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Autoras: Profa. Isabel Cristina de Oliveira Navarro Espinosa Profa. Valéria de Carvalho Colaboradores: Profa. Mirtes Mariano Prof. Daniel Scodeler Raimundo Profa. Thaís Cavalheri dos Santos Profa. Sabrina Martins Boto Cálculo Diferencial e Integral de Funções de uma Variável 2 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Professoras conteudistas: Isabel Cristina de Oliveira Navarro Espinosa / Valéria de Carvalho Isabel Cristina de Oliveira Navarro Espinosa, graduada em Matemática pela Faculdade Oswaldo Cruz e mestre em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica (PUC – SP), leciona no Ensino Superior desde 1981. Professora do curso de Pós-Graduação lato sensu em Educação Matemática das Faculdades Oswaldo Cruz e professora da Universidade Paulista – UNIP na modalidade presencial e na modalidade EaD – Educação a Distância. Coautora dos livros: • Geometria analítica para computação, Editora LTC. • Álgebra linear para computação, Editora LTC. • Matemática: complementos e aplicações nas áreas de ciências contábeis, administração e economia, Editora Ícone. Valéria de Carvalho, especialista em Matemática pelo IMECC (Instituto de Matemática Estatística e Computação Científica), mestre e doutora em Educação Matemática pela Faculdade de Educação – Unicamp, é professora do Ensino Superior desde 1988. Trabalha com temas envolvendo Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) em projetos de Educação Continuada, envolvendo docentes de Matemática, no LEM (Laboratório de Ensino de Matemática – IMECC) e na Faculdade de Educação, ambos na Unicamp, sempre como professora colaboradora. Possui publicações em anais de congressos fora do Brasil e capítulos de livros em nossa língua, pensando o trabalho docente, a educação matemática crítica e a sociedade. Atualmente é professora da Universidade Paulista – UNIP e coordenadora do curso de Matemática na modalidade EaD – Ensino a Distância. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E77c Espinosa, Isabel Cristina de Oliveira Navarro. Cálculo Diferencial e Integral de Funções de uma Variável. / Isabel Cristina de Oliveira Navarro Espinosa, Valéria de Carvalho. – São Paulo: Editora Sol, 2019. 248 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-006/19, ISSN 1517-9230. 1. Cálculo diferencial. 2. Cálculo integral. 3. Funções de uma variável. I. Carvalho, Valéria de. II. Título. CDU 517 U501.17 – 19 3 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Ana Luiza Fazzio Elaine Fares Carla Moro Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Sumário Cálculo Diferencial e Integral de uma Variável APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 REPRESENTAÇÃO DE PAR ORDENADO NO PLANO CARTESIANO E FUNÇÕES ........................ 11 1.1 Representação de par ordenado no plano cartesiano .......................................................... 11 1.1.1 Plano cartesiano ...................................................................................................................................... 12 1.1.2 Produto cartesiano ................................................................................................................................. 13 1.1.3 Relação ........................................................................................................................................................ 14 1.2 Função....................................................................................................................................................... 16 1.2.1 Elementos de uma função .................................................................................................................. 21 1.2.2 Operações com funções ....................................................................................................................... 23 1.2.3 Gráfico ......................................................................................................................................................... 26 1.2.4 Funções par e ímpar .............................................................................................................................. 30 1.2.5 Tipos de funções ...................................................................................................................................... 31 1.2.6 Função inversa ......................................................................................................................................... 32 1.2.7 Ampliando seu leque de exemplos .................................................................................................. 33 1.3 Funções polinomiais ............................................................................................................................ 39 1.3.1 Função de 1° grau .................................................................................................................................. 39 1.3.2 Função constante ................................................................................................................................... 45 1.4 Função quadrática (ou de 2° grau) ............................................................................................... 46 1.4.1 Gráfico ......................................................................................................................................................... 47 1.4.2 Concavidade.............................................................................................................................................. 48 1.4.3 Sinais da função ...................................................................................................................................... 52 1.4.4 Ampliando seu leque de exemplos .................................................................................................. 54 2 OUTRAS FUNÇÕES REAIS E LIMITES ........................................................................................................ 56 2.1 Outras funções reais ............................................................................................................................56 2.1.1 Função exponencial ............................................................................................................................... 56 2.1.2 Função logarítmica ................................................................................................................................ 59 2.1.3 Função modular ...................................................................................................................................... 61 2.1.4 Funções trigonométricas ..................................................................................................................... 64 2.1.5 Assíntotas ................................................................................................................................................... 67 2.1.6 Ampliando seu leque de exemplos .................................................................................................. 73 2.2 Limite ......................................................................................................................................................... 76 2.2.1 Uma visão intuitiva ................................................................................................................................ 76 2.2.2 Ampliando seu leque de exemplos .................................................................................................. 