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Seminario V Casa - Modulo I - TSJ - 2020 - Mariana Araújo

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou repro-
dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
 
Seminário V 
 
 
MÓDULO: TRIBUTO E SEGURANÇA JURÍDICA 
 
SEGURANÇA JURÍDICA E PROCESSO: RECURSOS, 
AÇÃO RESCISÓRIA E COISA JULGADA 
 
Aluna: Mariana Carla de Araújo Silva 
IBET Maceió 
Questões 
1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho1 
acerca do princípio da segurança jurídica: 
“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o 
de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sen-
tido de propagar no seio da comunidade social o sentimen-
to de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regu-
lação da conduta.” 
Pergunta-se: 
a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância? 
 
A partir dos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho enten-
de-se que a segurança jurídica é a “ferramenta” que garante aos 
 
1. In Curso de direito tributário. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 149. 
 
 
 Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou repro-
dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
cidadãos que as ações que serão praticadas por estes no futuro 
estarão disciplinadas pelo sistema jurídico que eles conhecem. 
Além disso, garante também que as ações praticadas no passado 
não sejam modificadas. Pois bem, a Carta Magna, em seu art. 5º, 
XXXVI prevê: “As leis não podem retroagir, alcançando o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. E diante desse 
artigo, entendemos que encontra-se disciplinado o princípio da 
irretroatividade. Contudo, percebemos também que implicita-
mente está descrito o princípio da segurança jurídica, pois, reve-
la-se o que fora mencionado acima, a respeito de ações praticadas 
no passado. Ademais, além do artigo citado, o princípio da segu-
rança jurídica está implicito em outros fragmentos do texto Cons-
titucional. 
A segurança jurídica é extremamente importante, pois, demons-
tra que o direito positivo garante “tranquilidade” aos cidadãos, 
bem como, garante segurança aos atos praticados e aqueles que 
serão praticados. Ou seja, assegura ao cidadão que as normas 
aplicadas aos atos serão aquelas as quais ele tem conhecimento e 
está diposto a se sujeitar. 
 
b) Indicar limites objetivos previstos no direito positivo que 
resguardam o valor da segurança jurídica. Indique disposi-
tivos da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário 
Nacional que confirmem sua resposta. 
 
Como mencionado no item acima, a segurança jurídica está impli-
cita em diversos trechos da Constituição Federal, tais como: 
 
- No princípio da legalidade: Art. 150. Sem prejuízo de outras ga-
rantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar 
tributo sem lei que o estabeleça. 
 
- No princípio da irretroatividade: Art. 5º. Todos são iguais pe-
rante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
 
 Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
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dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade, nos termos seguintes: 
(...) 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada. 
 
- Nos princípios da anterioridade e da noventena: Art. 150. Sem 
prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é ve-
dado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido pu-
blicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto 
na alínea b. 
 
Ademais, a segurança jurídica também está implicita em diversos 
trechos do Código Tributário Nacional, tais como: 
 
- Na exceção ao princípio da irretroatividade: Art. 106. A lei apli-
ca-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade 
à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato 
não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como 
infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudu-
lento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) 
quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática. 
 
- No princípio da legalidade: Art. 97. Somente a lei pode estabele-
cer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração 
de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 
 
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dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
26, 39, 57 e 65; (...) 
 
c) Como poderia ser resguardada a segurança jurídica no 
contexto social em hipóteses como a de mudança de ori-
entação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
como se deu no caso do direito à manutenção do crédito 
de ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução 
de base de cálculo (sobre essa questão ver RE 
161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)? 
 
Entendo que nesse contexto são será possível que a nova ori-
entação jurisprudencial retroaja (a não ser nos casos em que 
possa beneficiar o contribuinte), de modo que seja garantida a 
segurança jurídica. Contudo, a partir do momento em que 
houver “uma nova visão” sob determinado tema, aplicam-se as 
novas orientações jusrisprudenciais, tendo em vista que o di-
reito está em constante mudança. 
 
d) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da ju-
risprudência vêm ao encontro da realização da segurança 
jurídica (vide arts. 9 º ,10 , 926, 535, §§5 º ,6 º ,7 º e 8º 927 
ambos do CPC/15)? 
 
Sim. O artigo 926 do CPC, por exemplo, prevê: “Os tribunais 
devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, ín-
tegra e coerente.”. Nesse momento o legislador desejou garan-
tir a segurança jurídica. Contudo, esqueceu que não só as ju-
risprudencias irão mudar com o tempo, como também as pró-
prias normas positivadas. Por isso, não é possível que mante-
nham-se decisões jurispridencias estáticas. 
 
