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Cardiologia P2 Maria Eduarda Valgas PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 2 Sumário IAM com Supra de ST .....................................................................................................................3 Insuficiência Cardíaca ....................................................................................................................13 Tratamento Insuficiência Cardíaca............................................................................................... 22 PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA DE ST INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO © Condição clínica determinada por processo isquêmico agudo que resulta em necrose do miocárdio. © Processo aterotrombótico inflamatório (mediado por várias células inflamatórias, que serão os fatores desencadeantes para rotura da placa); © Sem supra de ST à artéria parcialmente ocluída; (ou só com a inversão da onda T) © Com supra de ST à artéria totalmente ocluída;à problema: morte súbita FISIOPATOLOGIA: © Placa vulnerável: « Grande largo lipídico excêntrico; « Infiltração de células espumosas do núcleo lipídico, secretando fator tissular; « Capa fibrosa fina (quanto mais cálcio na placa fibrosa, mais estável); « Comportamento inflamatório local incluindo neutrófilos, linfócitos T, macrófagos, células musculares lisas e toxinas, promovendo a ruptura da capa pela secreção de matrix de metaloproteinases. © Ruptura da placa – Gatilhos: « Exercício físico, stress mecânico devido ao aumento da contratilidade cardíaca e frequência cardíaca, pressão arterial e, possivelmente, vasoconstrição. © Tomografia de coerência óptica à podemos observar as placas pelo lado de dentro. « Veremos nódulos de calcificação nas placas, erosões, e até mesmo roturas. « Diferentes fases INCIDÊNCIA: © É a principal causa de morte nos países industrializados; © 900.000 casos/ano (EUA); © 60% dos óbitos ocorrem na primeira hora devido a fibrilação ventricular (FV); © 35% dos óbitos antes do atendimento médico; © Brasil (2009): « 76.000 casos de morte por IAM; « 30.000 óbitos sem atendimento hospitalar; « Mortalidade hospitalar = 15% (EUA/Europa = 4%);à é tempo dependente (depende do local) © Mortalidade: « Anos 50 – mortalidade 30% PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 4 « Anos 60 – mortalidade 15% (controle das arritmias em UTIà 1as UTIs); « 1980 – De Wood: presença de trombo na artéria relacionado ao infarto em 88% • Antes se acreditava que os infartos ocorriam apenas pelas placas ocluindo as artérias; • Com o conceito de que o trombo era o causador, mudou-se a forma de tratar o infarto; • Não é apenas um processo aterosclerótico puro, mas sim trombótico (uso de anticoagulantes) • Começaram a utilizar medicamentos que diminuem a agregação de plaquetas/formação do trombo; « Anos 80, 90 - mortalidade = 8 – 10% (reperfusão / recanalização da artéria relacionada ao IAM); © 2010 mortalidade = 4% (angioplastia); DIAGNÓSTICO: © Quadro clínico © ECG © Laboratório CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: Tipo 1: infarto espontâneo DAC (placa aterosclerótica, ulceração, fissura); Tipo 2: infarto secundário à desequilíbrio Espasmo, disfunção endotelial, anemia, etc; Ex: cocaína (espasmo de coronárias pequenas/dormais) Tipo 3: morte devido ao infarto (morre antes do Dx) Morte cardíaca, clínica e ECG, sem elevação de marcadores; Tipo 4a: infarto relacionado a intervenção coronária percutânea Aangioplastia ou 20% se elevada previamente; (houve perda muscular) Dor > 20 minutos, alterações ECG, perda de patência angiográfica, imagem com perda de miocárdio viável; Tipo 4b: infarto relacionado à trombose de Stent Angiografia ou necropsia; (abandona o remédio, outros problemas) Precoce: 0 a 30 dias; Tardia: 30 dias a 1 ano; Tipo 5: infarto relacionado a cirurgia de revascularização Aumento da troponina 10x maior que o normal;à infarto transoperatorio Nova onda Q patológica, ou BRE, imagem com perda de miocárdio viável, oclusão da artéria nativa ou ponte a angiografia. SINAIS E SINTOMAS: DOR TORÁCICA © Classificada: « Opressiva « Constrictiva © Duração: « Prolongada (maior que 30min.) © Localização « Retroesternal « Precordial © Irradiação: « Braços « Ombros « Mandíbula « Pescoço « Região interescapular « Epigástrio QUADRO CLÍNICO: © Dor atípica ou típica © Indolor DM © Dispneia – IVE (equivalente anginoso só não tem dor) © Síncope © PCR 3a DEFNIÇÃO DE IAM à hoje © Quadro Clinico © Alterações ECG © Marcadores de Necrose Miocárdica © Técnicas de Imagem © Outros sintomas: « Náuseas « Vômitos « Palidez « Sensação de morte eminente « Diaforese Diabéticos podem não sentir dor LABORATÓRIO: © Enzimas ( marcadores de necrose ) © Glicemia © Creatinina © Hemograma PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 5 A primeira manifestação de isquemia no miocárdio é alteração do RELAXAMENTO, não é perda de contração! O musculo primeiro NÃO relaxa. Alguns pacientes não relaxam tanto que não conseguem fazer o esvaziamento adequado de volume de líquidos, acumulando água no pulmão, ocasionando uma insuficiência ventricular esquerda antes de ter isquemia. Antes de ter angina do peito. Coronária esquerda – mecânica, coronária direita – elétrica (em 65 – 75% dos pacientes irriga o nodo sinusal e atrioventricular – bloqueio AV); EXAME FÍSICO: © Facies de sofrimento © Palidez cutânea, pele fria © Taquicardia , bradicardia © Sinais de ICC © Dispnéia © P.A. ou ↓ © B3 / B4 « A bulha acessória que primeiro aparece em um paciente com IAM não tratado adequadamente é a quarta bulha; © Sopro sistólico - Foco mitral , Borda Esternal MARCADORES DE NECROSE: Relação da CK total e CK-MB tem que ter pelo menos 10% da CK total CK-massa: dosa CK-MB e sabe normalidade mesmo sem a CK-total Troponina pode estar aumentada por várias outras situações: AVC, disfunção renal aguda... APRESENTAÇÃO