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Processo de Trabalho em Saúde da Família
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1.
3
2/242
Processo de Trabalho em Saúde da Família
Autoria: Emiliana Maria Grando Gaiotto
Como citar este documento: GAIOTTO, Emiliana Maria Grando. Processo de Trabalho em Saúde da 
Família. Valinhos, 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família 05
Unidade 2: Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais 32
Unidade 3: O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família 60
Unidade 4: Estratégias de Prevenção e Promoção da Saúde na Estratégia de Saúde da Família 88
2/242
Unidade 5: Atendimento e Visitas Domiciliares. Referência e Contrarreferência 117
Unidade 6: Tratamento Supervisionado da Tuberculose. Saúde Bucal. Hiperdia 145
Unidade 7: Gestão de Indicadores na Estratégia de Saúde da Família 180
Unidade 8: Cuidado Multidisciplinar de Pacientes Crônicos e Plano Terapêutico Singular 206
3/242
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina apresenta as demandas e 
os desafios dos processos de trabalho em 
Saúde da Família. Como você já deve saber, 
a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é 
uma política pública prioritária para a reor-
ganização da Atenção Básica, seguindo os 
princípios e as diretrizes do Sistema Único 
de Saúde (SUS).
O objetivo da disciplina é apresentar e dis-
cutir questões específicas do processo de 
trabalho na ESF com foco para a compreen-
são da gestão do serviço e de estratégias de 
prevenção e promoção da saúde.
Neste módulo você vai refletir sobre as prá-
ticas das equipes de saúde da família no seu 
território de abrangência e como atuar para 
que essa equipe possa desenvolver suas 
atividades de forma apropriada com enfo-
que na melhoria da assistência à saúde e da 
qualidade de vida da comunidade. 
Para melhor aprendizagem, convidamos 
você a desenvolver seu lado crítico, para 
que em cada assunto destacado você possa 
analisar sobre a prática que está realizando. 
Os conteúdos programáticos serão dividi-
dos em oito unidades, destacando concei-
tos importantes para o desenvolvimento do 
processo de trabalho na ESF.
Aqui, você é convidado a refletir como a 
equipe de saúde da família deve desenvol-
ver suas habilidades para a mudança de vi-
são do modelo assistencial, agora com en-
foque no trabalho em equipe. Você também 
verificará a importância da vacinação no 
território de abrangência, vai perceber que 
no acolhimento é que desenvolvemos nossa 
4/242
habilidade da escuta qualificada e a capa-
cidade de darmos uma resposta resolutiva 
aos nossos usuários.
Esta disciplina também mostrará como 
funcionam as estratégias de prevenção e 
promoção da saúde desenvolvidas pelas 
equipes de Saúde da Família, e levará você a 
refletir como funcionam o modelo da aten-
ção domiciliar e o sistema de referência e 
contrarreferência.
Já sobre o tratamento supervisionado da 
tuberculose, a saúde bucal e a assistência 
ao diabético e hipertenso, serão abordadas 
técnicas e estratégias de como a equipe re-
aliza o monitoramento dessas prioridades. 
Também trabalharemos com a gestão de in-
dicadores na Estratégia de Saúde da Família. 
Você conhecerá os sistemas de informações 
e como as equipes elaboram instrumentos 
de monitoramento; e por fim abordaremos 
o cuidado multidisciplinar de pacientes crô-
nicos e o Plano Terapêutico Singular. 
Nesta disciplina você poderá analisar o seu 
aprendizado, resolvendo as questões de 
múltipla escolha, e terá indicação de leitu-
ras complementares para o aprofundamen-
to dos temas abordados.
Espera-se que estes conteúdos façam uma 
interface entre a teoria e a prática em seu 
trabalho profissional e que possam con-
tribuir para a mudança de paradigmas dos 
processos de trabalhos, sempre destacando 
os princípios e as diretrizes do SUS e forta-
lecendo o vínculo entre profissionais e co-
munidade.
5/242
Unidade 1
Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família
Objetivo
1. Compreender os conceitos sobre a 
importância do trabalho multiprofis-
sional de forma horizontal na equipe 
de ESF.
2. Discutir como as equipes podem criar 
estratégias para a execução das ações 
de saúde no seu território de abran-
gência.
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família6/242
Introdução 
Atenção Básica à Saúde (ABS) é o conjun-
to de ações de saúde no âmbito individual e 
coletivo que abrange a promoção e a prote-
ção da saúde, a prevenção de agravos, a vi-
gilância à saúde, o diagnóstico, o tratamen-
to e a reabilitação. Compreende as Unida-
des Básicas de Saúde (UBS) como a principal 
porta de entrada do Sistema Único de Saú-
de (SUS), o qual é o mais alto grau de des-
centralização e de proximidade da vida da 
comunidade. Também compreende o pro-
cesso de comunicação e acesso aos demais 
serviços de saúde de maior complexidade 
(SÃO PAULO, 2016).
