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assistente social vara da infancia (1)

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A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL FORENSE NA VARA DA INFANCIA
Cleonice Leite Martins
Keity Marjorie Viertel
Márcia Maria Cogo Machado
Profª: Fabiana Ramos da Cruz Cardozo
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social (SES0392) – Seminário III
23/10/2017
RESUMO
 Será realizada uma pesquisa exploratória com fundamentação em diferentes acervos, com ênfase no processo de adoção em nosso pais. Abordar sobre a atuação do assistente social no judiciário e suas atribuições que, de alguma forma, se relaciona com questões jurídicas e processos judiciais, nas áreas da infância e família. Discorrer a respeito da Lei nº 12.318, que foi sancionada em 26 de agosto de 2010 e dispõe sobre a alienação parental. O trabalho foi produzido através de pesquisas em livros, artigos científicos, monografia e meios eletrônicos. 
Palavras-chave: Adoção. Judiciário. Alienação parental 
1 INTRODUÇÃO
 Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social pretende caracterizar o assistente social enquanto trabalhador assalariado e portador de um projeto profissional enraizado no processo histórico e apoiado em valores radicalmente humanos e tratar alguns dos determinantes históricos e forças sociais que explicam as metamorfoses dos espaços ocupacionais em que inserem os assistentes sociais na atualidade. Portador de diploma de curso superior de Assistente Social, com o registro no respectivo órgão fiscalizador do exercício profissional. Tendo suas atividades relacionadas com o auxílio, orientação, coordenação, mobilização, articulação, planejamento, cooperação, estudo social, perícia social, mediação familiar e demais atividades sócio-jurídicas pertinentes à profissão, com os servidores do Judiciário e os usuários da Justiça.  Atua como conciliador ou mediador, por designação da autoridade judiciária a que estiver subordinado. Atendendo às determinações judiciais relativas à prática do Serviço Social, sempre em conformidade com a legislação que regulamenta a profissão e o código de ética.
2- PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL
Para a língua portuguesa, adotar “é um verbo transitivo direto” (AURÉLIO, 2004), uma palavra genérica, que de acordo com a situação pode assumir significados diversos, como: optar, escolher, assumir, aceitar, acolher, admitir, reconhecer, entre outros.
Hoje com o apoio da legislação e advento dos juizados da Infância e da Juventude, é possível com mais facilidade adotar um filho.
2.2- TIPOS DE ADOÇÃO NO BRASIL
Conforme mostra a Cartilha da Associação dos Magistrados Brasileiros AMB existem alguns tipos de adoção mais conhecidos:A adoção tardia que se refere à adoção de crianças maiores ou de adolescentes. O que nos faz pensar que a adoção seja uma prerrogativa de recém-nascidos e bebês e de que as crianças maiores seriam adotadas fora de um tempo ideal. Desconsidera-se, com isso, que grande parte das crianças em situação de adoção tem mais de 2 anos de idade e que nem todos pretendentes à adoção desejam bebês como filhos. O termo Adoção tardia tem uma desigualdade de interpretações sobre idades. Há quem fale em 2 anos como idade limite, e há quem fale em a partir de 5 ou 6.
A adoção pronta e direta, ou Intuitu Personae é aquela em que a mãe biológica decide para quem deseja entregar o seu filho. Na maioria dos casos, a mãe procura a Vara da Infância e da Juventude, acompanhada do pretendente à adoção, para legalizar um convívio que já esteja acontecendo de fato. É um tema bastante polêmico, há juízes que entendem que a adoção pronta é sempre desaconselhável, pois é difícil avaliar se a escolha da mãe é voluntária ou foi induzida ou se os pretendentes à adoção são adequados, além da possibilidade de uma situação de tráfico de crianças. Esse tipo de adoção, também é muito comum no Brasil visto que as maiorias dos casais que não podem ter filhos querem adotar crianças recém nascida, branca e com boa saúde. E muitas mulheres, no final da gravidez, desvendam a intenção de confiar seu filho à adoção, pelo fato de não terem condições de criar e educar seus filhos, ou mesmo, por não se acharem em condições de assumir a responsabilidade de serem mães, estabelece contato com casais, que manifestam o desejo de adotar a criança e, passam a dar às futuras mães toda a assistência necessária, para que tenham um bom parto e a criança nasça saudável. E depois do parto a mãe biológica entrega seu filho ao casal adotante, que, pode iniciar a pratica da “adoção à brasileira”, em muitos casos os pais adotantes buscam, por meios legais, a adoção do seu filho, que correm o risco, sem saber, de ver a criança confiscada e levada para alguma instituição, onde esperará os tramites da adoção, fato esse que tem ocorrido repetidas vezes.
