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caipira hortaliças_SECAO1 ESTAGIO ANHANGUERA

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU, ESTADO DE SÃO PAULO.
CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA – ME, microempresa, inscrita no CNPJ/MF sob o nº _______, com sede _______ _____________________, nº _______, Bairro _______, na Cidade de Bauru, Estado de São Paulo, CEP:_______, com endereço eletrônico_______, representada pelo Sr. Barnabé, agricultor, estado civil_______,inscrito no CPF ______e RG _______, residente na _______, Bairro_______, cidade_______, CEP_______, endereço eletrônico_______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador (a), conforme procuração em anexo – doc.01, com escritório profissional _______ _______, nº _______, Bairro _______, na Cidade de Bauru, Estado de São Paulo, CEP: _______, onde recebe notificações e intimações, devidamente inscrito na OAB/SP sob nº_______, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor:
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES
Com fundamento no artigo 186 c/c artigo 927, e os artigos 402 e 403 do Código Civil, em desfavor de VIAÇÃO METEORO LTDA, _______, inscrita no CNPJ/MF sob o nº_______, com sede na _______ _______, nº _______, Bairro _______, endereço eletrônico_______, na Cidade São Paulo, Estado de São Paulo, CEP: _______, pelos fatos e fundamento que passa a expor:
I - DOS FATOS
Barnabé é um senhor de 50 anos de idade. Ele é agricultor e vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP. Ele possui uma microempresa chamada Caipira Hortaliças Ltda. – ME, cuja sede é na mesma cidade, que utiliza para emitir notas fiscais aos comerciantes que adquirem os seus produtos. Com o esforço do seu trabalho, através da Caipira Hortaliças Ltda. – ME, Barnabé adquiriu uma pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223, que utilizava para o transporte dos seus produtos. O seu veículo realizava entre 5 a 10 entregas por dia nas cidades próximas.
No dia 11/02/2017, o sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo a sua Pick-up após mais um dia cansativo de trabalho. Naquela noite, chovia muito e a estrada estava escorregadia, e havia também muita neblina. Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, o sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou no seu lado da pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. 
No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de 10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. 
O veículo pick-up ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Pelo lado do ônibus, com o impacto, cinco passageiros, os senhores Lino, Cláudio, Ribamar, Jorge e Bráulio, que não estavam utilizando cinto de segurança, sofreram lesões. Lino quebrou o seu braço e teve uma pancada na cabeça. Cláudio teve um traumatismo craniano e está em observação no hospital local. Ribamar teve uma lesão na coluna e corre o risco de ficar com sequelas ou paralisia. Jorge e Bráulio tiveram escoriações leves. Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia. 
A polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo em sua direção. Posteriormente, no hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. 
A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a invasão à outra pista, mas não conseguiu definir se esta ocorreu antes ou após o choque. Estiveram também presentes a seguradora da pick-up, Shangai Marine, bem como a seguradora da empresa de ônibus da Viação Meteoro, a Seguradora Trafegar S/A. 
O relatório final de cada uma tinha conclusões distintas: a seguradora da empresa de ônibus considerou a pick-up como a responsável pelo acidente, enquanto que a seguradora da pick-up considerou a empresa de ônibus como a responsável.
Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, embora agradecido por ter sobrevivido, o sr. Barnabé estava preocupado agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. 
Como ele trabalhava sozinho, não sabia como fazer para sobreviver no período de recuperação do acidente, e também como faria para transportar as hortaliças. Ele também tinha dúvidas de quem seria o responsável pelo ressarcimento do seu veículo: o motorista do ônibus, a empresa ou os dois. Foi apurado que a empresa Viação Meteoro Ltda. tinha sede em São Paulo/ SP. 
A empresa de ônibus fez três orçamentos para o conserto do seu veículo, ficando apurado que o da concessionária Translíder ficaria em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o da Oficina Battera ficaria em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), enquanto que o orçamento da Oficina Restaurar Ltda. ficaria em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Por outro lado, foi apurada a perda total do veículo do sr. Barnabé. 
Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Como a empresa de ônibus negou autoria do acidente e a sua seguradora não aceitou recompor os prejuízos, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional do Estado, para ser ressarcido de forma pecuniária pelos danos morais, materiais e lucros cessantes sofridos.
II - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
O Autor postula a Justiça Gratuita, com fulcro nos artigos 98 e 99, do Novo CPC e artigo 5º, inciso LXXIV, da CF/88, pois é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não tendo condições de arcar com as custas e despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento, conforme Declaração de Pobreza que instrui a inicial. Por cautela, traz ao conhecimento de Vossa Excelência a cópia de seu contracheque.
II – DO DIREITO
Trata-se de uma AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES. 
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, garante aos cidadãos o direito de pleitear a reparação dos danos causados por outrem.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;”
O Código Civil ratifica citando que “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Artigo 186 do C.C., e este está obrigado a repará-lo “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” Artigo 927 do C.C.
Consoante os artigos 28, 29 e 34 do Código de Trânsito Brasileiro antevê que:
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis
à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: 
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
Analisando o descumprimento das normas de trânsito aplicáveis a espécie, infere-se que o motorista da Ré foi responsável pelo acidente ocorrido. 
O art. 932, III, do Código Civil, prevê a responsabilidade pela reparação civil, ou seja, o condutor funcionário da Ré (empresa de transportes). 
Da mesma forma, os artigos 402 e 403 do Código Civil, explicitam sobre as perdas e danos: 
Art. 402 “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além de que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”. 
Art. 403 “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual”.
Ou seja, o direito do Autor encontra-se amplamente amparado na Legislação Pátria, tendo a certeza de que abusos como estes devem ser contidos, garantindo a restituição ao status quo.
Estes direitos não foram respeitados pela Ré eis que retirou indevidamente um direito hoje considerado básico pela real necessidade da raça humana.
Foi apurada a perda total do veículo do sr. Barnabé. Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Deve a Ré arcar com perdas e danos sofridos pelo Autor, quais sejam:
a) Perca total do veículo;
b) Redução do faturamento mensal;
c) Representante legal impossibilitado temporariamente de exercer as atividades indispensáveis a empresa. 
A reparação que obriga o ofensor a pagar e permite ao ofendido receber é princípio da Justiça, com feição, punição e recompensa. Em razão do acidente ocorrido o Autor ficou sem condições de trabalho no período de três meses, bem como teve prejuízos de ordem material, conforme já explicitado.
Por conseguinte, o mesmo deverá ser condenado no pagamento de todos os prejuízos do Autor, que se calcula entorno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
III – DOS PEDIDOS
À face do exposto, com supedâneo na legislação correlata, especialmente os artigos 186 e 927, do Código Civil e artigo 1049, do Novo CPC, requer de Vossa Excelência:
a) A citação das Requeridas, nos termos do artigo 249, NCPC, por carta com Aviso de Recebimento, e, em caso de citação por Oficial de Justiça, com os benefícios do artigo 212, do NCPC, para, querendo, vir contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão;
b) Os depoimentos pessoais das Requeridas, por seus representantes legais e depoimento pessoal do Requerido;
c) A procedência total da presente ação, condenando a Ré ao pagamento dos danos materiais: Perca total do veículo; Redução do faturamento mensal; e os danos do Representante legal da Autora ter ficado
impossibilitado temporariamente de exercer as atividades indispensáveis a empresa, com as atualizações até o efetivo pagamento;
d) A condenação das Requeridas no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (Artigo 85, § 19, Novo CPC);
e) Os benefícios da Justiça Gratuita, em razão de a Requerente ser pobre na acepção jurídica do termo, sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de insuficiência e comprovante de renda, artigos 98 e 99, do Novo CPC;
f) Audiência e conciliação.
Protesta provar o alegado por todos os meios admissíveis em direito, em especial pelos depoimentos dos representantes legais das Requeridas e depoimento pessoal do Requerido, perícias, oitiva de testemunhas arroladas (abaixo), juntada de documentos, bem como as provas para o deslinde do feito.
Dá-se à causa o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
Nesses termos, 
Pede e espera deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado(a)]
[número da Inscrição na OAB]
ANEXOS:
1) Documentos de identidade da Impetrante, RG, CPF, Comprovante de Residência;
2) Procuração;
3) Boletim de ocorrência (BO);
4) Laudo Pericial;
5) Três orçamentos fornecidos pela empresa Viação Meteoro LTDA;
6) Impressão de conversas via correio eletrônico entre Autora e Ré;
7) Três últimos faturamentos mensais da Autora.
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