A equipe de ESF, ao planejar as ações de 
saúde, deve utilizar os princípios do SUS 
(universalidade, integralidade, equidade 
e participação social) como norteadores e 
fortalecer o vínculo entre usuário e profis-
sionais.
Link
Breve histórico do programa de saúde da família: 
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_
brasil.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
A Política Nacional de Atenção Básica 
(PNAB) tem a Estratégia de Saúde da Famí-
lia como prioridade, pois por meio dela res-
gatamos o papel das UBS no levantamento 
das vulnerabilidades territoriais e suas ne-
cessidades, como também o acolhimento 
com escuta qualificada e humanizada dos 
usuários do SUS (BRASIL, 2012).
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família7/242
1.Trabalhando em Equipe na Es-
tratégia de Saúde da Família
A Estratégia de Saúde da Família tem o ob-
jetivo de mudança do modelo assistencial, 
em que o modelo tradicional focado no in-
divíduo e na visão curativa vai sendo subs-
tituído por um modelo focado na integrali-
dade da assistência e na promoção à saúde, 
Para saber mais
As instituições de saúde da atenção básica po-
dem ser chamadas de: Unidade Básica de Saúde 
(UBS), Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) 
e Centro de Saúde (CS). Essas nomenclaturas 
substituem o antigo nome Posto de Saúde, ainda 
utilizado pela população mais idosa.
no qual o indivíduo agora é visto como par-
te integrante de uma família e de uma co-
munidade. Outra diferença do modelo as-
sistencial é o trabalho multiprofissional, em 
que cada profissional tem sua responsabi-
lidade específica, porém deve estar voltado 
para um objetivo comum, que é o paciente. 
Segundo Vasconcelos (2002), por meio do 
trabalho interdisciplinar, são discutidas e 
planejadas as ações de saúde trazendo mu-
danças nos processos de trabalho de uma 
forma horizontal, em que cada membro da 
equipe apresenta o mesmo valor no cam-
po do saber. Um exemplo muito frequente, 
que você observa nas discussões de casos 
dentro das equipes, é quando o usuário não 
comenta dentro do consultório o que real-
mente está acontecendo na sua casa, porém 
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família8/242
o Agente Comunitário de Saúde (ACS) traz 
essa informação que faz toda a diferença no 
processo de intervenção no tratamento das 
doenças. Sendo assim, um Agente Comu-
nitário de Saúde tem a mesma importância 
que um profissional de nível superior nas 
discussões, pois o vínculo e o fato de mo-
rar no mesmo território que o usuário fazem 
com que o momento da discussão seja mais 
resolutivo e muito enriquecedor. 
2. Composição da Equipe 
A equipe de ESF é constituída por uma equi-
pe mínima, com ou sem a equipe de saúde 
bucal, a qual é responsável por um território 
e por um número máximo de famílias (de-
pendendo da vulnerabilidade social do lo-
cal). A equipe de apoio do Núcleo de Apoiode Saúde da Família (Nasf) é formada por 
profissionais da saúde, podendo ser uma 
equipe de referência para uma equipe ou 
para um conjunto de equipes, e seu princi-
pal objetivo é a realização do matriciamen-
to dos casos trazidos pelas equipes para se-
rem discutidos nas reuniões. 
Para saber mais
Para complementar o conceito do trabalho in-
terdisciplinar, consulte: VASCONCELOS, E. M. Os 
conceitos e os tipos de práticas interdisciplinares 
e interparadigmáticas. Disponível em: <http://
www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Edu-
ardo%20Mourao.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família9/242
Abaixo você encontrará a descrição dos 
profissionais para cada tipo de equipe.
Equipe Mínima: 
É composta por um médico (generalista, 
especialista em ESF ou comunidade), um 
Para saber mais
Para o município ter uma equipe Nasf, precisa ao 
menos ter uma ESF implantada. Não são todos 
os municípios que fizeram a adesão ao progra-
ma. Acesse o site e veja como aderir aos progra-
mas da Atenção Básica. Disponível em: <http://
atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/ar-
quivos/201701/11144123-guia-de-creden-
ciamento-e-implantacao-de-equipes-na-
-aps-versao-final.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
enfermeiro (generalista ou especialista em 
ESF), um auxiliar ou técnico de enfermagem 
e de quatro a seis agentes comunitários de 
saúde (ACS). 