98 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade II 3 DERIVADAS ......................................................................................................................................................108 3.1 Notações de derivada .......................................................................................................................110 3.2 Regras de derivação ..........................................................................................................................115 3.3 Derivadas de ordem superior.........................................................................................................121 3.4 Alguns teoremas .................................................................................................................................125 3.5 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................129 4 APLICAÇÕES ....................................................................................................................................................132 4.1 Variação aproximada – diferencial ..............................................................................................132 4.2 Sinais da 1ª derivada – crescimento da função .....................................................................134 4.3 Concavidade da função – sinais da 2ª derivada ....................................................................137 4.4 Construção de gráficos ....................................................................................................................139 4.4.1 Assíntota horizontal ........................................................................................................................... 142 4.5 Regras de L’Hospital ..........................................................................................................................144 4.6 Logaritmo e exponencial .................................................................................................................146 4.7 Derivadas ...............................................................................................................................................152 4.8 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................159 Unidade III 5 INTEGRAL – PRIMEIROS CONCEITOS .....................................................................................................170 5.1 Primitiva ou antiderivada ...............................................................................................................170 5.2 Integral indefinida .............................................................................................................................171 5.3 Integral imediata ................................................................................................................................172 5.4 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................180 6 MÉTODOS PARA O CÁLCULO DE INTEGRAIS E INTEGRAIS DE RIEMANN ...............................182 6.1 Métodos para o cálculo de integrais (não imediatas) .........................................................182 6.1.1 Integração por substituição ............................................................................................................ 182 6.1.2 Integração por partes ......................................................................................................................... 187 6.1.3 Integração de algumas funções trigonométricas ....................................................................191 6.1.4 Ampliando seu leque de exemplos ............................................................................................... 194 6.2 Integral de Riemann..........................................................................................................................197 6.3 Partição ...................................................................................................................................................198 6.4 Soma de Riemann ..............................................................................................................................199 6.5 Integral definida ou integral de Riemann ................................................................................199 6.6 Teorema Fundamental do Cálculo Integral (TFCI) .................................................................199 6.7 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................203 Unidade IV 7 APLICAÇÕES DA INTEGRAL DEFINIDA ...................................................................................................213 7.1 Cálculo de áreas ..................................................................................................................................213 7.2 Comprimento de arco .......................................................................................................................219 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 7.3 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................221 8 SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO ...........................................................................................................................223 8.1 Área de sólidos de revolução (rotação) .....................................................................................224 8.2 Volume de sólidos de revolução (rotação) ...............................................................................226 8.3 Ampliando seu leque de exemplos..............................................................................................230 9 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 APRESENTAÇÃO Caros alunos, O presente livro-texto tem como alvo o estudante das licenciaturas de Física e Química. Dessa maneira, os conteúdos foram selecionados de forma criteriosa, com o objetivo de apresentar ferramentas que efetivamente serão usadas durante o curso. Especificamente, neste livro-texto, serão estudados os aspectosiniciais do cálculo diferencial e integral de uma variável, servindo como base para o aprofundamento no estudo do cálculo diferencial e integral. As aplicações do cálculo passam por várias partes da Física, bem como da Química, Engenharia, Biologia, entre outras. Algumas aplicações serão encontradas nesta disciplina, facilitando o entendimento dos conceitos. São apresentadas situações-problema que se aproximam de fatos que despertam a atenção para o assunto a ser tratado, tornando o processo ensino-aprendizagem proveitoso. Atente-se para a dificuldade do cálculo diferencial e integral. Esta disciplina requer estudo intenso e grande dedicação. Dessa forma, é importante que aperfeiçoe os seus estudos com materiais didáticos complementares. A responsabilidade em estudar e compreender o cálculo diferencial e integral é de grande importância para o aprendizado em Física e Química. Assim, faz-se necessário estudá-lo a fundo, devendo ser muito bem fundamentados os teoremas e demais conceitos matemáticos. Temos como objetivo principal preparar o nosso aluno para interpretar e agir nas mais diferentes situações envolvendo a Física e a Química. Para se tornar um bom profissional de Ensino Fundamental, Médio ou mesmo Superior, que esteja sempre preocupado com o papel social na função que desempenha, é primordial que você, aluno, analise todos os dados fornecidos, imagine as hipóteses e aplique os conceitos matemáticos necessários a cada situação. Para se tornar um professor de qualidade, você deverá ser capaz de trabalhar de forma integrada com professores da sua área e também de outras, contribuindo efetivamente com a proposta pedagógica da sua escola; ainda, é necessário que saiba reconhecer as dificuldades individuais do seu educando, sugerindo caminhos alternativos permitindo seu desenvolvimento e sucesso nos estudos. INTRODUÇÃO Os tópicos abordados na disciplina Cálculo Diferencial e Integral de Funções de uma Variável estão divididos em quatro unidades. Iniciaremos com a representação de par ordenado no plano cartesiano, discutindo plano cartesiano, produto cartesiano e relação. Ainda, apresentaremos os diversos tipos de funções como: 10 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 par e ímpar, inversa polinomiais, quadrática, exponencial, logarítmica, modular, trigonométricas e assíntotas, juntamente com uma visão intuitiva da definição de limite; habilitando o aluno a iniciar seus estudos no cálculo. Em seguida, são apresentados os conceitos de derivadas, abordando notações de derivada, regras de derivação, derivadas de ordem superior e alguns teoremas. Em adição, apresentaremos diversas aplicações, entre elas: variação aproximada, sinais de 1ª e 2ª derivadas, construção de gráficos, regras de L’Hospital, logaritmo e exponencial. Mostraremos os primeiros conceitos de integral, compreendendo antiderivada, integral indefinida e imediata. Em continuidade, elucidaremos os métodos para o cálculo de integrais e integrais de Riemann, e mais: partição, soma de Riemann, integral definida e Teorema Fundamental do Cálculo Integral (TFCI). Finalizaremos com aplicações da integral definida traduzidas em cálculos de áreas e comprimento de arco e sólidos de revolução, compreendendo área e volume de sólidos de revolução. Para o bom entendimento do conteúdo, este livro-texto apresenta exemplos resolvidos, testes, exemplos de aplicação e indicação de conteúdos complementares ao estudo do aluno. 