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Processo de Trabalho em Saúde da Família W B A 0 2 5 7_ V 1. 3 2/242 Processo de Trabalho em Saúde da Família Autoria: Emiliana Maria Grando Gaiotto Como citar este documento: GAIOTTO, Emiliana Maria Grando. Processo de Trabalho em Saúde da Família. Valinhos, 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família 05 Unidade 2: Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais 32 Unidade 3: O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família 60 Unidade 4: Estratégias de Prevenção e Promoção da Saúde na Estratégia de Saúde da Família 88 2/242 Unidade 5: Atendimento e Visitas Domiciliares. Referência e Contrarreferência 117 Unidade 6: Tratamento Supervisionado da Tuberculose. Saúde Bucal. Hiperdia 145 Unidade 7: Gestão de Indicadores na Estratégia de Saúde da Família 180 Unidade 8: Cuidado Multidisciplinar de Pacientes Crônicos e Plano Terapêutico Singular 206 3/242 Apresentação da Disciplina Esta disciplina apresenta as demandas e os desafios dos processos de trabalho em Saúde da Família. Como você já deve saber, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é uma política pública prioritária para a reor- ganização da Atenção Básica, seguindo os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da disciplina é apresentar e dis- cutir questões específicas do processo de trabalho na ESF com foco para a compreen- são da gestão do serviço e de estratégias de prevenção e promoção da saúde. Neste módulo você vai refletir sobre as prá- ticas das equipes de saúde da família no seu território de abrangência e como atuar para que essa equipe possa desenvolver suas atividades de forma apropriada com enfo- que na melhoria da assistência à saúde e da qualidade de vida da comunidade. Para melhor aprendizagem, convidamos você a desenvolver seu lado crítico, para que em cada assunto destacado você possa analisar sobre a prática que está realizando. Os conteúdos programáticos serão dividi- dos em oito unidades, destacando concei- tos importantes para o desenvolvimento do processo de trabalho na ESF. Aqui, você é convidado a refletir como a equipe de saúde da família deve desenvol- ver suas habilidades para a mudança de vi- são do modelo assistencial, agora com en- foque no trabalho em equipe. Você também verificará a importância da vacinação no território de abrangência, vai perceber que no acolhimento é que desenvolvemos nossa 4/242 habilidade da escuta qualificada e a capa- cidade de darmos uma resposta resolutiva aos nossos usuários. Esta disciplina também mostrará como funcionam as estratégias de prevenção e promoção da saúde desenvolvidas pelas equipes de Saúde da Família, e levará você a refletir como funcionam o modelo da aten- ção domiciliar e o sistema de referência e contrarreferência. Já sobre o tratamento supervisionado da tuberculose, a saúde bucal e a assistência ao diabético e hipertenso, serão abordadas técnicas e estratégias de como a equipe re- aliza o monitoramento dessas prioridades. Também trabalharemos com a gestão de in- dicadores na Estratégia de Saúde da Família. Você conhecerá os sistemas de informações e como as equipes elaboram instrumentos de monitoramento; e por fim abordaremos o cuidado multidisciplinar de pacientes crô- nicos e o Plano Terapêutico Singular. Nesta disciplina você poderá analisar o seu aprendizado, resolvendo as questões de múltipla escolha, e terá indicação de leitu- ras complementares para o aprofundamen- to dos temas abordados. Espera-se que estes conteúdos façam uma interface entre a teoria e a prática em seu trabalho profissional e que possam con- tribuir para a mudança de paradigmas dos processos de trabalhos, sempre destacando os princípios e as diretrizes do SUS e forta- lecendo o vínculo entre profissionais e co- munidade. 5/242 Unidade 1 Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família Objetivo 1. Compreender os conceitos sobre a importância do trabalho multiprofis- sional de forma horizontal na equipe de ESF. 2. Discutir como as equipes podem criar estratégias para a execução das ações de saúde no seu território de abran- gência. Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família6/242 Introdução Atenção Básica à Saúde (ABS) é o conjun- to de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrange a promoção e a prote- ção da saúde, a prevenção de agravos, a vi- gilância à saúde, o diagnóstico, o tratamen- to e a reabilitação. Compreende as Unida- des Básicas de Saúde (UBS) como a principal porta de entrada do Sistema Único de Saú- de (SUS), o qual é o mais alto grau de des- centralização e de proximidade da vida da comunidade. Também compreende o pro- cesso de comunicação e acesso aos demais serviços de saúde de maior complexidade (SÃO PAULO, 2016). A equipe de ESF, ao planejar as ações de saúde, deve utilizar os princípios do SUS (universalidade, integralidade, equidade e participação social) como norteadores e fortalecer o vínculo entre usuário e profis- sionais. Link Breve histórico do programa de saúde da família: Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_ brasil.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem a Estratégia de Saúde da Famí- lia como prioridade, pois por meio dela res- gatamos o papel das UBS no levantamento das vulnerabilidades territoriais e suas ne- cessidades, como também o acolhimento com escuta qualificada e humanizada dos usuários do SUS (BRASIL, 2012). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família7/242 1.Trabalhando em Equipe na Es- tratégia de Saúde da Família A Estratégia de Saúde da Família tem o ob- jetivo de mudança do modelo assistencial, em que o modelo tradicional focado no in- divíduo e na visão curativa vai sendo subs- tituído por um modelo focado na integrali- dade da assistência e na promoção à saúde, Para saber mais As instituições de saúde da atenção básica po- dem ser chamadas de: Unidade Básica de Saúde (UBS), Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) e Centro de Saúde (CS). Essas nomenclaturas substituem o antigo nome Posto de Saúde, ainda utilizado pela população mais idosa. no qual o indivíduo agora é visto como par- te integrante de uma família e de uma co- munidade. Outra diferença do modelo as- sistencial é o trabalho multiprofissional, em que cada profissional tem sua responsabi- lidade específica, porém deve estar voltado para um objetivo comum, que é o paciente. Segundo Vasconcelos (2002), por meio do trabalho interdisciplinar, são discutidas e planejadas as ações de saúde trazendo mu- danças nos processos de trabalho de uma forma horizontal, em que cada membro da equipe apresenta o mesmo valor no cam- po do saber. Um exemplo muito frequente, que você observa nas discussões de casos dentro das equipes, é quando o usuário não comenta dentro do consultório o que real- mente está acontecendo na sua casa, porém Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família8/242 o Agente Comunitário de Saúde (ACS) traz essa informação que faz toda a diferença no processo de intervenção no tratamento das doenças. Sendo assim, um Agente Comu- nitário de Saúde tem a mesma importância que um profissional de nível superior nas discussões, pois o vínculo e o fato de mo- rar no mesmo território que o usuário fazem com que o momento da discussão seja mais resolutivo e muito enriquecedor. 2. Composição da Equipe A equipe de ESF é constituída por uma equi- pe mínima, com ou sem a equipe de saúde bucal, a qual é responsável por um território e por um número máximo de famílias (de- pendendo da vulnerabilidade social do lo- cal). A equipe de apoio do Núcleo de Apoiode Saúde da Família (Nasf) é formada por profissionais da saúde, podendo ser uma equipe de referência para uma equipe ou para um conjunto de equipes, e seu princi- pal objetivo é a realização do matriciamen- to dos casos trazidos pelas equipes para se- rem discutidos nas reuniões. Para saber mais Para complementar o conceito do trabalho in- terdisciplinar, consulte: VASCONCELOS, E. M. Os conceitos e os tipos de práticas interdisciplinares e interparadigmáticas. Disponível em: <http:// www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Edu- ardo%20Mourao.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família9/242 Abaixo você encontrará a descrição dos profissionais para cada tipo de equipe. Equipe Mínima: É composta por um médico (generalista, especialista em ESF ou comunidade), um Para saber mais Para o município ter uma equipe Nasf, precisa ao menos ter uma ESF implantada. Não são todos os municípios que fizeram a adesão ao progra- ma. Acesse o site e veja como aderir aos progra- mas da Atenção Básica. Disponível em: <http:// atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/ar- quivos/201701/11144123-guia-de-creden- ciamento-e-implantacao-de-equipes-na- -aps-versao-final.