Os trâmites legais visam atender casais e/ou pessoas, em obediência quanto à ordem cronológica dos inscritos no Cadastro Único dos Adotantes, que previamente, se habilitam à adoção, pois já fizeram a sua inscrição junto à Vara da Infância e Juventude tornando-se pretendentes à adoção. Com efeito, já no § 1º, da Nova Lei da Adoção, afirma que a intervenção estatal visa à orientação, apoio e promoção social da família natural, “junto à qual a criança e o adolescente devem permanecer”. A adoção, segundo esse mesmo parágrafo, é a última medida a se tomar, na “absoluta impossibilidade” de ficar com a família.
A lei garante a adoção burocrática determinada pelo Estado, sem qualquer condição de os detentores do poder familiar escolherem uma família ideal para o filho que não podem criar, cabendo ao Estado e não aos pais biológicos dizer quem deve adotar a criança.
Adoção à brasileira é a expressão utilizada para designar uma forma de procedimento, que desconsidera os trâmites legais do processo de adoção. Este procedimento consiste em registrar como filho biológico uma criança, sem que ela tenha sido concebida como tal. O que as pessoas que assim procedem em geral desconhecem é que a mãe biológica tem o direito de reaver a criança se não tiver consentido legalmente com a adoção ou se não tiver sido destituída do Poder Familiar.
A adoção ideal é aquela que possibilita a vida em família, para as crianças e os adolescentes, de qualquer faixa etária, que não tem lar tenham qualidade de vida e obtenham o seu desenvolvimento psicofísico, como explicita SILVA, ROBERTO(2003). Essa uma das mais tocantes definições para a luta contra o abandono de crianças no Brasil.
A adoção necessária - crianças que possuem perfis geralmente rejeitados pelos pretendentes adoção, como as crianças que apresentam idade mais avançada e/ou problemas de saúde.
A criança, que sofreu ruptura com as figuras às quais esteve vinculada, pode reconstruir o seu eu primário a partir das novas representações dela própria, das quais participará, fundamentalmente, a interiorização das novas imagens parentais. (MALDONADO, 1998)
Adoção por pessoa jurídica - Esse tipo de adoção é mais utilizada para auxiliar financeiramente as pessoas envolvidas, não tem nada haver com a adoção paterno ou materno-filial, uma relação de pai e/ou mãe e filho. Pela adoção se um vínculo familiar, que dá origem a sentimentos só existentes entre seres humanos. O que não está presente nas chamadas pessoas jurídicas.
A Adoção de embriões – Atualmente com a evolução da ciência e da engenharia genética a questão da fertilização humana assistida está presente, na questão de adoção de embrião humano. Tais técnicas conceptivas resolvem a questão da esterilidade do casal, que terá seu filho, mas, por outro lado, causam graves problemas jurídicos, sociais, psicológicos, bioéticos e de ordem médica.
A Adoção por homossexual – Para uma melhor compreensão do termo trazemos a definição de homossexualidade, que deriva do grego homos que significa igual, combinado com a palavra em latim sexus que quer dizer sexo, refere-se a qualidade própria e inerente de um ser, que se sente atraído fisicamente, emocionalmente e esteticamente por outro ser do mesmo sexo. O homossexualismo pode abarcar a união entre dois homens, ou o relacionamento entreduas mulheres, envolvendo o âmbito sexual.
Essa união, atualmente, é denominada homoafetiva. Na Lei brasileira não existe qualquer posicionamento à respeito do assunto. Cabe ainda dizer se no ECA em seu Art. 42. dispõe que “Podem adotar os maiores de vinte e um anos, independentemente de estado civil”, portanto não é necessário que o sujeito que pretende adotar seja casado. Além do quê, o art. 43 do referido estatuto consagra que “...a adoção poderá ser deferida quando apresentar reais vantagens para o adotante e fundar-se em motivos legítimos.".
Qualquer pessoa seja ela casada, ou solteira, homossexual ou heterossexual, que demonstre ter um lar respeitoso e tenha disponibilidade afetiva, que comprometa-se com as responsabilidades de ser pai e/ou mãe, podem adotar. Este tema é debatido por controvérsias, sendo de intensa preocupação por parte dos legisladores.
Em países, como a Holanda e Dinamarca, já concedem aos homossexuais o direito não só de se casarem, mas também de adotarem crianças.