CLÍNICA: Classificações: 1. KILLIP-KIMBALL: Distúrbios hemodinâmicos – avaliação clínica (Insuficiência cardíaca) Rx tórax, ausculta cardíaca Classe Definição Mortalidade I ESTERTORES E B3 AUSENTES 8 % II ESTERTORES EM <50% PULMÃO 30 % III ESTERTORES EM >50% PULMÃO 44 % IV CHOQUE >80% ® Estertores em < 50% do pulmão dar diuréticos; ® Estertores em > 50% do pulmão edema agudo tenho que dar diuréticos + vasodilatador; 2. FORRESTER: distúrbios hemodinâmicos – monitorização invasiva Classe Definição Mortalidade Conduta I Hemodinâmica normal PCP<18, IC>2.2 2.2 % Nada II Congestão pulmonar PCP>18, IC>2.2 10.1 % Diurético III Hipoperfusão periférica PCP<18, IC<2.2 22.4 % Vasodilatador (inotrópico) Hipoperfundindo não congesto IV Congestão pulmonar e hipoperfusão periférica PCP>18, IC<2.2 55.5 % Diurétino, inotrópico (protege cérebro e rim) Hipoperfusão + congestão (choque Início Pico Normalização Mioglobina 1-2h 6-9h 12-24h Troponina 4-8h 36-72h 5 – 14h CK massa 3-6h 16-24h 48 – 72h CK-MB 4-6h 18h 48-72h PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 6 Índice cardíaco: capacidade de bombeamento – FE% Pressão capilar pulmonar é parecida com a atrial ELETROCARDIOGRAMA: TRATAMENTO FASE AGUDA (emergência) TRATAMENTO: Medidas gerais © Acesso venoso © Monitor cardíaco © Analgesia (morfina I.V.) © Aspirina (dose – 200mg ) © Oxigênio © Ansiolítico 1º. ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS AAS: Nível de evidência A bloqueio da ciclooxigenase (inibe sintese de plostaglandinas e tromboxanes ) ® 1º droga no IAM; à toma para sempre ® ↓ Adesividade das plaquetas ® É um antiiflamatório (doses altas – 3g) ® 200 mg (mastigados); ® 85 a 325mg VO (fasede internação); Dipiramidol (não é muito utilizado) ® Inibe a quebra da fosfodiesterase mediada pelo aumento da AMP cíclico (não é mais utilizado na prática clínica de pacientes com IAM, restrito aos exames laboratoriais); Tienopiridinicos ® Clopidogrel 75 mg / dia V.O (no ataque 4cp) ® Ticlopidina 250 mg 12 / 12 V.O ® Prasugrel , Ticagrelor à ( intolerância ao AAS ) ® Atua bloqueando a ligação do ADP ao seu receptor específico ® São mais potentes do que a aspirina (usa os 2 na fase aguda) M Morfina O Oxigênio (se sat diminuída) N Nitrato (sublingual) à não faz se infarto inferior ou de VD (não tem VD associado pode fazer nitrato) A AAS (aspirina) + clopidogrel B B-bloqueador I IECA PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 7 Inibidores dos receptores da glicoproteína IIb IIIa (só parenteral) é na parenteral ® Abxicimab , Epitifibatide,Tirofiban ® Impedem a formação das pontes com o fibrinogenio . 2º. MORFINA © 2 mg -4 mg I.V. (Ataque ) « Se necessário: 4 a 8 mg I.V / 15 minutos « Dose máxima de 30 mg © Classe I- nível de evidência C 3º. NITRATOS: GISSI - 3 e ISIS – 4 ( sem beneficio mortalidade ) © Uso sublingual: « Dinitrado de isossorbida 5mg se necessário de 15/15 minutos (enquanto houver dor); « Sustrat: 10mg © Objetivos: afastar espasmo, aliviar a dor; © Observar hipotensão; © Uso IV (infusão contínua): « Mononitrato isossorbida: 2,5 mg/kg/dia; « Nitroglicerina: 50mg em 250 ml/ SF 0,9% (10 ucg/minuto); « Não muda a mortalidade do paciente, não preciso ficar dando nitrato direto. ESTATINA: © Indicados em todos os pacientes com SCA Atorvastatina 20 mg /60 mg / dia Sinvastatina 40 mg / dia Rosuvastatina 20 mg / 40 mg / dia BETA BLOQUEADORES (Ev A) © Iniciar o mais precoce possível; © Observar contraindicações; Propanolol 40 mg 8/8 horas, VO; Metoprolol 100 mg 8/8 horas, VO; Atenolol 50 mg 8/8 horas, VO; © Se o paciente estiver fazendo muita arritmia: « Metoprolol 5mg EV lento (a cada 10 minutos até 15mg)!! – classe II, nível de evidência B. © Se o paciente tem infarto + disfunção do ventrículo (FEVE < 40%) « não pode dar atenolol nem propranolol (optar pelo metoprolol, bisoprolol ou carvedilol); PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 8 INIBIDOR DA ECA © A maioria dos pacientes com infarto tem HAS associada e já tomam anti-hipertensivos; © Aqueles que não são hipertensos anteriormente, mesmo assim, devem tomar IECA, pois esse medicamento ajuda no remodelamento. (cicatrização ) Captopril até 50 mg 8/8 horas, VO; Enalapril até 10 mg 12/12 horas, VO; Ramipril até 5 mg 12/12 horas, VO; Lisinopril até 10 mg/dia, VO; ® Antes: IECA pacientes com IAM anterior – FE < 40%, congestão pulmonar. ® Hoje: Pacientes devem utilizar IECA pelo benefício no remodelamento (observar contraindicação); BRA (BLOQUEADORES DO RECEPTOR DA ANGIOTENSINA) © Devem ser utilizados apenas como alternativa ao IECA, quando o paciente não tolerar IECA. Losartana 50 a 100 mg/dia, VO; Valsartana 80 a 160 mg/dia, VO; Candesartana 8 a 16 mg/dia, VO; Olmesartana 20 a 40 mg/dia, VO; ANTAGONISTAS DO CANAL DE CÁLCIO: à NÃO USAR J © NÃO há indicação para o uso rotineiro! © Estudos mostram aumento na mortalidade de pacientes com infarto com supra + uso de antagonistas do canal de cálcio; © Só é utilizado caso haja angina pós-IAM sem resposta; © Usado quando o betabloqueador está contraindicado; © Preferência para Diltiazem; à pois não taquicardia © Nifedipina de ação curta contraindicado TEMPO É MÚSCULO Com supra—12horas após inicio do quadro, há necrose (se for uma área muito grande- IC; arritmias) © Dor: « Sugestiva de isquemia aguda até 12 horas de evolução © ECG: « Supra ST à 2 derivações (mesma parede) « BRE (presumivelmente novo ) TRATAMENTO: Reperfusão miocárdica: © Limitação do tamanho do infarto (começa no subendocárdico) © Melhora a função ventricular © ↓ Mortalidade tanto precoce quanto tardia no IAM � precoce: ↓área de sofrimento, isquémica, arritmia, de desenvolver IC RECANALIZAÇÃO CORONÁRIA: © Não é o tratamento ideal, é tratamento de exceção quando não se pode fazer angioplastia. © Trombólise: « Trombolíticos à transformam o plasminogênio em plasmina (lise do trombo); © Reperfusão mecânica: « Angioplastia PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 9 1. TROMBOLÍTICOS ® Trombolíticos - transforma o plaminogênio em plasmina(lise do trombo ) Obs: aumentam chance de hemorragia. © Estreptoquinase; « + barata (tem no hospital), menos efetiva © R- tpa (ativador do plasminogênio tecidual recombinado); © Tenecteplase; « No hospital tem © Desmoteplase; « Antigamente, era feita até 24 horas do início da dor, atualmente, até 12 horas porque estudos mostraram que depois não adianta muito. 