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. enfermeiro (generalista ou especialista em ESF), um auxiliar ou técnico de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS). Obs.: Todo profissional terá uma carga ho- rária de 40 horas/semanais, exceto os mé- dicos que podem apresentar outras cargas horárias conforme descrito na portaria. Equipe de Saúde Bucal: É composta por um cirurgião-dentista (ge- neralista ou especialista em ESF), auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, podendo ser Modalidade I ou Modalidade II. http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família10/242 Equipe PACS (Programa de Agente Comu- nitário de Saúde) É composta por um enfermeiro com super- visão de no mínimo 4 ACS e de no máximo 12 ACS. Equipe de Apoio • Agente de controle de Endemias; Agente de Promoção Ambiental. • Núcleo de Apoio de Saúde da Família (Nasf): Nutricionista, Terapeuta Ocu- pacional, Fisioterapeuta, Assistente Social, Psicólogo, Veterinário, Educa- dor Físico, Fonoaudiólogo, médicos especialistas (Ginecologista, Pediatra, Dermatologista, Cardiologista etc.). Link Portaria nº 958, de 10 de maio de 2016: Altera o Anexo I da Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de ou- tubro de 2011, para ampliar as possibilidades de composição das Equipes de Atenção Básica. Dis- ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016. html>. Acesso em: 4 set. 2017. 3. Territorialização e Mapa Vivo Um dos processos de trabalho mais impor- tante na Estratégia de Saúde da Família é a territorialização. Todo esse processo deve ser realizado em equipe, se possível desde o início da implantação da ESF no território. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família11/242 Figura 1.Exemplo de mapa de área de abrangência. Fonte: <http://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/saude_da_familia_europa_esf01.jpg>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/saude_da_familia_europa_esf01.jpg Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família12/242 Para implantar essa política de saúde, de- vemos observar no território, antes da de- finição exata da área adscrita, as barreiras geográficas e as áreas de maiores vulnera- bilidades sociais, utilizando o princípio da equidade, ou seja, devemos priorizar o lo- cal com maior necessidade para implantar a ESF. A participação da comunidade nesse processo é indispensável, pois os moradores têm o domínio do local onde vivem e podem contribuir para diminuirmos as barreiras que os técnicos possam a encontrar duran- te o processo. A Política Nacional de Aten- ção Básica (PNAB), atualizada pela Portaria n. 2.436, de setembro de 2017, recomen- da que cada equipe seja responsável 2000 a 3500 pessoas, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. 3.1. Cadastramento das Famílias e Diagnóstico de Saúde Local Após a definição da área de abrangência, esse território será a área de atuação da equipe (máximo de 3.500 pessoas/área), Para saber mais Você pode ler a portaria que estabelece a revi- são de diretrizes para a organização da Aten- ção Básica, disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ prt2436_22_09_2017.html>. Acesso em: 11 mar. 2019. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família13/242 que será subdivida em microáreas de acor- do com o número de ACS por equipe (máxi- mo de 750pessoas por ACS). Como descrito na lei 8080/90, a saúde tem como fatores determinantes e condicionan- tes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação da popula- ção, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais; além disso, os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do país. Todos esses fatores po- dem contribuir para o desenvolvimento de doenças no território, por isso a importân- cia da valorização dos saberes da comuni- dade sobre os indicadores e determinantes da saúde. Um exemplo da participação da comunidade é no combate do mosquito da dengue, colaborando e fazendo mutirões de limpeza em praças públicas e se orga- nizando para que o lixo não se acumule em local inadequado. Cabe à equipe de saúde criar esse vínculo com as lideranças comu- nitárias e incentivá-las a ajudar no processo de transformação do território. Após a territorialização, os ACS devem re- alizar o cadastramento das famílias e o ca- dastramento individual de cada membro da família, realizando um mapa com todas as casas, terrenos, comércios, escolas e igre- jas. Tudo deve estar mapeado. A partir do cadastramento, a equipe realiza o diagnós- tico dessa área, fazendo o levantamento das famílias prioritárias. Esse diagnóstico é dinâmico e apresenta alterações cons- Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família14/242 tantes. Lembramos que os ACS devem atu- alizar o cadastro mensalmente (visita em 100% da sua área de abrangência), pois a equipe realiza novos diagnósticos, ocorrem entrada e saída de pessoas nesse território. O que a equipe deve supervisionar é se es- tão visitando adequadamente todo o terri- tório e não somente as famílias prioritárias, isso é muito importante para não ocorrer negligência de famílias. Muitas delas vivem em alto grau de vulnerabilidade social e ge- ralmente não chegam ao serviço de saúde espontaneamente. Esse é o nosso trabalho, levar saúdea todos. Ressaltamos também que somente a coleta de dados não é suficiente, ela deve ser re- gistrada no prontuário, inserida no sistema de informação e discutida em reunião de equipe para que esta possa realizar o diag- nóstico de saúde e planejar as atividades, priorizando as famílias de maior necessida- de, segundo critérios de risco à saúde. Um dos instrumentos que a equipe pode utilizar é o mapa vivo ou biomapa, e nele de- vem conter as características mais impor- tantes definidas pela equipe e pela gestão do município, contendo as áreas e famílias de vulnerabilidade do território como tam- bém as potencialidades. Esse instrumen- to permitirá o monitoramento de saúde do território e facilitará a apropriação de infor- mações atualizadas pela equipe. Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família15/242 Figura 2. Exemplo de Mapa vivo de um território com ESF Fonte: <http://tvssudeste.blogspot.com.br/2013/11/territorio-e-o-processo-saude-doenca.html>. Acesso em: 4 set. 2017. 4. Organização do Trabalho em Equipe O trabalho das equipes na atenção básica é complexo, por isso a ideia de que na UBS o trabalho é “mais simples” é equivocada. O atendimento programado em conjunto com o atendimento da http://tvssudeste.blogspot.com.br/2013/11/territorio-e-o-processo-saude-doenca.html Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família16/242 demanda espontânea pode dar resposta de 60% a 80% das necessidades de saúde da população. O trabalho em equipe começa com a orga- nização de como cada profissional desen- Para saber mais Hoje temos uma ferramenta no Google por meio da qual podemos criar um biomapa, que ao ser trabalhado com planilhas de vulnerabilidades e potencialidades do Excel você pode colocar as características mais importantes definidas pela equipe. Disponível em: <https://www.qine- twork.com.br/google-my-maps-crie-e-ad- ministre-mapas-personalizados-no-goo- gle-drive/>. Acesso em: 4 set. 2017. volverá suas atividades durante a semana. É importante que a agenda não seja enges- sada, deve ter espaços para agendamento próximo e para a demanda do dia. Os agen- damentos que estão muito distantes de- vem sempre ser analisados e a mudança do processo de trabalho relacionada ao acesso do paciente deve ser constantemente ava- liada. A agenda deve ser dividida por perío- dos semanais contendo atividade de grupo educativo/treinamento da equipe, consul- tas individuais, reuniões de equipe/matri- ciamento, visita domiciliar e acolhimento. Cada município deve definir suas metas e diretrizes operacionais de ações de saúde, de acordo com as realidades locais. O prin- cipal desafio dos profissionais é criar estra- tégias para a execução das ações de saúde. https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família17/242 A equipe deve avaliar o processo de traba- lho e readequá-lo quando necessário. A principal mudança no atendimento, que observamos das equipes de saúde da famí- lia, são as atividades extramuros que são realizadas dentro da comunidade, tanto no atendimento curativo de pacientes que não chegavam ao sistema de saúde como na realização de ações de promoção de saúde em escolas, creches, asilos, abrigos etc. As equipes devem sempre trabalhar em parce- rias fortalecendo os vínculos com associa- ções de bairro, Organizações Não Gover- namentais (ONG) e igrejas e ampliar ainda mais o fazer saúde. Destacamos as atividades que as equipes devem planejar para que todo o território seja contemplado, são elas: atendimento clínico e cirúrgico ambulatorial básico na atenção primária, imunização (busca ativa de faltosos), atenção domiciliar (visita do- miciliar ou institucional), práticas integra- tivas e complementares (atividade física, danças), exames diagnósticos e/ou tera- pêuticos, atividades educativas e terapêu- ticas (grupo de artesanato, grupo de acolhi- mento de saúde mental), ações comunitá- rias (meio ambiente, hortas comunitárias), atenção à saúde da criança e do adolescen- te, atenção à saúde dos adultos, atenção à saúde da mulher/gestante, atenção à saú- Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família18/242 de do homem, atenção à saúde do idoso, atenção à saúde de pessoas com doenças transmissíveis e não transmissíveis (doen- tes crônicos), atenção à saúde bucal, aten- ção à saúde mental, álcool e outras drogas, atenção à saúde da pessoa com deficiência e educação em saúde sobre uso racional de medicamentos. 