Alguns estudos demonstraram, que crianças criadas por casais de homossexuais receberam uma boa educação e não se tornaram necessariamente homossexuais, o que é uma preocupação social.
É sabido que a adoção por homossexuais é um tema muito polêmico e a Sociedade Brasileira ainda apresenta bastante resistência em aceitar tal fato. Porém é certo que se trata de objeto de intensa exploração por parte da mídia e é provável que, muito em breve o tema seja legalizado em favor da adoção por parte de homossexuais.
As pesquisas que trabalham com esse tipo de abordagem precisam levar em conta os vários sujeitos participantes do processo, ou seja, aquele que quer adotar, aquele que quer ser adotado ou está a essa mercê, sem excluir aquele que doa o sujeito a ser adotado.
2.3- NORMAS PARA HABILITAÇÃO E ADOTAR UM FILHO
A habilitação é válida em todo o território nacional. Você pode visitar e perguntar em outras Varas e levar sua habilitação para lá.
Lembre-se que haverá um estágio de convivência, que demanda tempo, e você deverá ficar nessa outra cidade durante esse período. As normas gerais de adoção no Brasil são estabelecidas, principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e podem ser assim resumidas:
A pessoa a ser adotada deve ter no máximo 18 anos de idade, a não ser que já conviva com o adotante (pessoa que o adotará). A idade mínima dos candidatos à adotantes é de 21 anos. Deverá ter uma diferença de idade mínima entre o adotante e o adotado é de 16 anos. Ascendentes (avós, bisavós) e descendentes (filhos, netos) não podem adotar seus parentes. Não importa o estado civil do adotante. A adoção requer a concordância dos pais biológicos, salvo em caso de paternidade desconhecida ou quando estes tiverem perdido o pátrio poder. A adoção de adolescente maior de 12 também necessita da concordância deste.
2.4- CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO
O Cadastro Nacional de Adoção (CNA), implantado pela Resolução n. 54, de 29 de abril de 2008, constitui um instrumento seguro e preciso para auxiliar as varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção. No CNA estão concentradas as informações referentes aos pretendentes habilitados e às crianças/adolescentes aptos a serem adotados. A finalidade deste cadastro é agilizar os processos de adoção, por meio do mapeamento de informações unificadas, e viabilizar a implantação de políticas públicas relacionadas ao tema com maior precisão e eficácia. O instrumento amplia as possibilidades de consulta aos pretendentes cadastrados, facilitando, assim, a adoção de crianças e adolescentes em qualquer comarca ou Estado da Federação
3- A LEGISLAÇÃO
A história legal da adoção no Brasil nos remete ao início do século XX. O assunto é tratado, pela primeira vez, em 1916 no Código Civil Brasileiro. Depois dessa iniciativa tem-se ainda a aprovação: em 1957, da Lei nº. 3.133; em 1965, da Lei nº. 4.655; e em 1979 da Lei nº. 6.697, que estabelece o Código Brasileiro de Menores.
Atualmente a legislação vigente que se debruça sobre esse assunto é a seguinte: Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA; Código Civil Brasileiro; e, Lei nº. 9.656/98.
3.1- A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A adoção é abordada na Constituição Federal em seu artigo 2271 que estabelece como dever da família da sociedade e do Estado assegurar às crianças e adolescentes seus direitos básicos. O § 6º deste artigo além de proibir “quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (BRASIL, Constituição Federal, art. 227, § 6°, 1988), em casos de adoção, estabelece a equiparação dos direitos dos filhos adotivos aos dos filhos biológicos.
3.2- ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA
Em 1990 com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA através da Lei n.º 8.069/90, os processos de adoção foram facilitados. O documento põe em evidência os interesses do adotando (filho) e estabelece como principal objetivo do processo de adoção assegurar o bem estar deste conforme dispõe o artigo 43: “A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos” (BRASIL, ECA, Art. 43, 1999).
Conforme consta no ECA, através do ato de adoção os requerentes, ou seja, os pais, conferem ao filho adotado os mesmos direitos dos filhos naturais. Ressaltando-se que uma vez concluído o processo de adoção esta é irrefutável, a não ser em caso de maus tratos pelos pais. Nesse caso, assim como ocorreria com os pais “de sangue”, os pais adotivos perdem o pátrio poder e o Estado se responsabiliza pela guarda dos filhos encaminhando-os a uma instituição para menores desamparados até definir sua situação, ou os coloca sob a guarda de um parente que tenha condições de acolhê-los.