Obs.: Todo profissional terá uma carga ho-
rária de 40 horas/semanais, exceto os mé-
dicos que podem apresentar outras cargas 
horárias conforme descrito na portaria.
Equipe de Saúde Bucal: 
É composta por um cirurgião-dentista (ge-
neralista ou especialista em ESF), auxiliar 
e/ou técnico em Saúde Bucal, podendo ser 
Modalidade I ou Modalidade II.
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família10/242
Equipe PACS (Programa de Agente Comu-
nitário de Saúde)
É composta por um enfermeiro com super-
visão de no mínimo 4 ACS e de no máximo 
12 ACS.
Equipe de Apoio
• Agente de controle de Endemias; 
Agente de Promoção Ambiental.
• Núcleo de Apoio de Saúde da Família 
(Nasf): Nutricionista, Terapeuta Ocu-
pacional, Fisioterapeuta, Assistente 
Social, Psicólogo, Veterinário, Educa-
dor Físico, Fonoaudiólogo, médicos 
especialistas (Ginecologista, Pediatra, 
Dermatologista, Cardiologista etc.).
Link
Portaria nº 958, de 10 de maio de 2016: Altera o 
Anexo I da Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de ou-
tubro de 2011, para ampliar as possibilidades de 
composição das Equipes de Atenção Básica. Dis-
ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.
html>. Acesso em: 4 set. 2017.
3. Territorialização e Mapa Vivo
Um dos processos de trabalho mais impor-
tante na Estratégia de Saúde da Família é a 
territorialização. Todo esse processo deve 
ser realizado em equipe, se possível desde 
o início da implantação da ESF no território. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família11/242
Figura 1.Exemplo de mapa de área de abrangência.
Fonte: <http://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/saude_da_familia_europa_esf01.jpg>. Acesso em: 11 set. 2017.
http://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/saude_da_familia_europa_esf01.jpg
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família12/242
Para implantar essa política de saúde, de-
vemos observar no território, antes da de-
finição exata da área adscrita, as barreiras 
geográficas e as áreas de maiores vulnera-
bilidades sociais, utilizando o princípio da 
equidade, ou seja, devemos priorizar o lo-
cal com maior necessidade para implantar 
a ESF. A participação da comunidade nesse 
processo é indispensável, pois os moradores 
têm o domínio do local onde vivem e podem 
contribuir para diminuirmos as barreiras 
que os técnicos possam a encontrar duran-
te o processo. A Política Nacional de Aten-
ção Básica (PNAB), atualizada pela Portaria 
n. 2.436, de setembro de 2017, recomen-
da que cada equipe seja responsável 2000 
a 3500 pessoas, garantindo os princípios e 
diretrizes da Atenção Básica.
3.1. Cadastramento das Famílias 
e Diagnóstico de Saúde Local
 Após a definição da área de abrangência, 
esse território será a área de atuação da 
equipe (máximo de 3.500 pessoas/área), 
Para saber mais
Você pode ler a portaria que estabelece a revi-
são de diretrizes para a organização da Aten-
ção Básica, disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/
prt2436_22_09_2017.html>. Acesso em: 11 
mar. 2019.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família13/242
que será subdivida em microáreas de acor-
do com o número de ACS por equipe (máxi-
mo de 750pessoas por ACS).
Como descrito na lei 8080/90, a saúde tem 
como fatores determinantes e condicionan-
tes, entre outros, a alimentação, a moradia, 
o saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação da popula-
ção, o transporte, o lazer e o acesso a bens 
e serviços essenciais; além disso, os níveis 
de saúde expressam a organização social e 
econômica do país. Todos esses fatores po-
dem contribuir para o desenvolvimento de 
doenças no território, por isso a importân-
cia da valorização dos saberes da comuni-
dade sobre os indicadores e determinantes 
da saúde. Um exemplo da participação da 
comunidade é no combate do mosquito da 
dengue, colaborando e fazendo mutirões 
de limpeza em praças públicas e se orga-
nizando para que o lixo não se acumule em 
local inadequado. Cabe à equipe de saúde 
criar esse vínculo com as lideranças comu-
nitárias e incentivá-las a ajudar no processo 
de transformação do território.
Após a territorialização, os ACS devem re-
alizar o cadastramento das famílias e o ca-
dastramento individual de cada membro da 
família, realizando um mapa com todas as 
casas, terrenos, comércios, escolas e igre-
jas. Tudo deve estar mapeado. A partir do 
cadastramento, a equipe realiza o diagnós-
tico dessa área, fazendo o levantamento 
das famílias prioritárias. Esse diagnóstico 
é dinâmico e apresenta alterações cons-
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família14/242
tantes. Lembramos que os ACS devem atu-
alizar o cadastro mensalmente (visita em 
100% da sua área de abrangência), pois a 
equipe realiza novos diagnósticos, ocorrem 
entrada e saída de pessoas nesse território. 
