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Estagio Civil 1

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA-PR
JOÃO XXXXXXX, brasileiro, em união estável, autônomo, regularmente inscrito no CPF/MF sob nº xxxxxxxxxxx e RG xxxxxx, e-mail joao.xxxx@gmail.com, telefone 54 999999999 e MARCOS XXXX, brasileiro, em união estável, autônomo, regularmente inscrito no CPF/MF xxxxxxxxxxx e RG xxxxxx, e-mail marcos.xxxx@gmail.com, telefone 054 911111111, ambos residentes e domiciliados à Rua das Bromélias, nº 100, bairro: Interior, CEP: xxxxx-xxx, na cidade de Londrina – Paraná, vem perante a preclara presença de vossa excelência, por intermédio de seu advogado infra qualificado, com escritório profissional na Rua XXXXXX, nº 0000, com procuração devidamente juntada propor a presente: AÇÃO DE USUCAPIÃO RURAL, nos termos dos arts. 191, caput, da CF/88, e art. 1.239, do CC/02, em face de JULIÃO XXXXX, portador da cédula de identidade RG nº XXXXXX, e inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX , casado com RUTH XXXX, portadora da cédula de identidade RG nº XXXXXX, e inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, ambos, residentes e domiciliados na Rua XXXXX, nº XXXX, bairro XXXXXXX, CEP.: XXXXXX, Londrina/PR, CEP.: XXXXXXX, pelos motivos de fatos e direitos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
A localização do imóvel usucapindo fica na Rua das Bromélias, Nº 100, Bairro: Interior, CEP: XX.XXX-XXX, Londrina/PR, sendo que o mesmo é composto de terreno, com área de 35 (trinta e cinco) hectares, de propriedade Julião XXXXXX e sua esposa Ruth XXXX, o respectivo imóvel faz divisa com a Fazenda da Paz, cujo proprietário é pessoa Jurídica denominada Fazenda da Paz Ltda., e também com uma propriedade rural pertencente aos cônjuges Francisco XXXX e Rosa XXX.
O imóvel está inscrito no 2º Cartório de Registro de Imóveis de Londrina/PR em nome de Julião XXXX, brasileiro, casado, autônomo, portador da cédula de identidade R.G. nº XX.XXX.XXX-X e CPF/MF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXXXX, Nº XX, CEP: XX.XXX-XXX, Lodrina/PR, não constando transcrição alguma, conforme comprova a certidão negativa em anexo.
O Requerente possui mansa e pacificamente o imóvel por mais de 9 anos, sem que houvesse interrupção, nem oposição.
Contudo o requerente não possui título de domínio do mesmo, e quer através da presente ação de usucapião, respeitando-se os termos do artigo 1.239 do Código Civil pátrio.
Há nove anos, João XXXX e Marcos XXXX, conviventes em união estável homoafetiva, tomaram posse de um pequeno imóvel rural, de apenas 35 hectares, já mencionado acima.
Com o passar dos anos, João XXXX e Marcos XXXX, que não possuíam nenhum outro imóvel, construíram uma casa no terreno e passaram a tirar da terra o sustento da família, tanto para o sustento próprio, tendo em vista que é a única maneira que sobrevinha o custeio de suas despesas, tanto para despesas de seu companheiro que também colabora com mas contudo para sanar as despesas do dia, despesas necessárias. Nunca tendo aparecido qualquer pessoa para reclamar a propriedade do referido imóvel. Até mesmo os carnês de IPTU, deixados na propriedade pela prefeitura, foram pagos pelo casal, desde o início da posse, bem como conta de luz, de água, de despesas pessoais como roupas e despesas necessários como mantimentos.
Nove anos após ter tomado posse do referido imóvel, João ficou muito doente, doença esta que o motivou a regularizar a situação do terreno, hoje não mais terreno, mas sim um imóvel, vale ressaltar que a doença foi o principal motivador, pois João por estar gravemente doente precisa de uso contínuo de medicação, precisa de auxílio médico, bem como consultas e exame enfatiza que por se tratar de um imóvel rural, é cabível mencionar que somente na zona urbana que se encontra médico, bem como clínicas, postos de saúde e hospitais, dificultando o acesso de João.
O mesmo se encontra extremante preocupado no quesito desconforto, pois se encontra em uma situação vulnerável em que infelizmente é acometido semanalmente a uma sessão de exames cumuladas com consultas a cada 3 dias. A inquietação quanto a ser o proprietário de posse e de direito é admissível, levando em conta não somente a vulnerabilidade da doença, mas sim pelo fato de estar estritamente de boa-fé e tendo amparo na Lei, dito isto, o mesmo pretende com amparo jurídico e de forma pacífica ser de fato o proprietário do imóvel.