11 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Unidade I 1 REPRESENTAÇÃO DE PAR ORDENADO NO PLANO CARTESIANO E FUNÇÕES 1.1 Representação de par ordenado no plano cartesiano Muitas vezes, em nosso dia a dia, nos deparamos com situações que envolvem localização, por exemplo, você marca uma consulta com um médico e como é a primeira vez que vai ao consultório, a atendente lhe informa o endereço. Como você não sabe chegar até lá, vai procurar a localização num guia de ruas e encontra a seguinte indicação: 22 J6. Qual o significado dessa informação? O número 22 indica a página do guia e a letra J e o número 6 indicam a coluna e a linha para a localização da rua. No jogo batalha naval, também utilizamos o plano cartesiano para localizar e destruir os navios do adversário, para isso, são indicadas as coordenadas linha e coluna. Veja o exemplo a seguir: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 a a b b c c d d e e f f g g h h i i j j L L m m n n o o p p 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Figura 1 12 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Nesse exemplo, se você escolher a2 conseguirá afundar o navio adversário que está na linha “a” coluna “2”. Porém, se escolher d3 será água, isto é, não conseguirá acertar o adversário. A ideia de termos uma forma de localizar pontos num plano é utilizada desde a Antiguidade. Nós utilizamos, atualmente, o sistema cartesiano que estudaremos a seguir. 1.1.1 Plano cartesiano O sistema cartesiano é baseado no sistema criado pelo matemático e filósofo francês René Descartes, cujo pseudônimo era Cartesius, daí o nome plano cartesiano. O plano cartesiano é formado por duas retas perpendiculares (formam ângulo de 90º) e o ponto de encontro delas é denominado origem. Cada eixo representa um dos conjuntos do produto cartesiano, o eixo horizontal (x) é o eixo das abscissas e o eixo vertical (y) é o eixo das coordenadas. Como você pode ver, os eixos coordenados dividem o plano em 4 quadrantes, conforme a figura a seguir. O eixo x será positivo no 1º e no 4º quadrantes, e negativo no 2º e 3º quadrantes, o eixo y será positivo no 1º e no 2º quadrantes, e negativo no 3º e 4º quadrantes: y 2º Q 1º Q 4º Q3º Q (ordenadas) (abscissas) x Figura 2 Um par ordenado pode ser representado geometricamente como um ponto em um plano cartesiano. Assim, para representarmos o par ordenado (2, 3) no plano cartesiano, devemos marcar 2 no eixo x e 3 no eixo y. Lembrete As retas auxiliares utilizadas para localizar o ponto A devem ser paralelas aos eixos. 13 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL y 3 A (2,3) 2 x Figura 3 Exemplo: Represente os pontos A (1, 3), B (3, 1), C (–1, –3), D (0, 2), E (–2, 4) e F (2, –2): y A (1,3) x D (0,2) B (3,1) 4 3 2 -1 1 2 3-2 1 -2 -3 E (-2,4) F (2,-2) (-1,-3) C Figura 4 1.1.2 Produto cartesiano Consideremos dois conjuntos A e B não vazios. Chamamos de produto cartesiano de A e B ao conjunto formado por todos os pares ordenados, com 1º elemento de A e 2º elemento de B. Produto cartesiano de A e B: A x B = {(x, y) | x ∈ A e y ∈ B} Exemplo: Se A = {0, 2} e B = {0, 2, 3} calculando A x B e B x A, temos: A x B = {(0, 0), (0, 2), (0, 3), (2, 0), (2, 2), (2, 3)} 14 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I B x A = {(0, 0), (0, 2), (2, 0), (2, 2), (3, 0), (3, 2)} Representando geometricamente, temos: (2,3) (2,2) y (B) (0,3) (0,2) (2,0)(0,0) x (A) A x B B x A y (A) (3,2)(0,2) (0,0) (2,0) (3,0) x (B) (2,2) Figura 5 Notemos que, como os pares são ordenados, o par (0, 2) é diferente do par (2, 0) e representam pontos diferentes no plano. O número de elementos do produto cartesiano A x B, sendo A e B finitos, é dado pela multiplicaçãodo número de elementos de A pelo número de elementos de B. Assim, n(A x B) = n(A) . n(B) Exemplo: Sendo A = {–1, 0, 3, 4} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}, temos: • Número de elementos de A é n(A) = 4. • Número de elementos de B é n(B) = 6. Logo, o número de elementos de A x B é n(A x B) = 4 x 6 = 24. 1.1.3 Relação Em vários momentos, trabalhamos com conjuntos de pares ordenados. Por exemplo, quando estudamos o movimento de um carro em uma estrada, podemos construir uma tabela com a posição do carro (S) e o tempo (t): t ( s) 0 1 2 3 4 5 6 S ( m ) 0 10 20 30 40 50 60 15 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Temos uma relação entre tempo (t) e distância (S) dada pelos pares ordenados: {(0, 0), (1, 10), (2, 20), (3, 30), (4, 40), (5, 50), (6, 60)}. Observando o que ocorre com os valores da tabela, podemos escrever uma expressão para encontrar a posição do carro em um dado tempo S = 10 t. Definimos relação binária de A em B como todo subconjunto de A x B. R é uma relação de A em B ⇔ R ⊂ A x B Exemplo: Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 4}. Determine o produto cartesiano A x B e a relação R dada pelos pares ordenados (x, y), tais que y = 2x Temos: A x B = {(0, 0), (0, 1), (0, 2), (0, 4), (1, 0), (1, 1), (1, 2), (1, 4), (2, 0), (2, 1), (2, 2), (2, 4), (3, 0), (3, 1), (3, 2), (3, 4)} Como a relação é dada por y = 2x, temos: x y (x, y) 0 2 . 0 = 0 (0, 0) 1 2 . 1 = 2 (1, 2) 2 2 . 2 = 4 (2, 4) 3 2 . 3 = 6 (3, 6) Assim, a relação é dada pelo conjunto R = {(0, 0), (1, 2), (2, 4)}. Podemos também representar a relação por meio de um diagrama ou no plano cartesiano. Observando o nosso exemplo, temos: 16 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I a) Representação por diagramas: 1 2 3 A B 0 1 2 4 0 Figura 6 Cada par ordenado é representado por uma flecha do 1° elemento do par para o 2° elemento do par. b) Representação no plano cartesiano: y (B) 4 (2,4) 2 x (A) (1,2) 2 31(0,0) Figura 7 1.2 Função Uma locadora de automóveis está com uma promoção para essa semana: “alugue um carro pagando R$ 50,00 por dia mais R$ 1,00 por Km rodado”. Você precisa alugar um carro para uma pequena viagem e quer saber quanto pagaria por dia pelo aluguel, aproveitando a promoção. Como saber esse valor, se ele depende dos quilômetros rodados? Veremos, a seguir, um conceito que permitirá que você responda a questão acima. 17 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Função é uma relação f de A em B, indica-se f: A → B, que obedece às seguintes regras: • Não há elemento em A sem representante em B. • Qualquer elemento de A tem um único correspondente em B. Note que no 2° conjunto podemos ter elementos sem correspondente e também elementos com mais de um correspondente. A seguir, temos algumas situações para verificar se são funções ou não, isto é, se satisfazem as duas condições da definição. Exemplos: 1) Dados os conjuntos A = {1, 2, 3}; B = {0, 1} e a relação f de A em B dada pelo diagrama, verifiquemos se f é uma função: Nesse exemplo, notamos que a relação f é uma função, pois obedece às duas regras dadas. 1 2 3 A B 1 0 f Figura 8 2) Sejam A = {0, 1, 2, 3}; B = {0, 2, 4} e consideremos a relação f de A em B dada pelo diagrama a seguir, verifiquemos se f é uma função: 18 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I 1 2 3 A B 0 2 4 0 f Figura 9 Note que a relação f não é uma função, pois não satisfaz a primeira regra, o elemento x = 3 do conjunto A não tem correspondente no conjunto B. 3) Sejam A = {0, 1}; B = {–1, 0, 1} e a relação f de A em B dada pelo diagrama, verifiquemos se f é uma função: 1 A B 0 -1 1 0 f Figura 10 A relação f não é uma função, pois não satisfaz a 2ª segunda regra, o elemento x = 1 do conjunto A tem 2 correspondentes em B. Chamamos de lei de uma função f de A em B a sentença aberta y = f(x) que relaciona os elementos de A e B. Observação Nem sempre é prático escrever a lei de uma função, nesses casos usaremos os pares ordenados. 