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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM ETAPA 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Nivelamento de Gestão do Tempo na Autoaprendizagem Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Rodrigo Borsatto Sommer da Silva Autora Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Renan Willian Pacheco Revisão José Roberto Rodrigues 3 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM APRESENTAÇÃO Esta primeira etapa mostrará de forma resumida que a educação a distância não é algo novo ou recente, esta modalidade é bastante antiga. A primeira tecnologia que auxiliou as pessoas a se comunicarem foi a escrita. A sistematização desta educação permitiu a protagonização de muitos estilos de aprendizagem e a possibilidade da democratização de acesso à universidade por muitas pessoas, reduzindo as distâncias. 4 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Desde os primórdios da escrita observa-se um crescente desenvolvimento da comunicação. No transcorrer da história, muitos povos utilizavam uma estrutura de comunicação escrita que buscava informações para o registro de problemas e fatos do cotidiano. No decorrer do tempo, passaram a transmitir informações científicas que se destinaram à instrução e ao conhecimento destes fatos. A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exem- plos de EAD. Seu alcance, entretanto, foi relativamente limitado até que foram transformadas em livros (CHAVES, 1999, p. 24) A descoberta desta primeira tecnologia, chamada escrita, foi essencial para que essa interação entre professor e aluno ocorresse, por meio de materiais de estudo. Ainda segundo Chaves (1999), o ensino a distância é uma modalidade antiga, que ocorre quando professor e aluno se encontram em tempo e espaço separadamente. Desta forma, a educação à distância recebeu uma ênfase maior por parecer algo inovador, mas esta prática já foi adotada desde o início das civilizações. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, especialmente no último século, passando pelo rádio, aparelho de TV, telefone e em seguida pela internet, experimentou um considerável avanço. Para que possamos ter uma noção da dimensão do avanço da educação a distância no mundo contemporâneo, alguns acontecimentos históricos serão ressaltados (PICONEZ, 2003): Começamos na Alemanha, no século XV, com Johannes Guttenberg, que desenvolveu a imprensa, uma máquina de impressão tipográfica. Esta só foi reconhecida quando do surgimento dos primeiros livros impressos, que facilitaram a propagação do conhecimento. 5 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM FONTE: Disponível em: <http://www.graphics-stamps.org/07bGutenberg. html>. Acesso em: 14 abr. 2017. FIGURA 1 – JOHANNES GUTTENBERG E A MÁQUINA DE IMPRESSÃO TIPOGRÁFICA No século 17, com as tendências de um modelo educacional oriundo do racionalismo e do período renascentista, buscava-se um método diferenciado de educação, com o intuito de tornar esta mais agradável e, ao mesmo tempo, mais eficaz. No século 18, a Revolução Francesa, em 1789, defendeu os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade. Este século foi marcado pelo Iluminismo, sendo este um período rico em reflexões pedagógicas. No século seguinte surgia a Revolução Industrial, provocando mudanças na produção, no trabalho e na estrutura. Com estas mudanças, houve uma forte necessidade de pessoal qualificado para mão de obra. Surgem assim tentativas de universalização do ensino a distância, que se utilizou dos meios de comunicação disponíveis na época, como correspondência e depois o rádio. A primeira notícia de um curso a distância foi publicada em 1728 pela Gazeta de Boston. Em 1833, o periódico sueco Lunds Wechblad, ao alterar seu endereço para as remessas postais de quem estuda por correspondência, indica cursos a distância na Suécia. A primeira escola de ensino por correspondência na Europa foi a Sir Isaac Pitman Correspondence Colleges, que surgiu em 1840, com um sistema de taquigrafia de fichas e intercâmbio postal. Alguns anos mais tarde, em 1843, é fundada a Phonografic Correspondence Society, que tem como função corrigir as fichas dos exercícios de taquigrafia. Em 1856, em Berlim, a Sociedade de Línguas Modernas patrocina professores a ensinarem francês por correspondência. Pode-se com isso afirmar que foi a primeira 6 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. instituição de ensino por correspondência. Logo depois, em 1858, a Universidade de Londres começa a conceder certificados para alunos que participam de cursos por correspondência promovidos pela instituição. Em meados de 1892, a Universidade de Chicago desenvolve um curso por correspondência. No início do século XX, em Valência, na Espanha, Júlio Cervera Baviera abre a Escola Livre de Engenheiros. Na Austrália, no ano de 1910, professores rurais do curso primário começam a receber material de educação. Neste período, com a finalidade de auxiliar nos problemas das distâncias, a Universidade de Queenslan, no mesmo país, inicia o ensino por correspondência. Na Europa a educação a distância buscou cumprir os ideais de universalização das oportunidades educacionais, mas também para manter as pessoas nos campos e assim evitar o inchaço do meio urbano. Em 1914 são fundadas as Universidades de Norst Correspondensekole, na Noruega, e a Fernschule Jena, na Alemanha, ambas escolas de ensino por correspondência. Em 1922, a New Zeland Correspondence School inicia suas atividades atendendo crianças isoladas ou com dificuldades de frequentar aulas convencionais. Logo em 1928, atende também alunos do ensino secundário. Em 1930, existem 39 universidades norte-americanas que oferecem cursos a distância. Em 1938 é realizada na cidade de Victoria, no Canadá, a primeira Conferência Internacional para discussões sobre essa temática. Nasce em 1939, na França, o Centro Nacional de Ensino a Distância (CNED), que inicialmente atende correspondências de crianças refugiadas da guerra, ocorrida de 1939 a 1945. De acordo com Keegan (1991, p. 11 apud BARROS, 2001, p. 29), a sistematização da educação a distância deu-se com a necessidade de treinamento dos recrutas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o método foi aplicado tanto para a recuperação social dos vencidos egressos desta guerra, quanto para o desenvolvimento de novas capacidades profissionais para uma população oriunda do êxodo rural. Porém, a educação a distância não ficou restrita ao momento pós-guerra. Foi amplamente utilizada por diversos países, independentemente do seu poder econômico ou detenção de tecnologia, tendo sempre como escopo a minimização de seus problemas sociais. Ou ainda conforme Nunes (2009, p. 3), a necessidade de uma rápida capacitação de recrutas norte-americanos “durante a Segunda Guerra Mundial fez com que surgissem novos métodos – entre eles se destacam as experiências de Fred Keller (1983) para o ensino da recepção do Código Morse [...]”. 7 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Em 1946, na África, a Universidade Sudáfrica (UNISA)é a única universidade a desenvolver cursos a distância no país. Em 1947, com o auxílio da Rádio Sorbonne, são transmitidas aulas de quase todas as matérias literárias da Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Paris. Em 1948 é criada na Noruega a primeira lei sobre as escolas de ensino por correspondência, iniciando o controle do Estado sobre as escolas privadas. Na década de 60 é fundado o Beijing Television College, na China. Neste mesmo período, a Universidade de Wisconsin, criada para estudos a distância, marca ponto importante no desenvolvimento da educação norte-americana. Na Grã-Bretanha, a Open University mostra ao mundo uma proposta de um ensino acadêmico de qualidade através de meios impressos, televisão e cursos intensivos em período de recesso. Estes alunos competiam pelos postos de trabalho com graduados de universidades presenciais, com isso, a Open University transformou-se em um modelo de ensino a distância. Na Espanha, inicia-se uma experiência de bacharelado radiofônico, neste mesmo período surge o Centro Nacional de Ensino Médio por Televisão, que substitui o bacharelado radiofônico, neste mesmo país. Na França é criado um ensino universitário por rádio em cinco faculdades de Letras (Paris, Bordeaux, Lille, Nacy e Strasbourg), e na Faculdade de Direito de Paris, para alunos do ensino básico. Em meados de 1967 cria-se a British Open University, uma instituição pioneira do que hoje se entende como educação superior a distância. “Em 1967, na Inglaterra, o governo britânico apoiou o projeto Open University (Universidade Aberta), que objetivava oferecer educação de qualidade aos adultos, apoiada pelas tecnologias de comunicação [...]” (CORTELAZZO, 2013, p. 41). Em meados da década de 70 o ensino a distância começou a ter lugar na América Latina. Este período traz mudanças substanciais nos programas de ensino a distância, que foram modificados em sua proposta inicial de cursos por correspondência. Assim, é criada a Universidade Autônoma do México, bem como o Sistema de Educação a Distância da Universidade de Brasília, o Sistema de Educação a Distância de Honduras, o Pedagógico Nacional do mesmo país e os Programas de Educação a Distância da Universidade de Buenos Aires. 