O que a equipe deve supervisionar é se es-
tão visitando adequadamente todo o terri-
tório e não somente as famílias prioritárias, 
isso é muito importante para não ocorrer 
negligência de famílias. Muitas delas vivem 
em alto grau de vulnerabilidade social e ge-
ralmente não chegam ao serviço de saúde 
espontaneamente. Esse é o nosso trabalho, 
levar saúdea todos.
Ressaltamos também que somente a coleta 
de dados não é suficiente, ela deve ser re-
gistrada no prontuário, inserida no sistema 
de informação e discutida em reunião de 
equipe para que esta possa realizar o diag-
nóstico de saúde e planejar as atividades, 
priorizando as famílias de maior necessida-
de, segundo critérios de risco à saúde. 
Um dos instrumentos que a equipe pode 
utilizar é o mapa vivo ou biomapa, e nele de-
vem conter as características mais impor-
tantes definidas pela equipe e pela gestão 
do município, contendo as áreas e famílias 
de vulnerabilidade do território como tam-
bém as potencialidades. Esse instrumen-
to permitirá o monitoramento de saúde do 
território e facilitará a apropriação de infor-
mações atualizadas pela equipe. 
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família15/242
Figura 2. Exemplo de Mapa vivo de um território com ESF
Fonte: <http://tvssudeste.blogspot.com.br/2013/11/territorio-e-o-processo-saude-doenca.html>. Acesso em: 4 set. 2017.
4. Organização do Trabalho em Equipe
O trabalho das equipes na atenção básica é complexo, por isso a ideia de que na UBS o trabalho 
é “mais simples” é equivocada. O atendimento programado em conjunto com o atendimento da 
http://tvssudeste.blogspot.com.br/2013/11/territorio-e-o-processo-saude-doenca.html
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família16/242
demanda espontânea pode dar resposta de 
60% a 80% das necessidades de saúde da 
população. 
O trabalho em equipe começa com a orga-
nização de como cada profissional desen-
Para saber mais
Hoje temos uma ferramenta no Google por meio 
da qual podemos criar um biomapa, que ao ser 
trabalhado com planilhas de vulnerabilidades 
e potencialidades do Excel você pode colocar as 
características mais importantes definidas pela 
equipe. Disponível em: <https://www.qine-
twork.com.br/google-my-maps-crie-e-ad-
ministre-mapas-personalizados-no-goo-
gle-drive/>. Acesso em: 4 set. 2017.
volverá suas atividades durante a semana. 
É importante que a agenda não seja enges-
sada, deve ter espaços para agendamento 
próximo e para a demanda do dia. Os agen-
damentos que estão muito distantes de-
vem sempre ser analisados e a mudança do 
processo de trabalho relacionada ao acesso 
do paciente deve ser constantemente ava-
liada. A agenda deve ser dividida por perío-
dos semanais contendo atividade de grupo 
educativo/treinamento da equipe, consul-
tas individuais, reuniões de equipe/matri-
ciamento, visita domiciliar e acolhimento. 
Cada município deve definir suas metas e 
diretrizes operacionais de ações de saúde, 
de acordo com as realidades locais. O prin-
cipal desafio dos profissionais é criar estra-
tégias para a execução das ações de saúde. 
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família17/242
A equipe deve avaliar o processo de traba-
lho e readequá-lo quando necessário. 
A principal mudança no atendimento, que 
observamos das equipes de saúde da famí-
lia, são as atividades extramuros que são 
realizadas dentro da comunidade, tanto no 
atendimento curativo de pacientes que não 
chegavam ao sistema de saúde como na 
realização de ações de promoção de saúde 
em escolas, creches, asilos, abrigos etc. As 
equipes devem sempre trabalhar em parce-
rias fortalecendo os vínculos com associa-
ções de bairro, Organizações Não Gover-
namentais (ONG) e igrejas e ampliar ainda 
mais o fazer saúde.
Destacamos as atividades que as equipes 
devem planejar para que todo o território 
seja contemplado, são elas: atendimento 
clínico e cirúrgico ambulatorial básico na 
atenção primária, imunização (busca ativa 
de faltosos), atenção domiciliar (visita do-
miciliar ou institucional), práticas integra-
tivas e complementares (atividade física, 
danças), exames diagnósticos e/ou tera-
pêuticos, atividades educativas e terapêu-
ticas (grupo de artesanato, grupo de acolhi-
mento de saúde mental), ações comunitá-
rias (meio ambiente, hortas comunitárias), 
atenção à saúde da criança e do adolescen-
te, atenção à saúde dos adultos, atenção à 
saúde da mulher/gestante, atenção à saú-
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família18/242
de do homem, atenção à saúde do idoso, 
atenção à saúde de pessoas com doenças 
transmissíveis e não transmissíveis (doen-
tes crônicos), atenção à saúde bucal, aten-
ção à saúde mental, álcool e outras drogas, 
atenção à saúde da pessoa com deficiência 
e educação em saúde sobre uso racional de 
medicamentos.