5. Reunião de Equipe A comunicação entre os profissionais de es- tratégia de saúde da família é uma prática que deve ser realizada diariamente. É impor- tante estabelecer um horário de reunião de equipe, de preferência um no qual todos os profissionais possam participar das discus- sões. O ideal é que as reuniões fossem rea- lizadas diariamente e não semanalmente, já que muitos casos têm que ter uma atuação imediata. Nas reuniões de equipe é que são definidas as ações de saúde que serão desenvolvi- das, quais os grupos que serão realizados nas próximas semanas, quais as estratégias para que o paciente resistente ao trata- mento possa aderi-lo, as programações de Link Você pode encontrar no link a seguir a relação de Serviços e Ações de Saúde do SUS de 2012, insti- tuída no país pela Portaria nº 841, de 2 de maio de 2012.Disponível em: <http://conitec.gov.br/ images/Protocolos/Renases2012.pdf>. Aces- so em: 4 set. 2017. http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família19/242 visitas e consultas domiciliares. Também na reunião de equipe são realizadas as discus- sões de conflitos que ocorrem no próprio grupo, fortalecendo o vínculo entre os pro- fissionais de saúde. A discussão das visitas domiciliares realiza- das no dia anterior e o monitoramento das prioridades por meio de planilhas desenvol- vidas pela equipe são pontos fundamentais para que a equipe esteja apropriada do seu território. O momento da reunião de equipe também é um espaço para realizar a educação con- tinuada, proporcionando a atualização e ampliando a visão do processo de trabalho, gerando novos saberes. Para saber mais Você pode ampliar mais seus conhecimentos para uma educação continuada acessando a bibliote- ca virtual do Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco- es/cad03_educacao.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad03_educacao.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad03_educacao.pdf Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família20/242 Glossário ABS: Atenção Básica de Saúde. ACS: Agente Comunitário de Saúde. ESF: Estratégia de Saúde da Família. Nasf: Núcleo de Apoio de Saúde da Família. SUS: Sistema Único de Saúde. Questão reflexão ? para 21/242 Nas discussões diárias, a equipe deve trabalhar cons- tantemente a ética e discutir os casos em sigilo para que a população não rompa o vínculo já estabelecido. É muito constrangedor quando algo que foi discutido em reunião de equipe é comentado na comunidade. O que você faria nesse caso? 22/242 Considerações Finais • A importância do trabalho da equipe de Saúde da Família para a proposta de mudança do modelo assistencial da Atenção Básica. • A territorialização é um dos processos de trabalho mais importante na Es- tratégia de Saúde da Família. Por meio da territorialização é possível identi- ficar as famílias de maior vulnerabilidade social e discutir em equipeo pla- nejamento das atividades necessárias para melhorar a qualidade de vida dessa população. • Cada membro da equipe é responsável pela sua área específica, porém deve estar voltado para um objetivo comum, que é o paciente. • Refletir sobre a complexidade do trabalho das equipes de Saúde da Família e o planejamento das ações de saúde no território adscrito. Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família23/242 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Altera o Anexo I da Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outubro de 2011, para ampliar as possibilidades de composição das Equipes de Atenção Básica. Porta- ria nº 958, de 10 de maio de 2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ gm/2016/prt0958_10_05_2016.html>. Acesso em: 4 set. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Memórias da saúde da família no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série I. História da Saúde no Brasil). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_sau- de_familia_brasil.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Bási- ca. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde. S.l.: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf>. Aces- so em: 4 set. 2017. GOOGLE My Maps: crie e administre mapas personalizados no Google Drive. Qi Network, 3 jul. 2015. Disponível em: <https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-ma- pas-personalizados-no-google-drive/>. Acesso em: 4 set. 2017. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família24/242 PESSÔA, Luisa Regina; SANTOS, Eduardo Henrique de Arruda; TORRES, Kellem Raquel Brandão de Oliveira. Manual do Gerente: desafios da média gerência na saúde. Rio de Janeiro: ENSP-FIO- CRUZ, 2011. p. 32-38. SÃO PAULO. Diretrizes operacionais: fortalecendo a Atenção Básica no município de São Paulo. São Paulo: Unidade Básica de Saúde, jan. 2016. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/upload/diretrizesoperacionaisatencaobasica.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. SÃO PAULO. Reorganização do Processo de Trabalho: acolhimento à demanda espontânea. São Paulo: Unidade Básica de Saúde: Atenção Básica: Secretaria Municipal de Saúde, 2015. Disponí- vel em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Proces- so_Trabalho_At-Basica_V1_out-2015.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. TELESSAÚDE. Qualifica APS: guia do gestor para credenciamento e implantação de equi- pes na APS. Disponível em: <http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/ 11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf>. Aces- so em: 3 set. 2017. VASCONCELOS, Eduardo M. Os conceitos e os tipos de práticas interdisciplinares e interparadig- máticas. In: VASCONCELOS, Eduardo M. Complexidade e pesquisa interdisciplinar. Epistemolo- gia e metodologia operativa. Petrópolis: Vozes, 2002. Disponível em: <http://www.fafich.ufmg. br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/diretrizesoperacionaisatencaobasica.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/diretrizesoperacionaisatencaobasica.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Processo_Trabalho_At-Basica_V1_out-2015.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Processo_Trabalho_At-Basica_V1_out-2015.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf 25/242 1. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas abaixo: População adscrita por equipe de Atenção Básica e de Saúde da Família é de _____ a _____ pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. a) 500 a 1000. b) 600 a 1000. c) 750 a 1500. d) 1 000 a 3000. e) 2000 a 3500. Questão 1 26/242 2. É correto afirmar sobre o Núcleo de Apoio da Saúde da Família (Nasf) que: a) É parte integrante da equipe de Saúde da Família, realiza o matriciamento somente dos ca- sos complexos e realiza consultas compartilhadas. b) Somente podem atuar no Nasf os profissionais de saúde que não são médicos, pois realizam o apoio para as equipes de Saúde da Família. c) É uma equipe de apoio para matriciamento de todos os casos solicitados pela equipe de Saúde da Família e realiza atendimento individual somente em casos específicos. d) Não faz parte da equipe mínima, apenas realiza as discussões sobre os casos mais comple- xos de saúde e não realiza atendimento individual. e) É parte integrante da equipe e realiza atendimento de baixa complexidade. Questão 2 27/242 3. Podemos afirmar sobre a Estratégia de Saúde da Família que: a) A ESF é uma estratégia de mudança do modelo assistencial da Atenção Básica, em que seu principal foco é o atendimento de casos complexos. b) A ESF é responsável pelo acompanhamento de um território adscrito e é uma estratégia de mudança do modelo assistencial da Atenção Básica. c) A ESF tem como diretriz uma abordagem terapêutica centrada na doença, visando o diag- nóstico e o tratamento individual. d) Na ESF, as equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um território sem definição geográfica e a principal atividade é o atendimento da demanda espontânea. e) A ESF tem seu foco principal o atendimento de crianças e gestantes. Questão 3 28/242 4. Conforme a frase a seguir, podemos afirmar que: Na reunião de equipe, as discussões das visitas domiciliares realizadas no dia anterior e o moni- toramento das prioridades por meio de planilhas desenvolvidas pela equipe são pontos funda- mentais