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Cateteres Venosos

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1 
 
 
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ 
CENTRO BIOMÉDICO 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM INTENSIVISTA 
 
 
 
 
 
 
 
CATETERES VENOSOS 
 
 
 
 
 
Profª Luana Almeida 
 
 
 
2015 
 
 
 
 
 
 2 
 
INTRODUÇÃO 
A assistência de saúde ao paciente em situação clínica e cirúrgica, críticas de 
vida vem mudando ao longo dos 20 últimos anos. Tal processo tem sido atribuído, em 
parte, à organização de unidades especializadas para o cuidado do paciente, avanços na 
tecnologia, e, sobretudo à melhor compreensão da fisiologia pelos profissionais de 
cuidado em saúde, especialmente os enfermeiros. 
Nesse contexto, a partir do emprego de cateteres venosos, inserem-se as práticas 
terapêuticas da tecnologia do cuidado ao paciente em situações críticas de vida, com 
fins de diagnósticos mais precisos, otimização da terapêutica e estabelecimento de 
prognósticos mais precisos. A possibilidade de reconhecer e avaliar as possíveis 
complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com 
terapia adequada, prevenindo maiores complicações, mostrou-se como grande avanço 
nas práticas de saúde. 
Embora a monitorização hemodinâmica não invasiva seja bem utilizada e 
aproveitada nos cuidados a pacientes críticos, os procedimentos invasivos, muitas vezes 
são necessários e estão presentes nos contextos nos quais estes pacientes se apresentam. 
Para diferentes diagnósticos e terapêuticas, por vezes é indispensável o uso de meios 
invasivos, como cateteres, sondas e drenos que implicam no manuseio direto ou indireto 
de sistemas orgânicos, por meio de sondagem ou procedimentos relacionados. Ainda 
que o uso desses dispositivos tenha trazido grandes benefícios para inúmeros pacientes, 
há também, problemas e riscos potenciais relacionados ao manuseio dos mesmos. 
Para a diminuição dos problemas e risco potenciais relacionados ao uso de 
cateteres, sondas e sistemas de monitorização, é imprescindível que haja intervenções 
de prevenção. Nesse sentido, a equipe de enfermagem muito tem a contribuir. Por isso, 
é necessário um conhecimento sólido desse profissional acerca da anatomia, fisiologia e 
fisiopatologia para desenvolver habilidades de avaliação, definir diagnósticos de 
enfermagem e planejar e avaliar os cuidados de enfermagem específicos a cada um dos 
pacientes assistidos. 
 
CATETERES VENOSOS 
 A utilização de cateteres para o acesso vascular ampliou a segurança dos 
pacientes submetidos a terapias intravenosas prolongadas e subsequentes manipulações 
 3 
na rede vascular periférica, inclusive para a obtenção frequente de amostras 
laboratoriais de controle. Essas mesmas vias servem, também, às ações de suporte, tais 
como a administração de soluções (isotônicas e hipertônicas), transfusões e 
antibioticoterapia. 
 Apesar dos cuidados técnicos de rotina, os acessos periféricos apresentam danos 
variáveis no decurso dos tratamentos, em decorrência da ação direta dos medicamentos, 
que somados a estados de fragilidade vascular, carências nutricionais ou mesmo 
estresse, determinam risco potencial de complicações vasculares locais e sistêmicas. 
 Por questões relacionadas à segurança na prevenção de ocorrências como 
vasoespasmos, flebites recorrentes, dermatites ou necroses teciduais por 
extravasamento, os cateteres centrais de curta permanência têm sido cada vez mais 
utilizados, integrando o planejamento terapêutico. 
 A utilização de cateteres em pacientes que deles precisam, cuja indicação deve 
ser criteriosa, tem como requisitos: 
- evitar danos ou riscos de acidentes no sistema vascular do paciente; 
- garantir um acesso seguro a vasos de grande calibre, de forma intermitente e contínua, 
em períodos prolongados, para a administração de drogas, coletas de amostras 
sanguíneas ou tratamento de suporte. 
 