5. Reunião de Equipe
A comunicação entre os profissionais de es-
tratégia de saúde da família é uma prática 
que deve ser realizada diariamente. É impor-
tante estabelecer um horário de reunião de 
equipe, de preferência um no qual todos os 
profissionais possam participar das discus-
sões. O ideal é que as reuniões fossem rea-
lizadas diariamente e não semanalmente, já 
que muitos casos têm que ter uma atuação 
imediata. 
Nas reuniões de equipe é que são definidas 
as ações de saúde que serão desenvolvi-
das, quais os grupos que serão realizados 
nas próximas semanas, quais as estratégias 
para que o paciente resistente ao trata-
mento possa aderi-lo, as programações de 
Link
Você pode encontrar no link a seguir a relação de 
Serviços e Ações de Saúde do SUS de 2012, insti-
tuída no país pela Portaria nº 841, de 2 de maio 
de 2012.Disponível em: <http://conitec.gov.br/
images/Protocolos/Renases2012.pdf>. Aces-
so em: 4 set. 2017.
http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf
http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família19/242
visitas e consultas domiciliares. Também na 
reunião de equipe são realizadas as discus-
sões de conflitos que ocorrem no próprio 
grupo, fortalecendo o vínculo entre os pro-
fissionais de saúde.
A discussão das visitas domiciliares realiza-
das no dia anterior e o monitoramento das 
prioridades por meio de planilhas desenvol-
vidas pela equipe são pontos fundamentais 
para que a equipe esteja apropriada do seu 
território.
O momento da reunião de equipe também 
é um espaço para realizar a educação con-
tinuada, proporcionando a atualização e 
ampliando a visão do processo de trabalho, 
gerando novos saberes.
Para saber mais
Você pode ampliar mais seus conhecimentos para 
uma educação continuada acessando a bibliote-
ca virtual do Ministério da Saúde. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco-
es/cad03_educacao.pdf>. Acesso em: 11 set. 
2017.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad03_educacao.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad03_educacao.pdf
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família20/242
Glossário
ABS: Atenção Básica de Saúde.
ACS: Agente Comunitário de Saúde.
ESF: Estratégia de Saúde da Família.
Nasf: Núcleo de Apoio de Saúde da Família.
SUS: Sistema Único de Saúde.
Questão
reflexão
?
para
21/242
Nas discussões diárias, a equipe deve trabalhar cons-
tantemente a ética e discutir os casos em sigilo para 
que a população não rompa o vínculo já estabelecido. É 
muito constrangedor quando algo que foi discutido em 
reunião de equipe é comentado na comunidade. O que 
você faria nesse caso?
22/242
Considerações Finais
• A importância do trabalho da equipe de Saúde da Família para a proposta de 
mudança do modelo assistencial da Atenção Básica. 
• A territorialização é um dos processos de trabalho mais importante na Es-
tratégia de Saúde da Família. Por meio da territorialização é possível identi-
ficar as famílias de maior vulnerabilidade social e discutir em equipeo pla-
nejamento das atividades necessárias para melhorar a qualidade de vida 
dessa população.
• Cada membro da equipe é responsável pela sua área específica, porém deve 
estar voltado para um objetivo comum, que é o paciente. 
• Refletir sobre a complexidade do trabalho das equipes de Saúde da Família 
e o planejamento das ações de saúde no território adscrito.
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família23/242
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Altera o Anexo I da Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outubro 
de 2011, para ampliar as possibilidades de composição das Equipes de Atenção Básica. Porta-
ria nº 958, de 10 de maio de 2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2016/prt0958_10_05_2016.html>. Acesso em: 4 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Memórias da saúde da família no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série I. História 
da Saúde no Brasil). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_sau-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Bási-
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<http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde. S.l.: Ministério da 
Saúde, 2012. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf>. Aces-
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GOOGLE My Maps: crie e administre mapas personalizados no Google Drive. Qi Network, 3 jul. 
