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Síncope: Causas e Sintomas

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A síncope é definida como uma perda da consciência e do tônus postural transitória com recuperação 
rápida e espontânea sem intervenção médica. Ela acontece graças a uma diminuição da perfusão cerebral 
em ambos os córtex cerebrais ou no sistema reticular. A pré-síncope (ou lipotimia) é um episódio 
semelhante à síncope, mas em que não ocorre perda de consciência. 
A diminuição de fluxo pode ser regional (vasoconstrição) ou sistêmica (hipotensão). Para ocorrer a síncope 
são geralmente necessários cerca de 10 segundos de interrupção completa do fluxo sanguíneo ou uma 
redução da perfusão cerebral em 35% a 50%. 
Causas 
1. Síncopes vasovagais ou neuralmente mediadas: podem estar participando vias 
simpaticomiméticas ou parassimpáticas com vasodilatação ou bradicardia como resposta a 
diferentes estímulos ou gatilhos. 
• Pode ser desencadeada por emoção ou ortostatismo. 
• Síncopes situacionais, que podem ocorrer por esses reflexos associados a situações como 
micção, tosse, atividade física ou defecção. 
• Síncope por hipersensibilidade do seio carotídeo: ocorre por manipulação mecânica dos 
seios carotídeos. 
➔ É mais raro de acontecer, sendo mais comum em homens, idosos e em pacientes com 
doença cardíaca isquêmica, hipertensão e certas malignidades de cabeça e pescoço 
 
2. Síncope por hipotensão ortostática: ao contrário das síncopes neuralmente mediadas, a atividade 
eferente simpática é cronicamente prejudicada, de modo que a vasoconstrição é deficiente, 
ocorrendo diminuição de pressão arterial com a posição ortostática. 
• As causas da síncope ortostática incluem desidratação, hipovolemia, uso de medicamentos 
(betabloqueadores) e insuficiência autonômica. 
A hipotensão ortostática é definida por uma queda de 20 mmHg na pressão arterial sistólica e 
10 mmHg da pressão arterial diastólica após 3 minutos de posição ortostática. 
 
3. Síncope por causas cardíacas: pode ocorrer por múltiplos 
mecanismos, o principal deles arritmias, com comprometimento 
hemodinâmico e diminuição da perfusão cerebral. As doenças 
estruturais cardíacas, como estenose aórtica grave, também podem 
cursar com síncope devido à incapacidade do coração de aumentar 
seu débito cardíaco em situações específicas. 
• Bradicardia, taquicardia, isquemia, ICC, embolias 
 
* Sem causa aparente → quando não conseguimos descobrir a causa da 
síncope, isto é, não se enquadra em nenhuma das situações listadas acima. 
As manifestações clínicas são dependentes da etiologia da síncope. A história e o exame físico devem ser 
detalhados, incluindo as circunstâncias que precederam as síncopes e relato de quem estava com o paciente. 
 
 
 
 
Características importantes 
• Atividade que precedeu a síncope, situação, recorrência, pródromos, relação com 
refeições e atividade física, período de recuperação, movimentos mioclônicos ou 
tônico-clônicos e liberação esfincteriana. 
• Duração do episódio (< 5 s sugere cardíaco e > 5 s sugere vasovagal) 
• Comorbidades e medicações (principalmente no idoso). 
 
2 
 
Os antecedentes devem ser questionados: cardiopatias, procurando pistas de etiologias e descartando 
situações com maior risco de evolução desfavorável. É importante perguntar sobre uso de álcool ou outras 
substâncias. Deve-se documentar qualquer histórico prévio de síncope, pois os pacientes com mais de 
cinco episódios de síncope em 1 ano têm maior probabilidade de ter síncope vasovagal ou um diagnóstico 
psiquiátrico do que a arritmia como causa. 
 
Os pacientes que tentam agressivamente perder peso podem ter distúrbios eletrolíticos ou podem 
tomar medicamentos do tipo anfetaminas que predispõem a arritmias. A história familiar é 
importante em relação à história de síndrome do QT prolongado, arritmias, morte cardíaca súbita 
ou outros riscos cardíacos. 
 
Síncope que ocorre com paciente em posição sentada ou deitada sugere, por sua vez, o diagnóstico de 
arritmia. Síncope associada com atividade física é um evento de alto risco, usualmente associado com 
arritmias malignas ou isquemia e é uma indicação de investigação com exames complementares em caso 
de tempo prolongado de observação. 
 