2. FIBRINOLÍTICOS: ® GISSI – 1 estudo com 11.721 pacientes, mostrou redução da mortalidade de 47% quando o trombolítico era administrado na 1º hora do IAM; ® O estudo FFT (fibrinolytic therapy trialist) constatou que para cada hora de atraso na infusão do trombolítico se deixou de salvar 1,6 vidas; © Indicação: « Critérios clínicos: « Dor sugestiva de IAM com duração mínima de 20 minutos não responsiva a nitrato sublingual, com no máximo 12 horas; « Critérios ECG: « Elevação ST > 2mm (2 ou + derivações), novo BRE; © Contraindicações absolutas: « História prévia de qualquer hemorragia cerebral; « Lesão vascular cerebral conhecida; « Neoplasia intracraniana (primária ou metastática); « AVC isquêmico recente (< 3 meses) – pode ter transformação em hemorrágico; « TCE < 3 meses; « Sangramento interno ativo; « Dissecção de aorta (importante fazer diagnóstico diferencial com IAM!); à maior contraindicação « Doenças da coagulação; « Redução da expectativa de vida (coma, neoplasia terminal, etc); © Contraindicações relativas: « HAS não controlada; « PAS > 180 mmHg/ PAD > 110 mmHg; « AVC isquêmico > 3 meses; « Uso de anticoagulantes orais (varfarina) « Trauma/cirurgia de grande porte nas últimas 3 semanas; « RCR prolongada > 10 minutos; « Punção vascular não compressível; « Sangramento interno recente (2 – 4 semanas); « Úlcera péptica em atividade; « Gravidez (pode fazer descolamento prematuro de placenta); « Uso prévio de estreptoquinase; à raramente acontece 3. ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA (primária no sentido © Tratamento ideal/preferencial; « Tem ação mais efetiva que as drogas trombolíticas. « Tempo porta-balão < 90 minutos; « Diminui: mortalidade, reinfarto, AVC, sangramento; « Aumenta: patência arterial (consegue-se até 98% da artéria aberta); « Melhor forma de recanalizar artéria pós-infarto! PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 10 © Indicações: « Sinais de disfunção do VE; « Contraindicação ao fibrinolítico; « Suspeita de dissecção de aorta; « BAVT; ® Depois de 12 horas, já não é mais tão efetivo; ® Angioplastia de resgate – pós trombólise; Infarto de parede anterior (DA ocluída) TRATAMENTO: FIBRINOLÍTICO X ANGIOPLASTIA Criterios a favor do fibrinolítico Critérios a favor de ICP ü Início dos sintomas < 3 horas; ü Impossibilidade de realizar ICP (intervenção coronariana percutânea): • Laboratório de hemodinâmica não disponível/ocupado; • Dificuldade de acesso vascular; ü Atraso para realizar ICP: • Tempo porta-balão > 90 minutos; • Tempo (porta-agulha) – (porta- balão) > 60 minutos; • Tempo de transferência > 2 horas; ü Início dos sintomas > 3 horas; ü Possibilidade de realizar ICP: • Hemodinâmica disponível; • Sem dificuldade de acesso vascular; ü Sem atraso para realizar ICP: • Tempo porta-balão < 90 minutos; • Tempo (porta-agulha) – (porta-balão) < 60 minutos; • Tempo para transferência < 2 horas; ü Alto risco de eventos: • Classe de Killip ≥ 3; • Choque cardiogênico; • Contraindicação para fibrinolítico;• Dúvidas no diagnóstico de IAM; TEMPO: © Delta T: tempo ótimo para fazer os dois (12horas) © Tempo porta-agulha (fibrinolítico) « Tempo de o paciente chegar na emergência até a agulha estar sendo introduzida no paciente ≤ 60 minutos; © Tempo porta-balão: (hemodinâmica) « Sala de emergência até o paciente estar dentro da hemodinâmica com balão insuflado dentro da artéria ≤ 90 minutos; « Se passar disso, não é um bom hospital para tratamento. « Se for muito longo, estou perdendo muito tempo; © Tempo transferência ≤ 2 horas; « Não é permitido transferir um paciente para realizar angioplastia se for demorar mais de 2 horas para chegar no hospital de referência. (se levar mais do que isso à trata no local com trombolítico- CATE eletivo) « Tempo de transferência > 1 hora aumenta 15% a mortalidade; « Se > 2h Estratégia fármaco- invasiva PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 11 TERAPIA ADJUVANTE © Heparina: « Heparina não fracionada 20.000 UI/dia « HBPM 1mg/kg/dia 12/12 horas; © Deve ser feita em todos os pacientes; COMPLICAÇÕES © Morte; © Arritmias: « Ventriculares: • Extra-sístoles; • Taquicardia ventricular; • Fibrilação ventricular; ® CD: coronária elétrica; Se oclui coronária direita oclui irrigação oxigenica dos nós à bloqueios à bradirritmias © Bloqueio átrio-ventricular; © Remodelação do VE: © Choque cardiogênico: « O coração é incapaz de gerar débito suficiente e manter o transporte de oxigênio para os tecidos; « Hipotensão sistêmica grave e persistente; « Hipoperfusão de órgãos queda do sensório, extremidades frias, oligúria, acidose metabólica; PAS Droga <70mmHg Noradrenalina 70-90 mmHg Dopamina >90mmHg Dobutamina « Balão de contrapulsação aórtico © Complicações mecânicas: « Ruptura do septo ventricular; • Comunicação interventricular pós-IAM choque situação grave; « Ruptura do músculo papilar; • Pode levar a insuficiência mitral congestão pulmonar; « Disfunção do músculo papilar; « Ruptura da parede livre do VE; Músculo papilar ↓ Válvula mitral ↓ Ins mitral aguda ↓ Átrio não está preparado para o Refluxo ↓ Hpulmonar aguda ↓ IC ↓ Edema agudo de pulmão « Supraventriculares: • Taquicardia sinusal; • Fibrilação atrial; • Bradicardia sinusal; Por isso devemos dar IECA, diminuem esse remodelamento, a parede não fica tão fina e não ocorre aneurisma de VE; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 12 INFARTO DE VENTRÍCULO DIREITO © Suspeita se: « Hipotensão persistente associado a campos pulmonares limpos; « PVC (pressão venosa central) e PAD aumentadas; « PAP normal; « IC (índice cardíaco) baixo; © ECG: « Supra de V3r, V4r; © ECO « Aumento do VD; © Tratamento: « Expansão do volume plasmático (coloide e cristaloide-Principal), não usar nitrato; ESCORE DE RISCO – TIMI - Para quem tem IAM « Escore de risco = 0 – 14 pontos possíveis; « Quanto mais alto, maior o risco de complicações e mortalidade; FATORES Pontos Idade entre 65 – 74 anos 2 Idade ≥ 75 anos 3 PA sistólica abaixo de 100 mmHg 3 Frequência cardíaca acima de 100 bpm 2 Killip e Kimball II - IV 2 Supradesnivelamento de ST em parede anterior ou BCRE 1 História de diabete, HAS ou angina 1 Peso < 67 kg 1 Início do tratamento além de 4 horas 1 COMPLICAÇÕES – PERICARDITE « Ocorre em 20% dos IAM; « Dor torácica que piora com a inspiração; « Comum atrito pericárdico na ausculta; « Manutenção do Supra-ST ao ECG; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 13 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA + = x Débito cardíaco: Litros/minuto Medida de desempenho cardíaco © Débito Cardíaco = Volume sistólico X Frequência cardíaca « A frequência cardíaca é influenciada pelo sistema nervoso autônomo • ParassimpáticoàBradicardia • Simpáticoà Taquicardia « Volume sistólico tende a ser fixo. Aumentam: • Treinamento aeróbico; ü FC no pico do exercício ü Com tempo: adaptação a grandes volumes circulando rápido • ↓Volemiaà ↓VS à ↓DC • RVP(estenose da via de saída do VE) « Estado contrátil das fibras contráteis do miocárdio • Hipoxemia, acidose, intoxicação por monóxido de carbono « DC: pode ser corrigido para a superfície corporal do indivíduo DEFINIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA © Síndrome clínica complexa: Várias doenças cardíacas podem resultar nessa síndrome « Anormalidades da função ventricular esquerda (bomba principal – 99% das vezes) « Regulação neuro-hormonal © Acompanhada por: « Intolerância ao esforço físicoà dispneia de esforço « Retenção hídrica ( volemia) • Uma das formas de tentar restaurar o débito cardíaco • Mecanismo de Frank Starling ü Distensão da fibra miocárdicaà forças contráteis à platôà volemia « Redução da sobrevida • Após 5 anos à 50% mortes © Mecanismo de compensação « Barorreceptores (carótidas, arco aórtico) monitoram a pressão de enchimento o tempo todo, • Ativado por uma alteração na pressão (Regulação neuro-hormonal) à vasoconstrição (noradrenalina, angiotensina II, endotelina) _ retenção hídrica (aldosterona) © Clínica: « Intolerância ao esforço à Dispneia nas atividades diárias « Progressivo e depende da evolução da doença. Toda insuficiência cardíaca é HIPERVOLÊMICA. Débito cardíaco Resistência vascular periférica (RVP) Pressão arterial Volume sistólico Frequência cardíaca SNA simpático parassimpático Pré-carga (volemia) Pós-carga (RVP) Contratilidade PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 14 EPIDEMIOLOGIA © Problema de saúde pública; associada a doença crônico- degenerativa © 1% da população geral e 10% dos idosos (>70anos); © 20% dos > 40 anos terão IC até o final da vida © EUA: « Prevalência: 5 milhões « Incidência: 500,000/ano « Mortalidade: 300.000/ano « 15 milhões de consultas/ano « 6,5 milhões dias-hospital/ano © BRASIL: 200 milhões « Primeira causa de hospitalização no SUS; © Prevalência: « Alta prevalência na população idosa (4-10%); « 80% dos hospitalizados por IC são idosos; « Etiologia da IC: 2/3 cardiopatias isquêmica; 1/3 outras; « Custos (EUA, 2012) > US$ 21 bilhões; © Aumentam nos sobreviventes de IAM; « Morrem ou em casa ou a caminho do hospital « 95% intrahospitalar sobrevive « Tratar infarto bem é tratar infarto CEDO J § Tempo é músculo PROGNÓSTICO © 5 anos após o diagnóstico, 50% dos pacientes terão ido a óbito; © Se o diagnóstico é feito em fases precoces, esse tempo pode ser estendido. FISIOPATOLOGIA Miocardite viral, IAM, doença valvar © Evento inicial: determina a 1a queda do DC « Ex: miocardite viral, IAM, doença valvar © Essa queda é percebida pelos barorreceptores (carotídeo e arco aórtico). « Se interpretarem como queda constante à Vasoconstrictores « Não tem feedback negativo. Começou a ativar não consegue parar, apenas com fármacos. « A ativação excessiva acelera a mortalidade L © Retenção de líquido: Aldosterona é liberada a ativação renina Se passar muito tempo do infarto ↓ Morte de miócitos importantes para ejeção do sangue ↓ Disfunção ventricular esquerda (↓DC) ↓ Insuficiência cardíaca Evento inicial ↓Débito cardíaco Ba ro rre ce pt o re s Ativação neuro-humoral Renina-Angiotensina Simpático (Nadr) Vasopressina Endotelina Vasocontrição Edema Hipertrofia Remodelagem NECROSE/APOPTOSE Fibrose Progressão Morte PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 15 Mecanismos de compensação 1) Sistema Renina angiotensina aldosterona: ® Angiotensina 2: • Potente vasoconstritor: RVP • Hipertrofia dos miócitos ainda viáveis • Mecanismo de remodelamento do coração: ü Normal: meia elipice ü Anormal: osespaços deixados pelos miócitos mortos são preenchidos por fibrócitos que não contraem à fica mais ovoide. ® Aldosterona: • Retenção hídrica (Na no túbulo distal): responsável pelo estado de hipervolemia na IC • Base para formação de edema Obs: IECA à Inibe a ECA: inibe a síntese de angiotensina 2 2) SNA simpático ® Liberação de catecolaminas (principalmente Noraepidefrina/noradrenalina) ® Vasoconstrição para aumentar a resistência vascular periférica; 3) Vasopressina ® Hormônio anti-diurético (sintetizado na neurohipófise); ® Ação no túbulo renal; ® Responsável por vasoconstrição; 4) Endotelina IC: estado hipervolêmico e vasoconstricto IC: arritmias frequentes ® A resposta desses sistemas então é: • Vasoconstrição; • Retenção de líquido (estado hipervolêmico); • Edema; • Hipertrofia (dos miócitos restantesà compensar a perda dos outros miócitos – modulada pela angiotensina II); • Remodelagem da forma do coração (o coração fica maior + esférica). Forma ovoide do © Consome muito mais O2 que o normal ↓ Exigência do miócito ↓ Acelera apoptose ↓ Mais colágeno/fibrose. ↓ ↓DC Ciclo vicioso por não ter feedback PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 16 © A renina (enzima renal) é ativada por: « SN simpático; « Vasopressina; « Pressão de perfusão (principal): • ↓Pressãoàativa barorreceptoresà ativa sistemas de compensação; « Diuréticos; « Carga de sódio; © Angiotensina II: « Vasoconstrição; « ativação da síntese da aldosterona àHipervolemia da ICC « Hipertrofia dos miócitos viáveis; • Ativação do hipotálamo àsede; Sistema nervOsO simpáticO Ação mais difusa no organismo HORMÔNIOS CONTRARREGULADORES: PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS – ANP E BNP © Ação contrária aos mecanismos compensadores © Liberados pelos ventrículos e átrios quando submetidos a stress mecânico (os miócitos começam a sintetizar); « Ventrículo dilata (estresse circunferencial) aciona o mecanismo de síntese do BNP © Uso diagnóstico na dispneia de origem não determinada; « Componente pulmonar ou cardíaco? • Pede BNPà Se elevado: comprometimento cardíaco © Valor prognóstico (se o BNP estiver aumentado, está ocorrendo estresse cardíaco); « Quanto mais BNP, pior prognóstico (doença mais avançada) « O nível de BNP tem a ver com o tempo que a pessoa ficou com a síndrome hipervolêmica. « Os grupos que tem mais liberação de noradrenalina e BNP têm pior prognóstico. © Alvo terapêutico: « BNP: meia vida curta « Inibe a enzima que degrada BNP à aumenta o tempo de ação (mecanismo contrarregulatório) J Ações contra regulatórias: Vasodilatador; Natriurético Promove liberação de sódio; ↓renina, angiotensina II e aldosterona; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 17 Ativação neuro-hormonal e prognóstico SISTEMAS NEUROHORMONAIS NA IC © Renina angiotensina aldosterona; © Neuro-simpático: « Vasoconstrição e retenção Na+ / H2O © Peptídeos natriuréticos (BNP) « Vasodilatação e eliminação de Na+ / H2O REMODELAMENTO VENTRICULAR (PÓS-IAM) © Fenômeno após a perda de miócitosà substituição da área de necrose por fibrose. (não contrátilà discinesia) © Ocorre: « Alargamento dos cardiomiócitos; « Adelgaçamento da parede ventricular; « Expansão da área de infarto; « Dilatação e deformação do VE (esfera); « Hipertrofia dos miócitos viáveis; « Perda progressiva de miócitos (apoptose); « Excesso de colágeno intersticial; © Padrão microscópico da insuficiência: Fibrose> miócitos © Microscopia: Forma circular Hipertrofia (RVP àválvula não segura) volumeà pressão A estratégia de remodelação tenta compensar, mas demanda muita energia Contração ↓ Expansão da área fibrótica ↓ Perda de energia ↓ © Volume grande, paredes delgadas, forma ovóide PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 18 DESEMPENHO CARDÍACO Débito cardíaco = FC X Vol. Sistólico © Medida direta: invasiva – cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz) « UTI, pacientes chocados © Método não invasivo: Ecocardiograma « Fração de ejeção do ventrículo esquerdo: porcentragem de uma diástole final que é ejetada a cada sístole final « O normal é a ejeção de pelo menos 50% do seu volume diastólico a cada sístole; « 50-40: transição da anormalidade « < 40%: disfunção sistólica. « Mede a capacidade de bomba do VE. FEVE = Volume Diastólico final – Volume Sistólico final /Volume Diastólico final FEVE Normal ≥ 50% DISFUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO (FEVE<40%) ↓ Hipoperfusão tecidual ↓ ↓ Fadiga muscular Pressão ventricular ↓ Congestão pulmonar ↓ Dispneia ETIOLOGIAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA © Congênitas: comunicação intraventricular, tetralogia de Fallot, etc; © Valvares: Insuficiência mitral, estenose aórtica, etc; © Problemas miocárdicos: IAM, miocardite; © HAS não tratada; © Doenças pericárdicas: pericardite constritiva; © Doenças tóxicas: álcool (Ex: miocardiopatia dilatada alcoólica), anti-blásticos (substâncias usadas para tratar alguns tipos de câncer, mas podem ser cardiotóxicas em alguns indivíduos); Sobrecarga de volume Sobrecarga de Pressão Perda de miocárdio (IAM) Alteração da contratilidade DISFUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO FEVE<40% Problemas valvares: ü Sangue Aà B e não deixa ir de Bà A ü Ins mitral, Ins aórtica, comunicação interventricular (CIV- é congênito) ü Estenose aórtica ü Hipertensão Arterial ü IAM ü Miocardites ü Drogas cardiotóxicas ↓DC Vol Sist Final Vol Diast Final PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 19 CLASSIFICAÇÃO ATUAL DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FEVE reduzida (sistólica) – FEVE < 40%* FEVE preservada (diastólica) – FEVE > 50% FEVE preservada: © Só acomete a capacidade do ventrículo de relaxar e acomodar sangue: « Idosos coração com fibrose, enrijecidos e com capacidade diastólica restrita. § Função sistólica normal, mas diastólica ruim. © Podem viver assim normalmente. © Somente se há algum mecanismo que demande metabolicamente (taquicardia por algum motivo: infecções, hipertireroidismo). « A diástole é limitada, e passa a ter volume menor ainda. « O mesmo acontece com a próxima sístole à desenvolve FEVE reduzidaà congestão pulmonar © Não tem tratamento, apenas a doença de base © Acomete: Idosos, mulheres com HAS/hipertrofia/enrijecimento ventricular/isquemia Obs: Taquicardia → a diástole, que normalmente é a fase cardíaca que dura mais, fica limitada. Diástole muito curta ↓ ↓enchimento ↓ Refluxo retrógrado (trata a causa base) CLASSIFICAÇÕES © Etiológica: importante para a conduta « Valvar (cirurgia) « Miocárdica, « Hipertensiva, « Inflamatória/infecciosa, « Tóxica; SINAIS E SINTOMAS: Insuficiência Esquerda Insuficiência Direita © Edema pulmonar; © Dispnéia de esforço; © Dispnéia paroxística noturna; © Ortopnéia/taquipnéia/ Cheyne-Stokes; © Tosse/hemoptise; © Terceira bulha (galope); « Som protodiastólico: dificuldade de acomodar volume na diástole © Estertores