2015. Disponível em: <https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-ma-
pas-personalizados-no-google-drive/>. Acesso em: 4 set. 2017. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0958_10_05_2016.html
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf
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http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf
http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Renases2012.pdf
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
https://www.qinetwork.com.br/google-my-maps-crie-e-administre-mapas-personalizados-no-google-drive
Unidade 1 • Trabalho em Equipe na Estratégia de Saúde da Família24/242
PESSÔA, Luisa Regina; SANTOS, Eduardo Henrique de Arruda; TORRES, Kellem Raquel Brandão 
de Oliveira. Manual do Gerente: desafios da média gerência na saúde. Rio de Janeiro: ENSP-FIO-
CRUZ, 2011. p. 32-38. 
SÃO PAULO. Diretrizes operacionais: fortalecendo a Atenção Básica no município de São Paulo. 
São Paulo: Unidade Básica de Saúde, jan. 2016. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/
cidade/secretarias/upload/diretrizesoperacionaisatencaobasica.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
SÃO PAULO. Reorganização do Processo de Trabalho: acolhimento à demanda espontânea. São 
Paulo: Unidade Básica de Saúde: Atenção Básica: Secretaria Municipal de Saúde, 2015. Disponí-
vel em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Proces-
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TELESSAÚDE. Qualifica APS: guia do gestor para credenciamento e implantação de equi-
pes na APS. Disponível em: <http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/
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so em: 3 set. 2017.
VASCONCELOS, Eduardo M. Os conceitos e os tipos de práticas interdisciplinares e interparadig-
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http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Processo_Trabalho_At-Basica_V1_out-2015.pdf
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Reorganiza_Processo_Trabalho_At-Basica_V1_out-2015.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/11144123-guia-de-credenciamento-e-implantacao-de-equipes-na-aps-versao-final.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/prisma/Artigo%20Eduardo%20Mourao.pdf
25/242
1. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas abaixo:
População adscrita por equipe de Atenção Básica e de Saúde da Família é de 
_____ a _____ pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os 
princípios e diretrizes da Atenção Básica.
a) 500 a 1000.
b) 600 a 1000.
c) 750 a 1500.
d) 1 000 a 3000.
e) 2000 a 3500.
Questão 1
26/242
2. É correto afirmar sobre o Núcleo de Apoio da Saúde da Família (Nasf) 
que:
a) É parte integrante da equipe de Saúde da Família, realiza o matriciamento somente dos ca-
sos complexos e realiza consultas compartilhadas.
b) Somente podem atuar no Nasf os profissionais de saúde que não são médicos, pois realizam 
o apoio para as equipes de Saúde da Família.
c) É uma equipe de apoio para matriciamento de todos os casos solicitados pela equipe de 
Saúde da Família e realiza atendimento individual somente em casos específicos.
d) Não faz parte da equipe mínima, apenas realiza as discussões sobre os casos mais comple-
xos de saúde e não realiza atendimento individual.
e) É parte integrante da equipe e realiza atendimento de baixa complexidade.
Questão 2
27/242
3. Podemos afirmar sobre a Estratégia de Saúde da Família que:
a) A ESF é uma estratégia de mudança do modelo assistencial da Atenção Básica, em que seu 
principal foco é o atendimento de casos complexos.
b) A ESF é responsável pelo acompanhamento de um território adscrito e é uma estratégia de 
mudança do modelo assistencial da Atenção Básica.
c) A ESF tem como diretriz uma abordagem terapêutica centrada na doença, visando o diag-
nóstico e o tratamento individual.
d) Na ESF, as equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um território sem definição 
geográfica e a principal atividade é o atendimento da demanda espontânea.
e) A ESF tem seu foco principal o atendimento de crianças e gestantes.
Questão 3
28/242
4. Conforme a frase a seguir, podemos afirmar que:
Na reunião de equipe, as discussões das visitas domiciliares realizadas no dia anterior e o moni-
toramento das prioridades por meio de planilhas desenvolvidas pela equipe são pontos funda-
mentais para que a equipe esteja apropriada do seu território.
a) As equipes devem discutir os resultados das visitas do dia anterior da equipe e o monitora-
mento das prioridades podem ser realizados através de planilhas..
b) Está incorreta pois a equipe não tem necessidade de realizar o monitoramento das priorida-
des.
c) Não é recomendado que a reunião de equipe seja diária para não atrapalhar o fluxo da UBS.
d) O monitoramento deve ser feito na visita de avaliação do Programa de Melhoria eAvaliação 
da Qualidade.
e) A ESF não tem necessidade de um território defenido.
Questão 4
29/242
5. Sobre a organização do trabalho na Estratégia de Saúde da Família, é 
correto afirmar que:
a) A agenda não deve ser flexível, em que a equipe possa administrá-la utilizando o princípio 
da equidade.
b) A equipe não deve realiza atividades de promoção á saúde fora da Unidade Básica.
c) A educação permanente não pode ser realizada no momento das discussões nas reuniões de 
equipe.
d) A agenda deve ser flexível, em que a equipe possa administrá-la utilizando oprincípio da 
equidade.
e) Na organização do trabalho da ESF não há necessidade de utilizar os princípios do SUS.