8 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 1.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL A modalidade de educação a distância teve respaldo legal para sua concretude a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –, que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de educação a distância em todos os níveis e modalidades de ensino. E depois pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005, e pelo Decreto 5.773, de junho de 2006, e ainda pelas Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007). Na verdade, as pesquisas mostram que no Brasil o ensino a distância teve início em cursos profissionalizantes por correspondência, “eram cursos de datilografia ministrados não por estabelecimentos de ensino, mas por professoras particulares” (ALVES, 2009, p. 9). Ainda segundo Alves (2009), o marco de referência oficial foi a implantação das Escolas Internacionais, no ano de 1904. Os cursos oferecidos por estas unidades de ensino eram voltados para pessoas que estavam em busca de empregos nos setores do comércio e de serviços. Em 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, o principal objetivo da emissora era ampliar o acesso à educação. “Os programas educativos, a partir dessa época, se multiplicavam e repercutiam em outras regiões [...] dessa maneira, o segundo meio de transmissão a distância do saber” (ALVES, 2009, p. 9). Reforçando este movimento da Rádio Sociedade, como pontua Mattar (2011, p. 58), a Rádio Escola foi fundada por Henrique Morize e Edgar Roquete Pinto, oferecendo cursos de português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, radiotelegrafia e telefonia. Em 1939 foi fundado o Instituto Monitor, curso a distância para a construção de um rádio caseiro. Por correspondência eram enviadas apostilas de eletrônica e um kit pedagógico. 9 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM FIGURA 2 – CONSTRUÇÃO DE RÁDIOS FONTE: Disponível em: <http://www.a12.com/radio-aparecida/noticias/ detalhes/encontro-dx-as-ondas-curtas-na-segunda-guerra- mundial-e-guerra-fria>. Acesso em: 12 abr. 2017. Outro curso de correspondência foi fundado em 1941 pelo ex-sócio do Instituto Monitor, dedicando-se à formação profissional de nível elementar e médio. “Nas décadas de 1940 e 1950, mais instituições passaram a fazer uso do ensino a distância via correspondência, impulsionadas pelo sucesso do Instituto Universal Brasileiro” (MATTAR, 2011, p. 59). No início da década de 1960, Dias e Leite (2010) destacam que, com a popularização do rádio de pilha, o Movimento de Educação de Base, ligado à Igreja Católica e ao Governo Federal, desenvolveu um programa de alfabetização de adultos. Em 1961 é criado o Programa Nacional de Teleducação, conhecido como Prontel, no Ministério da Educação e Cultura, sendo responsável por coordenar e apoior a educação a distância no país (SARTORI; RODRIGUES; ROESLER, 2002, p. 27). Mattar (2011, p. 61) afirma que na “área da educação pública, o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal – iniciou suas atividades de EAD em 1967, utilizando a metodologia do ensino por correspondência”. E não menos importante, na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho lançou o programa de educação supletiva a distância para primeiro e segundo graus. Hoje conhecido como Telecurso 2000, “utiliza livros, vídeos e transmissão por TV, além de disponibilizar salas pelo país para que os alunos assistam às transmissões” (MATTAR, 2011, p. 62). E em 1995, o programa Jornal da Educação – Edição do Professor, produzido pela Fundação Roquete Pinto, lança o programa “Um Salto para o Futuro”, sendo uma parceria do Governo Federal e das secretarias estaduais de Educação no aperfeiçoamento de professores do Ensino Fundamental e alunos dos cursos de Magistério, utilizando várias mídias (MATTAR, 2011). 10 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Ainda de acordo com Mattar (2011, p. 64-65): Há inúmeras outras iniciativas interessantes na história da nossa EaD, que se desenvolveram basicamente nos ensinos Fundamental e Médio, e na capacitação de professores. Mas com as novas tecnologias da informação e da comunicação, e a abertura da legislação, a partir da década de 1980, o grande avanço da EaD ocorreu no Ensino Superior. Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, liderados pelo conselheiro Newton Sucupira. Cabe lembrar que a Open Univer- sity havia sido recentemente criada. Um relatório final, resultado da viagem, marcou, para alguns autores, uma posição reacionária em relação às mudanças no sistema educacional brasileiro, gerando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil. Desta forma, percebe-se que o Ensino Superior voltado para a educação a distância teve início na década de 70, pela Universidade de Brasília, com cursos voltados para a área da ciência política. Mas o grande avanço da educação a distância foi nos anos 90, especialmente em decorrência dos projetos de informatização e a difusão das línguas estrangeiras. A Universidade de Brasília foi pioneira no uso da EaD no Ensino Superior, com o Programa de Ensino a Distância (PED), que ofertou um curso de ex- tensão universitária em 1979. Outros cursos foram produzidos e ministrados inclusive por jornal, até 1985, além de terem sido traduzidos cursos das Open University. Em 1989 foi criado o Centro de EducaçãoAberta, Continuada, a Distância (Cead-UnB), que hoje utiliza diversas mídias, como correio, telefone, fax, CD-ROM, e-mail e internet (MATTAR, 2011, p. 65). Várias iniciativas então se sucederam a partir da década de 90, destacando-se cursos a distância baseados nas novas tecnologias, que passam a ser credenciados para oferecer graduação nesta modalidade (RODRIGUES, 1998). • Escola do Futuro – USP, laboratório interdiciplinar de pesquisa da Universidade de São Paulo iniciou seus trabalhos tendo como meta investigar as tecnologias emergentes de comunicação e suas aplicações educacionais. • Universidade Federal de Santa Catarina, laboratório de Ensino a Distância no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. • Universidade Federal do Pará, em 1999. • Universidade Federal do Paraná, em 1999. • Universidade do Estado de Santa Catarina, em 2000. • Universidade Federal do Mato Grosso, em 2001. Assim, ao considerarmos o que já foi visto até o momento, é possível dividir a história da EaD, conforme Mattar (2011, p. 4-5-6), em três grandes gerações. A primeira geração são os cursos por correspondência, materiais primordialmente impressos e encaminhados pelo correio; a segunda geração compreende novas mídias e universidades abertas, caracterizando-se pelo uso de novas mídias, como televisão, 11 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM rádio, fitas de áudio e vídeo e telefone. E pelo momento importante da criação das universidades de educação a distância, influenciadas pelo modelo da Open University. E a terceira geração, conhecida como EaD on-line, esta introduziu a utilização do videotexto, do microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de computadores, caracterizando a EaD on-line. Por volta de 1995, com o crescimento explosivo da internet, pode-se observar um ponto de ruptura na história da EaD. Aspectos 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração Marco Popularização da imprensa Difusão de rádio e TV Difusão dos computadores e telecomunicações Objetivos pedagógicos Atingir alunos desfavorecidos Atingir alunos desfavorecidos Proporcionar uma educação permanente e ocupacional Métodos pedagógicos Guias de estudo, autoavaliação, instrução programada Programas teletransmitidos, pacotes didáticos, mediação