para que a equipe esteja apropriada do seu território. a) As equipes devem discutir os resultados das visitas do dia anterior da equipe e o monitora- mento das prioridades podem ser realizados através de planilhas.. b) Está incorreta pois a equipe não tem necessidade de realizar o monitoramento das priorida- des. c) Não é recomendado que a reunião de equipe seja diária para não atrapalhar o fluxo da UBS. d) O monitoramento deve ser feito na visita de avaliação do Programa de Melhoria eAvaliação da Qualidade. e) A ESF não tem necessidade de um território defenido. Questão 4 29/242 5. Sobre a organização do trabalho na Estratégia de Saúde da Família, é correto afirmar que: a) A agenda não deve ser flexível, em que a equipe possa administrá-la utilizando o princípio da equidade. b) A equipe não deve realiza atividades de promoção á saúde fora da Unidade Básica. c) A educação permanente não pode ser realizada no momento das discussões nas reuniões de equipe. d) A agenda deve ser flexível, em que a equipe possa administrá-la utilizando oprincípio da equidade. e) Na organização do trabalho da ESF não há necessidade de utilizar os princípios do SUS. Questão 5 30/242 Gabarito 1. Resposta: E. A população adscrita, por equipe de Aten- ção Básica e de Saúde da Família, é de 2000 a 3500 pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretri- zes da Atenção Básica. 2. Resposta: C. A principal atividade da equipe Nasf é o matriciamento de todos os casos solicita- dos para discussão pela equipe de Saúde da Família e a prioridade deve ser para consul- tas compartilhadas; a realização de atendi- mento individual é somente em casos espe- cíficos. 3. Resposta: B. A ESF é uma estratégia de mudança do mo- delo assistencial da Atenção Básica, sendo uma política pública prioritária. Ela é res- ponsável pelo acompanhamento de um ter- ritório adscrito, não podendo ultrapassar 4.000 pessoas no território por equipe. 4. Resposta: A. As equipes devem discutir os resultados das visitas do dia anterior da equipe e o monito- ramento das prioridades podem ser realiza- dos através de planilhas. 31/242 Gabarito 5. Resposta: D. Todas agenda dos profissionais de saúde devem ser flexíveis, em que a equipe pos- sa administrá-la utilizando o princípio da equidade 32/242 Unidade 2 Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais Objetivo 1. Apresentar as vacinas distribuídas pelo Sistema Único de Saúde. 2. Discutir como as equipes podem criar estratégias para a busca ativa de fal- tosos. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais33/242 Introdução Uma das medidas de promoção e preven- ção à saúde utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a vacinação. Você já deve ter ouvido falar sobre a frase “É melhor preve- nir do que remediar”, e é isso que as vacinas fazem. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, na Semana Mun- dial da Imunização, as vacinas previnem 26 doenças potencialmente fatais e evi- taram pelo menos 10 milhões de mortes entre 2010 e 2015. E ainda ressaltou que as vacinas representam uma das maiores his- tórias de sucesso da medicina moderna. Algo que talvez você não saiba: as vacinas não protegem somente aqueles que rece- bem a vacina, mas também protege os de- mais do mesmo território. Se o microrganis- mo não estiver circulando no meio ambien- te, maior é a chance de as pessoas vacina- das ou não permanecerem saudáveis, esse efeito é conhecido como efeito rebanho (BRASIL, 2017). Um breve histórico sobre as vacinas no Bra- sil (BRASIL, 2006): • 1804: Realizada a primeira vacinação no país, contra a varíola. • 1832: Primeira legislação de obriga- toriedade da vacina no Brasil. • 1889: Obrigatoriedade da vacina para crianças de até seis meses de idade. • Em 1904 ocorreu a primeira campa- nha obrigatória da vacina contra a varíola. Ficou conhecida como revolta da vacina. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais34/242 • 1925: Introduzida a BCG no Brasil. • 1961: Realizadas as primeiras campa- nhas com a vacina oral contra a polio- mielite. • 1972: Início do Programa de Vacina- ção Antissarampo. • 1973: Certificação internacional da erradicação da varíola no Brasil. Formulado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), com o objetivo de controlar ou erradicar doenças infec- tocontagiosas e imunopreveníveis. • Em 1975 foi institucionalizado o PNI, a legislação específica sobre imuniza- ções e vigilância epidemiológica. • 1980: 1ª Campanha Nacional de Va- cinação contra a poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças me- nores de 5 anos em um só dia. Link Para se aprofundar sobre o histórico das vacinas, acesse o seguinte site. Disponível em: <http:// www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo. html>. Acesso em: 4 set. 2017. O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde garante à po- pulação brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. São 19 vacinas para pro- teger contra mais de 20 doenças e se faz um http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais35/242 investimento de R$ 3,9 bilhões por ano (BRASIL, 2017). Outro detalhe importante que ocorre no Brasil é que mesmo nos lugares de difícil acesso, lembrando que o Brasil é um país continental, as equipes chegam até eles, podendo ser uma viagem de horas por barco dentro das florestas brasileiras. Para saber mais O Brasil e os demais países do continente receberam da OMS/OPAS no ano de 1994 o certificado de que a doença e o vírus da poliomielite foram eliminados do nosso continente. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989. Em 2012 foi declarada emergência global, em que alguns pa- íses que estavam livres da doença tiveram um surto. Acesse o seguinte site para mais detalhes. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129>. Acesso em: 4 set. 2017. 1. Calendário Vacinal A vacinação é um dos processos de trabalho das equipes de Atenção Básica. No território, onde têm as equipes de Estratégia de Saúde da Família, o controle das vacinas é mais rigoroso, pois um ACS bem treinado sabe informar para as equipes a situação vacinal da sua microárea. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129 Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais36/242 Lembre-se, você deve realizar estratégia na equipe para que os dados epidemioló- gicos estejam sobre controle. O SUS oferece vacinas para todas as fai- xas etárias (crianças, adolescentes, adul- tos, idosos e gestantes) e para as pessoas em condições especiais (povos indígenas, pessoas com HIV, em tratamento de cân- cer, com insuficiência renal e outras pato- logias que causam queda do sistema imu- nológico). Link As vacinas apresentam alterações anualmente. Fique sempre atento para as mudanças. Veja no link a seguir as mudanças ocorridas nesse ano. Disponível em: <http://portalarquivos.saude. gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo- -calendario-vacinal-de-2017.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. Veja também o Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco- es/manual_centro_referencia_imunobiolo- gicos.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais37/242 Tabela 1. – Calendário vacinal da criança Idade Vacinas Ao nascer BCG Hepatite B 2 meses 1ª dose Pentavalente Poliomielite (VIP) Pneumocócica 10 Rotavírus 3 meses 1ª dose da Meningocócica C 4 meses 2ª dose Pentavalente Poliomielite (VIP) Pneumocócica 10 Rotavírus Idade Vacinas 5 meses 2ª dose da Meningocócica C 6 meses 3ª dose Pentavalente Poliomielite (VIP) 9 meses Febre amarela 12 meses Pneumocócica 10 – reforço Meningocócica C – reforço Tríplice Viral (SCR) – 1ª dose 15 meses DTP (tríplice bacteriana) – 1º re- forço Poliomielite – 1º reforço (VOP) Hepatite A Tríplice Viral (SCR) – 2ª dose Varicela Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais38/242 Idade Vacinas 4 anos DTP 2º reforço Poliomielite 2º reforço (VOP) Febre amarela reforço 9 a 14 anos (meninas) 12 a 13 anos (meninos) HPV 2 doses (intervalo de 6 meses) Meningocócica C (reforço ou dose única) Idade Vacinas Adolescen- tes, adultose idosos Hepatite B (3 doses a depender da situação vacinal) Febre amarela (1 dose a cada 10 anos) Tríplice Viral (2 doses até os 29 anos ou 1 dose em > 30 anos. Ida- de máxima: 49 anos) DT (Reforço a cada 10 anos) dTpa (para gestantes a partir da 20ª semana que perderam a opor- tunidade de serem vacinadas) Fonte: <http://portalsaude.saude.gov.br/index. php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-mi- nisterio-da-saude-realiza-mudancas-no-calen- dario-de-vacinacao>. Acesso em: 4 set. 2017. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais39/242 Lembrando: Cada estado tem seu calendá- rio vacinal, consulte no site da Secretaria Es- tadual da Saúde do seu estado . 2. Vacinas Distribuídas pelo Sis- tema Único de Saúde Nesse tópico, você vai aprender quais as do- enças que cada vacina do calendário vacinal previne, a via de aplicação e o local. Isso fará parte do seu processo de trabalho, tenha sempre uma tabela de vacina para te ajudar nas orientações. 