 
TIPOS DE CATETERES 
 
1. CATETERES VENOSOS PERÍFÉRICOS DE CURTA PERMANÊNCIA 
 
1.1 CATETER CURTO SOB AGULHA (JELCO) 
Trata-se de um cateter composto de poliuretano em biomaterial termossensível, 
hemocompatível, tromborresistente, ultraflexível e inerte que possibilita a redução do 
índice de flebite mecânica. Existem nos calibres: 14; 16; 18; 20; 22 e 24 Gauge (Fig.: 
01). 
 
 4 
 
Fig.: 01 
 
 
Indicações para punção com cateter venoso periférico curto 
 Reposição hidroeletrolítica 
 Restabelecimento da volemia 
 Transfusões 
 Infusão de contraste para diagnóstico 
 Administração de medicamentos 
 
 
Locais para a inserção 
 Veias superficiais do dorso da mão e do braço (Fig. 02 e 03). 
 
 
Fig.: 02 
 
 5 
 
Fig.: 03 
 
 
Áreas que devem ser evitadas 
 Veias necrosadas e/ou trombosadas 
 Veias endurecidas por quimioterapia 
 Cicatrizes 
 Pele com enfermidade evidente 
 Articulações e membros inferiores 
 
 
Vantagens do cateter periférico sob agulha 
 O mandril é retirado no ato da punção, permanecendo a cânula flexível 
(revestimento) 
 Permite maior movimentação do membro puncionado 
 Reduz o risco de extravasamento 
 Proporciona infusão segura 
 Permanece por mais tempo, mesmo em pacientes agitados 
 Garante menos tentativas de punções 
 Causa menos dor ao paciente, pelo formato da agulha em V. 
 
Complicações pós-punção: 
 Quebra do cateter durante a punção 
 Infecção: falha na antissepsia e/ou doenças 
 6 
1.2 CATETERES AGULHADOS (SCALP) 
 São cateteres agulhados com asa, feitos com aço inoxidável, endo as 
apresentação os números ímpares no tamanhos 19, 21, 23, 25 e 27 (Fig.: 04) com 
comprimento de 1,25 a 3,0 cm. 
 
Fig.: 04 
 
Indicações 
 Terapia de curta duração (menor que 12 horas) 
 Terapia de dose única 
 Administração de medicamentos em bolus 
 Coleta de amostras de sangue 
 
 
Locais para inserção 
Veias da mão (veia cefálica, metacarpiana ou basílica), conforme Fig.: 05. 
 
 7 
 
Fig.: 05 
 
 
Recomendações 
 Higienizar as mãos antes da inserção com clorexidina degermante a 2% 
 Fazer antissepsia com clorexidina degermante a 2% e, em eguida, com clorexidina 
alcoólica a 0,5% 
 Administrar o medicamento e retirar após o uso (se houver necessidade de 
permanência maior que 12 horas, utilizar o cateter obre agulha) 
 Utilizar luvas de procedimento para a sua instalação e retirada 
 Comprimir o local com algodão ou gaze seca, após a reirada do cateter 
 
 
Vantagens 
 Excelente para a administração de medicamentos em dose única 
 Coleta de sangue em pacientes alérgicos a nylon ou teflon 
 
 
Desvantagens 
 Permanência da agulha no interior da veia 
 Restrição de movimento 
 Aumento do risco de extravasamento e/ou transfixação 
 Existência de agulha não flexível 
 Possibilidade de maior número de punções 
 
 
 8 
1.3 CATETERES VENOSOS CENTRAIS 
 Cateter central de inserção periférica (CCIP) ou Peripherally Inserted Central 
Venous Catheter (PICC). Trata-se de um cateter flexível de silicone ou poliuretano, 
demarcado a cada 5 cm, radiopaco, biocompatível e termossensível. Pode permanecer 
implantado por até 6 meses. É apresentado em único (Fig.: 06) e duplo lúmem (Fig.: 
07), estéril, descartável e de calibres variáveis, conforme especificações da tabela 
abaixo: 
 
 
Calibre 
(G) 
 
Tamanho 
(Fr) 
 
Comprimento 
(cm) 
Diâmetro 
Interno 
(mm) 
Diâmetro 
Externo 
(mm) 
Volume 
Interno 
(ml) 
16 5,0 60 1,2 1,7 0,9 
18 3,5 60 0,7 1,2 0,4 
20 2,6 60 0,4 0,9 0,2 
24 1,9 30 0,35 0,6 0,1 
28 1,2 25 0,15 0,4 0,08Fig.: 06 
 