passiva Modularização das temáticas, desenhos didáticos a partir das necessidades formativas Meios de comunicação Correio Rádio, TV e materiais audiovisuais Ciberespaço, satélites, videoconferência Tutoria Atendimento periódico, dependendo de deslocamentos Atendimento esporádico, dependendo de contatos telefônicos Atendimento dependendo de contatos eletrônicos Interatividade Aluno/material didático Aluno/material didático Aluno/material didático/alunos/ professores/sistema educativo QUADRO 1 – GERAÇÕES DE EAD FONTE: Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0096.html>. Acesso em: 22 abr. 2017. Portanto, a EaD evoluiu ao longo de gerações. Segundo Moore e Kearsley (2013, p. 33), estas são divididas em cinco gerações, ampliando o que já foi exposto por Mattar (2011), como mostrado na figura. FIGURA 3 – CINCO GERAÇÕES DE EAD FONTE: Moore e Kearsley (apud COMARELLA, 2009, p. 23) 12 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Moore e Kearsley (2013) fazem um breve histórico destas gerações. A primeira geração inicia-se com os cursos de instrução que eram entregues pelo correio. Conhecidos como “estudos de casa” ou usualmente estudos por correspondência. “Tendo início no começo da década de 1880, as pessoas que desejassem estudar em casa ou no trabalho poderiam, pela primeira vez, obter instrução de um professor a distância” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). Os autores destacam que este movimento ocorreu por conta de uma nova tecnologia, chamada de serviços postais. A segunda geração foi a era da transmissão, o rádio e a televisão marcam esta geração. No início do século XX, o rádio foi visto como uma nova tecnologia. No entanto, “o rádio como tecnologia de divulgação da educação não fez jus às expectativas” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). E a televisão educativa, que estava em desenvolvimento já em 1934. Esta teve mais sucesso que a rádio educativa, por conta dos serviços fixos de televisão educativa e pela primeira televisão a cabo, que começou a operar em 1952. “Os programas educativos veiculados por canais de televisão ou por TV a cabo foram designados como “telecursos” (MOORE; KEARSLEY, 2013, p. 34). A terceira geração foi marcada por um período de mudanças importantes na educação a distância. As duas experiências foram o Projeto AIM da University of Wisconsin e a Universidade Aberta da Grã-Bretanha. A finalidade do Projeto Mídia de Instrução Articulada (Articulated Instructional Media Project – AIM) – 1964 a 1968 e dirigido por Charles Wedemeyer, da University of Wisconsin em Madison – era testar a ideia de agrupar (isto é, “articular”) várias tecnologias de comunicação, com o propósito de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido a alunos não universitários. As tecnologias incluíam guias de estudo impressas e orientação por correspondência, transmissão por rádio e televisão, audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para experiência em casa e recursos de uma biblioteca local (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 45). Com relação à experiência das Universidades Abertas (UAs), esta teve influência norte-americana, “a nação que deu origem a quase todos os principais métodos de que depende o sucesso das UAs” (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 49). Ainda segundo os autores, estas universidades integravam áudio/vídeo e correspondência com orientação presencial. A quarta geração foi marcada pela teleconferência por áudio, vídeo e computador, sendo a primeira interação “em tempo real de alunos com alunos e instrutores à distância. O método era apreciado especialmente para treinamento corporativo” (MOORE, KEARSLEY, 2013, p. 62). 13 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM E a quinta e última geração, conhecida como as aulas virtuais baseadas no computador e na internet. De acordo com Moore e Kearsley (apud COMARELLA, 2009, p. 23), esta “geração teve início na década de 1990 com a expansão da internet, [...], integrando diversas mídias, tais como texto, áudio e vídeo em uma única plataforma tecnológica, o ambiente virtual de ensino-aprendizagem”. Então, esses foram alguns dos principais acontecimentos envolvendo o ensino a distância. Vale ressaltar que esses acontecimentos históricos da educação a distância no mundo nos dão um referencial para realizarmos a trajetória do ensino a distância que ocorreu em nosso Brasil, pois a educação a distância ainda está em fase de adaptação ou pelo menos ainda não está totalmente definida em termos de uma proposta unificada. Mas ela tem se estabelecido, enquanto mudança no processo de ensino/aprendizagem, e que possa contribuir com os problemas da educação no Brasil, sem cair no risco da massificação do ensino ou a descrença nele. AUTOATIVIDADE 1 Qual geração tem como resultado a convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação? Assinale a alternativa correta. a) 1ª geração b) 4ª geração c) 3ª geração d) 5ª geração Agora assista ao vídeo da Reportagem Especial - Educação a Distância do Jornal Nacional: <https://www.youtube.com/watch?v=M1-_E3PgFRk>. 14 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 2 EAD E SEUS CONCEITOS Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), EaD é uma modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmolugar à mesma hora (ABED, 2017). Holmberg (apud RODRIGUES, 1998, p. 45) afirma que o “termo educação a distância esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com os seus alunos [...]”. Outra definição utilizada apregoa que a EaD “é uma modalidade de educação, planejada por docentes ou instituições, em que professores e alunos estão separados espacialmente e diversas tecnologias de comunicação são utilizadas” (MATTAR, 2011, p. 3). Formiga (2009, p. 39) aponta que trabalhar com EaD requer profissionais e atores possíveis e dispostos à inovação, “porque atuam em um setor de transitoriedade, no qual a única certeza é a permanente mudança [...]”. Assim, de acordo com Barbosa e Gomes (2011, p. 78), a educação a distância, por suas principais características, permite um novo paradigma de um sistema fechado de ensino voltado para a transmissão de saberes para um sistema aberto de transformação, onde a educação tem que ser descoberta o tempo todo. Moore e Kearsley (2007, p. 237 apud CORTELAZZO, 2013, p. 44) definem educação a distância como um aprendizado planejado “[...] que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação de um curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais”. Litwin (2001, p. 14) diz que a educação a distância nos permite mecanismos ágeis de inscrição; “distribuição eficiente dos materiais de estudo; informação precisa, eliminando muitas barreiras burocráticas do ensino convencional; atenção e orientação aos alunos, tanto no período inicial do estudo como no seu transcurso”. Percebam a importância do acompanhamento por parte da instituição dos seus alunos, mas, principalmente, o comprometimento desses alunos para estudar e aproveitar as ferramentas disponibilizadas por essa aprendizagem flexível. Cortelazzo (2013) ressalta que temos o nosso estilo de aprendizagem, nossas competências específicas para nos adaptarmos a essa aprendizagem. E explica também que essa formação para a educação on-line (flexível) passa pela interação, seguida da cooperação e colaboração. 