2.1 BCG – (Bacilo Calmette- -Guérin) A BCG é uma vacina que previne as formas mais graves da tuberculose (miliar, menín- gea) e a hanseníase (os comunicantes in- tradomiciliar de hanseníase devem rece- ber uma segunda dose). A via de aplicação é intradérmica no deltoide direito (BRASIL, 2014). Para saber mais A orientação pós-vacinal da BCG é muito impor- tante. Em até 4 semanas, surge um nódulo no lo- cal e evolui para uma pústula (ferida com pus). Não se deve espremer. Em seguida, forma-se uma úlcera (ferida aberta) e inicia-se a formação de uma crosta, que somente deve ser limpa com água e sabão. A formação da cicatriz deve ocorrer em até 6 meses. Se a criança não apresentar a ci- catriz vacinal, será revacinada com o mínimo de 6 meses após a primeira dose. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais40/242 2.2. Hepatite B É indicada para proteção contra a infecção do vírus da Hepatite B. A via de aplicação é a intramuscular (vasto lateral da coxa em crianças até 2 anos e músculo deltoide em adultos) (BRASIL, 2014). 2.3. Pentavalente – DTP/Hib/ Hep B É indicada para a proteção contra a difte- ria, o tétano, a coqueluche, a hepatite B e as infecções causadas pelo Haemophilus in- fluenzae b. A via de aplicação é a intramus- cular (vasto lateral da coxa em crianças até 2 anos) (BRASIL, 2014). 2.4. VIP – vacina inativada Po- liomielite É indicada para a proteção contra a polio- mielite causada por vírus dos tipos 1, 2 e 3. A via de aplicação é a intramuscular (vas- to lateral da coxa em crianças até 2 anos) (BRASIL, 2014). 2.5. VOP – vacina oral contra a Pólio É indicada para a proteção contra a polio- mielite causada por vírus dos tipos 1 e 3. A via de administração é a oral (2 gotas). (BRASIL, 2014). Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais41/242 2.6. VORH – vacinal oral de Ro- tavírus Humano É indicada para a prevenção de gastroente- rites causadas por rotavírus dos sorotipos G1 em crianças menores de 1 ano de idade. Embora seja monovalente, a vacina oferece proteção cruzada contra outros sorotipos de rotavírus que não sejam G1 (G2, G3, G4, G9). A via é a oral e o volume a ser adminis- trado é de 1,5 ml. (BRASIL, 2014). 2.7. Vacina Pneumocócica 10 valente. É indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda (OMA) causadas pelos 10 sorotipos de Streptococ- cus pneumoniae. A via de aplicação é a intra- muscular (vasto lateral da coxa em crianças até 2 anos) (BRASIL, 2014). 2.8. Vacina contra a febre ama- rela É indicada para prevenir contra a febre amarela. A vacinação é realizada em áreas endêmicas e para quem for viajar para esses locais. A via de aplicação é a subcutânea na parte posterior do braço (BRASIL, 2014). Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais42/242 2.9. Tríplice viral – sarampo, ru- béola e caxumba É indicada para a proteção do sarampo, da caxumba e da rubéola. A gestante não deve ser vacinada para evitar a associação entre a vacinação e possíveis complicações da gestação, incluindo aborto espontâneo ou malformação congênita no recém-nascido por outras causas não associadas à vacina. A via de aplicação é a subcutânea na parte posterior do braço (BRASIL, 2014). 2.10. DTP (tríplice bacteriana) – difteria, tétano e coqueluche É indicada para a proteção contra a difteria, o tétano e a coqueluche. A via de aplicação Para saber mais A vacina da febre amarela não deve ser adminis- trada simultaneamente com a vacina tríplice viral e/ou varicela. O intervalo mínimo é de 30 dias. Se as vacinas forem administradas com menos de 30 dias de diferença, pode ocorrer interferência na resposta imunológica. Em situações que impos- sibilitem manter o intervalo indicado, pode-se realizar a vacina desde que seja informado ao pa- ciente e anotado em prontuário. Outra particula- ridade da vacina é que ela deve ser administrada 10 dias antes da viagem. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais43/242 é a intramuscular (vasto lateral da coxa em crianças até 2 anos e no deltoide em maio- res de 2 anos) (BRASIL, 2014). 2.11. Vacina meningocócica conjugada tipo C – meningite É indicada para a prevenção da doença sis- têmica causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C. A via de administração é ex- clusivamente intramuscular (BRASIL, 2014). 2.12. Influenza É indicada para proteger contra o vírus da influenza e contra as complicações da do- ença, principalmente as pneumonias bacte- rianas secundárias. Via intramuscular (BRA- SIL, 2014). 2.13. Varicela É indicada para a prevenção de varicela (ca- tapora). Somente será vacinada com a vari- cela a criança que tenha recebido uma dose da vacina tríplice viral anterior. A vacina é administrada por via subcutânea. (BRASIL, 2014). 2.14. Hepatite A É indicada para a prevenção da infecção causada pelo vírus da hepatite A. A via é intramuscular, no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região deltoide acima desta faixa etária (BRASIL, 2014). Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais44/242 2.15. HPV – Papilomavírus hu- mano É indicada para jovens do sexo feminino de 9 a 14 anos e de 12 a 13 anos para jovens do sexo masculino, para a imunização ativa contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a fim de prevenir contra câncer do colo do útero, vulvar, vaginal e anal, lesões pré-cancerosas ou displásicas, verrugas genitais e infecções causadas pelo HPV. A via de administração é a intramuscular. (BRASIL, 2017). 2.16. dTpa (gestantes) – difteria, tétano e coqueluche É indicada contra a difteria, o tétano e a co- queluche em gestantes a partir da vigésima sétima (27ª) semana, preferencialmente, até a trigésima sexta (36ª) semana de ges- tação. Entretanto, se a gestante comparecer à sala de vacina após esse período e ainda não tiver recebido a vacina, pode-se admi- nistrá-la até o fim da gestação (SÃO PAULO, 2016). 2.17. DT (Dupla tipo adulto) – té- tano e difteria É indicada para prevenir contra o tétano e a difteria. A vacina dT é administrada após completar 7 anos de idade para os reforços ou usuários com as doses da vacina incom- pletas ou não vacinados. Em todos os casos, após completar as doses estabelecidas, é necessário administrar uma dose de reforço Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais45/242 acada 10 anos. A via de aplicação é a intra- muscular no deltoide. 3. Trabalhando com Vacinas na Estratégia de Saúde da Família – Busca ativa de faltosos As equipes de Estratégia de Saúde da famí- lia têm um papel fundamental no proces- so de trabalho sobre a vacinação, desen- volvendo ações de promoção à saúde e de prevenção às doenças. A equipe verifica as carteirinhas de vacina e encaminha para a UBS para completar ou iniciar o esquema vacinal. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) deve ser treinado e o tema de vacina ser discuti- do constantemente em reunião de equipe. O acompanhamento das vacinas é uma das atribuições dos ACS durante as visitas do- miciliares ou nos grupos de atendimento. Link Para você ter mais detalhes sobre as normas e ro- tinas da imunização e sobre as doenças imunopre- veníveis por vacinas, você deve acessar seguinte o Manual: Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedi- mentos_vacinacao.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. Veja também sobre o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Disponível em: <http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/ faces/apresentacaoSite.jsf>. Acesso em: 4 set. 2017. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais46/242 Os médicos, enfermeiros e dentistas sem- pre avaliam as vacinas nas consultas. O téc- nico de enfermagem da sala de vacina deve ter boa comunicação com as equipes para informar os faltosos. Qual estratégia deve ser realizada na busca de faltosos? Toda a equipe deve estar mobi- lizada para essa tarefa, vamos demonstrar esse trabalho em equipe. 1. O auxiliar/técnico de enfermagem deve ter o controle dos registros de informação sobre as famílias que es- tão em atraso vacinal. Fazer o levanta- mento diário e iniciar uma comunica- ção com essa família (por telefone ou pelo ACS). 2. Caso a família não compareça em no máximo três dias, faz-se o mes- mo procedimento. Nesse momento o técnico/auxiliar de enfermagem deve passar em reunião de equipe as famí- lias faltosas. 3. Se ainda a família não comparecer, o técnico de enfermagem ou o enfer- meiro realiza uma visita no intuito de verificar as condições dessa família e orientar a importância de manter as carteiras atualizadas. 4. Caso as ações anteriores não tenham atingido o objetivo, a equipe de enfer- magem realiza a vacina no domicílio. Isso só deve ser feito após todas as tentativas sem sucesso. Priorizamos os menores de um ano ou as famílias Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais47/242 que vivem em condições de vulnera- bilidade, também realizamos vacina nos acamados que têm dificuldades de ir até a UBS. 5. Se todas as ações anteriores não de- rem resultados, faz-se uma discussão em reunião com o Nasf e avalia-se a necessidade de comunicar outras se- cretarias. 