19 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Exemplos: 1) Sejam A = {–1, 0, 1, 2, 3}; B = {–3, 0, 3, 6, 9} e f a função de A em B dada pelo conjunto R = {(–1, –3), (0, 0), (1, 3), (2, 6), (3, 9)}, determinemos a lei da função f: A → B: Notemos que o 2° número de cada par é o triplo do 1° número, assim, podemos escrever a lei de f, então: y = 3x ou ƒ(x) = 3x 2) Sejam A = {0, 1, 2, 3, 4, 5}; B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e f a função de A em B dada pelo diagrama abaixo, determinemos a lei da função f: A → B: 1 2 3 A B 0 2 4 f 4 5 3 5 1 6 Figura 11 Comparando os valores dos pares ordenados, notamos que cada elemento de B é o elemento de A mais 1, assim, podemos escrever a lei de f: y=x+1 ou ƒ(x) = x+1 3) Sejam A = {1, 2, 3, 4}; B = {0, 5, 6, 10} e f a função de A em B dada pelo diagrama a seguir, determinemos a lei da função f: A → B: 20 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I 1 2 3 A B 0 f 4 5 10 6 Figura 12 Comparando os pares ordenados, não encontramos facilmente uma relação entre os valores, nesse caso, não escrevemos a lei da função f. Vamos retornar ao problema do aluguel do carro. 4) Uma locadora de automóveis está com uma promoção para essa semana: “alugue um carro pagando R$ 50,00 por dia mais R$ 1,00 por quilômetro rodado”. Você precisa alugar um carro para uma pequena viagem e quer saber quanto pagaria por dia pelo aluguel, aproveitando a promoção. Como saber esse valor, se ele depende dos quilômetros rodados? Notemos que o valor a ser pago depende do km rodado, isto é, “está em função do km rodado”. Temos, então, uma função e queremos estabelecer uma lei para ela, se for possível. Pensemos inicialmente em alguns casos particulares: • Andar 10 km – valor do aluguel 50 (fixo) + 1. (10) = 50 + 10 = 60 reais. • Andar 20 km – valor do aluguel 50 (fixo) + 1. (20) = 50 + 20 = 70 reais. • Andar 40 km – valor do aluguel 50 (fixo) + 1. (40) = 50 + 40 = 90 reais. Observando os cálculos que foram feitos, notamos que uma parte é fixa e a outra é o produto de 1 pelos km rodados, podemos, então, representar a quantidade de km rodados pela variável x. Assim, teremos que a expressão V(x) = 50 + 1x indica, para nós, o valor em função de x, isto é, você muda o valor de x e, fazendo os cálculos, determina o valor do aluguel. 21 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Por exemplo, se sua viagem for de 90 km, você deverá pagar por um dia de aluguel: V(90) = 50 + 1. 90 = 140 reais. 1.2.1 Elementos de uma função Se f: A → B é uma função, chamamos o conjunto A de domínio de f e o conjunto B de contra domínio de f. Indicamos o domínio de f por Dom f = D (f) = A e o contradomínio CD(f) = B. Ao conjunto formado pelos elementos de B, que são correspondentes de algum elemento de A, chamamos de imagem de f e escrevemosIm (f). Exemplos: 1) Consideremos a função f: A → B representada pelo diagrama abaixo: 1 2 3 A B 0 f 4 5 10 6 8 Figura 13 Observando o diagrama, notamos que: D(f) = {1, 2, 3, 4} = A CD (f) = {0, 5, 6, 8, 10} = B Im (f) = {0, 5, 6, 8} Nem todos os elementos de B são correspondentes de algum elemento de A, por exemplo, 10 está no contradomínio, mas não está na imagem de f. 22 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Observação Mesmo sobrando um elemento no conjunto B, temos uma função e, nesse caso, temos CD (f) ≠ Im (f). 2) Consideremos a função f: A → B representada pelo diagrama a seguir: 1 2 4 A B 2 f 6 12 10 5 Figura 14 Novamente observando os diagramas, notamos que: D(f) = {1, 2, 4, 6} = A CD (f) = {2, 5, 10, 12} = B Im (f) = {12} Observação Como no exemplo anterior, vemos que existem elementos em B que não estão no conjunto imagem e novamente temos CD (f) ≠ Im (f). 23 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 3) Consideremos a função f: A → B representada pelo diagrama a seguir: A 3 6 9 12 B 3 f Figura 15 Notamos que: D(f) = {3, 6, 9, 12} = A CD (f) = {3} = B Im (f) = {3} = B Nesse caso, não sobram elementos em B, isto é, Im (f) = B. 1.2.2 Operações com funções Dadas as funções f e g, podemos fazer as seguintes operações: adição (ƒ + g) (x) = ƒ(x) + g(x) subtração (ƒ - g) (x) = ƒ(x) - g(x) multiplicação (ƒ . g) (x) = ƒ(x) . g(x) divisão (f/g) (x) = ƒ(x) g(x) Produto por número real (k f)(x) = kƒ(x) Veja a seguir uma representação da função f composta com g (fog)(x). Calculamos, inicialmente, a função g em x e depois calculamos f no resultado obtido: 24 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I g f x y = g(x) z = ƒ(g(x)) ƒog Figura 16 Lembrete Para que possamos calcular a função (fog), devemos ter a imagem de g igual ao domínio de f. Observemos que o domínio das funções f + g, f – g, f. g é a intersecção dos domínios de f e g. O domínio de f / g é a intersecção dos domínios de f e g, menos os pontos no qual g(x) = 0. O domínio de k f é o mesmo de f. O domínio de f o g é formado pelos pontos x do domínio de g, tais que g(x) está no domínio de f, isto é, D(fog) = {x ∈ D(g) | g(x) ∈ D(f)}. Vejamos agora alguns exemplos, para que você entenda melhor como trabalhar com as funções e suas operações. Exemplos: 1) Dadas as funções f(x) = –2x – 4 e g(x) = x + 5, determine as funções f + g, f – g, f. g, f/g, 3f, fog e gof. A seguir, determine o domínio de cada uma delas: Resolução: Calculando as funções, temos: (f + g) (x) = f(x) + g(x) = (–2x – 4) + (x + 5) = –x + 1 (f – g) (x) = f(x) – g(x) = (–2x –4) – (x + 5) = – x – 4 – x – 5 = –3x – 9 (f . g) (x) = f(x) . g(x) = (–2x – 4) . (x + 5) = –2x2 – 14x – 20 25 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL (f / g) (x) = f x g x x x ( ) ( ) 2 4 5 (3 f) (x) = 3 f(x) = 3 (–2x – 4) = –6x – 12 (fog) (x) = f(g(x)) = f(x + 5) = –2 (x + 5) – 4 = –2x – 14 (gof) (x) = g(f(x)) = g(–2x – 4) = (–2x – 4) + 5 = –2x + 1 Como o domínio das funções f e g é IR, temos: D(f + g) = D(f – g) = D(f . g) = D(3 f)= D(f o g) = D(g o f) = IR Para determinar o domínio da função (f / g), devemos observar os valores que anulam o denominador, isto é, resolver a equação x + 5 = 0 e excluir a solução do domínio. Resolvendo a equação, encontramos x = –5, logo, o domínio da função será todos os reais menos x = –5. Assim, D(f / g) = IR – {–5}, ou D(f / g) = {x | x ≠ –5}. 2) Dadas as funções f(x) = 3x – 2 e g x x( ) 1, determine as funções f + g, f – g, f . g, f/g, 3f, fog e gof. A seguir, determine o domínio de cada uma delas: Resolução: (f + g) (x) = f(x) + g(x) = (3x – 2) + x +1 (f – g) (x) = f(x) – g(x) = (3x – 2) – x +1 (f. g) (x) = f(x) . g(x) = (3x – 2). x +1 f / g (x) = f x g x x x ( ) ( ) 3 2 1 (3 f) (x) = 3 f(x) = 3 (3x – 2) = 9x – 6 (fog) (x) = f(g(x)) = f( x +1 ) = 3 x +1 – 2 (gof) (x) = g(f(x)) = g(3 x – 2) = ( )3 2 1 3 1x x� � � � O domínio da função f é IR e o domínio da função g é D(g) = {x | x ≥ –1}, pois a função tem uma raiz quadrada e devemos ter a expressão x + 1 ≥ 0, isto é, x ≥ –1. 26 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Assim, pelas expressões das funções f + g, f – g, f . g e fog, todas têm o mesmo domínio de g, isto é: D(f+g) = D(f – g) = D(f. g) = D(fog) = {x | x ≥ –1}. A função (3f) tem o mesmo domínio de f, isto é, D(3f) = IR. A função gof tem em sua expressão a raiz quadrada de 3x – 1, assim, para determinar o seu domínio, devemos ter a expressão 3x – 1 ≥ 0, daí 3x ≥ 1, logo, D(g o f) = {x | x ≥ 1/3}. A função (f / g) tem em seu denominador a raiz quadrada de x – 1, assim, a expressão x – 1 > 0, logo, D(f / g) = {x | x > –1}. Note que o valor x = –1 não está no domínio de f / g, pois zera o denominador. 