crepitantes basais; « pressão das cavidades e no interstício à extravasamento para alvéolos © Pior evolução = edema pulmonar agudo (inundação dos alvéolos, que passa do espaço alveolar para o interstício); secreção rósea espumosa (hemácias e proteínas) © Edema MMII; © Hepatomegalia/refluxo hepato-jugular; © Ascite; © Derrame pleural; © Estase jugular; © Terceira bulha (VD); © Dor abdominal/náusea/anorexia; « Fígado comprime o estômago © Dificulta o retorno venoso pois a bomba direita não está funcionando adequadamente; Em geral é consequênciada insuficiência cardíaca esquerda; © Direita/esquerda; « Baseada em sinais e sintomas PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 20 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA I. Doença cardíaca, sem sintomas © HAS com hipertrofia identificada por exames: há uma cardiopatia estrutural, mas pode ser assintomática; © Valvulopatias pode ter estenose aórtica/ sopro, mas ainda não ter sintomas (como na febre reumática); © Pessoas que tem anormalidades no ECO/ ECG, mas ainda não desenvolveram sintomas; II. Limitação física para atividades cotidianas © Andar rápido, subir escadas, carregar compras); III. Acentuada limitação física para atividades simples © Tomar banho, se vestir, higiene pessoal); IV. Sintomas em repouso Após o tratamento, pode passar de uma classe III para II, por exemplo; AVALIAÇÃO CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Anamnese Qual o sintoma principal, evolução, fatores de risco, medicações, doenças prévias, história familiar Exame Físico Ausculta cardíaca: sopro, atrito, galope, estertores pulmonares; Peso: em descompensação, ocorre hipervolemia e aumento de peso – o paciente deve ficar alerta para mudanças muito drásticas no peso; Rx tórax Grau de congestão pulmonar ou cardiomegalia Eletrocardiograma Arritmias: Fibrilação atrial Sobrecargas, isquemias Ecocardiograma FEVE, valvas, tamanho das câmaras, espessura das paredes BNP Deve fazer parte da avaliação inicial de todos os pacientes com suspeita de insuficiência cardíaca; Saber se há uma dilatação cardíaca em andamento ou como forma de afastar o diagnóstico Normal: 100-150 picogramas/ml EVOLUÇÃO CLÍNICA Normal Sem sintomas, exercício normal, FEVE normal; Disfunção assintomática do VE Sem sintomas, exercício normal, FEVE anormal; IC compensada Sem sintomas, menor tolerância a exercício, FEVE anormal; IC descompensada Paciente sintomático, menor tolerância à exercícios, FEVE anormal; IC refratária Sintomático, não controlado pelo tratamento; Internações frequentes, altas doses de diuréticos, drogas vasoconstritoras. Terapia radical: transplante cardíaco Pode passar períodos compensados e por algum fator desencadeante faz com que ele descompense CLASSIFICAÇÃO DA IC (2001) © Considera os fatores de risco para IC. A Indivíduos em alto risco para IC Diabéticos, hipertensos, fumantes, história familiarFatores de risco de aterosclerose B Doença estrutural sem sintomas Classe I C Doença estrutural com sintomas (descompensado pelo menos uma vez – mesmo depois de compensado)Uma vez na C não volta mais para B D IC terminal classe IV Controle de risco para aterosclerose PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 21 Diferente: nessa classificação ainda não existe doença, apenas o risco e sabendo isso tem como prevenir Um novo foco no RISCO (Fatores de Risco para IC): © Hipertensão arterial (condição muito prevalente, muitas vezes assintomática durante longos períodos de tempo – é um fator de risco que deve ser pesquisado em todos os indivíduos) © Doença coronária; © Diabetes; © Obesidade; © Álcool/valvulopatias/miocardiopatias/miocardite/congênitas; © OBS: o controle dos fatores de risco reduz a incidência de IC. © A chance de indivíduos normotensos terem IC ao longo de 15 anos é muito pequena; © Indivíduos que tem PA sistólica em 160 ou mais, tem chance muito maior de ter IC; « Benefícios de tratar a hipertensão: • ↓ 50% da chance de IC, • ↓ 40% da chance de ter AVC, • ↓ 30% da chance de ter doença coronária. FATORES DE RISCO: A Hipertensão arterial; Doença coronária; Diabetes mellitus; Alcoolismo; Febre reumática; HF de miocardiopatia; B Hipertrofia VE; Dilatação VE; FEVE <40%; Valvulopatia assintomática; C Dispnéia; Fadiga por disfunção do VE; Assintomáticos em tratamento para IC; D Hospitalização frequente; Inotrópicos EV; Suporte ventricular mecânico (corações artificiais – eles são usados, geralmente, quando o indivíduo está na fila de transplante); Aguardando transplante; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 22 TRATAMENTO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TRATAMENTO DA IC 1) Cardio-renal (anos 50-60) à diuréticos, digital; ® Digitais aumentam a força de contração do coração (hoje não se usa mais); 2) Contratilidade (anos 60-70) à novos inotrópicos + ® Inotropismo – função de contratilidade do coração; ® Viu-se que, como a pessoa já tem um coração insuficiente, tentar estimulá-lo a trabalhar ainda mais, só vai acelerar sua morte; 3) Vasoconstrição (anos 70-80) à vasodilatadores ® Estudos combinando vasodilatadores arteriais/venosos a placebo ® Benefícios com o uso de vasodilatadores na mortalidade de pacientes com IC – aumento de sobrevida comparado ao placebo; 4) Ativação neuro-hormonal (anos 80 – tempo atual)à IECA-ARA2/ beta bloqueadores/ antagonistas da aldosterona / inativadores da Neprilisina; ® IECA-ARA2 à regular o sistema renina-angiotensima, inibimos a ECA. ® Beta-bloquadores à modular o sistema nervoso autônomo simpático; ® Antagonistas da aldosterona à bloqueio da síntese da aldosterona; ® Inativadores da Neprilisina – enzima que degrada o BNP: sua inativação aumenta a vida média do BNP; Melhor sobrevida do que usar apenas IECA 5) Citocinas e apoptose (em pesquisa) ? ® Indivíduos terminais de IC, geralmente tem caquexia, e uma ativação do sistema imunológico. Tanto que o TNF, que está muito elevado na IC terminal, é também