15 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM “A interação é a ação desenvolvida entre duas ou mais pessoas que estudam, trabalham, convivem, relacionando-se no mesmo contexto; enquanto a colaboração se constrói na equipe de trabalho, de estudo, de pesquisa, por vontade e consenso dos seus participantes” (CORTELAZZO, 2013, p. 138). AUTOATIVIDADE 2 Com base na aprendizagem que se dá na interação do indivíduo, podemos afirmar que: a) A interação é uma ação desenvolvida somente por uma pessoa que estuda em uma aprendizagem flexível. b) A interação é uma ação desenvolvida entre duas ou mais pessoas que estudam, trabalham e convivem. c) A interação é uma aprendizagem que se difere, pois não temos como estruturá-la na aprendizagem flexível. d) A interação é uma aprendizagem exclusiva da educação formal, tradicional. Dando continuidade aos nossos estudos, vamos nos aprofundar em mais algumas definições para essa modalidade educacional, agora apresentadas por Guarezi e Matos (2009, p. 18,19 e 20). Vejamos: Autor Definição Dohmem (1967) EaD é uma forma sistematicamente organizada de autoestudo, na qual o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado. Peters (1973) Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, tanto por meio da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade. Estes tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender. Holmberg (1977) A expressão educação a distância esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A EaD se beneficia do planejamento, da direção e da instrução da organização do ensino. QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 16 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. Keegan (1991) Separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial; influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, organização dirigida etc.), que a diferencia da educação individual; utilização de meios técnicos de comunicação para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; previsão de uma comunicação de mão dupla, na qual o estudante se beneficia de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. Romiszowski (1993) EaD é qualquer metodologia de ensino que elimina as barreiras da comunicação criadas pela distância ou pelo tempo. Ministério da Educação, Decreto n. 5.622/2005 Em dezembro de 2005, a EaD foi regulamentada pelo Decreto n. 5.622, que caracterizou “a EaD como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. FONTE: Adaptado de Guarezi e Matos (2009) Podemos dizer que a educação a distância deve ser algo que vá além de um instrumento tecnológico, tem como pretensão ser um portal de democratização do ensino e do conhecimento. Litwin (2001) se refere à educação a distância como uma modalidade de ensino e de aprendizagem, uma modalidade de ensino com características específicas. O mesmo afirma que: O traço distintivo da modalidade consiste na mediatização das relações entre os docentes e os alunos. Isso significa, de modo essencial, substituir a propos- ta de assistência regular à aula por uma nova proposta, na qual os docentes ensinam e os alunos aprendem mediante situações não convencionais, ou seja, em espaços e tempos que não compartilham (2001, p. 13). Desta forma, estes docentes precisam focar em uma aprendizagem potencializada, “o aluno/aprendiz passa a dispor de acesso generalizado ao conhecimento, facilitado pelos meios de comunicação e tecnologias inteligentes, que se apresentam sob a forma de uma equalização de oportunidades [...]” (FORMIGA, 2009, p. 44). Oportunidades equalizadas pela avalanche de informações e diversas gerações de suporte tecnológico usado. A EaD passou a ter uma variação de terminologias, diferentes denominações, são elas: “ensino por correspondência, ensino em casa, ensino independente, educação aberta, teleducação, aprendizagem aberta, aprendizagem híbrida, educação/aprendizagem em linha” (CORTELAZZO, 2013, p. 103). Litwin (2001) nos chama a atenção para os avanços tecnológicos que não garantem a qualidade na oferta desta educação a distância, principalmente nas verdadeiras necessidades do entorno: 17 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Contudo, o mais importante é não perder de vista que a tecnologia mais moder- na não garante a qualidade da proposta. [...] O desafio permanente da educação a distância consiste em não perder de vista o sentido político original da ofer- ta, em verificar se os suportes tecnológicos utilizados são os mais adequados para o desenvolvimento dos conteúdos, em identificar a proposta de ensino e a concepção de aprendizagem subjacente e em analisar de que maneira os desafios da “distância” são tratados entre alunos e docentes e entre os próprios alunos. [...] Overdadeiro desafio continua sendo seu sentido democratizante, a qualidade da proposta pedagógica e de seus materiais (LITWIN, 2001, p. 21). Partindo desta premissa, antes de qualquer coisa precisamos pensar na modalidade a distância como uma prática social que promoverá a democratização da educação. AUTOATIVIDADE 3 A educação a distância apresenta vários conceitos. Com relação a estes, assinale a alternativa correta. a) Modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas, em sua maioria, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora. b) Modalidade de educação planejada somente por docentes e alunos que estão conectados presencialmente por diversas tecnologias. c) Modalidade de educação a distância que possui um planejado padrão e ocorre normalmente no mesmo local de ensino. d) Modalidade de educação/ensino a distância que infelizmente não consegue oferecer um método de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes. 18 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. LEITURA COMPLEMENTAR O que é educação a distância José Moran Pesquisador, professor, conferencista e orientador de projetos inovadores na educação. Este texto foi publicado pela primeira vez com o título Novos caminhos do ensino a distância, no Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n. 5, outubro-dezembro de 1994, páginas 1-3. Foram atualizados tanto o texto como a bibliografia em 2002. Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra "educação", que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Hoje temos a educação presencial, semipresencial (parte presencial/parte virtual ou à distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte à distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Outro conceito importante é o de educação contínua ou continuada, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações. A educação a distância pode ser feita nos mesmos níveis que o ensino regular. No Ensino Fundamental, Médio, Superior e na pós-graduação. É mais adequado para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no ensino de pós-graduação 19 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM e também no de graduação. Há modelos exclusivos de instituições de educação a distância, que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a Universidade Nacional a Distância da Espanha. A maior parte das instituições que oferecem cursos a distância também o faz no ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil. As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo. Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade), o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor... Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância. O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. As crianças, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento e socialização, não podem prescindir do contato físico, da interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual, provavelmente, superará o presencial. Haverá, então, uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores, menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A casa e o escritório serão, também, lugares importantes de aprendizagem. Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá da área de conhecimento, das necessidades 20 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. concretas do currículo ou para aproveitar melhor especialistas de outras instituições, que seria difícil contratar. Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Apesar disso, já é perceptível que começamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais na educação a distância. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas e mesmo os meios de comunicação tradicionais buscam novas formas de interação. Da comunicação off-line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e on-line (em tempo real). Educação a distância não é um "fast-food" em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feitade forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, ideias. A internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte da internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente as informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na internet ou outros bancos de dados. As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder ver- nos e ouvir-nos à distância. Muitos cursos poderão ser realizados à distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas. 21 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line (ao vivo) e aulas presenciais com interação a distância. Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora de ensino on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal; interação grupal; diferentes formas de avaliação, que poderá também ser mais personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica. O processo de mudança na educação a distância não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora. Referências LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997. LUCENA, Marisa. Um modelo de escola aberta na Internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e estratégias para a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São Paulo: Loyola, 1999. Páginas na Internet Página do Prof. Moran: <www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm>. Texto do Ivônio Barros: Noções de Ensino a Distância: <www.intelecto.net/ead/ivonio>. Eduardo Chaves. Ensino a Distância: Conceitos básicos em: <http://www.edutec.net/ Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#Ensino%20a%20Distância>. 22 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 1 – D 2 – B 3 – A REFERÊNCIAS ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância. O que é educação a distância? Disponível em: <http://www.abed.org.br/site/pt/faq/>. Acesso em 20 abr. 2017. ALVES, J. R. M. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel. Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 9-13. BARBOSA, A. C.; GOMES, V. R. Vamos conversar sobre educação e ensino a distância? Revista Maiêutica: Licenciatura em Pedagogia, Indaial, v. 2, n. 3, jul/dez. 2011. BARROS, C. G. de C. A educação a distância favorecendo o fonoaudiólogo. 2001. 81 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rc t=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&ved=0ahUKEwi8icXQzrnTAhVGIJAKHQMqA8sQ FghRMAQ&url=https%3A%2F%2Frepositorio.ufsc.br%2Fbitstream%2Fhandle%2F123 456789%2F79861%2F187967.pdf%3Fsequence%3D1&usg=AFQjCNGC7eCtwlfRfR7dDu VlYr3ajPmAsg&sig2=kKEEDlUBhgx3_IJaa6EG3g>. Acesso em: 23 abr. 2017. BRASIL. Referenciais de qualidade para educação superior a distância. Versão Preliminar. Brasília, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/programa-saude- da-escola/193-secretarias-112877938/seed-educacao-a-distancia-96734370/12777- referenciais-de-qualidade-para-ead>. Acesso em 03 abr. 2017. COMARELLA, R. L. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, SC: 2009. CORTELAZZO, I. B. de C. Prática pedagógica, aprendizagem e avaliação em educação a distância. Curitiba: InterSaberes, 2013. CHAVES, E. O. Ensino a distância: conceitos básicos. [on-line]. 1999, p. 2-12. Disponível em: <http://www.edutecnet.com.br/edconc.htm#Ensino a Distância>. Acesso em: 20 abr. 2017. 23 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM DIAS, R. A.; LEITE, L. S. Educação a distância: da legislação ao pedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. FORMIGA, M. M. M. A terminologia da EAD. In: LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (Orgs.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 39-46. GUAREZI, R. de C. M.; MATOS, M. M. de. Educação a distância sem segredos. Curitiba: Editora Ibpex, 2009. LITWIN, E. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. MATTAR, J. 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Educação a distância: resposta pedagógica aos desafios da educação contemporânea. 2. ed. Florianópolis: UDESC: FAED: CEAD, 2002. (Caderno pedagógico - 1). Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC Home-page: www.uniasselvi.com.br NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM ETAPA 2 TÉCNICAS DE GESTÃO DO TEMPO CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Nivelamento de Gestão do Tempo na Autoaprendizagem Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Rodrigo Borsatto Sommer da SilvaAutora Prof.ª Heloisa Rosa Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Renan Willian Pacheco Revisão Harry Wiese Esta unidade tem por objetivos: • Discutir a importância da gestão no tempo para alcançar objetivos pessoais e profissionais. • Apresentar processos que auxiliem na boa gestão do tempo. • Apresentar formas de organização e planejamento para uma boa gestão do tempo. • Demonstrar maneiras de priorização de atividades no campo profissional e educacional. • Expor formatos de execução de tarefas, considerando uma boa gestão de atividades. • Apresentar características de ambientes que proporcionam maior produtividade profissional e acadêmica. ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE Esta unidade está dividida em quatro tópicos, conforme seguem. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ORGANIZAÇÃO TÓPICO 2 – PRIORIZAÇÃO TÓPICO 3 – GESTÃO DE ATIVIDADES TÓPICO 4 – AMBIENTES DE PRODUTIVIDADE 2 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. TÓPICO 1 – ORGANIZAÇÃO 1 INTRODUÇÃO O tempo pode ser nosso amigo ou inimigo, basta saber como usá-lo ao nosso favor. Pare para pensar: o tempo não é estático! Às vezes, 30 minutos podem durar uma eternidade. Lembre-se daqueles momentos em que você estava angustiado ou esperando por alguma coisa. Nesse momento, o tempo demorou muito para passar, não é? E naqueles momentos em que você aproveitou ao máximo a sua vida, seja em uma comemoração ou algum momento especial com a sua família. Aí, o tempo passou voando, não passou? Perceba como o tempo passa na maneira como o encaramos. O tempo é insubstituível e não estocável, sendo que temos que usá-lo de forma obrigatória. Cabe a nós, escolhermos a melhor forma de utilizá-lo (BERG, 2010). Podemos dizer que o tempo é como a nossa vida, “[...] quem perde tempo, perde a vida. Quem domina o tempo, domina a vida” (BERG, 2010, p. 25). Apesar de ser tão importante para as nossas atividades, é necessário encarar o tempo de maneira leve e sadia. Este não deve ser o nosso inimigo que nos force a trabalhar por longas jornadas, mas deve ser aquele que é prático e útil, que nos ajuda a alcançar os nossos objetivos se for bem utilizado. A qualidade do uso do nosso tempo determinará se seremos produtivos ou improdutivos, vencedores ou perdedores (BERG, 2010). Em meio a um turbilhão de meios de comunicação e interrupções, cumprir as tarefas em um prazo definido não é tão simples como parece, não é? São e-mails, telefonemas, mensagens e outros tantos recursos tecnológicos que interferem a nossa rotina, que parece que nossas horas ficaram mais curtas. Neste caso, devemos lembrar sempre: “quem não utiliza o tempo em atividades diretamente relacionadas aos objetivos prioritários, estará fadado ao fracasso” (BERG, 2010, p. 27). Assim, para usar com qualidade este recurso tão preciso que é o nosso tempo, é necessário colocar em prática a administração do tempo, representada por “uma forma racional e sistemática do uso do tempo, cujo o objetivo é aumentar a eficiência e eficácia das pessoas” (BERG, 2010, p. 28). Só assim é possível que as pessoas usem o tempo com algo útil, rendendo frutos. Pois “nada mais fácil do que estar sempre ocupado. Nada mais difícil do que ser eficaz” (BERG, 2010, p. 28). Usar o tempo de forma eficaz é fundamental para o sucesso das nossas entregas, seja na vida pessoal, profissional ou acadêmica, mas, por onde começar? Saiba que o primeiro passo está mais próximo do que você imagina. Comece por você, pela autodescoberta. Onde você utiliza seu tempo? De que forma você utiliza seu tempo? O que você acha que faz certo? E o que faz errado? Estas são questões-chave que ajudarão você neste processo de tornar o tempo seu melhor amigo. 