3.3- LEIS ESPARSAS
O Código Civil Brasileiro aprovado em 2002 por meio da Lei nº. 406/2002 reproduz o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente – Eca, no que diz respeito à adoção. Afora as citadas, a Lei 12.010/09, chamada Lei da Adoção, aprimora a sistemática para garantia do direito à convivência familiar a todas as crianças e adolescentes. Desta há ainda a Lei nº. 9.656/1998, que trata dos planos de saúde, mas que vai se debruçar sobre a problemática da adoção quando estabelece a “cobertura assistencial ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, ou de seu dependente, durante os primeiros trinta dias após o parto”. Também assegura a este a inscrição no plano de saúde “como dependente, isento do cumprimento dos períodos de carência, desde que a inscrição ocorra no prazo máximo de trinta dias do nascimento ou da adoção” e ainda a “inscrição de filho adotivo, menor de doze anos de idade, aproveitando os períodos de carência já cumpridos pelo consumidor adotante” (BRASIL, Lei nº. 9.656/1998).
3.4- ESTÁGIO PARA CONVIVÊNCIA
Antecedendo a concretização da adoção, o adotando e os adotantes passam pelo estágio de convivência, período estipulado pelo juiz a fim de ter plena certeza de que os adotantes estão realmente preparados para a adoção e o menor satisfeito, adaptado.
Esse estágio esta positivado no Estatuto da Criança e do Adolescente: Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso. (Brasil. Lei n. 8.069, de 13-7-1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente).
Estágio de convivência é o período no qual a criança ou adolescente é confiada aos cuidados da(s) pessoa(s) interessada(s) em sua adoção (embora, no início, a aproximação entre os mesmos possa ocorrer de forma gradativa), para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo paterno filial a partir, inclusive, da análise do relacionamento entre o adotando e os demais integrantes do núcleo familiar, com os quais este irá conviver. Por força do contido no caput do dispositivo, a realização do estágio de convivência será a regra (mesmo em relação a crianças recém-nascidas), como forma de aferir a adaptação da criança ou adolescente à família substituta e a constituiçãode uma relação de afinidade e afetividade entre os mesmos, que autorize o deferimento da adoção. (DIGIÁCOMO, Murilo José; DIGIÁCOMO, Ideara de Amorim, 2011, p. 73).
Valter Kenji Ishida traz os efeitos do estágio de convivência referente à guarda do menor, in verbis:
É modalidade de guarda, porquanto exige a “posse” da criança ou adolescente junto ao adotante. Trata-se de uma guarda precária, por período muito curto de tempo e limitada, porquanto veda a saída do estrangeiro do país. Todavia, não se pode negar que neste exíguo período o menor ficará sob responsabilidade do adotante, devendo o mesmo prestar assistência material, moral e educacional (art. 33, caput, do ECA), podendo-se denominar de “guarda limitada”. (ISHIDA, Valter Kenji, 2010, p. 101).
O legislador entende – em regra – que a criança e o adolescente não podem passar a morar definitivamente com os adotantes antes que se tenha uma adequação no novo ambiente em que o menor passa a viver e, também, uma confirmação da adaptação dos adotantes frente ao adotando.
4- ASSISTENTE SOCIAL FORENSE
O campo empírico das inquietações profissionais e estimulador da atitude investigativa é a prática profissional. A prática profissional, problematizada, constitui-se em fonte de reflexão e construção de conhecimentos sobre seu objeto de intervenção e suas expressões particulares no contexto socio-ocupacional, onde o profissional está inserido. Uma das principais finalidades da investigação realizada é o reconhecimento da natureza, da inserção histórica característica da área profissional do Serviço Social, a partir de suas ações junto ao Poder Judiciário, o qual, contemporaneamente, se tornou “[...] uma instituição que tem de enfrentar o desafio de alargar os limites de sua jurisdição, modernizar suas estruturas organizacionais e rever seus padrões funcionais, para sobreviver como poder autônomo e independente” (Faria, 2001, p. 9). 
Configurando-se como locus das inúmeras mediações que se operam nas relações de trabalho profissional, é nesta instituição, de natureza eminentemente pública, que se configuram ações voltadas a objetivos explícitos, “Como uma das instituições básicas do Estado constitucional moderno, em cujo âmbito exerce uma função instrumental (dirimir conflitos), uma função política (promover o controle social) e uma função simbólica (promover a socialização das expectativas à interpretação das normas legais)...” (ibidem, p. 8). 