 
Fig.: 07 
 
 9 
Indicações 
 Antibioticoterapia 
 Quimioterapia 
 Transfusão sanguínea ou de hemoderivados 
 Anticoagulação 
 Terapia analgésica 
 Nutrição parenteral 
 Monitorização de PVC 
 Coleta sanguínea 
 
 
OBS.: A indicação deve levar em consideração as doenças e condições do paciente, 
além do tipo de terapia e duração do tratamento. Os diagnósticos mais comuns para a 
utilização do CCIP são: câncer, infecções extensas de feridas, osteomielites, fibrose 
cística, hiperemese, pancreatite, AIDS, Doença de Crown, sepse e dor em fase terminal 
de vida. Outra indicação está relacionada ao tipo de droga utilizada, como irritantes ou 
vesicantes, extremos de omolaridade, extremos de pH, agentes neoplásicos, terapias 
contínuas e intermitentes. 
 
 
Contra-indicações 
 Distúrbios de coagulação 
 Trombose venosa 
 Infiltração e extravasamento 
 Queimaduras e necrose no local da punção 
 Infecção de pele ou tecido subcutâneo no local proposto para a inserção do cateter 
 Alterações anatômicas (estruturai ou venosas) aparentes ou confirmadas 
 Membros inferiores 
 Flebotomia bilateral 
 Lesões torácicas 
 Fraturas dos membros 
 Mastectomia bilateral 
 Alergias e alterações neurológicas 
 10 
Limitações 
 Doença cardíaca/edema: veias de difícil acesso, drogas irritantes e vesicantes, 
sobrecarga volêmica 
 Diabetes: neuropatia periférica e risco de infecção 
 Imunossupressão: risco de infecção aumentado 
 Desidratação: volume intravascular reduzido 
 Mastectomia: circulação comprometida 
 Hemodiálise: fístula arteriovenosa 
 Obesidade: veias profundas 
 
Locais para inserção 
 As veias de primeira escolha são: cefálica; cefálica acessória, cubital mediana, 
veia basílica e antebraquial mediana (Fig.: 08). 
 
 Fig.: 08 
 
 
Recomendações 
Realizar o primeiro curativo após a inserção do cateter, com gaze e micropore. 
Apó 24 horas, sem sinais de sangramento, utilizar filme transparente depois de realizar a 
assepsia com clorexidina alcoólica a 0,5%. Na retirada do CCIP, se houver a intenção 
de fazer cultura de ponta de cateter, o enfermeiro deverá realizar procedimento estéril, 
observando os seguintes aspectos: 
 Manter a posição supina 
 11 
 Remover o curativo 
 Posicionar o braço 45 a 90° do corpo 
 Puxar o cateter cuidadosamente, utilizando a técnica mão sobre a mão 
 Agir com cautela, cão contrário o cateter pode e quebrar 
 Fazer a compressão no local 
 Fazer curativo sobre o local 
 Observar se o cateter foi totalmente removido, comparando com a anotação inicial de 
enfermagem no momento da inserção 
 
 
Curativo 
 Diariamente utilizar curativo convencional, se curativo transparente, trocar a 
cada 7 dias. 
 
Manuseio intermitente do cateter 
 Higienizar as mãos 
 Fazer antissepia com gaze e clorexidina 0,5% ou álcool a 70% nas conexões 
existentes 
 Retirar anticoagulante 
 Lavar CCIP com SF 0,9%, com seringa de 10 ou 20 ml 
 Administrar o medicamento, e em seguida, lavar novamente com SF 0,9% 
 Administrar solução anticoagulante (solução de heparina 100U/ml, seringa de 10 ou 
20 ml, no volume do priming do cateter) 
 
 
Complicações do CCIP 
 Tamponamento cardíaco 
 Embolia 
 Endocardite 
 Necrose tecidual 
 Alergia de contato 
 
 
 12 
Outras complicações importantes 
 Dificuldade de progresso do cateter 
 Mau posicionamento do cateter 
 Hemorragia e hematomas 
 Arritmia cardíaca 
 Punção arterial 
 Dano ou estimulação de nervos 
 Embolia do cateter 
 Encefalopatia anóxica (embolia aérea) 
 Flebite mecânica 
 Flebite química 
 Flebite bacteriana 
 Infecção do local de inserção 
 Quebra do cateter 
 Oclusão do cateter 
 Trombose 
 Migração do cateter 
 