1.2.3 Gráfico Muitas vezes, encontramos em livros, jornais e revistas gráficos representando alguma situação. Veja os exemplos a seguir: O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil mede o crescimento econômico do país e é calculado a partir da soma de todos os bens e serviços produzidos em um dado período. No Brasil, desde 1990, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o único responsável pelo cálculo desse índice. A carga tributária é formada por impostos diretos – que incidem sobre a renda e o patrimônio – e por impostos indiretos – que incidem sobre o consumo. O gráfico a seguir mostra a relação entre a carga tributária anual no Brasil e o nosso PIB: 37,00 29,60 22,20 14,80 7,40 0,00 19 39 19 52 19 58 19 64 19 70 19 76 19 82 19 88 19 94 20 00 20 07 % do PIB Figura 17 - Gráfico 1: carga tributária anual – Brasil Fonte: www.ibge.com.br 27 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Esse gráfico mostra a carga tributária no Brasil, indicando anualmente o percentual do PIB que ela representa, no período de 1939 a 2007. A seguir, temos outro gráfico que também mostra como utilizar a representação gráfica para representar uma situação de forma simplificada: 13,00 10,40 7,80 5,20 2,60 0,00 1999 2000 2001 2003 2004 2005 Abrangência: Estados Unidade territorial: São Paulo Categorias: médio Unidade: percentual Figura 18 - Gráfico 2: taxa de abandono escolar no Ensino Médio Fonte: www.ibge.com.br Nesse gráfico, temos dados sobre as taxas de abandono escolar nas turmas do Ensino Médio do estado se São Paulo, entre os anos de 1999 e 2005. Observando o gráfico, é possível tirar várias informações, por exemplo, a taxa de abandono escolar em um determinado ano, ou se a taxa de abandono escolar diminuiu ou aumentou em determinado período. Note que é uma forma prática de mostrar o que se quer, mesmo que não se saiba a expressão matemática relacionada ao gráfico. De forma simples, representamos o que queremos. Vejamos, então, o que é e como construir o gráfico de uma função. Ao conjunto dos pares ordenados que representam a função no plano cartesiano, chamamosde gráfico de f, isto é, a figura desenhada no plano cartesiano. Exemplos: 1) Consideremos a função f de A em B, definida pela lei f(x) = x + 3, com A = {–3, –2, –1, 0} e B = {–2, –1, 0, 1, 2, 3}. Construir o gráfico de f: 28 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Resolução: Para construir o gráfico da função, vamos determinar a imagem dos pontos do domínio montando a tabela de valores de x e y = f(x): x y (x,y) -3 -3 + 3 = 0 (-3,0) -2 -2 + 3 = 1 (-2,1) -1 -1 + 3 = 2 (-1,2) 0 -0 + 3 = 3 (0,3) Colocando esses pares ordenados no plano cartesiano, temos: y (B) x (A)-3 -2 -1 0 1 2 3 Figura 19 Lembrete O domínio de f é um conjunto com 4 elementos, assim o gráfico de f será formado por 4 pontos isolados, não podemos unir os pontos. Geralmente, trabalhamos com funções com domínio real e contradomínio real, então os seus gráficos serão linhas unindo os pontos do plano cartesiano. Vejamos no próximo exemplo: 2) Seja f: IR → IR, dada pela expressão f(x) = 2 x, construir o gráfico de f: Como o domínio de f é IR (infinitos valores), para encontrar o gráfico de f devemos montar uma tabela com alguns valores do domínio. Assim, escolhendo alguns valores de x para a nossa tabela, temos: x y = ƒ(x) = 2 x (x,y) -1 2 . (-1) = -2 (-1,-2) 0 2 . (0) = 0 (0,0) 29 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 1 2 . (1) = 2 (1,2) 2 2 . 2 = 4 (2,4) Representando no plano cartesiano e unindo os pontos, temos: y 0 1 2-1 1 2 4 -1 -2 Figura 20 Lembrete O domínio de f é o conjunto dos reais, assim, no gráfico de f serão formados infinitos pontos. Nesse caso, devemos unir os pontos do gráfico da função, que é uma reta. 3) Construir o gráfico da função y = x2, sendo seu domínio e seu contradomínio o conjunto dos reais. Inicialmente, montemos uma tabela com alguns valores de x: x y = x2 (x,y) -2 (-2)2 = 4 (-2,4) -1 (-1)2 = 1 (-1,1) 0 02 = 0 (0,0) 1 12 = 1 (1,1) 2 22 = 4 (2,4) Substituindo os pontos no plano cartesiano e unindo os pontos, temos o gráfico da função f(x) = x2: 30 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I y -2 -1 1 2 1 2 x 3 4 5 -1 3 4 y=x^2 Figura 21 Lembrete Novamente, unimos os pontos, pois o domínio da função é real. Da mesma forma que podemos, por meio da lei da função ou de uma tabela de pontos, montar o gráfico, é possivel fazer o contrário também, isto é, dado um gráfico, montar uma tabela com os pontos da função. 1.2.4 Funções par e ímpar Definimos como função par toda função, tal que f(–x) = f(x) para qualquer x do seu domínio. E função ímpar toda função, tal que f(–x) = –f(x), para qualquer x de seu domínio. Uma função par tem seu gráfico simétrico em relação ao eixo y e uma função ímpar tem seu gráfico simétrico em relação à origem. Exemplos: Considere as funções a seguir e decida se são par ou ímpar: a) f(x) = x2 Para saber se a função é par ou não, devemos calcular f(–x) e comparar com f(x). Assim: f(–x) = (–x)2 = x2 = f(x), temos que f(x) = x2 é uma função par. 31 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL b) f(x) = x3 f(–x) = (–x)3 = –x3 = –f(x), temos que f(x) = x3 é uma função ímpar. c) f(x) = x3 + 1 f(–x) = (–x)3 + 1 = –x3 + 1, então a função f(x) = x3 + 1 não é par e não é ímpar. 1.2.5 Tipos de funções • Função sobrejetora f: A → B é sobrejetora, se e somente se Imf = CD f: f sobrejetora ⇔ Imf = CD f • Função injetora f: A → B é injetora, se e somente se valores diferentes do domínio têm imagem diferentes: f injetora ⇔ x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) • Função bijetora f: A → B é bijetora, se e somente se f é sobrejetora e injetora: f bijetora ⇔ f é sobrejetora e injetora Exemplos: Determinar o tipo das funções a seguir: a) f: IR → IR, f(x) = x + 3 A função tem domínio e contradomínio reais, como a imagem de f também é real, temos que f(x) = x + 3 é função sobrejetora. Para determinarmos se f é injetora, consideremos a e b dois valores quaisquer do domínio, com a ≠ b, daí: f(a) = a + 3 e f(b) = b + 3, mas logo f(a) ≠ f(b). Então, f é injetora e, portanto, é bijetora. 32 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I b) f: IR → IR, f(x) = x2 Não é sobrejetora, pois Imf = { x | x > 0} = IR+ e CD f = IR, isto é, Imf ≠ CD f. Não é injetora, pois para a = 1 e b = –1 são dois valores diferentes do domínio, temos: f(a) = f(1) = 12 = 1 e f(b) = f(–1) = (–1)2 = 1, isto é, f(a) = f(b). Observação Nossa função, então, não é injetora e não é sobrejetora. Lembrete Notemos, no entanto, que se o contradomínio da função for alterado de forma conveniente, podemos transformar nossa função em uma função sobrejetora, basta definir a função de IR em IR+. 1.2.6 Função inversa Seja f uma função bijetora de A em B, chamamos de inversa de f a função g bijetora de B em A, tal que fog (x) = x e gof (x) = x. Notação: f –1(x) representa a inversa da função f. Exemplos: Determinar a inversa das funções: Observação Para determinar a inversa de uma função, você deve isolar o valor de x e depois trocar as posições das letras x e y, a nova expressão será a função inversa. a) f: IR → IR, definida por f(x) = 2x – 5 ou y = 2x – 5, função bijetora. Isolando o valor de x, temos: 2 x = y + 5 x y 5 2 33 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Trocando x e y de posição, temos: y x 5 2 Logo, f (x) x 5 2 -1 é a inversa de f e f –1: IR → IR. b) f: IR+ → IR+, definida por f(x) = x 2 ou y = x2 A função é bijetora. Isolando o valor de x, temos: x2 = y x y Trocando x e y de posição, temos: y x= Logo, f (x) x-1 = é a inversa de f e f –1: IR+ → IR+ A seguir, você encontrará alguns exemplos para que possa perceber melhor as várias possibilidades apresentadas na teoria. Lembrete Estude atentamente os exemplos apresentados e, a seguir, tente refazê-los. 1.2.7 Ampliando seu leque de exemplos 1) Determinar o conjunto que representa os elementos do produto cartesiano A x B, sendo A = {–1, 0, 1} e B = {1, 2} Resolução: Lembrando que o produto cartesiano é formado pelos pares ordenados, no qual o primeiro elemento é do conjunto A e o segundo é do conjunto B, teremos: A x B = {(–1, 1), (–1, 2), (0, 1), (0, 2), (1, 1), (1, 2)}. 2) Determinar o domínio da função f(x) = 5 3 9 x x − Resolução: Encontrar o domínio da função é indicar os valores que podem ser substituídos no lugar de x. 34 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I A nossa função possui uma fração e tem x tanto no numerador quanto no denominador. Observando o numerador, notamos que não há restrição, porém, o denominador deve ser diferente de zero. 3x – 9 ≠ 0 ⇒ 3 x ≠ 9 ⇒ x ≠ 3. Assim, o conjunto domínio de f será dado por: Df = { x ∈ IR / x ≠ 3} ou podemos também escrever Df = IR – { 3 }. 3) Sendo f(x) = 1 1 x x , calcular o valor de f (½) Resolução: Para calcular o valor de f (½), devemossubstituir o valor x = ½ na expressão, teremos: f( )12 1 2 1 2 1 2 1 1 2 1 3 . 