3 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM 2 ORGANIZAR É PLANEJAR Entregar as atividades com qualidade e dentro do prazo não é uma tarefa fácil. Para que isso seja possível, devemos seguir um processo que exige disciplina, dedicação e, principalmente, organização. Saber organizar bem as atividades e prioridades é a primeira etapa para uma boa gestão do tempo, que só é possível quando se olha para a frente, listando as atividades e colocando no papel todos os prazos existentes. Tudo isso contribui para que o planejamento seja bem feito e as atividades sejam entregues dentro do tempo previsto, fazendo assim, você ser mais produtivo em sua vida pessoal, acadêmica e profissional. A maioria dos problemas da gestão do tempo é causada pela falta de organização na vida, que resulta em informações perdidas, atrasos e coisas dando errado. Para que isso se resolva podemos estabelecer em nossas rotinas diárias sistemas de organização conforme necessidades específicas (COVEY, 2002). a) Organização das coisas: criação de ordem para elementos, como chaves, computadores, sistemas de arquivamento, espaços de trabalho e estudo. b) Organização de tarefas: estabelecer prioridades nas tarefas do dia a dia, por meio de ferramentas que podem ser simples listas no papel, planilhas em softwares ou agendas diárias. c) Organização pessoal: definição do que você pode fazer e o que os outros podem fazer, delegando as responsabilidades ou as executando. O agrupamento destas responsabilidades e identificação de prioridades contribui para que as atividades sejam planejadas e executadas de forma produtiva, garantindo a execução com qualidade e dentro do prazo esperado. Covey (2002) afirma que uma das virtudes da organização é a economia de tempo e promoção da eficiência. Por exemplo, quando existem problemas em uma organização, ou seja, o caos, é necessário reorganizar, reestruturar, para assim poder executar as atividades necessárias. Bom, sabemos que saber organizar é fundamental para o sucesso em nossas entregas. Mas, como organizar? São tantas prioridades, tantos prazos e tantas urgências, não é? Para a organização, é fundamental planejar. Berg (2010) nos conta que se alguém falha por não planejar o tempo, estará planejando falhar no seu trabalho. “Planejar é definir o ponto de chegada no futuro. Não se trata de prever o futuro, mas que decisões e medidas devem ser adotadas hoje para que determinados objetivos e metas sejam alcançados no futuro” (BERG, 2010, p. 41). Desta forma, o resultado de um bom planejamento não é apenas um pedaço de papel com listas de objetivos e metas, mas sim 4 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. a ação realizada (BERG, 2010). Se o objetivo foi alcançado, significa que o planejamento foi um sucesso. E para fazer um bom planejamento, algumas ferramentas podem ajudar, como planilhas por exemplo. Stephen R. Covey (2002) sugere um sistema de organização baseado em uma planilha com espaços preestabelecidos, podendo ser adaptado para um planejador diário, caderno ou até pedaço de papel, apresentado a seguir. O mais importante não é a forma em que você usará esta ferramenta, mas se o conteúdo que você incluirá estará alinhado com o que você busca realizar. Lembre-se, você só entregará o que precisa se souber para onde está indo. 3 PLANEJAMENTO SEMANAL Covey (2002) estruturou a ferramenta a seguir, com definição de um planejamento semanal, de acordo com papéis, metas, lembretes e dias da semana. O fato de planejar suas responsabilidades para a semana e não para o seu dia oferece um contexto amplo do que é necessário realizar, não apresentando uma visão limitada de apenas um dia, por exemplo (COVEY, 2002). Neste sentido, é possível estabelecer as etapas necessárias para as variadas atividades até que cheguem à etapa final: a entrega. PAPÉISMETAS SEGUNDA-FEIRA TERÇA- FEIRA QUARTA- FEIRA QUINTA- FEIRA SEXTA- FEIRA SÁBADO DOMINGO M IS SÃ O PAPEL 1 1 2 3 PAPEL 2 4 5 6 QUADRO 1 - PLANILHA DE ATIVIDADES SEMANAIS FONTE: Adaptado de Covey (2002) Para estabelecer este planejamento de forma coerente, você precisa levar em consideração seis etapas: conecte sua visão e sua missão, identifique seus papéis, selecione as metas, crie uma estrutura de tomadas de decisões para a semana, exercite a integridade no momento da escolha, avalie. 1º Conecte sua visão e sua missão: antes de tudo, você terá que definir qual é a prioridade da sua vida, ou seja, qual é a sua missão pessoal? De nada adianta você agendar inúmeras atividades se estas não fazem parte da sua missão ou propósito. A partir do momento em que você tem uma visão clara dos seus principais objetivos, você terá mais clareza para planejar as maneiras de alcançar estes objetivos (COVEY, 2002). 5 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Por exemplo, se minha missão é alcançar uma boa média na disciplina que estou cursando na faculdade, deverei realizar atividades para que esta missão seja atingida. 2º Identifique seus papéis: esta etapa diz respeito às responsabilidades que temos em nossa vida. Lembre-se de que o atingimento da missão “alcançar uma boa média na disciplina” provavelmente dependerá de outros aspectos da sua vida, como relacionamentos, trabalho e casa. Ao listar os papéis da sua vida, você poderá conduzir as atividades de maneira que haja um equilíbrio entre os papéis, e para que a missão seja alcançada. Desta forma, é possível definir as prioridades de cada papel e assim não prejudicar a área da vida pessoal, profissional e acadêmica (COVEY, 2002). Por exemplo, para que eu alcance uma boa média, exercerei os papéis de “Aluno”, “Profissional” e “Social”. Considerando que a missão está relacionada ao ambiente acadêmico, o papel “Aluno” exercerá maior prioridade no planejamento semanal. 3º Selecione as metas: a partir dos papéis, é possível definir as metas que estejam de acordo com a missão. Neste ponto, você deve fazer a seguinte pergunta: Qual é a coisa mais importante que poderia fazer em cada função esta semana a fim de ter o maior impacto positivo? (COVEY, 2002). Ou seja, o que poderia provocar mudanças significativas em cada papel, sempre levando em consideração a missão? Por exemplo, para que seja possível alcançar a minha missão, considerando meus papéis, eu terei as seguintes metas: • Aluno: Ler a Unidade 1 do Livro Didático, fazer as autoatividades do Livro Didático, realizar as atividades complementares. • Profissional: agendar reuniões para horário do expediente para não fazer hora extra, preparar calendário mensal. • Social: encontrar os amigos durante os fins de semana. Ao listar todas as metas, é possível ter uma visão clara das responsabilidades e prioridades para alcançar a missão. 4º Crie uma estrutura de tomada de decisões para a semana: neste momento, é possível criar um plano de ação para as metas, ou seja, estabelecer datas durante a semana para atividades que ajudem a alcançar as metas, de acordo com seus papéis e sua missão (COVEY, 2002). Como no exemplo a seguir. 6 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. PA PÉ IS M ET A S SE G U N D A - FE IR A TE RÇ A - FE IR A Q U A RT A - FE IR A Q U IN TA - FE IR A SE XT A - FE IR A SÁ BA D O D O M IN G O ALCANÇAR UMA BOA MÉDIA NA DISCIPLINA X A LU N O (A ) Le r a U ni da de 1 d o Li vr o D id át ic o X x Fa ze r a s au to at iv id ad es d o Li vr o D id át ic o x x Re al iz ar a s at iv id ad es co m pl em en ta re s x PR O FI SS IO N A L A ge nd ar re un iõ es p ar a ho rá ri o do e xp ed ie nt e pa ra n ão fa ze r h or a ex tr a X Pr ep ar ar c al en dá ri o m en sa l x SO C IA L En co nt ra r a m ig os du ra nt e os fi ns d e se m an a x x Q U A D RO 2 - PL A N IL H A D E A TI V ID A D ES S EM A N A IS FO N TE : A da pt ad o de C ov ey (2 00 2) Ao definir os dias da semana, é importante também definir os horários em que as atividades possivelmente ocorrerão, de maneira que seja possível alcançar as metas dentro da disponibilidade do seu dia. 7 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM 5ª Exercite a integridade no momento da escolha: nesta etapa, você já está com tudo pronto! Mas, como executar tantas tarefas em meio a um vendaval de acontecimentos durante a semana, não é mesmo? Exercitar a integridade significa colocar em prática as ações com tranquilidade e segurança (COVEY, 2002), de acordo com o que foi planejado. Desta forma, após todo o planejamento, você deve se manter firme para que as atividades sejam cumpridas, e assim, alcançar sua missão. 6ª Avalie: após planejar e executar todas as tarefas, cabe a você fazer uma avaliação final da sua semana. Esta é a oportunidade de você identificar as falhas do seu planejamento e planejar a semana seguinte de uma maneira melhor ainda (COVEY, 2002). Afinal, as falhas são necessárias para que possamos melhorar, não é mesmo? Reveja seu cronograma, se teve dificuldades em executar alguma tarefa no prazo que você estipulou, ou inclua uma nova meta se o que você inseriu foi insuficiente. Exclua alguma meta se por acaso você incluiu metas demais na sua semana. Lembre-se, este é o momento de olhar para trás e pensar naquilo que pode ser melhorado à frente. A definição contínua deste planejamento semanal contribuirá não somente para a criação de uma agenda que poderá ser aplicada, mas também no processo mental de organização. Conforme Covey (2002) aponta, o maior valor do processo não está na agenda, mas no que faz em sua cabeça. “Quando você começa a pensar mais em termos de importância, começa a ver o tempo de um modo diferente. Você se torna energizado para colocar as prioridades no devido lugar de uma forma significativa” (COVEY, 2002, p. 113). Após este hábito de planejamento mensal estabelecido, você não concentrará seu tempo para “se organizar”, pois este será um processo natural da sua rotina. Você acabará planejando de modo que possa manter essa experiência e rotina semanal (ALLEN, 2006). 