 
1.4 CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERCUTÂNEA 
Cateter venoso central (CVC) e único, duplo ou triplo lúmem. Apresenta as 
seguintes especificações: 
 Cateter em poliuretano hidrofílico ou silicone, radiopaco e de 1, 2 (Fig.: 09) ou 3 
(Fig.: 10) lúmens de alto fluxo com saídas situadas em diferentes pontos do cateter 
(distal, medial e proximal). 
 Cateter infantil: calibre 4 e 5Fr; apresenta 13, 20, 30 e 40 cm. 
 Cateter adulto: 7, 14, 18, 20 Fr: apresenta 10, 15, 20 30 cm. 
 
 13 
 
Fig.: 09 
 
 
Fig.: 10 
 
 14 
Indicações do CVC: 
 Acesso venoso em pacientes em reais condições de venóclise periférica 
 Monitorização hemodinâmica (medida da pressão venosa central) 
 Administração rápida de drogas, expansores de volume e hemoderivados em 
pacientes com instabilidade hemodinâmica instalada ou previsível 
 Administração de drogas que necessitem de infusão contínua 
 Administração de soluções hipertônicas ou irritantes para veia periféricas 
 Administração concomitante de drogas incompatíveis entre si (por meio de cateteres 
de múltiplos lúmens) 
 Administração de nutrição parenteral 
 
 
Contra-indicações do CVC: 
 Podem ser absolutas ou relativas. As absolutas são: 
 Coagulopatia: presença de sangramento e/ou plaquetopenia (plaqueta abaixo de 
50.000/mm
3
) e/ou alterações nos fatores de coagulação (atividade de protrombina < 
50%) 
 Tromboflebite ou trombose venosa central 
 Lesão cutânea no local da punção 
 Malformações, cirurgias ou irradiação prévia no local, pela possibilidade de 
deslocamento das estruturas anatômicas 
 
E as contra-indicações relativas correspondem a: 
 Insuficiência respiratória grave ou outros estados que levem à hiperinsuflação 
pulmonar, pelo rico de complicações relacionadas à punção ou piora ventilatória 
decorrente do posicionamento do paciente 
 Recém-nascidos de peso muito baixo, uma vez que as estruturas anatômicas dos 
neonatos são menos evidentes e o rico de complicações é maior 
 Evidências de estado de hipercoagulabilidade, o que favorece a trombose venosa 
 Diarréia, no caso de passagem de cateter em veia femoral 
 
 
 
 15 
Vias de acesso do CVC 
 Veia jugular interna 
 Veia subclávia 
 Veia femoral 
 
 
Complicações 
As complicações da cateterização das veias centrais por punção podem ser 
classificadas em imediatas (relacionadas ao procedimento) ou tardias (relacionadas à 
permanência do cateter). As complicações imediatas incluem: punção arterial, punção 
pleural, embolismo gasoso, lesão nervosa, embolização pelo cateter e mau 
posicionamento do cateter. E as tardias são: embolia gasosa, trombose, perfuração 
vascular. 
 
 
Complicações imediatas 
Punção arterial: 
Complicação mais frequente, facilmente reconhecida pelo refluxo de sangue sob 
pressão e de coloração característica. No entanto, em pacientes hipotensos e/ou 
hipoxêmicos, seu reconhecimento pode ser mais difícil. 
Na ocorrência de punção arterial, a agulha deve ser retirada imediatamente. A 
compressão local deve ser realizada por 5 a 10 minutos (com alívio intermitente no cão 
de perfuração de carótida). A principal consequência da punção arterial é a formação de 
hematoma local com deslocamento das estruturas vasculares, dificultando uma nova 
punção venosa. Também pode ocorrer hemomediatino e hemotórax (quando há lesão 
pleural concomitante). 
Outras consequências menos frequentes são: laceração arterial, formação de 
fístula arteriovenosa, aneurisma, compressão de estruturas contíguas e obstrução ao 
retorno venoso. 
 