2 6 Logo, f (½) = 6. 4) Sendo f(x) = –4x + 5 e g(x) = x2 + 2x, determinar a soma das funções, isto é, determinar o valor de (f + g) (x) Resolução: Sabemos que para determinar (f + g) (x), devemos somar os resultados de f e de g, então: (f + g) (x) = –4x + 5 + x2 + 2x Somando os termos correspondentes, ficamos com: (f + g) (x) = x2 – 2x + 5 5) Sendo f(x) = –4x + 5 e g(x) = x2 + 2x, determinar o valor de (2f – g) (1) Resolução: Agora, queremos saber não só o valor de 2f – g mas também quanto ele vale quando x = 1. Para determinar 2f – g, vamos inicialmente determinar 2f, depois encontrar a expressão para 2f – g e só então substituir o valor de x. 35 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Sabemos que para determinar (2f)(x), devemos multiplicar f(x) = –4x + 5 por 2, assim, ficamos com (2 f)(x) = 2. (–4x + 5) = – 8x + 10. Temos: (2 f – g)(x) = (2 f) (x) – g(x) = –8x + 10 – (x2 + 2x) = –x2 – 10x + 10. Não acabamos o exercício, ainda falta encontrar o valor da função para x = 1. Substituindo x por 1, temos: (2 f – g)(1) = – (1)2 – 10. 1 + 10 = –1 – 10 + 10 = –1. Observação Poderíamos ter resolvido esse exercício, calculando o valor de (2f)(1) e o de g(1) e depois efetuando a conta (2f – g)(1). Refaça o exercício desta outra forma e compare o procedimento e o resultado. 6) Dadas as funções f(x) = 3x + 2 e g(x) = x2, determinar o valor de (f o g) (x) Resolução: Sabemos que a função composta (f o g) (x) é igual a f(g(x)), isto é, (f o g) (x) = f(g(x)), devemos substituir a expressão de g no lugar de x em f(x), assim, temos: (f o g) (x) = f(g(x)) = f(x2) = 3 (x2) + 2 = 3x2 + 2. 7) Uma função é par se f(–x) = f(x), verifique qual das funções é par: a) f(x) = x + 5 b) f(x) = x2 c) f(x) = x2 + 5x Resolução: Conforme a definição, devemos calcular f(–x) e comparar com f(x) para podermos decidir se a função é par ou ímpar. a) Para a função f(x) = x + 5, temos: f(–x) = (–x) + 5 = – x + 5 ≠ f(x), logo, a função não é par. 36 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I b) Para a função f(x) = x2, temos: f(–x) = (–x)2 = x2 = f(x), logo, a função é par. c) Para a função f(x) = x2 + 5x, temos: f(–x) = (–x)2 + 5 (–x) = x2 – 5x ≠ f(x), logo, a função não é par. Assim, a única das funções que é par é f(x) = x2. 8) Sabendo que f(x – 1) = 2x, determine o valor de f(2) Resolução: Para determinar o valor de f(2), devemos descobrir qual o valor de x que torna x – 1 = 2. Resolvendo a equação, encontramos x = 3. Calculando o valor de f(x – 1) quando x = 3, temos: f (3 – 1) = 2. 3 = 6, logo, f(2) = 6. Lembrete O mesmo procedimento se aplica a qualquer outro valor que você queira determinar, basta descobrir o valor de x e substituir na expressão. 9) Determinar a inversa da função f(x) = 5x + 1 Resolução: Para determinar a inversa de uma função, devemos substituir f(x) por y e trocar as posições de x e y na lei que define a função, depois isolar o valor de y. Assim: f(x) = 5x + 1 ⇒ y = 5x + 1 Trocando as posições de x e y, vem: x = 5y + 1 37 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Isolando y, encontramos: x = 5y + 1 ⇒ – 5y = – x + 1 ⇒ x y y x y x y x 5 1 5 1 1 5 5 1 5 Logo, f –1 (x) = f x x 1 5 1 5 ( ) 10) Sabendo que uma função é bijetora se for injetora e sobrejetora, verifique qual das funções a seguir é bijetora: a) f: IR → IR, tal que f(x) = x2 + 2x. b) f: IR → IR, tal que f(x) = x + 1. c) f: IR → IR, tal que f(x) = 3. d) f: IR → IR, tal que f(x) = sen(x). Resolução: Lembrando: uma função é injetora se valores diferentes de x vão a valores diferentes de y, e uma função é sobrejetora se o seu contradomínio é igual ao seu conjunto imagem. Vamos utilizar o gráfico das funções para saber se são injetoras e sobrejetoras. Esboçando o gráfico das funções, temos: a) f : IR → IR, f(x) = x2 + 2x y -2 -1 1 1 2 x -1 y=x^2-2x -3 Figura 22 Observando o gráfico da função, notamos que quando x = 0 e quando x = –2, temos f(0) = f(–2) = 0, logo, a função não pode ser injetora e, portanto, não será bijetora. 38 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Observação Esta função também não é sobrejetora, pois seu contradomínio é IR, mas sua imagem é formada pelos valores de y maiores que o y do vértice, yv = –1, logo, Im f = { y ∈IR / y ≥ –1}. b) f : IR → IR, f(x) = x + 1 y 0 x–1 Figura 23 Observando o gráfico da função, notamos que a função é injetora e também sobrejetora, logo, será bijetora. c) f : IR → IR, f(x) = 3 y 0 x–1–2 2 3 Figura 24 A função é constante, logo seu gráfico é paralelo ao eixo x, passando em y = 3. Essa função não é injetora, pois para todos os valores de x, temos a mesma imagem, y = 3. Logo, a função não pode ser bijetora. 39 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Observação Nesse caso, a função também não é sobrejetora, pois seu contradominio é IR mas sua imagem é Im(f) = {3}. d) f : IR → IR, f(x) = sen x y x –1–2 2 2 –3 –1 1 3 4 5 6 7 1 π/2 –π 2 3π/2 2ππ y=sen(x) Figura 25 Observando o gráfico da função seno, notamos que não é injetora, pois existem vários valores de x que têm a mesma imagem, por exemplo, para x = 0 e x = π, temos a mesma imagem, isto é, f(0) = f(π) = 0. Logo, não é bijetora. Observação Nesse caso, a função também não é sobrejetora, pois seu contradomínio é IR, mas sua imagem é o intervalo [–1, 1], isto é, Im(f) = [–1, 1]. 1.3 Funções polinomiais Estudaremos agora algumas funções polinomiais importantes. 1.3.1 Função de 1° grau 1.3.1.1 Função de 1° grau (ou função afim) É toda função f: IR → IR, dada por: f(x) = a x + b, com a ∈ IR, a ≠ 0 e b ∈ IR. 40 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Os valores de a e b são chamados de coeficientes da função: a: coeficiente angular b: coeficiente linear Quando b = 0, a função de 1° grau f(x) = ax é chamada função linear. Quando b = 0 e a = 1, a função de 1° grau f(x) = x é chamada função identidade. Exemplos: Determinar se as funções a seguir são lineares ou afins, e identificar os coeficientes angular e linear: 1) A função f(x) = 4x + 5 é uma função afim: a = 4, coefiente angular b = 5, coeficiente linear 2) A função y = –3x é uma função linear: a = –3, coeficiente angular b = 0, coeficiente linear 3) A função y = – x – 3 é uma função afim: a = –1, coeficiente angular b = –3, coeficiente linear 1.3.1.2 Gráfico O gráfico de uma função de 1° grau é sempre uma reta. Lembrete Bastam 2 pontos para determinar uma reta, assim, você deve encontrar dois pontos da função, representar no plano cartesiano e unir os pontos. 41 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Exemplos: 1) Traçar o gráficodas funções lineares: a) y = –2x Você deve escolher pelo menos dois valores para x e calcular f(x), nesse caso, escolhemos x = 0 e x = 1: x y = - 2x (x,y) 0 y = - 2 . 0 = 0 (0,0) 1 y = - 2 . 1 = -2 (1,-2) y 10 -2 x y = -2x Figura 26 b) y = 3x x y = 3x (x,y) 0 y = 3 . 0 = 0 (0,0) 1 y = 3 . 1 = 3 (1,3) y 10 3 x y = 3x Figura 27 c) y = x Nesse exemplo, vamos escolher outros valores para x, assim, você não vai concluir que só podemos colocar para x valores iguais a 0 e 1: 42 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I x y = x (x,y) 0 y = 0 = 0 (0,0) 1 y = 1 (1,1) y 10 x y = x 1 –1 Figura 28 Observação A reta que representa a função linear sempre passa na origem, isto é, no ponto (0, 0). 2) Traçar o gráfico das funções de 1° grau: a) y = 2x + 4 Em vez de escolhermos dois valores quaisquer de x, vamos calcular os cortes da reta com os eixos, isto é: x = 0 ⇒ y = 2. 0 + 4 = 4 y = 0 ⇒ 0 = 2x + 4 ⇒ 2x = –4 ⇒ x = –2 Logo, a reta corta o eixo x em x = –2 e o eixo y em y = 4. Graficamente, temos: corte em y corte em x y = 2x + 4 x y -2 0 4 Figura 29 43 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL b) y = –3x + 6 x = 0 ⇒ y = –3 . 