No exame físico, deve-se medir a pressão arterial em decúbito dorsal e novamente após 3 minutos de 
posição ortostática. A síncope vasovagal é usualmente associada com pródromo de tonturas, com ou sem 
náuseas, palidez e/ou sudorese. Ela pode ocorrer após a exposição a uma visão, som ou cheiro inesperado 
ou desagradável, sensações de ansiedade ou medo, dor significativa e sofrimento emocional. Também pode 
ocorrer em associação com a postura prolongada ou em um lugar lotado ou quente. 
A maioria das causas e dos episódios de síncope é associada a patologias benignas e, como já discutido, 
frequentemente não é realizado o diagnóstico etiológico, o objetivo dessa avaliação é identificar aqueles 
pacientes em risco de morbidade imediata e futura ou morte súbita. Para pacientes sem diagnóstico 
específico evidente pelos achados iniciais de história e exame físico é necessária uma estratificação de 
risco baseada em uma história cuidadosa, exame físico completo e eletrocardiograma (ECG), com testes 
adicionais conforme necessidade. 
O ECG deve ser avaliado em relação à evidência de doença cardiopulmonar prévia, isquemia aguda 
ou novas alterações de ECG, arritmia, bloqueios cardíacos e intervalo QT prolongado ou curto. 
Alguns sintomas associados à síncope devem suscitar preocupação com a realização de um diagnóstico 
etiológico imediato. Esses sintomas incluem dor torácica (infarto agudo do miocárdio, dissecção aórtica, 
embolia pulmonar, estenose aórtica), palpitações (arritmia), dispneia (embolia pulmonar, insuficiência 
cardíaca) e anormalidades em ECG. 
*A investigação com tilt-test pode fazer diagnóstico definitivo nesses pacientes, mas não apresenta 
indicação no DE. Pacientes de alto risco têm indicação de monitorização cardíaca contínua. 
 
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 
Os pacientes precisam ser avaliados em relação ao risco de eventos 
adversos. Vários estudos avaliaram a estratificação de risco para 
identificar pacientes com risco de morbidade e mortalidade em curto 
prazo de 1 ano. Uma forma de avaliar o risco é a chamada regra de San 
Francisco, que pode ser utilizada para rastreamento de pacientes de risco 
no DE, com risco existindo se pelo menos 1 dos fatores estiver presente. 
 
 
3 
 
O tratamento deve ser orientado pelo diagnóstico. Condições como síncope vasovagal raramente exigem 
início de tratamento específico no DE. Por outro lado, síncopes de causa cardíaca precisam de tratamento 
antes da alta hospitalar. A síncope vasovagal é o diagnóstico mais comum de síncope. Todos os pacientes 
com diagnóstico presumido de síncope vasovagal devem receber informações sobre o bom prognóstico e 
como evitar gatilhos e a possibilidade de repetição dos eventos. No caso de hipotensão ortostática, o 
paciente deve ser orientado a se manter bem hidratado e usar manobras de contrapressão (cruzar as pernas 
ou as mãos ou tensionar os braços). 
• Os pacientes com arritmias com risco à vida podem ser tratados com marca-passo ou 
desfibriladores implantáveis automáticos, como indicado. Para pacientes com causas suspeitas 
de medicação, deve-se retirar a medicação suspeita. 
• Os pacientes devem ser orientados no caso de mais de um episódio de síncope a sempre 
realizar continuação da investigação ambulatorial. Mais do que a realização do diagnóstico 
etiológico, essa avaliação visa descartar causas de alto risco de síncope. 
Pacientes com diagnóstico de uma causa de síncope de risco devem ser internados (cardíaca, embolia 
pulmonar, hipertensão pulmonar, insuficiência vertebrobasilar). Os pacientes com diagnóstico presumido 
de síncope neuromediada na ausência de condições médicas preocupantes podem ter alta. 
Pacientes sem clara definição diagnóstica, mas na ausência de condições médicas preocupantes tambémpodem ter alta. Esses pacientes não têm benefício de investigação internados, e podem ser encaminhados 
ao consultório do especialista. Atenção deve ser dada aos pacientes com ocupações de alto risco, como 
motoristas ou pilotos, que devem ser afastados do trabalho até avaliação pelo especialista. Pacientes com 
síncopes de repetição também têm indicação de seguimento ambulatorial, independentemente da 
etiologia. Pacientes com condições potencialmente graves devem ser internados em UTI.

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