6. Também não se esqueça de informar a vigilância epidemiológica sobre esses casos difíceis e registre todas as ações em prontuário. 4. Campanhas de Vacina Você já deve ter ouvido falar sobre a varíola que foi erradicada no Brasil em 1971 e no mundo em 1977. Só foi possível erradicar a varíola por meio das campanhas de vacina. Por isso é muito importante que as equipes de saúde divulguem as campanhas vacinais no seu território para conseguir que o maior número de pessoas seja vacinado. Link Para aprofundar seus estudos sobre a erradicação da varíola e o compromisso da erradicação da po- liomielite, acesse o link: Disponível em: <http:// www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/his- toria_poliomielite.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. As campanhas de vacina têm como objetivo o controle de uma doença e atualizar as car- teiras de vacina da população. As campa- http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais48/242 nhas acontecem em um tempo determina- do (geralmente na mesma época em todos os anos) e têm uma meta de vacinação da população alvo. Exemplo: A campanha de vacinação contra a poliomielite para meno- res de 5 anos tem uma meta de vacinar 95% das crianças. Lembrando que quanto maior for o núme- ro de pessoas vacinadas, mais o território estará protegido, mesmo para aqueles que não foram vacinados. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais49/242 Glossário BCG: Bacilo Calmette-Guérin. DTP: difteria, tétano e coqueluche. OMS: Organização Mundial da Saúde. SCR: sarampo, caxumba e rubéola. Questão reflexão ? para 50/242 O que a equipe de saúde deve fazer quando uma família não quer realizar a vacinação na sua criança? E você está com sua carteirinha de vacina atualizada? 51/242 Considerações Finais • O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde ga- rante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomenda- das pela Organização Mundial da Saúde. • O profissional atuante na Atenção Básica tem papel fundamental na imu- nização das comunidades por meio de seu processo de trabalho, como aco- lhimento, busca ativa e grupos na comunidade. • As campanhas nacionais de vacina são importantes, pois reduzem a morbi- dade e mortalidade causadas por doenças imunopreveníveis, além da con- tribuição para o processo de erradicação das doenças no país. Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais52/242 Referências BRASIL. Capacitação de pessoal em sala de vacinação: manual do treinando. 2. ed. Brasília: Mi- nistério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 154 p. BRASIL. Ministério da Saúde. SIPNI – Sistema de Informações do Programa Nacional de Imuni- zações. Datasus. Disponível em: <http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite. jsf>. Acesso em: 4 set. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Minis- tério da Saúde, 2014. 176 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epi- demiológica. Manual dos centros de referência para imunobiológicos especiais. Brasília: Mi- nistério da Saúde, 2006. 188 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde amplia vacinação em todas as faixas etárias. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/ marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Centro Cultural da Saúde. Dois Séculos de Vacina no Brasil. Revista da Vacina, S.l., s.d. Disponível em: <http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html>. Acesso em: 4 set. 2017. http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais53/242 DURANTE, Ana Luísa Teixeira da Costa; POZ, Mario Roberto Dal. Saúde global e responsabilidade sanitária brasileira: o caso da erradicação da poliomielite. Saúde em Debate, v. 38, nº 100, Rio de Janeiro, jan./mar. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S0103-11042014000100129>. Acesso em: 4 set. 2017. NASCIMENTO, Dilene Raimundo (Org.). Projeto a história da Poliomielite e de sua erradicação no Brasil:Seminários. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2004. 184 p. SÃO PAULO. Secretaria da Saúde. Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica. Norma Técnica do Programa de Imunização. São Paulo: SES-SP, 2016. 85 p. TOSCANO, Cristiana. Cartilha de vacinas: para quem quer mesmo saber das coisas. Brasília: Or- ganização Pan-Americana da Saúde, 2003. 40 p. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129 54/242 1. Sobre a vacina da BCG, é correto afirmar: I. Previne contra as formas mais graves da meningite. II. Deve-se revacinar a criança somente após a comprovação da 1º dose em um intervalo maior que 6 meses. III. A via de aplicação é intradérmica na região do deltoide direito. IV. É uma vacina que tem em sua composição a bactéria atenuada. Responda se as afirmações são verdadeiras ou falsas na sequência apresentada: a) V, V, V, F. b) F, V, V, V. c) F, F, V, V. d) V, F, V, F. e) F,F,F,F. Questão 1 55/242 2. Sobre a vacinação no Brasil, é correto afirmar que: Questão 2 a) O Brasil tem o calendário vacinal baseado nos países europeus e apresenta vacinas não re- comendadas pela Organização Mundial da Saúde. b) O Brasil não apresenta muito investimento em vacinas e muitas delas não são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde gratuitamente. c) O Brasil é referência mundial em vacinas e todas elas são distribuídas gratuitamente no Sis- tema Único de Saúde para toda a população. d) No Brasil, nem todas as pessoas têm acesso à vacinação, principalmente aquelas que vivem nas ribeirinhas e os povos indígenas. e) No Brasil, houve a revolta da vacina, isso aconteceu porque a população reivindicava a vaci- nação no país. 56/242 3. Sobre a busca ativa de faltosos, é correto afirmar que: Questão 3 a) A busca de faltosos deve ser realizada somente pela equipe de vacinação na UBS. b) A equipe de Saúde da Família não tem controle da vacinação da população no seu território. c) O controle dos faltosos não faz parte do processo de trabalho das equipes de Saúde da Fa- mília. d) A busca ativa de faltosos é responsabilidade de todos os integrantes da equipe de Saúde da Família. e) Não é responsabilidade do Agente Comunitário de Saúde a busca ativa de vacina. 57/242 4. Nas Campanhas Nacionais de Imunização da Influenza, o principal objetivo é o controle da gripe nos grupos prioritários Assinale a alternativa correta: Questão 4 a) O Ministério da Saúde não estabelece uma meta de vacinação . b) As UBS não precisam passar as informações no decorrer da campanha. c) Os grupos prioritários para a Campanha da Influenza são:idosos, gestantes, pessoas porta- doras de doenças crônicas e crianças menores de 5 anos. d) A campanha da Influenza não possui grupo prioritário. e) Os grupos prioritários para a Campanha da Influenza são:idosos, adolescentes e mulheres em idade fértil. 58/242 5. Sobre a vacinação em menores de um ano, é correto afirmar que: Questão 5 a) A BCG e a HIB devem ser aplicadas ao nascer. b) Aos 2 meses, a criança recebe as vacinas pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 e VIP. c) Aos 3 meses e aos 5 meses, a criança recebe a vacina da meningocócica C e rotavírus. d) Aos 4 meses, a criança recebe as vacinas pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 e VOP. e) Aos 9 meses a criança recebe a vacina da hepatite A e o reforço da febre amarela. 59/242 Gabarito 1. Resposta: C. Somente deve revacinar a criança após a confirmação da primeira dose com um in- tervalo maior que 6 meses. 2. Resposta: C. O Brasil é referência mundial, apesar de ser um país continental, as equipes de saúde chegam até os locais de mais difícil acesso e todas as vacinas são gratuitas. 3. Resposta: D. É de responsabilidade de todos da equipe a busca ativa de faltosos. 4. Resposta: C. Os grupos prioritários para a Camapnha da Influenza são: os idosos, as gestantes,as pessoas portadoras de doenças crônicas e as crianças menores de 5 anos 5. Resposta: B. Aos 2 meses, a criança recebe as vacinas: pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 e VIP. 60/242 Unidade 3 O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família Objetivos 1. Apresentar a proposta da Política na- cional de Humanização – PNH – Hu- manizaSUS. 2. Discutir o acolhimento da equipe de Saúde da Família na Atenção Básica. 3. Refletir sobre as necessidades de aco- lhimento na gestão, de trabalhadores da saúde e da comunidade. Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família61/242 Introdução A proposta de mudança do modelo assis- tencial vem sendo realizada desde 1994 com o início da Estratégia de Saúde da Fa- mília, em que o modelo tradicional focado nas ações curativas passa a realizar ações mais preventivas, com visão mais ampla e não fragmentada. A política de humanização HumanizaSUS vem também para agregar essa mudança de modelo assistencial, agora na gestão das práticas de saúde, reafirmando os princí- pios do Sistema Único de Saúde (SUS) com atendimento de qualidade e com uma ges- tão mais participativa entre os gestores de saúde, os trabalhadores da saúde e a comu- nidade (BRASIL, 2006). O acolhimento é definido como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de saúde, favorecendo a cons- trução de vínculos e compromissos entre usuários e as equipes dos serviços de saú- de, contribuindo para a promoção da cultu- ra de solidariedade e para a legitimação do sistema público de saúde (Brasil, 2010). O sistema de saúde público brasileiro tem um orçamento previsto de R$110, 2 bilhões para este ano (BRASIL, 2016). No setor fi- nanceiro, os gestores devem administrar com qualidade e responsabilidade para que não haja falta de materiais e insumos nas instituições de saúde e fazer investimento em locais de maior necessidade. A mudança do modelo assistencial não é somente uma questão de aspecto financeiro, mas sim com o comportamento das equipes de saúde di- recionado aos usuários do SUS. Observa- Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família62/242 mos atendimentos desumanizados, isto é, em que o profissional de saúde não olha o paciente como indivíduo, uma pessoa com personalidade e necessidades particulares. Um exemplo de atendimento desumaniza- do é quando um paciente com doença gra- ve fica esperando uma vaga com especialis- ta por meses sem uma classificação de risco definida. Esses fatos acontecem em razão de as equipes de saúde não entenderem o próprio sistema de saúde em que traba- lham. Lembramos que o SUS trabalha com o princípio da equidade e, portanto, quem precisa mais deve ter atendimento prioritá- rio. Um exemplo disso é que um usuário que tem uma suspeita de câncer não pode espe- rar o mesmo tempo numa fila do que as pes- soas que vão realizar um exame de rotina. Para saber mais Para ter acesso aos princípios do SUS, acesse o site da Fiocruz, sobre o SUS de A a Z. Disponí- vel em: <https://pensesus.fiocruz.br/search/ site/principios%20dos%20sus>. Acesso em: 4 set. 2017. É preciso restabelecer no sistema de saúde os princípios do SUS relacionados ao acesso à saúde. No cotidiano dos serviços de saúde, muitos trabalhadores atribuem diretrizes próprias, o que ocasiona falha no proces- so de trabalho estabelecido pela gestão lo- cal. Encontram-se situações na qual alguns profissionais da saúde se comportam como se estivessem fazendo um favor para o usu- ário, no entanto é um direito do paciente ter https://pensesus.fiocruz.br/search/site/principios%20dos%20sus https://pensesus.fiocruz.br/search/site/principios%20dos%20sus Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família63/242 seu problema resolvido no estabelecimento de saúde. Existe a crença, por parte de alguns integran- tes da equipe, de que o usuário não deveria reclamar do atendimento do SUS, pois, além de ser um sistema público, osprofissionais de saúde se esforçam ao máximo para re- solver o problema do paciente. Há casos de usuários que se alteram na recepção quan- do buscam um atendimento nos serviços de saúde, no entanto, o acolhimento desses pacientes ainda deve ser mais intenso, pois somente acontecem esses conflitos quando o usuário não tem a resposta adequada (ou de maneira apropriada) para a solução do seu problema. A criação do vínculo é mui- to importante para diminuir os conflitos. A organização dos processos de trabalho e do agendamento é muito importante para au- mentar o acesso dos usuários ao sistema. Observamos também que muitos funcioná- rios estabelecem normas e rotinas para be- nefício próprio, para facilitar o processo de trabalho deles, e não é avaliada se a decisão tomada é também favorável ao paciente. Isso é muito comum nos estabelecimentos de saúde, encontramos uma agenda en- gessada, na qual gestantes só podem ser atendidas de quinta-feira, o hipertenso na segunda, não tem vaga para atendimento imediato e nem vaga para pacientes que necessitam de uma avaliação mais próxima. Geralmente a recepção fica designada a barrar o atendimento no estabelecimento de saúde. Esses profissionais recebem uma carga alta de estresse e muitos desenvolvem Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família64/242 doenças ocupacionais. A recepção nunca deve dispensar o paciente que apresenta sintomas, ela não tem preparo profissional para realizar esse tipo de procedimento, devendo encaminhar o paciente para um técnico de saúde que fará uma classifica- ção de risco. A recepção existe para pres- tar informações sobre o funcionamento da UBS, discutir com a equipe técnica sobre os casos dos pacientes que necessitam de um agendamento mais próximo (possibilidade de encaixe quando necessário), dar orien- tações diversas e acolher os usuários, ofer- tando os serviços de saúde do estabeleci- mento. 1. Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família O modelo assistencial de Atenção Básica com Estratégia de Saúde da Família vem para diminuir esses problemas de falha no atendimento, pois há uma equipe multipro- fissional para avaliar os problemas da comu- nidade, mais disponibilidade para reunião e para propor mudanças no processo de tra- balho e maior vínculo com a comunidade. Uma questão importante é que não pode- mos associar acolhimento com triagem, que é uma ação de inclusão que não se esgota na etapa da recepção, mas que deve ocorrer em todos os locais e momentos do serviço de saúde (BRASIL, 2009). O usuário, ao che- gar à instituição de saúde, é direcionado ao Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família65/242 setor que necessita para resolver seu pro- blema ou sanar sua dúvida. Na Estratégia de Saúde da Família, o mode- lo de gestão não pode ser mais centralizado e vertical, no qual o trabalhador não sinta que faz parte do seu próprio processo de trabalho. Todo o procedimento de trabalho é construído de forma participativa e não somente como o gestor quer. As discussões sobre o processo de trabalho do acolhimen- to em uma UBS devem estar na pauta cons- tantemente. O acolhimento não significa ter uma sala no serviço de saúde, é um procedimento de es- cuta qualificada que é para ser realizada de modo universal e sem exclusões pelos pro- fissionais de saúde. É também um local para construção de vínculos e orientações de como a rede de saúde funciona (SÃO PAU- LO, 2015). Uma das recomendações do Ministério da Saúde é que o usuário que chega com sin- tomas de doença nos serviços de saúde te- nha um acolhimento com classificação de risco. O objetivo da classificação de risco é garantir o acesso qualificado e caso neces- sário ser referenciado aos demais níveis de assistência. As instituições têm que ter defi- nidos os protocolos clínicos para apresentar um serviço de qualidade, evitando proce- dimento desnecessário. A classificação de risco se dará nos seguintes níveis, segundo Brasil (2009): a) Vermelho: prioridade zero – emergên- cia, necessidade de atendimento ime- diato. Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família66/242 b) Amarelo: prioridade 1 – urgência, atendimento o mais rápido possível. c) Verdes: prioridade 2 – prioridade não urgente. d) Azuis: prioridade 3 – consultas de bai- xa complexidade – atendimento de acordo com o horário de chegada. 2. Acolhimento na Central de Regulação A central de regulação ou central de vagas é um setor que recebe todos os encaminha- mentos para outros serviços de saúde de maior complexidade. Nesse setor o acolhi- mento e a organização do trabalho são fun- damentais para que não ocorram falhas no sistema de saúde. É um serviço em que se realiza o princípio da equidade, quem ne- cessita de uma avaliação mais urgente tem que ser atendido primeiro e não se confi- gurar como critério as fichas por ordem de chegada. As equipes devem realizar constantemente avaliações dos seus pacientes encaminha- dos; uma planilha de controle deve estar Para saber mais Para o protocolo de acolhimento com classifica- ção de risco do Ministério da Saúde acesse o se- guinte arquivo: Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimen- to_classificaao_risco_servico_urgencia. pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família67/242 sempre nas reuniões de equipe para análi- se. Lembramos que os profissionais que re- alizam encaminhamentos devem classifi- cá-los como de urgência ou de rotina, pois geralmente quem faz a marcação dessas consultas não tem capacidade técnica para realizar esse tipo de classificação. O monitoramento dos encaminhamentos da central de regulação é importante que seja realizado pela gestão local de saúde, pois por meio dele pode-se levantar as ne- cessidades de implantação de novos servi- ços de saúde e/ou aditamento de contratos (contratação de novos especialistas para o município ou compra de serviços) para di- minuir as filas geradas pela falta de oferta dos serviços solicitados. 