0 + 6 = 6 y = 0 ⇒ 0 = 3 – x + 6 ⇒ 3x = 6 ⇒ x = 2 Graficamente, temos: corte em y corte em x y = 3x + 6 x y 4 2 Figura 30 1.3.1.3 Crescimento da função de 1° grau O coeficiente angular da função de 1°grau indica se nossa função é crescente ou decrescente. decrescente (a < 0) e crescente (a > 0) Exemplos: a) y = –4x + 5 é uma função decrescente, pois a = –4 < 0. b) y = 3x – 6 é uma função crescente, pois a = 3 > 0. c) y = 2x é uma função crescente, pois a = 2 > 0. d) Graficamente, para verificar se uma função de 1º grau é crescente ou decrescente utilizando o seu gráfico, devemos observar a sua inclinação, assim: 44 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I y x y x decrescente (inclinação à esquerda) crescente (inclinação à direita) 00 Figura 31 1.3.1.4 Sinais da função Muitas vezes, queremos saber o intervalo no qual a função y = a x + b é positiva e no qual é negativa. Para isso, devemos determinar x0 raiz da equação ax + b = 0 e observar a inclinação da reta. Temos: + - X0 x - + X0 x a < 0 - inclinação à esquerda; decrescente a > 0 - inclinação à direita; crescente Figura 32 Resumindo X0 x sinal contrário à a sinal de a Figura 33 Exemplos: Determinar os sinais das funções: a) y = –4x + 12 Determinando a raiz da função, temos: –4x+12=0 ⇒ x=3 45 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Como a = –4 < 0, a reta tem inclinação para a esquerda, assim: ƒ(x) > 0 se x < 3 ƒ(x) < 0 se x > 3 ƒ(x) = 0 se x = 3 + - 3 x b) y = 3x – 15 Determinando a raiz da função, temos: 3x–15=0 ⇒ x=5 Como a = 3 > 0, a reta tem inclinação para a direita, assim: ƒ(x) > 0 se x > 5 ƒ(x) < 0 se x < 5 ƒ(x) = 0 se x = 5 - + 5 x 1.3.2 Função constante Toda função dada por f(x) = c, no qual c é uma constante, é chamada função constante. Seu gráfico será uma reta paralela ao eixo x, passando pelo ponto (0, c). Exemplos: Esboçar o gráfico das funções: a) f(x) = 2 (ou y = 2) Vamos montar uma tabela com alguns valores de x, assim: x y = 2 (x,y) 0 y = 2 (0,2) 1 y = 2 (1,2) 2 y = 2 (2,2) 3 y = 2 (3,2) Quando colocados esses valores no sistema cartesiano, obtemos a reta paralela ao eixo x passando pelo ponto (0, 2): 46 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I y = 2 x y 1 2 30 2 corte em y Figura 34 b) f(x) = –3 (ou y = –3) Notemos que não é necessária a construção da tabela de pontos, basta traçar uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto (0, –3): x y 0 -3 y = -3 Figura 35 Saiba mais Para ver uma aplicação de função do 1º grau em economia, assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=NsOLoXAIo7g>. 1.4 Função quadrática (ou de 2° grau) Se jogamos para o alto um objeto a partir do chão e observamos a sua trajetória, notamos que o objeto sobe até um determinado ponto e depois começa a cair até retornar ao chão. Representando a sua trajetória graficamente, temos: 47 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL S t Figura 36 O gráfico fornece várias informações sobre o movimento do objeto, por exemplo: a altura máxima atingida, tempo para retornar ao solo, o tempo necessário para atingir a altura máxima. Esse gráfico, uma parábola, é o gráfico de uma função do 2º grau. Vamos agora estudar as funções quadráticas, ou de 2º grau, isto é, uma função dada pela relação: y = ax2 + bx + c, com a, b, c números reais e a ≠ 0 Exemplos: a) f(x) = 3x2 + 2x + 1 é uma função quadrática completa, com a = 3, b = 2 e c = 1. b) y = –5x2 + 10x é uma função quadrática incompleta, pois tem a = –5, b = 10 e c = 0. c) f(x) = 10x2 é uma função quadrática incompleta, pois tem a = 10, b = 0 e c = 0. d) y = 2x2 – 6 é uma função quadrática incompleta, com a = 2, b = 0, c = –6. 1.4.1 Gráfico O gráfico de uma função do 2° grau é sempre uma parábola que pode ser obtida por uma tabela de pontos ou por meio dos cortes nos eixos coordenados e de seu vértice. Para determinarmos os cortes, devemos: • No eixo x: ⇒ encontrar as raízes da equação de 2° grau correspondente. • No eixo y: ⇒ determinar o valor de y, quando x = 0. Para as coordenadas do vértice, usaremos a fórmula: x b a y av v 2 4. . e 48 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I 1.4.2 Concavidade A parábola terá concavidade para cima ou para baixo, dependendo do sinal de a. Assim: a > 0 ⇔ concavidade para cima a < 0 ⇔ concavidade para baixo a > 0 a < 0 Figura 37 Exemplos: Esboçar o gráfico das funções de 2°grau: a) y = –x2 + 2x + 3 Inicialmente, vamos destacar os valores de a, b e c, assim: a = –1 < 0 (concavidade para baixo), b = 2 e c = 3. Utilizando a tabela de pontos, vamos determinar valores do gráfico de y, como é uma parábola, não bastam 2 pontos para a construção, serão necessários mais valores, assim, escolhemos 4 valores de x: x y = –x2 + 2 . x + 3 (x, y) –1 y = – (–1)2 + 2 . (–1) + 3 (–1, 0) 0 y = –(0)2 + 2 . 0 + 3 (0, 3) 1 y = –(1)2 + 2 . 1 + 3 (1, 4) 2 y = –(2)2 + 2 . 2 + 3 (2, 3) 49 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Colocando esses pontos nos eixos coordenados, temos: y 1 x -1 -1-2-3 2 4 (0,3) 1 2 3 4 (2,3) (1,4) (-1,0) Figura 38 Lembrete Você pode escolher outros valores para x e também pode fazer a tabela com mais pontos e mais valores, melhor qualidade do gráfico. b) y = x2 + 2x + 1 Agora, vamos esboçar o gráfico da função sem a utilização de tabela de pontos. Inicialmente, devemos identificaros valores de a, b e c: a = 1 > 0 (concavidade para cima), b = 2 e c = 1. Calculemos agora os cortes nos eixos: Eixo x: ⇒ devemos resolver a equação x2 + 2 x + 1 = 0: b ac x b a 2 2 4 2 4 1 1 4 4 0 2 2 0 2 1 1 . . . . . . Corta o eixo no ponto (–1, 0). Eixo y: ⇒ para x = 0, temos y = 02 + 2. 0 + 1 = 1. 50 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Corta o eixo no ponto (0, 1). Coordenadas do vértice ⇒ x b av 2 2 2 1 . y av 4 0 4 0 . V = (–1, 0). Colocando todos os dados no sistema cartesiano, temos: y -2 -1 1 1 2 x 3 2-3 Figura 39 c) y = x2 – 4 Inicialmente, devemos identificar os valores de a, b e c: a = 1 > 0 (concavidade para cima), b = 0 e c = –4 Calculemos agora os cortes nos eixos: Eixo x: ⇒ devemos resolver a equação x2 – 4 = 0: b ac x b a 2 2 4 0 4 1 4 16 2 0 16 2 1 4 2 2 . . . .( ) . . Corta o eixo nos pontos (–2, 0) e (2, 0). Eixo y ⇒ para x = 0, temos y = 02 – 4 = –4. Corta o eixo no ponto (0, –4). 51 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Coordenadas do vértice ⇒ x b av 2 0 2 0 . y av 4 16 4 4 . V = (0, –4). Substituindo todos os pontos no plano cartesiano, temos: y -2 -1 1 1 2 x 2-3 3 -1 -2 -3 -4 Figura 40 d) y = x2 + 3x Identificando os valores de a, b e c, temos: a = 1 > 0 (concavidade para cima), b = 3 e c = 0 Calculemos agora os cortes nos eixos: Eixo x: ⇒ devemos resolver a equação x2 + 3 x = 0: b ac x b a x 2 2 1 4 3 4 1 0 9 2 3 9 2 1 3 3 2 3 3 2 0 . . . .( ) . . xx2 3 3 2 3 52 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Corta o eixo nos pontos (0, 0) e (–3, 0). Eixo y: ⇒ para x = 0, temos y = 02 + 3. 0 = 0. Corta o eixo no ponto (0, 0). Coordenadas do vértice ⇒ x b av 2 3 2 1 5 . . y av 4 9 4 2 25 . . V = (-1,5; -2,25). y -2 -1 1 1 x -3 -1 -2 -1,5 -2,25 -4 Figura 41 Saiba mais Para saber mais sobre Baskara, acesse: <http://www.pucrs.br/edipucrs/erematsul/comunicacoes/26KAMILA CELESTINO.pdf>. 1.4.3 Sinais da função Queremos saber o intervalo no qual a função y = ax2 + bx + c é positiva e negativa. Inicialmente, resolvemos a equação a x2 + b x + c = 0 e determinamos as suas raízes: ∆ < 0 ⇒ não existe raiz real mesmo sinal de a x 53 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL ∆ > 0 ⇒ duas raízes reais mesmo sinal de a contrário de a mesmo sinal de a x1 x2 ∆ = 0 ⇒ existe 1 raiz real mesmo sinal de a mesmo sinal de a x1 Exemplos: Determinar o sinal das funções: a) y = x2 – 2x + 1 A equação tem uma raiz real x 1 = 1, pois ∆=0. Como a = 1 > 0, temos: + + 1 Logo, f x x f x x ( ) ( ) 0 1 0 1 b) y = x2 – x – 2 A equação tem duas raizes reais x1 = –1 e x2= 2, pois ∆=9>0. Como a = 1 > 0, temos: + — + —1 2 x Logo, f x x f x x f x ( ) ( ) ( ) 0 2 0 1 0 1 ou x -1 ou x 2 x 2 c) y = –x2 + 2 x – 2 A equação não tem raiz real, pois ∆= –4<0. 54 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Como a = –1 < 0, temos: — — x Logo, f(x) < 0 para todo x. 1.4.4 Ampliando seu leque de exemplos 1) Dada a função f(x) = 3x + 5, determine os zeros da função e seu crescimento: Resolução: Para determinar os zeros da função, devemos determinar o valor de x, tal que f(x) = 0. Assim: 3x + 5 = 0 ⇒ 3x = –5 ⇒ x = –5/3. O zero da função será x = –5/3. Segundo a teoria para verificar o crescimento da função, devemos ver o sinal de a, coeficiente de x, nesse caso, a = 3 > 0, logo, a função é crescente. 