 
Punção pleural: 
 Ocorre após tentativa de punção em veia jugular interna e veia subclávia. São 
várias as consequências da punção pleural: o penumotórax é a mai frequente, podendo16 
adquirir grandes proporções em pacientes sob ventilação mecânica. Pode ainda ser 
acompanhada de pneumomediastino e enfisema subcutâneo extenso, por vezes, levando 
à compressão da traquéia. 
 Outra complicação relacionada à punção pleural é o hemotórax. Tal complicação 
necessita de um rápido reconhecimento tratamento. Recomenda-se, portanto, o exame 
cuidadoso do paciente após o procedimento, com palpação da região torácica e ausculta 
pulmonar, seguidas da realização de RX contrastado pelo cateter. 
 
 
Embolismo gasoso 
 A entrada de ar para o sistema venoso pode ocorrer por meio da agulha ou do 
próprio cateter. É mais frequente em pacientes hipovolêmicos e taquidispneicos e pode 
ter consequências fatais. Tal complicação pode ser evitada observando-se estritamente a 
técnica, com oclusão da agulha durante o procedimento e posicionamento do paciente 
em Trendelenburg durante a cateterização das veias do pescoço. 
 
 
Lesão nervosa 
 A punção de veias centrais pode causar lesões nervosas transitórias ou 
permanentes. As complicações de correntes da punção da veia jugular interna incluem 
lesão do nervo vago, paralisia de nervo laríngeo e Síndrome de Horner (caracterizada 
por ptose palpebral, miose, exoftalmia). Já a punção de veia subclávia pode complicar-
se com lesão do plexo braquial e de nervo frênico. 
 
 
Embolização pelo cateter 
Uma complicação extremamente grave ocorre quando o cateter é tracionado pela 
agulha, causando sua secção, ou durante a troca do cateter com fio-guia. A remoção do 
segmento embolizado frequentemente requer intervenção cirúrgica. 
 
 
Mau posicionamento do cateter 
 Após a inserção do cateter, este pode atingir posições anômalas, tanto intra 
quanto extravasculares. A realização de RX anteroposterior (e, quando necessário, 
 17 
também em perfil) com injeção de contraste pelo cateter é usada para determinar seu 
posicionamento. 
 A introdução do cateter em trajeto extravascular apresenta ricos quando há 
dificuldade na progressão do cateter ou no refluxo de sangue pelo cateter. O refluxo de 
sangue é testado baixando-se o equipo de soro abaixo do nível do coração e não por 
aspiração com a seringa. 
 As localizações extravasculares incluem espaço pleural, mediastino, pericárdio e 
partes moles do pescoço. A infusão de líquidos pelo cateter, nesses casos, pode levar á 
rápida deteriorização clínica do paciente. 
 
 
Complicações tardias 
Embolia gasosa 
Ocorre por desconexão acidental do equipo de soro, por defeitos na bomba de 
infusão, quando um lúmem é deixado aberto inadvertidamente ou mesmo após a 
retirada do cateter, se o local não for ocluído com curativo. 
 
Trombose 
 A presença de um cateter dentro do vão induz a alterações que favorecem a 
trombose (lesão da camada íntima do vaso, agregação plaquetária decorrente de lesão 
vascular, turbilhonamento e redução do fluxo sanguíneo local). As características do 
cateter, tais como seu calibre e material podem favorecer a trombose. 
 Os cateteres feitos de PVC e polietileno são mais trombogênicos do que os de 
silicone ou revestidos de Teflon
R
. Os cateteres localizados em veia cava inferior 
mostram incidência de tromboe nitidamente superior aos demais. 
 
 
Perfuração vascular 
 O trauma constante da ponta do cateter sobre o endotélio pode causar 
perfurações locais no vaso, átrio, ventrículo, seio coronários ou artéria pulmonar, 
causando sangramentos ou formação de fístulas. 
 