3. Acolhimento em Situação de Violência Uma das situações mais delicadas que o trabalhador de saúde tem no seu dia a dia de trabalho é o atendimento de usuários com suspeita de violência. Quando ocorre confirmação ou mesmo a suspeita de que um paciente está sofrendo violência, o pro- fissional deve realizar a notificação e discu- tir urgentemente com os demais da equipe para uma atitude imediata. Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família68/242 A área da saúde não é a única responsável pelo acolhimento das situações de violên- cia, porém, dentro da saúde, é na atenção básica que as equipes de saúde têm mais oportunidade de elaborarem estratégias de prevenção e promoção da saúde, assim como trabalhar intersetorialmente. Link Para se aprofundar sobre a notificação de suspei- ta de violência, acesse o seguinte arquivo para visualizar a ficha de notificação. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/fi- cha_notificacao_violencia_domestica.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. É responsabilidade do profissional de saúde estar atento aos sinais de alerta de violência (vítima ou agressor). A criação de vínculo e a escuta qualificada são fundamentais nes- sas questões, sendo que o profissional de saúde deve deixar os julgamentos pessoais para prestar atendimento adequado. Um profissional importante de investigação no território é o Agente Comunitário de Saúde, que geralmente sabe dos casos de violência que ocorrem dentro da sua microárea. Segundo Brasil (2004), os sinais de alertas de violência que as equipes podem obser- var são: lesões físicas para as quais não se apresenta explicação plausível, medo claro na presença do(a) parceiro(a) ou quando o nome do(a) parceiro(a) é referido por ou- trem, afastamento em relação aos amigos, http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/ficha_notificacao_violencia_domestica.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/ficha_notificacao_violencia_domestica.pdfUnidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família69/242 recusa ou desinteresse por atividades ante- riormente apreciadas, piora no rendimento escolar, doenças sexualmente transmissí- veis, quando repentinamente deixa de ter vida social, as ausências no trabalho tor- nam-se mais frequentes, quedas frequen- tes, recusa do cuidador em deixar o idoso sozinho com outras pessoas etc. Em muitos casos, a vítima não quer deixar o agressor, porém é importante que, se o usu- ário estiver sofrendo violência doméstica, ele possa reconhecer esse ciclo: 1. O agressor lhe ameaça, dizendo que será violento com você. 2. Ele se torna fisicamente violento. 3. Ele pede desculpas. 4. O ciclo se repete. Link Para entender melhor os tipos de violência e seus sinais de alerta, acesse o seguinte arquivo. Dis- ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/cd05_19.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família70/242 Figura 3. Representação do ciclo de violência Fonte: <http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/ori- ginal/2016/03/08/violencia_mulher-01.png>. Acesso em: 4 set. 2017. http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/08/violencia_mulher-01.png http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/08/violencia_mulher-01.png Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família71/242 É importante esse ciclo ser discutido nos grupos e nas visitas domiciliares, pois o pri- meiro passo para a quebra do ciclo é con- tar para alguém sobre a violência que está ocorrendo na família e assim, juntamente com a equipe, elaborar um plano de ação. O trabalho intersetorial é fundamental nesses casos, uma visita ou consulta compartilhada com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) faz com que se tenha um melhor resultado das ações. As equipes devem receber treinamento para o atendimento desses casos e realizar grupos de orientação na comunidade. As vítimas às vezes vivem em um alto grau de vulnerabilidade social, em que pode ser as- sustador fazer denúncias porque o usuário pode ter medo de perder a vida. Mas essa é uma forma de evitar violência futura e se certificar de que seu agressor encare a jus- Para saber mais Você pode aprofundar seus estudos sobre o Sis- tema Único de Assistência Social (SUAS) pelo site: Disponível em: <http://mds.gov.br/central- -de-conteudo/assistencia-social>. Acesso em: 4 set. 2017. http://mds.gov.br/central-de-conteudo/assistencia-social http://mds.gov.br/central-de-conteudo/assistencia-social Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família72/242 tiça nos casos necessários. Devido à com- plexidade do assunto, é aconselhável mon- tar uma comissão ou um grupo técnico nas Unidades Básicas de Saúde para ampliar a discussão desse tema. 4. Acolhimento em Saúde Men- tal na Atenção Básica O que chama a atenção, mesmo na Estra- tégia de Saúde da Família, é o despreparo das equipes em lidar com situações de saú- de mental nas UBS. A demanda do cuidado em saúde mental na Atenção Básica é gran- de e, em razão da facilidade de acesso das equipes aos usuários, é frequente que os profissionais de saúde se encontrem a todo o momento com pacientes em situação de sofrimento psíquico. Na fase acadêmica, aprendemos muito bem a lidar com a dor física, porém falhamos em lidar com o sofrimento psíquico das pessoas. Aprendemos na prática que a saúde men- tal não está separada da saúde geral e que muitas doenças do nosso território foram desenvolvidas pela falta de uma interven- ção apropriada. A saúde mental é complexa e ainda necessitamos descobrir muito sobre ela, que não se trata apenas de um trata- mento medicamentoso, mas que vai muito além disso. Outra situação que aprendemos na prática é que os casos de saúde mental atingem toda a família, pois interfere na di- nâmica familiar. A equipe deve mapear os casos de saúde mental que utilizam medicamento e aque- les que estão no início. Isso pode ser feito Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família73/242 também com ampla divulgação no territó- rio e nos grupos da UBS. O acolhimento com a equipe Nasf é funda- mental para o desenvolvimento das ações de saúde mental no território. A responsa- bilização compartilhada entre a equipe do Nasf e as equipes de Saúde da Família busca contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, principalmente por in- termédio da ampliação da clínica, auxilian- do no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessi- dades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários. É importante também ter preceptoria com os especialistas de saú- de mental, a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e a do Centro de Aten- ção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAP- S-AD) para que a atenção básica assuma os casos mais simples, os pacientes sejam es- tabilizados e sejam encaminhados os casos mais complexos. Para saber mais Você pode acessar o arquivo a seguir e aprender mais sobre as diretrizes do Nasf: Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco- es/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. Sobre o Centro de Atenção Psicos- social (CAPS) e o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS-AD), acesse o seguinte site: Disponível em: <http://portalsaude.sau- de.gov.br/index.php/o-ministerio/princi- pal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/sau- de-mental/l2-saude-mental/12609-caps>. Acesso em: 4 set. 2017. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família74/242 5. Acolhimento dos Trabalhado- res de Saúde O acolhimento dos trabalhadores da saú- de também faz parte do nosso dia a dia. Cada profissional é também uma pessoa e os acontecimentos que ocorrem na comu- nidade onde ele trabalha podem afetá-lo. Situações de violência, problemas financei- Link Para aprofundar o atendimento de saúde men- tal na atenção básica, acesse: Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portal- dab/publicacoes/caderno_34.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. ros, problemas familiares e doenças podem atingir qualquer pessoa, por isso é muito importante observar as mudanças de com- portamento de nossos colegas. Outra forma de acolhimento para os traba- lhadores do SUS é a gestão participativa e não verticalizada, isto é, que permite o en- volvimento regular e significativo dos tra- balhadores na tomada de decisão. As mu- danças nas políticas públicas são necessá- rias e a participação dos funcionários, sobre como realizar essa mudança, é primordial. Para essa mudança, é essencial a educação permanente, pois somente deixamos de fazer o mesmo quando adquirimos novos conceitos e novas propostas de mudança. As rodas de conversas são espaços essenci- ais para discussão dos processos de trabalho http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da
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