2. Qual o conteúdo e alcance do termo “precedente” utilizado 
pelo CPC/15? Jurisprudência e precedente são termos sinô-
nimos dentro do sistema jurídico brasileiro? Os precedentes 
são normas jurídicas? Se sim, de que tipo? O verbo “obser-
 
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dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
var”, veiculado pelo art. 927 do CPC/15, significa que os jul-
gadores estão vinculados aos precedentes judiciais? Esta o-
brigação pode ser reputada instrumento hábil para garantia 
da segurança jurídica? (Vide arts. 926, 927, 988, IV do 
CPC/15). 
 
Na lingua portuguesa, o termo precedente refere-se a “algo ocor-
rido anteriormente”. Juliana Furtado Costa de Araújo afirma: “Em 
sentido amplo, seria uma decisãoproveniente do Poder Judiciá-
rio que tem força suficiente para influenciar a solução de casos 
futuros.”. Os termos jurisprudências e precedentes não são sinô-
nimos. Segundo Mariana Capela Lombardi Moreto: “(...) Toda 
decisão judicial proferida por autoridade judiciária constitui 
precedente judicial. (...) O sentido do termo “jurisprudência” é 
um pouco diferente, na medida em que pressupõe um mínimo 
de constância e de uniformização, que se forma a partir da 
existência de algumas decisões reiteradas num mesmo senti-
do.” Precedentes não são normas jurídicas. Ao utilizar o verbo 
“observar” no CPC/2015 o legislador não impôs ao Juiz que 
“amarre-se” obrigatoriamente a uma decisão anterior, mas que 
a analise e pondere seu posicionamento, de modo que as deci-
sões possam ser homogêneas. O intuito do legislador ao ori-
entar que o juiz observe os precedentes é justamente no sen-
tido de garantir a segurança jurídica, contudo, não se pode 
obrigar um juiz a ter seu entendimento igual ao de outro. 
 
3. Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucio-
nal por uma associação que possui representação em âm-
bito estadual. Quais seriam os caminhos para a discussão 
da questão com efeitos erga omnes sem que seja necessá-
ria a discussão individual por cada contribuinte? Analise 
as opções seguintes motivando as razões do cabimento ou 
não e, no último caso, o foro de ajuizamento: 
 
 a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI: Não cabe. 
Associações não tem legitimidade para propor ADI. Há inclu-
 
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autorização. 
 
 
sive entendimento do STF a esse respeito (ADI 5055). 
 b) Mandado de Segurança Coletivo: Caberá. O inciso LXX, do 
Art. 5º da CF prevê: LXX - o mandado de segurança coletivo 
pode ser impetrado por: (...) b) organização sindical, entidade 
de classe ou associação legalmente constituída e em funcio-
namento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de 
seus membros ou associados. Ademais, o STJ tem reconhecido 
a extensão erga omnes das decisões proferidas em mandado 
de segurança coletivo. 
 c) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamen-
tal: Não cabe. O Ministro Alexandre Morais, relator da ADPF 
652 afirmou: “a associação não tem legitimidade para propor a 
ADPF.”. 
 d) Ação popular: A Lei nº 4.717/1965 regula a ação popular. 
Apesar de ser proposta para proteger interesses da coletivi-
dade e ter efeito erga omnes, as pessoas jurídicas não têm legi-
timidade para sua proposição. Sendo assim, não é cabível. 
 e) Ação Civil Pública: Caberá. O art. 5º da Lei 7.347/1985 
prevê: Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e 
a ação cautelar: V - a associação que, concomitantemente: (...). 
Além disso, no art. 16 da lei retro mencionada prevê: Art. 16. A 
sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da 
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido 
for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese 
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com 
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 f) Ação de rito comum: A associação poderá ajuizar ação or-
dinária. Contudo, em regra, os efeitos serão inter partes e não 
erga omnes. Sendo assim, no caso em questão não será cabível. 
 
4. Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraor-
dinário que trate de matéria tributária modular os efeitos de de-
cisão proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade 
de forma a lhe dar efeitos ex nunc, proibindo com efeitos erga 
omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos 
 
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autorização. 
 
 
até a data do julgamento? Quais os limites previstos em nosso 
ordenamento para a modulação de efeitos em controle de consti-
tucionalidade em matéria tributária? Pode haver modulação de 
efeitos por meio da edição de Súmula Vinculante? (Vide o RE 
556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e parte 
final da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8) 
 