4 AUTOATIVIDADES 1) Descreva quais são as atividades que devem ser realizadas em cada etapa do processo de planejamento semanal. 2) Desenvolva o seu planejamento semanal de acordo com a sua missão pessoal, considerando todas as etapas do planejamento apresentadas neste tópico. 3) Argumente: as suas metas semanais estão de acordo com a sua missão? Por quê? 8 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. TÓPICO 2 – PRIORIZAÇÃO 1 INTRODUÇÃO A falta de priorização é um dos problemas mais comuns dos profissionais atualmente. Como priorizar um trabalho quando tudo é urgente? Prazos curtos e excesso de atividades são questões que, aliadas à ausência da priorização, impactam na “não entrega” ou atraso de determinada atividade. Um dos maiores problemas para se organizar eficientemente resulta do fato de muitos itens de baixa prioridade tenderem a fazer pressão (o cachorro tem que ser levado a passear agora, o relatório de despesas deve ser preparado hoje à noite, essa revista deve ser lida e desenvolvida amanhã), Da mesma forma, as coisas importantes da vida com frequência não têm prazo [...]. A saída é enten- der a diferença entre aquilo que tem valor e aquilo que está gerando pressão, de forma que as coisas certas sejam feitas na sequência certa (SCHLENGER; ROESCH, 1992, p. 20). Entender a realimportância das coisas faz parte do ato do planejamento. Já vimos até aqui que o primeiro passo para a produtividade é planejar a semana, com todas as responsabilidades, de acordo com aquilo que representa a sua missão. Sabemos que o planejamento está suscetível a mudanças, como inclusão de uma nova tarefa, ou redução de algum prazo. Como assim? Bom, você já deve ter vivenciado alguma situação em que havia planejado realizar determinada tarefa em um período do seu dia, por exemplo, estudar aquela disciplina durante a noite. Aí surge aquele compromisso urgente do trabalho ou da vida pessoal. Neste caso, você precisou decidir qual das duas responsabilidades era mais importante. Estudar a disciplina ou aquele compromisso urgente? Bem, não existe resposta pronta. Tudo depende da prioridade que você define para o determinado momento da sua vida. Lembra quando falamos da missão da sua vida no tópico anterior? Uma missão definida contribui muito para você conseguir tomar as decisões de acordo com as prioridades da sua vida. Se sua missão for conseguir uma boa média naquela disciplina, a sua prioridade deverá ser a atividade que ajudará você a alcançar este resultado. Isto não significa que você deixará outras atividades ou setores da sua vida de lado, mas dará uma atenção menor a estes. Durante o processo de planejar a sua semana e suas entregas você já estará priorizando algumas questões, mesmo sem perceber. Por exemplo, quando você deixa de incluir alguma responsabilidade na sua agenda semanal, você está, automaticamente, definindo que você prefere realizar outra ação em vez daquela excluída (ou não incluída), ou seja, você, sem perceber, define critérios daquilo que é mais importante fazer, estabelecendo prioridades no seu planejamento (SCHLENGER; ROESCH, 1992). 9 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Vamos a um exemplo prático! Imagine que você está em semana de prova final e você está planejando as atividades que realizará durante aquela semana. Verificando suas responsabilidades com a sua família, com o seu trabalho e com a faculdade, você percebeu que “não tem tempo” para ir ao cinema naquela semana. Em resumo, você está priorizando outras questões, em vez de ir ao cinema. A resposta aqui não é “não ter tempo”, mas sim, não priorizar esta atividade, que não é tão importante para você neste momento, e não o ajudará a alcançar a sua missão nesta importante semana. Entender a priorização considerando uma realidade de duas situações em que uma é fundamental para a missão e outra não, é simples, não é? Mas, quando existe um turbilhão de coisas aparecendo? Como nos organizamos e definimos estas prioridades? Dois formatos de organização podem ajudar nesse processo: Matriz de Gerenciamento do Tempo (COVEY, 2005) e as listas Mestra e Diária (SCHLENGER; ROESCH, 1992). 2 MATRIZ DE GERENCIAMENTO DO TEMPO A matriz criada por Stephen Covey apresenta quatro classificações das atividades que impactam no processo de priorização: Urgente e Importante (UI), Não Urgente e Importante (NUI), Urgente e Não Importante (UNI) e Não Urgente e Não Importante (NUNI). Conhecida também como a Matriz UI NUI UNI NUNI (COVEY, 2005). Para Covey (2005), aquilo que é importante está relacionado aos resultados. Se algo é importante, é por que contribui com missão, valores e metas prioritárias. Já aquilo que é urgente, está relacionado com o que nós reagimos. Urgente Não Urgente Im po rt an te QUADRANTE I ATIVIDADES Crises Problemas urgentes Projetos com data marcada QUADRANTE II ATIVIDADES Prevenção Desenvolvimento de relacionamentos Identificação de novas oportunidades Planejamento, recreação N ão Im po rt an te QUADRANTE III ATIVIDADES Interrupções, telefone Relatórios e correspondência Questões urgentes próximas Atividades populares QUADRANTE IV ATIVIDADES Detalhes, pequenas tarefas Correspondência Perda de tempo Atividades agradáveis Telefonemas inúteis QUADRO 3 – MATRIZ DE GERENCIAMENTO DO TEMPO FONTE: Covey (2005) O Quadrante I lida com resultados significativos, exigindo atenção imediata, sendo classificados, muitas vezes, como “crises” ou “problemas”. Todos temos atividades deste quadrante em nossas vidas, que estão diretamente relacionados com estresse, esgotamento, administração de crises e necessidade de “apagar incêndios” (COVEY, 10 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. 2005). Neste caso, as atividades acabam nos tornando “gerenciadores de crises, escravos dos problemas, capazes de produzir só na última hora” (COVEY, 2005, p. 183). O Quadrante II está no centro do gerenciamento eficaz, pois lida com coisas importantes e não urgentes, mas que geralmente deixamos de lado por não serem urgentes. As atividades assim classificadas estão relacionadas ao planejamento e identificação de oportunidades e são de extrema importância para a eficácia. Os resultados alcançados ao executar as atividades deste quadrante são muitos, como possibilidade de visão ampla, equilíbrio, disciplina, controle e poucas crises (COVEY, 2005). Os Quadrantes III e IV classificam as atividades “perigosas”. São aquelas atividades que não são importantes, e acabam tomando um tempo considerável dos indivíduos, que deixam de fazer as atividades efetivamente importantes. Dentre alguns resultados da realização de atividades deste quadrante, está o foco no curto prazo, administração de crises, falta de controle (COVEY, 2005). Para uma vida equilibrada, Stephen Covey (2005) argumenta que as pessoas devem ficar afastadas dos Quadrantes III e IV, pois não são importantes (mesmo sendo urgentes), e devem ficar ao máximo afastadas ao Quadrante I, dedicando mais tempo ao Quadrante II, que pode render bons frutos. E quais frutos você espera? As atividades que você vem desenvolvendo são importantes ou urgentes? Tente analisar e identificar a real importância daquelas atividades que vêm comprometendo seu tempo, quando você poderia fazer aquilo que realmente está no Quadrante II da sua vida. 3 A LISTA-MESTRA E LISTA DIÁRIA Tanto a lista diária (responsabilidades do dia), quanto a lista-mestra (tudo que você precisa fazer) são fundamentais para o planejamento (SCHLENGER; ROESCH, 1992). Tais listas são estruturadas considerando quatro divisões necessárias para a organização, como: Importante e urgente, Importante e Não urgente, Não importante e urgente e, Não importante e não urgente. No momento de categorizar alguma atividade em uma das ordens apresentadas, é importante levar em consideração alguns questionamentos levantados por Schlenger e Roesch (1992), como: 11 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM FIGURA 1 - DETERMINAÇÕES DE PRIORIZAÇÃO FONTE: Adaptado de Schlenger e Roesch (1992) Respondendo a estes questionamentos, você chegará a uma divisão de prioridades considerando se a tarefa é urgente ou não e se é importante ou não. Então, o primeiro passo é fazer este questionamento. Após feito o questionamento, é possível dividir as tarefas de acordo com as respostas obtidas, conforme o exemplo a seguir: Mês: outubro IMPORTANTE E URGENTE