 
 
 18 
INDICAÇÃO DE TROCA DE CVC 
 Não há indicação de troca rotineira pré-programada, mas não se recomenda o uso do 
mesmo cateter por tempo superior a 30 dias. 
 Se houver saída de secreção purulenta no local da inserção, deve-se instalar um outro 
cateter em outro sítio. 
 Em caso de suspeita de febre associada ao cateter, deve-e trocar o mesmo, após 
descartar outros focos de infecção. 
 Quando houver suspeita de febre associada ao cateter com repercussões clínicas 
graves, como deteriorização hemodinâmica, necessidade de ventilação mecânica ou 
bacteremia clínica, deve-se trocar o cateter. 
 Se o cateter for instalado na urgência, em preparo adequado, recomenda-se a troca 
para um outro local até 24 horas. 
 Em caso de mau funcionamento do cateter, deve-se proceder à troca por outro, com 
fio guia, exceto nos casos de obstrução, em que o cateter deve ser colocado me outro 
sítio. 
 
 
RETIRADA DO CATETER 
 Os cateteres devem ser retirados assim que possível em posição de 
Trendelenburg, evitando embolia gasosa. 
 
 
CURATIVO 
 Realizar a troca sempre que estiver sujo e úmido. 
 Curativo oclusivo (gaze e micropore) deve ser trocado a cada 24 horas (Fig.: 11). 
 O curativo deve ser realizado com SF 0,9% (retirar sujidades) e clorexidina a 0,5%. 
Deve ser realizado com movimentos únicos para fora, ou seja, do orifício de 
entrada (óstio) para os arredores, atingindo toda a área que circunda o sítio de 
inserção (raio de 10 a 12 cm). Em seguida, proceder a antissepsia do cateter, 
também com movimentos únicos, iniciando na porção proximal em direção à distal. 
A gaze deverá ser trocada a cada movimento. 
 Só utilizar curativo transparente após 48 horas de punção e quando não houver 
extravasamento de sangue. 
 19 
 A cobertura transparente (Fig.:12) pode ser utilizada até 7 dias. 
 
Fig.: 11 
 
 
 
Fig.: 12 
 
 
 
 
 20 
CUIDADOS NA MANUTENÇÃO DO CATETER E PREVENÇÃO DE 
COMPLICAÇÕES 
 Escolha do tipo de cateter: dá-se preferência aos cateteres de silicone, poliuretano 
ou Teflon
R
. 
 Escolha do local de inserção: os cateteres de veia subclávia colonizam-se menos 
frequentemente do que os de veias jugulares e os de veias femorais. 
 Trocar o curativo sempre que estiver úmido e/ou sujo. 
 Uso de via exclusiva para nutrição parenteral total (NPT). 
 Troca de equipos de infusão, de acordo co o recomendado pela ANVISA. 
 Treinamento das equipes médicas e de enfermagem nas estratégia de prevenção de 
infecção. 
 
 
1.5 CATETER VENOSO CENTRAL POR DISSECÇÃO 
 Instalação de um cateter em uma veia, por meio de uma cirurgia (dissecção 
venosa) (Fig.: 13). 
 
Fig.: 13 
 
Indicações 
 Insucesso de técnica percutânea 
 Coagulopatias 
 Queimados 
 Politraumatizados 
 21 
 Quimioterapia de longa duração 
 
Contra-indicações 
 Flebite ou trombose local 
 Lesão arterial 
 
Vias de acesso 
 Veias superficiais 
 Veia jugular externa 
 Veia basílica 
 Veia cefálica 
 Veias profundas 
 
Complicações 
 Infiltração do tecido subcutâneo e hematoma local 
 Cateter mal posicionado, obstruído ou perfurado 
 Tromboflebite 
 Celulite 
 Lesão de tendões e ligamentos, de nervos e de artéria 
 Sepse 
 Embolia gasosa 
 Arritmia cardíaca 
 
Cuidados de enfermagem 
 São semelhantes aos descritos por punção percutânea. 
 
 
2. CATETERES CENTRAIS DE LONGA PERMANÊNCIA 
 
2.1 CATETERES PARA PROCEDIMENTOS DIALÍTICOS 
 A necessidade de acesso vascular em pacientes com insuficiência renal pode ser 
temporária ou permanente. Alguns métodos que envolvem a inserção de cateteres em 
 22 
uma grande veia ajudam a estabelecer o acesso temporário por períodos que variam de 
horas a semanas. 
 Os métodos permanentes permitem o acesso vascular por meses a anos e 
incluem fístulas arteriovenosas e enxerto arteriovenoso. Já o acesso temporário é 
mantido com cateteres vasculares de curta permanência para hemodiálise. 
 Tais cateteres constituem-se de 2 ou 3 lúmens (Fig.: 14), com material de 
poliuretano (material rígido e biocompatível) ou silicone (material macio,flexível e 
biocompatível). Apresentam comprimento de 9, 12, 15 e 19,5 cm, e calibres de 8, 10 e 
11,5 Fr. 
 