Sim. No RE 556.664-1 o Ministro Gilmar Mender assevera: “Em outras 
palavras, são legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previs-
tos nos arts. 45 e 46 e não impugnados antes da conclusão deste julga-
mento. Portanto, reitero o voto pelo desprovimento do recurso extra-
ordinário, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo único do 
art. 5º do DL 1.569/1977 e dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/1991, porém, 
com a modulação dos efeitos, ex nunc, apenas em relação às eventuais 
repetições de indébito ajuizadas após a presente data, a data do julga-
mento.”. A modulação dos efeitos deverá se aplicar a fatos futuros. Po-
derá haver modulação dos efeitos de Súmula Vinculante, conforme 
previsto no art. 4º da Lei nº 11.417/2006, vejamos: 
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imedi-
ata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão 
de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá 
restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só 
tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em 
vista razões de segurança jurídica ou de excepcio-
nal interesse público. 
 
Portanto, através da modulação dos efeitos, altera-se o início dos efei-
tos da Súmula Viculante. Sendo esse momento no futuro. 
 
5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tribu-
tário em face da União, obtendo decisão, transitada em julgado 
junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo 
a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e 
condenando a União na restituição. Iniciada a fase de cumpri-
mento de sentença contra a União sobreveio decisão de mérito 
 
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do STF, em Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), jul-
gando a mesma lei constitucional (isto significa que a referida 
Adin foi julgada improcedente e que o controle de constitucio-
nalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-se: 
 
a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União 
objetivando a desconstituição da coisa julgada para não ter 
que cumprir a sentença que a condenou à restituição do 
tributo? Se afirmativa sua resposta, indicar o fundamento 
legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se ne-
gativa sua resposta, justifique-a indicando a solução pro-
cessual que a União deve adotar, bem como o dispositivo do 
CPC/15 que respalde sua conclusão. (vide Anexo III) 
 
Sim. Através da leitura do RE 730462 entende-se que: “decisão 
do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade 
ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a 
automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que 
tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, 
será indispensável a interposição de recurso próprio ou, se for o 
caso, a propositura de ação rescisória própria, nos termos do 
Art. 485, V do CPC”. A ação rescisória é cabível com base no in-
ciso IV, do artigo 966 do CPC. 
 
b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do 
STF, em sentido oposto ao da coisa julgada e por meio de 
controle difuso de constitucionalidade, em recurso extra-
ordinário em que houve o reconhecimento da repercus-
são geral da matéria, a conclusão a que você chegou na 
resposta “a” mudaria? Justifique. 
 
Não. Em tese a decisão do recurso extraordináriopoderá des-
constituir a coisa julgada. Contudo, a União não estaria auto-
maticamente apta a promover Auto de Infração para exigir o 
valor que lhe é cabível, pois, também será necessário a ajuizar 
 
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ação rescisória. 
 
6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de 
uma base de cálculo prevista em lei. A instrução normativa 
regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu que, na base de cál-
culo, não deveria ser considerado o valor do transporte pago a 
terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que o 
frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em 
questão. Nesse contexto, o contribuinte consultou você ques-
tionando a necessidade de complementação do recolhimento 
durante a vigência da IN n. 01/02. O que você responderia? 
Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta. 
 
Que não será necessário realizar a complementação, pois, os efeitos 
da IN nº 03/03 serão produzidos apenas após sua publicação, tendo 
aplicação apenas aos fatos geradores ocorridos após sua introdução 
no ordenamento jurídico. Caso contrário, a segurança jurídica não 
estaria sendo garantida ao contribuinte. 
 
 
7. Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, 
as normas de direito material (constitucional e tributário) e 
processual civil, texto constitucional e infralegal, indique 
mecanismos cuja função no sistema é dar efetividade à se-
gurança jurídica, justificando sua resposta com motivos e 
indicação do dispositivo normativo. 
 
Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa jul-
gada num processo, mecanismo processual que impede a re-
discussão da mesma questão em outro processo – art. 5º, 
XXXVI da Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015. 
Existem diversos exemplos, logo, citarei alguns: 
 
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dução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia 
autorização. 
 
 
- Através do princípio da legalidade, clausula pétrea, o qual 
afirma que a exigência e majoração de tributos só serão feitas 
através de lei, e que está previsto no Art. 5º, II e Art. 150, I da 
Constituição Federal, bem como, do Art. 9º. I do CTN. 
- Através do princípio da isonomia, o qual assegura a tratamento 
tributário conforme o potencial econômico de cada contribuinte, 
e que está previsto como cláusula pétrea, no Art. 5º, caput e Art. 
150, II da Carta Magna. 
- Através dos dispositivos que tratam da coisa julgada, tais co-
mo: Art. 502 ao Art. 508, do CPC, que garante ao contribuinte 
que os fatos “passados” não serão modificados.

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