Tendo em vista o motivo pelo qual levou o Requerente a solicitar um auxílio da advogada que subscreve, pois já demonstrado é notória sua boa-fé no caso em questão, vez que gostaria de sanar possíveis transtornos que podem ocasionar no decorrer dos anos. É cabível salientar que mediante a doença que fora diagnosticado, o deixou desamparado, pois sua desenvoltura física infelizmente não é a mais a mesma, o levando a ficar sem a renda mensal, pois para seu sustento e de seu companheiro, o trabalho advêm da própria área de moradia, ou seja, por isso então a necessidade de regularizar toda essas situação da forma mais correta possível, com amparo jurídico e legal, dito isto, a despesa com advogado neste momento torna um pouco dificultoso, porém necessário.
II – DO DIREITO
O Autor satisfaz os requisitos do artigo 1242 do Código Civil, de Usucapião Ordinário. Pois possui de forma continua e incontestada o imóvel, pois nele foi construído residência familiar, o que caracteriza que exercem a posse de forma pacifica e continua, bem como os comprovantes de pagamentos dos IPTUs comprobatórios no justo período de nove anos.
É cabível mencionar que a Posse qualificada ad usucapionem para que seja configurada a usucapião, é necessário que o possuidor esteja na propriedade com a intenção de ser o dono dela, e pelo tempo fixado em lei para cada espécie de usucapião, o que costuma ser chamada de animus domini (ânimo/intenção de proprietário/dono). Além disso, essa posse deve ser mansa e pacífica, ou seja, sem que o proprietário tenha manifestado interesse em reaver a posse do bem. Por fim, essa posse, necessariamente, terá de ser contínua, sem interrupção, não sendo admitida em intervalos para a configuração desse requisito. Após essa breve descrição é notória que a situação do Requerente se enquadra de forma legal.
Apresenta boa fé, pois crê que a coisa lhe pertença, caracterizado o animus domini (ânimo do proprietário), tendo em vista as benfeitorias que fizeram no imóvel, a construção da casa no referido imóvel, demonstra clareza de direito, bem como o pagamento em dia de faturas de água, luz e tributos, o que comprova o comprometimento com este, em virtude do direito real adquirido, conforme artigo 201 do Código Civil.
Tendo em vista na Boa-Fé do requerente, que por sua vez é um dos requisitos da usucapião ordinária, previsto no art. 1.201, do CC/02. Trata-se de requisito deveras simples, a ser interpretado do seguinte modo: se o possuidor ignora as situações que o impediriam de adquirir a coisa e simplesmente foi possuidor para residir, sem buscar fraudar a lei, teremos o possuidor de boa-fé.
Já a usucapião rural, também chamada de usucapião pró-labore, está prevista nos arts. 191, caput, da CF/88, e art. 1.239, do CC/02, que assim dispõe, apresentando-nos os requisitos:
Art. 1.239 CC. “Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.”
Portanto, mais uma vez é notória que o Requerente tem por direito e totalmente aparado em lei que o bem é de fato seu configurando assim a posse total do bem.
	
III – DOS PEDIDOS
Diante do Exposto requer:
a) A citação de Julião XXXX e Ruth XXXXX bem como dos confinantes e, por edital, dos eventuais interessados, sendo observado o prazo do artigo 232, inciso IV do Código de Processo Civil.
b) Seja intimadas, as autoridades competentes da fazenda pública da União, Estado, e Município, para que se manifestem.
c) Seja intimado o Ministério Público,para que intervenha nos autos do processo.
d) A procedência da presente ação, com a finalidade de ser declarada na sentença, o domínio do requerente sobre a área do imóvel, condenando-se a parte que contestar ao pagamento dos honorários advocatícios, custas e despesas processuais.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXX (valor por extenso).
Nestes termos, pede deferimento.
Londrina, Paraná,XX de XXXxx de 2020.
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 Advogado
 OAB/RS

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