chamado de caquetina. ® Já foram testadas algumas anti-citocinas, mas nada foi aprovado ainda. FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA © Sistemas neuro-hormonais ativados (numa tentativa compensatóriaà todos com agente vasoconstritor « BNP « Simpático-adrenérgico « Renina – angiotensina – aldosterona; « Arginina – Vasopressina (HAD); « Endotelina; ESTADO HEMODINÂMICO DE PCTE COM IC PATOLOGIA DO CORAÇÃO INSUFICIENTE ↓ contratilidade miocárdica (Inotropismo); RVP (pós-carga); Volemia (pré-carga); estado hipervolêmico ¯ miócitos (necrose / apoptose) fibrose (colágeno) Hipertrofia Dilatação (remodelamento) - eficiente +gasto energético OBJETIVO DO TRATAMENTO © Identificar causa tratável – buscar a etiologia da IC; © Melhorar os sintomas (dispneia e fadiga); © Aumentar a tolerância ao esforço; © ↓ progressão do remodelamento; © ↓ uso dos serviços de saúde (hospitalizações); © Aumentar a qualidade de vida; © Aumentar a sobrevida (prognóstico); PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 23 INTERVEÇÕES TERAPÊUTICAS: 1) MEDIDAS GERAIS © Dietéticas: « Dieta hipossódica (2g/dia Na+ = 4g de NaCl) • Restrição de água (em indivíduos classe IV);à SRAA está retendo muita água • Evitar a formação de edema « ↓gorduras e calorias; « Abstenção de álcool; © Atividade Física: « Encorajar a atividade física; « Reabilitação cardíaca; « Treina periferia: mitocôndria nas fibras musculares dos MMIIà ↓fadiga © Educação: « Toda condição crônica em medicina exige que o paciente/família entendam o que é/como trata a doença, qual a importância da adesão, sinais de descompensação (ex: tosse seca, dispneia paroxística noturna, aumento do peso); © Medicação; © Controle do peso; © Sintomas; 2) FÁRMACOS (Grupos farmacológicos) © ↓ mortalidade © Cada um atua num sistema: ® Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) • Não utilizar em hipotensos ® Beta-bloqueadores; • Não usar em pacientes com asma (faz broncoconstricção) ® Antagonistas da aldosterona; ® Diuréticos; • Não mostra ↓mortalidade apenas dos sintomas (está hipervolêmico) ® Digital; • 1a utilizada no tratamento, só usa se o paciente está tomando todos os anteriores e não houve melhora • ↓mortalidade 2.1 INIBIDORES DA ECA: © Disfunção do VE (FE <40%), mesmo assintomática. Ação Inibea angiotensina II (diminui a vasoconstrição e a ativação da aldosterona); Aumenta a sobrevida e a qualidade de vida; Efeitos adverso Tosse seca (5-10%)à principalmente no final do dia. • Inibe a bradicininade: enzima que quebra a bradicininaàacúmuloà favorece fenômenos alérgicos – pigarro, tosse seca); Hipercalemia (principalmente em pacientes com função renal comprometida – tornando o indivíduo vulnerável a arritmias) < 3% Angioedema (inchaço dos lábios/ vias aéreas superiores) < 0,5% Medicamentos Enalapril (5-40mg/dia) – SUS;1 cp 2x ao dia Captopril (25-150 mg/dia) – SUS;1cp 3x ao dia Lisinopril (5-20 mg/dia); Ramipril (5-10 mg/dia); « A ideia é sempre chegar na dosagem máxima tolerável, usando a PA sistólica como base. § Limite inferior da sistólica: 100/ 110, ao atingir este valor, estabiliza a dose – dose máxima tolerável para o indivíduo; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 24 2.2 ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA II (ARA-2) Alternativa aos IECA; Ação Atuam diretamente bloqueando o receptor de angiotensina II na célula Vantagem Quase não tem efeito adverso da tosse J Não associar ao IECA Usar somente se intolerância ao IECA J Medicamentos Losartana (50-100 mg/dia) – SUS; Telmisartana; Valsartana; Candesartana; 2.3 BETA-BLOQUEADORES: Ação ↓Ativação simpático-adrenérgica Aumenta qualidade de vida e sobrevida Usar: Pacientes estáveis em Classe II-IV que já estão em uso de IECA + diuréticos Efeitos adversos Hipotensão sintomática; Deterioração precoce (start low, go slow): Medicamentos Carvedilol (6,25 – 50 mg/dia) 6,25 mg → 12,5mg → 25mg (até o necessário); Metoprolol (25 – 200 mg/dia)à hipertensão, arritimias Bisoprolol (1,25 – 10 mg/dia); © Start slow, go slow: « O indivíduo que desenvolveu IC tem muitos receptores β- adrenérgicos, hiperestimulação do sistema simpático) « Se bloquear muitos ou todos os receptores de maneira abrupta/rápidaà hipotensão severa. « Pacientes que nunca usaram: começar lentamente, para que os receptores se resensibilizem com o novo nível de ativação simpática (aumentar a dose ao longo de 1-2 semanas); © Regular a dose de acordo com a FC – em torno de 70/60; 2.4 ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA: Ação Bloqueio do receptor da aldosterona (túbulo distal renal); Previne fibrose miocárdica (anti-fibroblástico); à Bom para IC J Aumenta a sobrevida e a qualidade de vida; Usar: Pacientes em classe funcional III-IV Já usam IECA+ B-bloq + diurético + digoxina (digital) Efeitos adversos Ginecomastia em homens (efeito estrogênico); Hiperpotassemia (tende a reter mais potássio, principalmente em indivíduos com função renal alterada); Medicamentos Espironolactona (25-50 mg/dia) DU 25 ou 50 mg (peso do paciente) Eplerenona (não tem no BR) (não tem efeito paraestrogênico, mas ainda não está disponível) 2.5 DIURÉTICOS: reduzem sintomas (mas não mortalidade) Ação Diminuição dos sintomas (Diminuição de Na+ e H2O); Aumento da qualidade de vida (diminui as hospitalizações) Usar: Quando houver evidência de de volemia (edema) Efeitos adversos Arritmias cardíacas Diminuição do K+ e Mg2+ (arritmias cardíacas); Hipovolemia/hipotensão sintomática; Medicamentos Furosemida (diurético de alça – alça de Henle) 20 -200 mg/dia; PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 25 © Dose muito elástica J © Pode-se associar outro diurético a furosemida, como a hidroclorotiazida que age no túbulo proximal, por exemplo, para potencializar o efeito, mas é pouco frequente. © Tiazídicos: Hidroclorotiazida (25-50 mg/dia) túbulo contorcido proximal © Poupadores de potássio: Amilorida, Triantereno (associados à furosemida); 