões ética e criticamente, do exame de legislações e de textos normativos de forma global, da apresentação consistente de propostas, da discussão respeitosa de temas sensíveis, da implementação de estratégias linguísticas de negociação e de consideração do discurso do outro, da elaboração e da manutenção, por meio da escrita e da oralidade, de regras, acordos, resoluções e reivindicações colaborativamente. Também destacam, nos campos jornalístico-midiático e da vida pública, a busca da confiabilidade, com base na comparação, reflexiva e fundamentada, de informações e fontes em diferentes mídias, e a produção e publicação de notícias, peças publicitárias e demais recursos em gêneros correlatos (reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts, entrevistas, artigos de opinião, cartazes, anúncios, entre tantos outros). A BNCC encoraja, assim, a vivência, por parte dos estudantes: “... do papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e ‘funde’ os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor” (BRASIL, 2018, p. 143). A análise de práticas consonantes com a cultura digital é, por sinal, prevista por inúmeras habilidades do componente curricular de Língua Portuguesa, como EF89LP02, EM13LP36, EM13LP39, EM13LP40 e EM13LP43. Parte das atividades do módulo também favorece o trabalho no campo das práticas de estudo e pesquisa, como a leitura, a compreensão e a produção de relatos de experimentos, observações, roteiros, entrevistas, assim como o desenvolvimento de investigações propriamente ditas, o compartilhamento de resultados e a apresentação coesa e coerente das informações via textos científicos. No ensino médio, essas habilidades são aprofundadas, como ilustra a habilidade EM13LP32, a qual prevê: “selecionar informações e dados necessários para uma dada pesquisa (sem excedê-los) em diferentes fontes (orais, impressas, digitais etc.) e comparar autonomamente esses conteúdos, levando em conta seus contextos de produção, referências e índices de confiabilidade, e percebendo coincidências, complementaridades, contradições, erros ou imprecisões conceituais e de dados, de forma a compreender e posicionar-se criticamente sobre esses conteúdos e estabelecer recortes precisos” (BRASIL, 2018, p. 517). A exemplo do módulo 1 do curso, que também explorava a temática de pesquisas e enquetes, no módulo 2, o componente curricular da Matemática abre muitas possibilidades de trabalho com os estudantes. É possível, por exemplo, no ensino fundamental, abordar a comparação de informações apresentadas por meio de tabelas e gráficos, a leitura, interpretação e comparação de dados e a implementação de pesquisas, seguida da organização dos dados coletados e de sua representação. Já no ensino médio, pode-se utilizar a temática para introduzir ou aprofundar o campo da probabilidade e da estatística. Na área de Ciências Humanas, a abordagem do cyberbullying mobiliza competências como a compreensão de si e do outro de forma a consolidar o respeito à diferença, contribuindo com a defesa dos direitos humanos. No Ensino Religioso, são frisados o desenvolvimento de estratégias para a convivência ética, respeitosa e saudável e o direito à liberdade de pensamento, crença ou convicção. As atividades propostas no módulo, da realização de assembleias à experimentação da técnica de “role playing” – promissora igualmente no componente de Arte –, favorecem a expressão de sentimentos, crenças e dúvidas, promovem o acolhimento e a valorização da diversidade e fortalecem, assim, o combate à intolerância, ao preconceito e à discriminação. Estas são demandas para a formação de sujeitos éticos, cooperativos e autônomos. No componente de Geografia, o contexto do levantamento de características da comunidade, como nas atividades das publicações “A Web que queremos” e “Diálogos e mediação de conflitos nas escolas”, permite aprofundar habilidades como a EF01GE01, a EF01GE07 e a EF02GE02, que tratam da descrição dos lugares de vivência (moradia, escola, etc.), da identificação e da caracterização das atividades de trabalho e das diferentes populações e culturas inseridas na comunidade ou no bairro do aluno. O respeito às diferenças étnico-culturais presentes no Brasil pode ser também abordado. Ao componente curricular de História, o módulo traz igualmente uma série de oportunidades de estudos para desenvolver habilidades previstas pela BNCC. Nos anos iniciais do ensino fundamental, as habilidades EF01HI04 e EF02HI02, por exemplo, incentivam os alunos a compreenderem as diferenças entre os variados ambientes em que vivem, reconhecendo as especificidades dos hábitos e das regras, e a descreverem as práticas e os papéis sociais que as pessoas exercem em diferentes comunidades. No ensino médio, podem ser discutidos, com ainda maior profundidade, os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais, ético-políticas e de trabalho na contemporaneidade, com desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos e culturas, como descrevem as habilidades EM13CHS403 e EM13CHS504. Tal etapa da educação básica é também o momento de fortalecer a desnaturalização e a problematização de todas as formas de desigualdade, preconceito e violência, sejam físicas, sejam simbólicas, a fim de que se combatam, por meio de ações concretas, as violações a direitos humanos fundamentais. Com foco nas Ciências da Natureza, as ideias presentes no módulo permitem a abordagem de competências como o autoconhecimento, o cuidar de si e a compreensão da diversidade humana. Como expressa a habilidade EF07CI09, uma alternativa promissora é a realização do levantamento de dados da comunidade com o intuito de obter informações sobre as condições de saúde do bairro ou da cidade e avaliar como são implementadas políticas públicas destinadas à saúde. Analisar, posteriormente, como essas condições podem impactar características relacionais da comunidadeé um importante trabalho interdisciplinar. Acesse também o texto com olevantamento completo de competências e habilidades exploradas no módulo 2 e previstas pela BNCC (BRASIL, 2018). Referência: BRASIL, Ministério da Educação. BNCC: Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 02 abril 2020. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/