 
Fig.: 14 
 
 
Indicação 
 Utilizado em pacientes com diagnóstico de insuficiência renal aguda ou crônica 
sem a presença de acesso permanente, pacientes em diálise peritoneal ou receptores de 
transplantes que necessitam de procedimentos dialíticos temporários. 
 
 
Locais de inserção do cateter 
 Veia jugular interna 
 Veia subclávia 
 Veia femoral 
 23 
Manutenção do cateter 
 Os cateteres de hemodiálise devem ser heparinizados após sua passagem e 
utilização para a realização de terapias contínuas de substituição renal. A concentração 
de heparina varia de acordo com literatura, paciente e seu estado clínico. 
 
Troca do cateter 
 Não há troca rotineira pré-programada do cateter. No entanto, pode ser 
necessário trocá-lo em algumas das seguintes situações: 
 Presença de secreção purulenta no local de inserção 
 Suspeita de febre associada ao cateter 
 Em casos de mau funcionamento do cateter 
 
Curativo 
 Mantê-lo limpo e seco 
 Limpar com SF 0,9% e em seguida, aplicar solução antisséptica (clorexidina 
alcoólica a 0,5%) 
 Realizar troca após procedimento dialítico 
 
 
Complicações 
Relacionadas à inserção do cateter: 
 Pneumotórax 
 Hemotórax 
 Lesão em nervos 
 Arritmias cardíacas 
 Mau posicionamento do cateter 
 Embolia 
 
Tardias 
 Infecção 
 Coagulação na luz do cateter 
 Trombose ou estenose das veias 
 Embolia gasosa 
 24 
 Deslocamento do cateter 
 
 
Cuidados de enfermagem 
 Cateteres de hemodiálise devem ser, preferencialmente, manipulados por 
enfermeiros treinados. 
 Os cuidados de enfermagem se limitam ao tratamento do local de inserção, ao 
preparo dos lúmens antes da instalação de um procedimento dialítico e ao término do 
procedimento. 
 É fundamental que durante a manipulação do cateter de hemodiálise sejam usadas 
máscaras, luvas estéreis e técnicas assépticas rigorosas. 
 A exposição do cateter deve ocorrer em campo estéril. 
 O enfermeiro deve proceder a troca da heparinização do cateter a cada 48 horas, em 
caso de não utilização deste para procedimentos dialíticos. 
 Deve-se evitar a utilização do cateter de hemodiálise para administração de drogas, 
coleta de sangue, entre outros. 
 
 
2.2 CATETER DE SWAN-GANZ 
 
Cateter de acesso venoso central utilizado para a monitorização invasiva, que 
permite o diagnóstico diferencial entre o choque cardiogênico e outras situações de 
baixo débito, por meio das medidas das pressões da artéria pulmonar, do átrio direito, 
dos ventrículos direito e esquerdo, e da cunha capilar pulmonar, assim como da pressão 
venosa central. Também mede e calcula o débito cardíaco, a resistência vascular 
sistêmica e pulmonar, o trabalho ventricular, o consumo e o transporte de oxigênio 
misto. 
 O débito cardíaco é calculado por termodiluição, que utiliza a diferença de 
temperatura entre o fluido injetado e a temperatura basal do paciente. Assim, o débito 
cardíaco é determinado com base na velocidade de injeção do fluido na via proximal e 
na temperatura do sangue. 
 
 
 25 
 
Descrição do cateter 
 É confeccionado com poliuretano e contém 3 a 4 lúmens. Apresenta calibres de 
numeração 7 e 7,5 Fr, e apresenta um sensor (termistor com conector), uma via para 
insuflação do balão com seringa de 3ml, balão de látex com capacidade de 1,5 cm de ar 
na ponta do cateter, uma via distal localizada na artéria pulmonar e uma via proximal 
localizada no átrio direito. Mede 110 cm e apresenta marcas numéricas a cada 10 cm 
(Fig.: 15). 
 