Questão 5
30/242
Gabarito
1. Resposta: E.
A população adscrita, por equipe de Aten-
ção Básica e de Saúde da Família, é de 2000 
a 3500 pessoas, localizada dentro do seu 
território, garantindo os princípios e diretri-
zes da Atenção Básica.
2. Resposta: C.
A principal atividade da equipe Nasf é o 
matriciamento de todos os casos solicita-
dos para discussão pela equipe de Saúde da 
Família e a prioridade deve ser para consul-
tas compartilhadas; a realização de atendi-
mento individual é somente em casos espe-
cíficos.
3. Resposta: B.
A ESF é uma estratégia de mudança do mo-
delo assistencial da Atenção Básica, sendo 
uma política pública prioritária. Ela é res-
ponsável pelo acompanhamento de um ter-
ritório adscrito, não podendo ultrapassar 
4.000 pessoas no território por equipe.
4. Resposta: A.
As equipes devem discutir os resultados das 
visitas do dia anterior da equipe e o monito-
ramento das prioridades podem ser realiza-
dos através de planilhas.
31/242
Gabarito
5. Resposta: D.
Todas agenda dos profissionais de saúde 
devem ser flexíveis, em que a equipe pos-
sa administrá-la utilizando o princípio da 
equidade
32/242
Unidade 2
Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais
Objetivo
1. Apresentar as vacinas distribuídas 
pelo Sistema Único de Saúde.
2. Discutir como as equipes podem criar 
estratégias para a busca ativa de fal-
tosos.
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais33/242
Introdução
Uma das medidas de promoção e preven-
ção à saúde utilizada pelo Sistema Único de 
Saúde (SUS) é a vacinação. Você já deve ter 
ouvido falar sobre a frase “É melhor preve-
nir do que remediar”, e é isso que as vacinas 
fazem. Segundo a Organização Mundial da 
Saúde (OMS), em 2017, na Semana Mun-
dial da Imunização, as vacinas previnem 
26 doenças potencialmente fatais e evi-
taram pelo menos 10 milhões de mortes 
entre 2010 e 2015. E ainda ressaltou que as 
vacinas representam uma das maiores his-
tórias de sucesso da medicina moderna.
Algo que talvez você não saiba: as vacinas 
não protegem somente aqueles que rece-
bem a vacina, mas também protege os de-
mais do mesmo território. Se o microrganis-
mo não estiver circulando no meio ambien-
te, maior é a chance de as pessoas vacina-
das ou não permanecerem saudáveis, esse 
efeito é conhecido como efeito rebanho 
(BRASIL, 2017).
Um breve histórico sobre as vacinas no Bra-
sil (BRASIL, 2006):
• 1804: Realizada a primeira vacinação 
no país, contra a varíola.
• 1832: Primeira legislação de obriga-
toriedade da vacina no Brasil.
• 1889: Obrigatoriedade da vacina para 
crianças de até seis meses de idade.
• Em 1904 ocorreu a primeira campa-
nha obrigatória da vacina contra a 
varíola. Ficou conhecida como revolta 
da vacina.
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais34/242
• 1925: Introduzida a BCG no Brasil.
• 1961: Realizadas as primeiras campa-
nhas com a vacina oral contra a polio-
mielite.
• 1972: Início do Programa de Vacina-
ção Antissarampo.
• 1973: Certificação internacional 
da erradicação da varíola no Brasil. 
Formulado o Programa Nacional de 
Imunizações (PNI), com o objetivo de 
controlar ou erradicar doenças infec-
tocontagiosas e imunopreveníveis.
• Em 1975 foi institucionalizado o PNI, 
a legislação específica sobre imuniza-
ções e vigilância epidemiológica. 
• 1980: 1ª Campanha Nacional de Va-
cinação contra a poliomielite, com a 
meta de vacinar todas as crianças me-
nores de 5 anos em um só dia. 
Link
Para se aprofundar sobre o histórico das vacinas, 
acesse o seguinte site. Disponível em: <http://
www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.
html>. Acesso em: 4 set. 2017.
O Brasil é referência mundial em vacinação 
e o Sistema Único de Saúde garante à po-
pulação brasileira acesso gratuito a todas 
as vacinas recomendadas pela Organização 
Mundial da Saúde. São 19 vacinas para pro-
teger contra mais de 20 doenças e se faz um 
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais35/242
investimento de R$ 3,9 bilhões por ano (BRASIL, 2017). Outro detalhe importante que ocorre no 
Brasil é que mesmo nos lugares de difícil acesso, lembrando que o Brasil é um país continental, 
as equipes chegam até eles, podendo ser uma viagem de horas por barco dentro das florestas 
brasileiras. 