A partir dessa complexa inserção, busca-se compreender o projeto profissional, vinculada ao Serviço Social. Assim, acredita-se que seja possível ao profissional dar nova dimensão a esse cotidiano de trabalho, quase sempre prejudicado pela grande demanda e pela insuficiência de recursos de infraestrutura, incluindo os humanos, fazendo que, muitas vezes, se vejam como executores de ações isoladas e imediatistas, nem sempre recuperando-se em tempo e condições para reconhecerem-se como participantes das ações que configuram uma instituição ou “[...] um Poder em busca não de um autor, mas de espaços mais nítidos de atuação, de uma identidade funcional mais precisa e de maior legitimidade política” (ibidem, p.17). 
Entende-se 'instituição', neste caso, como o locus de intermediação entre o Estado e a população que a ela procura, espaço esse transversalizado por forças e interesses criados no âmbito dos projetos da sociedade ocidental, para“[...] determinar e assegurar a aplicação das leis que garantem a inviolabilidade dos direitos individuais” (Ferraz Jr., 1994, p. 13). Entendendo que, desde sua constituição nos tempos antigos, a instituição judiciária chega aos tempos modernos como básica ao Estado. 
Em tempos de reestruturação do capitalismo, o Poder Judiciário se vê, então, em um cenário incerto, no qual o Estado-nação vai perdendo sua autonomia e o ordenamento jurídico vê comprometida sua história, sua unidade e sua organicidade. De acordo com Faria (2001, p. 9), este Poder tem o desafio de alargar os limites de sua jurisdição e rever suas estruturas organizacionais e padrões funcionais. É esse o espaço institucional que contrata e prevê ações profissionais para a área do Serviço Social. O Poder Judiciário, conforme esse mesmo autor, não costuma dispor de meios materiais e técnicos para fazer frente às novas demandas: “O tempo do processo judicial é o tempo diferido. O tempo da economia globalizada é o real...” (ibidem, p. 9). Entre os múltiplos efeitos da transnacionalização da economia, encontram-se os “[...] ‘excluídos’ do sistema econômico que perdem progressivamente as condições materiais para exercer seus direitos básicos [...]. Com suas prescrições normativas, o Estado os integra ao sistema jurídico basicamente em suas feições marginais — isto é, como devedores, invasores, réus, transgressores de toda natureza, condenados etc.” (ibidem, p.13-14). 
O corporativismo e a burocracia impregnam fortemente a mentalidade do Judiciário, contribuindo para a lentidão administrativa de suas decisões internas, e operacionais, no âmbito da aplicação da lei. “Nos burocratizados tribunais brasileiros, cujos integrantes parecem acreditar que os conflitos podem ser solucionados pelo simples apego a certas formas e/ou ritualização de certos atos, os direitos humanos e os direitos sociais vêm dificultando a rotina da aplicação da lei...” (Faria, 1994, p. 47). Nessa mesma direção, este autor destaca que o agravamento das questões sociais, em decorrência da crise econômica, sobretudo nos anos 1990, tem obrigado “[...] a magistratura a refletir um pouco mais sobre suas funções sociais” (ibidem, p. 47). 
Em alguns espaços do Poder Judiciário, essas funções sociais se expressam mais nitidamente, como aqueles nos quais tramitam as ações relativas à infância, juventude, família e criminais. Nessa realidade, expressões da ausência, insuficiência ou ineficiência do Poder Executivo na implementação de políticas sociais redistributivas e universalizantes se escancaram, na medida em que, além dos litígios e demandas que requerem a intervenção judicial, como regulamentação de guarda de filhos, violência doméstica, adoção etc., cada vez mais se acentua uma “demanda fora de lugar” ou uma “judicialização” da pobreza,1 que busca no Judiciário solução para situações que, embora se expressem particularmente, decorrem das extremas condições de desigualdades sociais.
5- A ALIENAÇÃO PARENTAL
A Lei nº 12.318/2010, aprovada em 26/08/2010 trata-se da Alienação Parental, que consiste na interferência psicológica provocada na criança ou adolescente por um dos seus genitores contra outro membro da família que também esteja responsável pela sua guarda e vigilância. Conforme previsto nessa lei, no Brasil, a alienação parental é considerada um crime. 
E de acordo com a lei, a desqualificação de um dos progenitores através da alienação parental deve ser punida em proporção com a gravidade do caso, que pode ser desde uma advertência formal ao alienador até o pagamento de multas e suspensão da autoridade parental.