 
Fig.: 15 
 
 
Indicação 
 Avaliações diagnósticas de choques cardiogênico, misto, hipovolêmico e séptico. 
 Controle rigoroso do manejo de drogas vasoativas controle da reposição volêmica 
nos casos de IAM, ICC, pancreatite aguda, queimaduras extensas, traumas, doença 
cardíaca das valvas, doença vascular, trans e pós-operatório de paciente de alto risco e 
situações complexas circulatórias. 
 
 
 
 26 
Recomendações 
 Durante a inserção do cateter, manter paciente monitorizado e o desfibrilador 
disponível. Observar possíveis arritmias ventriculares. 
 Solicitar RX tórax após procedimento. 
 Observar traçado da pressão da artéria pulmonar no monitor após a inserção do 
cateter. 
 Insuflar o balão com ar (1,5 ml) no período máximo de 30 segundos ao verificar as 
medidas de débito cardíaco. 
 Atentar para o traçado irregular da curva da artéria pulmonar. O cateter mal 
posicionado pode provocar infarto pulmonar, lesão, isquemia e ruptura da artéria 
pulmonar. 
 Manter cateter por no máximo 5 dias. 
 Trocar o cateter ao detectar foco infeccioso e presença de sangue no invólucro 
protetor (“camisinha”) 
 
 
Complicações 
 Infecção 
 Trombose 
 Deslocamento do acesso 
 Pneumotórax 
 Vasoespasmo 
 Fístulas arteriovenosas 
 Injeção inadvertida de drogas 
 Necrose e gangrena de dígitos 
 Nó no cateter 
 Lesão endocárdica 
 Lesões valvulares 
 Lesões de cordas tendíneas 
 Ruptura de ramos da artéria pulmonar 
 Sepse relacionada ao cateter 
 Bloqueio de ramo direito 
 Infarto pulmonar 
 27 
Curativo 
 O mesmo aplicado ao CVC. 
 
 
Cuidados de enfermagem 
 Atentar para eventuais intercorrências durante e após a passagem do cateter de 
Swan-Ganz como a arritmias, extrassístoles atriais e ventriculares, taquicardias 
atriais e ventriculares, bloqueio de ramo, infarto pulmonar, e outras complicações. 
 Manter carro de PCR e desfibrilador próximo ao paciente e disponível. 
 Manter técnica asséptica para manipulação do sistema. 
 Verificar sinais de sangramento ou hematoma local. 
 Observar perfusão capilar periférica (coloração e temperatura). 
 Verificar sinais vitais, pelo menos a cada 2 horas. 
 Trocar soro e o sistema fechado a cada 96 horas, identificando a troca. 
 Manter o paciente constantemente monitorizado. 
 
 
REFERÊNCIAS 
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Proposta de Instrumento de Coleta de Dados. Revista Texto contexto em enfermagem. 
Florianópolis, v.15, n. 4, dezembro de 2006. 
 
BRASIL, Ministério da Saúde. Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. Resolução 
nº 272/2002. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Rio de 
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BRUNNER, LS; SUDDARTH DS. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 10ªed. 
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Subsísios para Implantação Rev. bras. enferm. Brasília, v 59, n. 5, outubro de 2006. 
 
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HUDAK, C. M.; GALLO, B. M. Cuidados intensivos em enfermagem: uma abordagem 
holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 
 
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PADILHA, K.G, et al. Enfermagem em UTI: cuidando do paciente crítico. São Paulo: 
Manole, 2010. 
 
POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2009. 
 
SANTORO, D. et al. Cuidados de Enfermagem em Terapia Intensiva (recomendações) . 
Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2008. 
 
SILVA, L. D. Cuidados ao paciente crítico: Fundamentos para a enfermagem. 2ª ed. Rio 
de Janeiro: Cultura Médica, 2003. 
 
TANNURE, M. C.; Gonçalves, A.M.P. Sistematização da Assistência de Enfermagem. 
Guia Prático. 2ª ed. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 2010. 
 
THIAGO, C.T. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de 
Terapia Intensiva. Revista rasileira de Enfermagem, 2009. mar-abril; 62(2): 221-7.

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