2.6 DIGITAL: Ação Aumento da contratilidade (inibe a enzima Na+ K+ ATPase) Ação parassimpática; Aumenta qualidade de vidaà ↓hospitalizações Usar: Pacientes classe II-IV e fibrilação atrial Em uso de IECA, β-bloqueador e diuréticos; Droga de 2a linha no tratamento Efeitos adversos Arritmias cardíacas – arritmias (interação com diuréticos); Intoxicação (ao aumentar a dose na tentativa de melhorar os sintomas); Mecanismo de ação: Inibe a sódio-potássio-ATPase • Mantém o sódio para fora da célula Bomba sódio-cálcio: Medicamentos Digoxina Cuidado com idoso e pacientes com insuficiência renal Age numa bomba que toda a célula tem, se passar um pouco da dose sai da dose terapêutica para letal © Janela terapêutica estreita: dose fixa de 0,125 – 0,250 mg/dia; © Intoxicação: sintomas gastrointestinais, neurológicos, cardiovasculares; © Atenção ao usar digitais em idosos/pacientes com insuficiência renal, maior risco de intoxicação Só prescrever quando já está tomando os anteriores e não houve boa qualidade de vida J Sódio para fora e cálcio para dentro ↓ a concentração intracelular de cálcio ↓ Sarcomero com resposta mais energética ↓ Contratilidade do coração (bom para a hipocontratilidade na IC) PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 26 RESUMINDO: ↓ --SIMà ↓NÃO Procurar atingir dose máxima tolerada antes de acrescentar outras medicações J= titular para o paciente ® Temos que regular a dose de IECA pela PA sistólica (PAS 110-100 ) e dos β-bloqueadores pela FC! FC até 60-70 ® Ainda que apenas IECA controle a situação do paciente, deve-se associar o β-bloqueador; ® Em algum momento, os 5 medicamentos estarão em associação; ® Digital e espironolactona: dose fixa ® B-bloq e IECA devem ser titulados para o paciente 2.7 INIBIDORES DA NEPRILISINA – novo tratamento da IC Ação Vasodilatação Natidiurese Mecanismo inibe enzima neprilisina (ela degrada o BNP Efeitos adversos Arritmias cardíacas Diminuição do K+ e Mg2+ (arritmias cardíacas); Hipovolemia/hipotensão sintomática; Medicamentos Sacubitril © Já é recomendado em diretrizes internacionais; © Estudo com sacubitril + ARA-2 (valsartana) « Efeitos benéficos na redução da mortalidade (comparado ao uso isolado de IECA); FEVE<40% Sinais e sintomas de Congestão? Diuréticos IECAJ Beta-BloqJ Bloq- Aldosterona Digital Efeitos benéficos na IC PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 27 3) DISPOSITIVOS DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA © Cardio-desfibrilador implantável (CDI) – « Prevenção da morte súbita (arritmias) « Causas de morte na IC: § Falência da bomba; § Morte súbita (fibrilação ventricular); « Dispositivo que diagnostica fibrilação ventricular e dispara um choque (com 1/10 da energia que damos externamente com o DEA); « Prevenção secundária após uma PCR © Ressincronizador Cardíaco (marca-passo) « Bloqueio completo do ramo esquerdo • Quando se tem um BRE, a despolarização não ocorre via sistema de condução natural, mas pelo VD, via músculoà dissincronia entre os ventrículos (VD contrai antes do VE) ü Dissincronia em indivíduos com fração de ejecção < 30% pode ser muito sintomática. • ECG: ü QRS alargado. >150ms (>3 quadradinhos) à negativo em V1 e positivo em V6 « Ressincronizador cardíaco ou marcapasso multissítio • Marca passo com 3 eletrodos – átrio, VD e VE • Substituição do sistema de condução elétrica do coração é substituído). • Nem todo mundo pode usar esses aparelhos. Critérios para marca-passo multisítio: ü Bloqueio de ramo esquerdo ü Fração de ejeção menor que 30 ü Tratamento farmacológico otimizado ü Assintomático Critérios para colocar: fração de ejeção menor que 35%, QRS > 150ms e estar com tto otimizado (5 medicamentos) IC TERMINAL – COMO DEFINIMOS? © Paciente com tratamento clínico otimizado; © Classe IV; © Sintomático para atividades leve; © Prognóstico ruim a curto prazo; © Candidatos a outros tipos de tratamento: « Dispositivos de assistência ventricular e coração artificial • 2 bombas funcionantes(o coração, e o dispositivo de assistência ventricular). • Para pacientes que esperam na fila do transplante • Deve manter anticoagulado • Tem risco de infecção « Transplante cardíaco • Prognóstico pós-transplante: ü Risco de rejeição Ilhas de miócitos independentes podem iniciar uma arritmia Extrasistoles à ficam mais frequentes e tornam-se à taquicardia ventricular e posterior fibrilação ventricular Cérebro até 3 min sem oxigênio 95% das Paradas cardíacas são por fibrilação. Só 5% são por assistolia. Nesses casos o choque não adianta. Só adianta no primeiro caso A quantidade de joule que precisa para o choque fora do tórax é muito maior do que a quantidade dada no choque dentro do tórax PROVA 2 CARDIOLOGIA Maria Eduarda Valgas 28 ü Necessidade de drogas imunossupressoras permanentes; ü Jovem vive mais tempo pós-tranplante que >70 PREVENÇÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA © Classe A – Fatores de risco para IC: « Hipertensão arterial; § Tratamento adequado: ↓ chance de IAM, AVC, IC, insuficiência renal crônica... « Doença coronária (aterosclerose); « Diabetes Mellitus; « Obesidade; « Alcoolismo; « Febre Reumática; « HF de miocardiopatia; © O tratamento da IC é como uma escada. Nome do arquivo: CARDIO P2.docx Pasta: /Users/mariaagapitovalgas/Library/Containers/com.microsoft.Word/ Data/Documents Modelo: /Users/mariaagapitovalgas/Library/Group Containers/UBF8T346G9.Office/User Content.localized/Templates.localized/Normal.dotm Título: Assunto: Autor: dudavalgass@hotmail.com Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 09/07/19 08:34:00 Alterar número: 2 Salvo pela última vez em: 09/07/19 08:34:00 Salvo pela última vez por: dudavalgass@hotmail.com Tempo total de edição: 0 Minutos Impresso pela última vez em: 09/07/19 08:34:00 Como a última impressão Número de páginas: 28 Número de palavras: 6.700 Número de caracteres: 38.266 (aprox.)
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