Conforme preconiza o art. 2º da Lei nº 12.318/2010 é considerado, alienação parental quando há interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, causada ou induzida por um dos genitores, avós ou que tenham autoridade sob a criança ou adolescente, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Alguns exemplos da conduta acima que pode caracterizar o ato, são:  Impedir o pai/mãe não guardião(ã) de obter informações médicas ou escolares dos filhos, criar obstáculos à convivência da criança com o pai/mãe não guardião(ã) e familiares deste(a), apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar sua convivência com a criança ou adolescente, ou mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
5-1. SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP):
Conforme o conceito de seu pesquisador, o psiquiatra estadunidense RichardA. Gardner:
A síndrome de alienação parental (SAP) é uma disfunção que surge primeiro no contexto das disputas de guarda. Sua primeira manifestação é a campanha que se faz para denegrir um dos pais, uma campanha sem nenhuma justificativa. É resultante da combinação de doutrinações programadas de um dos pais (lavagem cerebral) e as próprias contribuições da criança para a vilificação do pai alvo. (1985 e ss)
A Alienação Parental (AP) é uma patologia psíquica gravíssima que acomete o genitor que deseja destruir o vínculo da criança com o outro, e a manipula afetivamente para atender motivos escusos. Quando a própria criança incorpora o discurso do(a) alienador(a) e passa, ela mesma, a contribuir com as campanhas de vilificação do pai/mãe-alvo, instaura-se a Síndrome de Alienação Parental.
A mãe acometida pela AP não consegue viver sem a criança, nem admite a possibilidade de que a criança deseje manter contatos com outras pessoas que não com ela. Para isso, utiliza-se de manipulações emocionais, sintomas físicos, isolamento da criança com outras pessoas, com o intuito de incutir-lhe insegurança, ansiedade, angústia e culpa. Por fim, mas não em importância ou gravidade, pode chegar a influenciar e induzir da criança a reproduzir relatos de eventos de supostas agressões físicas/sexuais atribuídas ao outro genitor, com o objetivo único (da mãe, é claro!) de afastá-lo do contato com a criança. Na maioria das vezes, tais relatos não têm veracidade, dadas certas inconsistências ou contradições nas explanações, ou ambivalência de sentimentos, ou mesmo comprovação mas se tornam argumentos fortes o suficiente para requerer das autoridades judiciais a interrupção das visitas e/ou a destituição do poder familiar do “suposto” agressor. 
Na maioria das vezes, dado o elevado índice de guardas de menores concedidas às mães (cerca de 95 a 98% no Brasil, segundo dados do IBGE), o alienador é a mãe, por ser a detentora da guarda monoparental, tem mais tempo para ficar com a criança, está movida pela raiva e ressentimentos pelo fim do relacionamento conjugal, e mistura sentimentos. Mas, o alienador pode ser também: avós, familiares, padrasto/madrasta, o pai, amigos, que manipulam o pai/mãe contra o outro para envolver o(s) filho(s) menor(es) na rejeição ao outro pai/mãe.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
7- BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA JÚNIOR, Jesualdo. Comentários à Lei da Alienação Parental – Lei nº 12.318, de 26 de Agosto de 2010. Revista Síntese Direito de Família, vol. 12, nº 62, out/nov, 2010, p. 8.
AMBITO JURIDICO. Alienação parental. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9277 Acesso em:26/10/2017
AURÉLIO, Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0. Coordenação e edição: Margarida dos Anjos e Marina Baird Ferreira. Brasil: Editora positivo, 2004.
BRASIL. art. 227, § 6°, 1988 Constituição Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em:25/10/2017
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13-7-1990. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm Acesso em:25/10/2017
BRASIL. Lei nº. 9.656, 1998. Código do processo civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656.htm Acesso em: 24/10/2017
BRASIL. lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009. Código do processo civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm Acesso em: 25/10/2017
BRASIL. lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Código do processo civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm Acesso em: 26/10/2017
CADASTRO DO CNJ. Infância e juventude. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/cnanovo/publico/ManualCNA.pdf Acesso em: 25/10/2017
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Cadastro Nacional de adoção. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/cadastro-nacional-de-adocao-cna Acesso em: 25/10/2017
DIGIÁCOMO, Murillo José; DIGIÁCOMO, Ideara de Amorim. Estatuto da Criança e do Adolescente anotado e interpretado – 2ª edição. São Paulo: FTD, 2011.
INFOESCOLA. Adoção no Brasil Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/adocao-no-brasil/ Acesso em: 24/10/2017
ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da criança e do adolescente – 12ª edição. São Paulo. Atlas. 2010
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