IMPORTANTE E NÃO URGENTE NÃO IMPORTANTE E URGENTE NÃO IMPORTANTE E NÃO URGENTE ESCOLA: ESCOLA: ESCOLA: ESCOLA: - Exercícios de contabilidade. - Ler capítulo 5 de contabilidade. - Reescrever trabalho de Direito Corporativo. - Fazer leitura rápida para direito. - Ler o próximo capítulo de Contabilidade. - Ler os próximos capítulos de Direito. Definir programação para o próximo semestre. Verificar possibilidades de trabalhar como contratada. Fazer assinaturas de revistas de negócios. TRABALHO: TRABALHO: TRABALHO: TRABALHO: - Fazer entrevista para artigo sobre joalheria. - Começar a escrever artigo sobre vestuário. - Enviar relatórios de despesas. - Chamar Bart para recusarnomeação. - Ligar para Stempert. - Ligar para AT&T para verificar situação do trabalho. - Marcar reunião para elaboração do livro. - Devolver livro da escola de religião. - Criticar boletim. - Ligar para UJC, referente a reuniões planejadas. - Fazer acompanhamento da história de lacticínios. - Marcar entrevista na loja de roupas. Começar a trabalhar na lista de oportunidades de trabalho free-lance QUADRO 4 - LISTA-MESTRA DE SHLENGER E ROESCH (1992) 12 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. PESSOAL: PESSOAL: PESSOAL: PESSOAL: - Depositar cheques. - Levar roupas para lavar. - Acertar canhotos de cheques. - Comprar comida. - Ir ao clube fazer exercícios. - Comprar presente de aniversário do irmão. - Consertar aspirador. - Arrumar quarto de costura. Mandar consertar aquecedor. Planejar festa do dia das bruxas. FONTE: Schlenger e Roesch (1992) Com esta lista-mestra, você terá uma visão de todo o quadro, possibilitando uma visão geral de todas as suas prioridades e “não prioridades” do mês. Após a classificação de todas as suas atividades conforme mostrado no quadro, é possível dar andamento na segunda etapa: a criação da Lista Diária, em que você poderá definir quais das atividades apresentadas na lista-mestra são prioridades no seu dia (SCHLENGER; ROESCH, 1992). Na Lista Diária, você pode, por exemplo, listar dez atividades que sejam urgentes e importantes para serem realizadas, conforme a definição de prioridades. A seguir é possível visualizar em exemplo de lista, sendo um quadro com quatro colunas: coluna de prioridades e colunas de ação. As colunas de ação são definidas conforme o tipo de ação que precisa ser executada para que a tarefa seja concluída, podendo ser alterada conforme o tipo de ação que surgir na sua agenda diária. PRIORIDADE LIGAR ESCREVER FAZER 1. Entrevistas para o artigo sobre joalheria 2. Ler Capítulo 5 de Contabilidade 3. Comprar comida 4. Marcar entrevista com Stempert 5. Fazer exercícios de Contabilidade 6. Fazer exercício no Clube 7. Enviar relatórios de despesas 8. Levar roupas para lavar 9. Começar e escrever artigo sobre vestuário 10. Apanhar texto de direito para ler x x x x x x x x x x QUADRO 5 - LISTA DIÁRIA DE SCHLENGER E ROESCH (1992) FONTE: Schlenger e Roesch (1992) A partir da definição destas dez tarefas, conforme prioridades na numeração, você poderá executá-las de acordo com o que é mais importante, uma a uma. Lembre- se, as prioridades não são fixas em nossas vidas, elas mudam. Por isso, você pode substituí-las conforme as prioridades surgirem. Ainda, é possível separar tais atividades em períodos de tempo, realizando, por exemplo, as atividades 1, 2 e 3 no período da manhã, e assim por diante. Assim, é possível perceber que dar prioridade a alguma coisa requer organização e visão do todo. Por isso, liste as atividades e classifique-as de maneira que seja possível 13 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM identificar a real importância e urgência daquela atividade. Desta forma, será possível executar as tarefas com qualidade. 4 AUTOATIVIDADES 1) Descreva o que é priorização e sua importância para a gestão do tempo. 2) Descreva os quatro quadrantes da Matriz de Gerenciamento do Tempo e identifique o quadrante de maior valor para a realização de tarefas eficazes. 3) Além da visão ampla e específica, qual é a outra diferença entre a Lista-Mestra e a Lista Diária? 14 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. TÓPICO 3 – GESTÃO DE ATIVIDADES 1 INTRODUÇÃO Você já viu que para fazer uma boa gestão do seu tempo, é necessário haver organização e priorização, para assim, poder executar as atividades. Mas, e quando não conseguimos realizar as nossas tarefas conforme o planejamento foi feito? Quando surgem outras questões importantes que impactam na não realização destas tarefas? Ou quando perdemos mais tempo do que o esperado na realização de uma atividade? Pois é, executar as atividades não é tão simples quanto parece, pois diversas variáveis acabam interferindo neste processo. Assim, para que possamos ter sucesso em nossas entregas, também é necessário haver uma boa gestão de atividades. O que isso significa, afinal? É simples, é conseguir ter uma visão do todo, realizar o que foi planejado e ter clareza nas decisões na hora de escolher entre uma atividade e outra. 2 ESTRATÉGIAS PARA UMA BOA GESTÃO DE ATIVIDADES Para uma boa gestão de atividades, por exemplo, você deve se certificar que está dando o tempo suficiente para fazer um trabalho decente, seguindo algumas estratégias, propostas por Schlenger e Roesch (1992): 1) Divida em etapas um compromisso, imaginando os passos necessários para o seu final e estimando o tempo necessário de cada passo: A partir do momento em que você tem o seu objetivo final da atividade, você pode listar quais etapas são necessárias para que você alcance este objetivo. E, além disso, quanto tempo você levará em cada etapa para que sejam realizadas? Desta forma, você conseguirá chegar ao prazo final para a entrega da tarefa. Tarefa Tempo estimado Data de início e término Pesquisar o material 3 dias 1 a 3 de março Fazer o primeiro rascunho 3 dias 4 a 6 de março Aprimorar o texto 1 dia 7 de março QUADRO 6 - TEMPO ESTIMADO DAS ETAPAS FONTE: Schlenger e Roesch (1992) 15 Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados. NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM 2) Monitore seu tempo enquanto executa a atividade: Ao monitorar seu tempo você conseguirá estimar se é necessário rever algum prazo ou acrescentar algum item a sua lista de atividades diárias. A monitoração ajudará você a perceber se está progredindo ou está perdendo muito tempo com determinada etapa da sua tarefa. Por exemplo, você calculou que conseguiria ‘Pesquisar o material’ em três dias, mas você já está no 3º dia de trabalho e está longe de terminar a atividade. Desta maneira, você percebe que precisa de mais tempo para conseguir executar a ação, sendo necessário rever as etapas e seus prazos calculados. 3) Reconheça o cumprimento de “minimetas” enquanto prossegue: A cada término de determinada etapa, como “Pesquisar o material” ou “Fazer o primeiro rascunho”, traz reconhecimento a si próprio, afinal, você terminou uma etapa da sua meta. Esse reconhecimento trará a você maior motivação para continuar uma nova etapa. 4) Revise periodicamente sua lista de tarefas, para assegurar que você não esteja deixando de lado itens críticos. Ao revisar suas tarefas com frequência, você se sentirá seguro para adiar tarefas menos significantes, priorizando aquilo que tem mais importância na sua rotina. Considerando todas estas responsabilidades, você conseguirá fazer uma boa gestão do seu tempo, respeitando o tempo necessário para cada atividade ou tarefa. E ainda, não se esqueça de reservar um tempo para recompensar o seu esforço ao terminar alguma atividade, pois isso lhe trará mais energia para iniciar novas etapas (SCHLENGER; ROESCH, 1992). 3 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DAS ATIVIDADES Ao definir as atividades a serem realizadas, você deve considerar alguns elementos- chave que influenciam no desenvolvimento nas etapas de uma tarefa: contexto, tempo disponível, energia disponível, prioridade. Ao fazer isso, você conseguirá tirar o maior proveito da dinâmica de cada elemento (ALLEN, 2005). 1) Contexto Você tem condições de realizar a ação planejada, no local onde está e com as ferramentas que possui? Se você não pode realizar a ação porque não está no local ou não tem as ferramentas necessárias, não se preocupe com o assunto (ALLEN, 2005). Por exemplo, em vez de definir uma agenda no seu ambiente de trabalho, para atividades que você realizará no período da noite em casa, faça uma agenda em sua casa, definindo o que você conseguirá
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