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AD1-2020 - Educação e Trabalho

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação a Distância (AD1) – 2020.1
Disciplina: Educação e Trabalho
Coordenadora(o): Prof. Dr. Carlos Soares Barbosa
Aluno(a):Demerice Azevedo de Sousa
Matr.: 18112080466 Polo: Nova Iguaçu
Questão 1:
Assim como a educação, o trabalho é atividade essencialmente humana, pois só os seres humanos
(dotados da racionalidade) são capazes de executá-lo. É por meio do trabalho, da ação
transformadora sobre a natureza e não de simples adaptação a ela, que os seres humanos produzem /
reproduzem a sua existência. Com base no texto de Demerval Saviani (aula1), responda:
a) Trabalho é a mesma coisa que emprego? Por quê? (1 ponto)
b) Em que momento histórico a unidade existente entre trabalho e educação foi rompida? (1 ponto)
c) Quais as consequências desse rompimento para a educação? (1 ponto)
d) É possível encontrar resquícios dessas consequências na sociedade brasileira atual? Justifique sua
resposta fornecendo um ou mais exemplos. (2 pontos)
Respostas: 
a) Não. Porque o trabalho é um processo que permeia todo o ser do homem e constitui a sua
especificidade. O trabalho responde à produção dos elementos necessários e imperativos à vida
biológica dos seres humanos como seres ou animais evoluídos da natureza. Já o emprego,
simplesmente reduz-se a uma atividade meramente laborativa.
b) No momento em que houve a divisão de classes, quando alguns homens tornaram-se detentores
de propriedades privadas (feudal) e tinham tempo livre para uma educação mais específica, centrada
nas atividades intelectuais, na arte da palavra e nos exercícios físicos de caráter lúdico e militar. Já a
classe de não-proprietários (escravista) continuaram a receber uma educação espontânea, não
diferenciada das outras formas de ação desenvolvidas pelo homem, coincidindo inteiramente com o
processo de trabalho que era comum a todos os membros da comunidade.
c) As consequências desse rompimento para a educação fora a separação de escola e produção. A
relação entre trabalho e educação também assume uma dupla identidade. De um lado, continuamos
a ter, no caso do trabalho manual, uma educação que se realizava concomitante ao próprio processo
de trabalho. De outro lado, passamos a ter a educação de tipo escolar destinada à educação para o
trabalho intelectual.
d) Sim, é possível, conforme Gramsci, a escola unitária corresponderia à fase que hoje, no Brasil, é
definida como a educação básica, especificamente nos níveis fundamental e médio.
Questão 2:
Sbardelotto e Nascimento (2008), autoras do texto da aula 2, retratam as principais ideias
defendidas pelo pensador italiano Antonio Gramsci, sobretudo a concepção de escola que defendia
para os trabalhadores. Com base nas referidas autores, responda:
a) Quais as críticas feitas por Gramsci ao sistema educacional de sua época?
b) Quais as características da escola/formação defendida por Gramsci?
Respostas:
a) Gramsci teceu críticas ao sistema de ensino da Itália e também à proposta reformista de Giovanni
Gentile, quando denunciava o caráter elitista da escola tradicional e o caráter discriminatório da
proposta de reforma apresentada por Gentile. Uma de suas críticas à reforma relacionava-se à ideia
de uma escola que distinguisse precocemente a formação profissional e a formação intelectual e
humanista geral. Gramsci fez a crítica à divisão entre a escola clássica e profissional: “[...] a escola
profissional destinava-se às classes instrumentais, ao passo que a clássica destinava-se às classes
dominantes e aos intelectuais. “ (GRAMSCI, 1991, p. 118). Assim, a preocupação de Gramsci com
a educação tinha relação com a sua crítica ao ensino técnico italiano de caráter pragmático,
destinado aos trabalhadores – e estes destinados ao trabalho assalariado, a submissão e exploração
pelo capital – e ao ensino humanista italiano, oferecido à burguesia – esta sim destinada à
comandar, a dominar, a governar a sociedade capitalista, compondo os cargos na administração
pública do Estado liberal-burguês. O processo de trabalho para Gramsci deve ser o princípio
educativo, mas não o modelo de escola profissional de sua época (não diferente hoje) que apenas
cumpria a função de eternizar às estratificações de classes e a predestinação da maioria ao trabalho
alienante, sob falsos princípios democráticos. 
b) Uma escola que proporcione as condições para “[...] que cada ‘cidadão’ possa tornar-se
‘governante’ e que a sociedade o ponha, ainda que ‘abstratamente’, nas condições gerais de poder
fazê-lo [...]”. (GRAMSCI, 2001, p. 50). A escola para Gramsci deveria ser comum a todos, ou seja,
com oportunidade de acesso para todos. Escolas de todos os níveis de ensino que prepare de
maneira igual os indivíduos às mesmas oportunidades profissionais. Educação que oportunize a
absorção e assimilação pelo educando de todo o seu passado cultural, acumulado historicamente e
que deu origem à sociedade em que o indivíduo está inserido. E seu tempo, Gramsci defendia uma
educação que proporcionasse ao educando o conhecimento de toda a história anterior à civilização
moderna, condição “[...] para ser e conhecer conscientemente a si mesmo.” (GRAMSCI, 2001, p.
46). Para Gramsci, todo ou a maior parte do processo educativo de um indivíduo, desde sua infância
até sua escolha profissional, deve estar calcado em princípios “desinteressados” e proporcionar uma
formação humanista geral.

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