2) Seja f: IR → IR, tal que f(x) = –x 2 + mx + n, se o gráfico de f passa pelos pontos (0, 2) e (1, 3), determinar os valores de m e n: Resolução: Sabemos que se o gráfico da função passa por um ponto, podemos substituir os valores na expressão de f(x) e o resultado será verdadeiro, isto é: Ponto (0, 2) significa que para x = 0, temos f(0) = 2. Ponto (1, 3) significa que quando x = 1, temos f(1) = 3, substituindo esses valores na expressão de f(x), encontramos o sistema: 0 1 2 1 3 2 2 m m n m n . 0 n 2 . 1 n 3 Resolvendo o sistema, temos n = 2 e m = 2. 55 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Observação A expressão –x2 indica que somente o valor de x será elevado ao quadrado, o sinal de menos permanece. 3) Considere a função y = x 2 – 8x + 15, determine o intervalo no qual y < 0: Resolução: Para determinar os sinais da função, devemos inicialmente encontrar os zeros de f, para isso, vamos igualar a expressão a zero. Resolvendo a equação x 2 – 8x + 15 = 0, temos: ∆=b2 –4 . a . c = (–8)2 –4 . 1 . 15 = 64 – 60 = 4 Calculando as raízes: x b a 2 8 2 2 8 2 2 ( ) Teremos: x e x1 2 8 2 2 10 2 5 8 2 2 6 2 3 Vamos agora colocar esses valores na reta e estudar os sinais de f conforme o sinal de a. Nesse caso, a = 1 > 0: + — + m/m a contrário de a m/m a 3 5 Figura 42 Assim, teremos y < 0 para valores de x entre as raízes (zeros da função), isto é, no intervalo aberto ]3, 5[. Lembrete O intervalo deve ser aberto, pois nos pontos x = 3 e x = 5, temos y = 0. 56 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I 2 OUTRAS FUNÇÕES REAIS E LIMITES 2.1 Outras funções reais 2.1.1 Função exponencial Voce recebeu R$ 500,00 de bonificação e aplicou na poupança. O banco paga a taxa de juros de 0,5% ao mês. Como saber quanto voce terá daqui a alguns meses, se a taxa for mantida? Quando aplicamos na poupança, temos que o capital acumulado (montante) é dado pela expressão M = C0 (1 + i) n, juro composto, no qual M é o capital acumulado, C0 é o capital inicial (depósito inicial), i é a taxa de juros e n o período. No nosso exemplo, C0 = 500, i = 0,5% = 0,005 ao mês e n número de meses, assim, para saber o montante a cada mês, substituímos o valor de n e determinamos M. Por exemplo, na tabela temos o montante para alguns meses: t(mês) M = 500 . (1 + 0,005)n (t, M) 1 M = 500 . (1 + 0,005)1 (1, 502.5) 2 M = 500 . (1 + 0,005)2(2, 505.0) 3 M = 500 . (1 + 0,005)3 (3, 507.54) 4 M = 500 . (1 + 0,005)4 (4, 510.08) A expressão M = C0 (1 + i) n é uma exponencial, variável n está no expoente. Estudaremos agora funções exponenciais, isto é, funções do tipo: f(x) = c + b amx, (a > 0, a ≠ 1, b ≠ 0 e m ≠ 0) Exemplos: a) f(x) = 32x – 4 É uma função exponencial com base a = 3, b = 1, c = –4 e m = 2. b) f(x) = –5x É uma função exponencial com base a = 5, b = –1, c = 0 e m = 1. c) f(x) = 4–2x + 2 É uma função exponencial com base a = 4, b = 1, c = 2 e m = –2. 57 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 2.1.1.1 Gráfico Para fazer o gráfico da função exponencial, utilizaremos a tabela de pontos: Exemplos: Esboçar o gráfico das funções: a) f(x) = 3x Atribuindo valores para x e calculando 3x, temos: x y = 3x (x,y) -2 y = 3-2 = 1/9 (-2,1/9) -1 y = 3-1 = 1/3 (-1,1/3) 0 y = 30 = 1 (0,1) 1 y = 31 = 3 (1,3) 2 y = 32 = 9 (2,9) x y 9 6 3 1 2-1-2 1 3 8 7 5 4 2 –1 -3-4-5 Figura 43 58 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I b) f x x ( ) 1 3 Novamente, vamos esboçar o gráfico da função, atribuindo valores para x e calculando 1 3 x ,assim: x y = (1/3)x (x,y) –2 y = (1/3)–2 (–2,9) –1 y = (1/3)–1 (–1,3) 0 y = (1/3)0 (0,1) 1 y = (1/3)1 (1,1/3) 2 y = (1/3)2 (2,1/9) x y9 1 2-1-2-3-4 3 4 8 7 6 5 4 3 2 1 —1 –2 Figura 44 Comparando as duas funções, notamos que em relação à base da função exponencial, temos: a > 1, função crescente 0 < a < 1, função decrescente c) Retornando ao nosso exemplo, vamos construir o gráfico da função utilizando a tabela de pontos. Temos: t(mês) M = 500 . (1 + 0,005)n (t, M) 1 M = 500 . (1 + 0,005)1 (1, 502.5 ) 2 M = 500 . (1 + 0,005)2 (2, 505.0) 3 M = 500 . (1 + 0,005)3 (3, 507.54) 4 M = 500 . (1 + 0,005)4 (4, 510.08) 59 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Representando os pontos no plano cartesiano, temos o gráfico da função: y x3 510 1 4 507.5 505 502.5 500 2 Figura 45 Lembrete Esse gráfico só tem significado para valores no 1º quadrante, pois representa valores aplicados, o restante deve ser tracejado. 2.1.2 Função logarítmica Voltando ao exemplo do item 5.1. Agora, você quer saber por quanto tempo deve deixar seu dinheiro aplicado para receber R$ 531,00. Substituindo os valores na expressão, temos 531= 500 (1 + 0,005)n, e então 1,062 = 1,005 n, que para ser resolvida, utilizamos logaritmo. Também encontramos logaritmos em várias áreas: na Física, na Química, na escala Richter, utilizada para medir a magnitude de um terremoto. Uma função logarítmica é dada pela expressão: f(x)=logax, com a > 0, a ≠ 1 e x > 0 As funções f(x)=logax e g(x) = a x são inversas uma da outra. Para fazer o gráfico da função logarítmica, utilizaremos a tabela de pontos. Exemplos: 1) Esboçar o gráfico das funções: 60 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I a) f(x)=log3x Atribuindo valores para x e calculando log3x, temos: x ƒ(x) = log3x (x,y) 1 9 ƒ(x) = log3 1 9 (1/9,-2) 1 3 ƒ(x) = log3 1 3 (1/3,-1) 1 ƒ(x) = log31 (1,0) 3 ƒ(x) = log33 (3,1) 9 ƒ(x) = log39 (9,2) Representando os pontos no plano cartesiano, temos: y 9 x3 2 1 0 1 Figura 46 b) f(x)= log1/3x Atribuindo valores para x e calculando log1/3x, temos: x ƒ(x) = log1/3x (x,y) 1 9 ƒ(x) = log1/3 1 9 (1/9,2) 1 3 ƒ(x) = log1/3 1 3 (1/3,1) 1 ƒ(x) = log1/31 (1,0) 3 ƒ(x) = log1/33 (3,-1) 9 ƒ(x) = log1/39 (9,-2) 61 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Colocando os pontos no plano, temos: y x3 2 1 1 9 Figura 47 Comparando os dois gráficos, verificamos que: a > 1 , função crescente 0 < a < 1, função decrescente 2) Retomando o exemplo inicial: “quanto tempo deve deixar seu dinheiro aplicado para receber R$ 531,00?” Quando substituímos os valores na expressão, encontramos: 531 = 500 (1 + 0,005)n 1,062 = 1,005n Aplicando o logaritmo nos dois lados da expressão, temos: Ln 1,062 = Ln 1,005n, calculando o logaritmo vem 0,060 = 0,00498n, assim, chegamos a n = 12 meses, que é a solução do nosso exemplo. 2.1.3 Função modular Chamamos de função modular a função: f(x) = | x | Utilizando a definição de módulo, temos: f x x x ( ) | | se x 0 -x se x 0 2.1.3.1 Gráfico O gráfico da função modular será formado por duas semirretas que devem obedecer às condições anteriores. 62 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Exemplos: Construir o gráfico das funções: a) y = | x | Conforme a definição de modulo, temos y x x se x 0 -x se x 0 | | Devemos fazer o gráfico das duas funções (1) y = x, para x ≥ 0 e (2) y = –x, para x < 0. Construindo a tabela de pontos para cada uma das funções, temos: (1) y = x, para x ≥ 0 x y = x (x,y) 0 y = 0 (0,0) 1 y = 1 (1,1) y 0 1 x y = x Figura 48 (2) y = - x, para x < 0 x y = -x (x,y) -2 y = 2 (-2,2) -1 y = 1 (-1,1) y x y = -x 0-1-2 1 2 Figura 49 63 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL Unindo as figuras, temos: y x y = xy = -x -1 0 1 Figura 50 b) y = | x | + 2 Conforme a definição de módulo, temos y x x 2 se x -x 2 se x | | 2 0 0 Devemos fazer o gráfico das duas funções: (1) y = x + 2, para x ≥ 0 (2) y = –x + 2, para x < 0 Construindo a tabela de pontos para cada uma das funções, temos: y = x + 2, para x ≥ 0 x y = x + 2 (x,y) 0 y = 2 (0,2) 1 y = 3 (1,3) (2) y = –x + 2, para x < 0 x y = -x + 2 (x,y) -2 y = 4 (-2,4) -1 y = 3 (-1,3) 64 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 06 /1 7 Unidade I Construindo os dois gráficos no mesmo sistema: y x y = -x+2 0-1-2 1 2 y = x+2 3 4 Figura 51 2.1.4 Funções trigonométricas São funções periódicas, isto é, após um intervalo, seus valores se repetem. Estudaremos algumas delas. 2.1.4.1 Função seno Consideremos o ciclo trigonométrico de centro O e raio 1, definimos como função seno a função f: IR → IR dada por f(x) = sen x. O valor de seno de x é a medida OM, conforme veremos na figura a seguir: + 10 - - 1 eixo dos senos x (0,1) (-1,0) (1,0) (0,-1) + - - M 10 - - 1 eixo dos senos x (0,1) (-1,0) (1,0) (0,-1) senx Figura 52 O sinal de sen x será positivo, se x estiver no 1° e no 2° quadrantes, e negativo no 3° e 4° quadrantes. Para a função seno, temos: D(f) = IR Im (f) = {y ∈ R / –1< y <1} período:
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