Para saber mais
O Brasil e os demais países do continente receberam da OMS/OPAS no ano de 1994 o certificado de que a 
doença e o vírus da poliomielite foram eliminados do nosso continente. O último caso de poliomielite no 
Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989. Em 2012 foi declarada emergência global, em que alguns pa-
íses que estavam livres da doença tiveram um surto. Acesse o seguinte site para mais detalhes. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129>. 
Acesso em: 4 set. 2017.
1. Calendário Vacinal 
A vacinação é um dos processos de trabalho das equipes de Atenção Básica. No território, 
onde têm as equipes de Estratégia de Saúde da Família, o controle das vacinas é mais rigoroso, 
pois um ACS bem treinado sabe informar para as equipes a situação vacinal da sua microárea. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais36/242
Lembre-se, você deve realizar estratégia 
na equipe para que os dados epidemioló-
gicos estejam sobre controle.
O SUS oferece vacinas para todas as fai-
xas etárias (crianças, adolescentes, adul-
tos, idosos e gestantes) e para as pessoas 
em condições especiais (povos indígenas, 
pessoas com HIV, em tratamento de cân-
cer, com insuficiência renal e outras pato-
logias que causam queda do sistema imu-
nológico).
Link
As vacinas apresentam alterações anualmente. 
Fique sempre atento para as mudanças. Veja no 
link a seguir as mudanças ocorridas nesse ano. 
Disponível em: <http://portalarquivos.saude.
gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-
-calendario-vacinal-de-2017.pdf>. Acesso 
em: 4 set. 2017.
Veja também o Manual dos Centros de Referência 
para Imunobiológicos Especiais. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco-
es/manual_centro_referencia_imunobiolo-
gicos.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centro_referencia_imunobiologicos.pdf
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais37/242
Tabela 1. – Calendário vacinal da criança
Idade Vacinas
Ao nascer BCG
Hepatite B
2 meses 1ª dose
Pentavalente 
Poliomielite (VIP)
Pneumocócica 10 
Rotavírus 
3 meses 1ª dose da Meningocócica C 
4 meses
2ª dose
Pentavalente 
Poliomielite (VIP)
Pneumocócica 10 
Rotavírus
Idade Vacinas
5 meses 2ª dose da Meningocócica C 
6 meses
3ª dose
Pentavalente
Poliomielite (VIP)
9 meses Febre amarela
12 meses
Pneumocócica 10 – reforço
Meningocócica C – reforço 
Tríplice Viral (SCR) – 1ª dose
15 meses
DTP (tríplice bacteriana) – 1º re-
forço 
Poliomielite – 1º reforço (VOP)
Hepatite A 
Tríplice Viral (SCR) – 2ª dose 
Varicela 
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais38/242
Idade Vacinas
4 anos
DTP 2º reforço
Poliomielite 2º reforço (VOP)
Febre amarela reforço
9 a 14 anos 
(meninas)
12 a 13 anos 
(meninos)
HPV 2 doses (intervalo de 6 meses)
Meningocócica C (reforço ou dose 
única)
Idade Vacinas
Adolescen-
tes, adultose 
idosos
Hepatite B (3 doses a depender da 
situação vacinal)
Febre amarela (1 dose a cada 10 
anos)
Tríplice Viral (2 doses até os 29 
anos ou 1 dose em > 30 anos. Ida-
de máxima: 49 anos)
DT (Reforço a cada 10 anos)
dTpa (para gestantes a partir da 
20ª semana que perderam a opor-
tunidade de serem vacinadas)
Fonte: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.
php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-mi-
nisterio-da-saude-realiza-mudancas-no-calen-
dario-de-vacinacao>. Acesso em: 4 set. 2017.
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais39/242
Lembrando: Cada estado tem seu calendá-
rio vacinal, consulte no site da Secretaria Es-
tadual da Saúde do seu estado .
2. Vacinas Distribuídas pelo Sis-
tema Único de Saúde
Nesse tópico, você vai aprender quais as do-
enças que cada vacina do calendário vacinal 
previne, a via de aplicação e o local. Isso fará 
parte do seu processo de trabalho, tenha 
sempre uma tabela de vacina para te ajudar 
nas orientações.
2.1 BCG – (Bacilo Calmette-
-Guérin) 
A BCG é uma vacina que previne as formas 
mais graves da tuberculose (miliar, menín-
gea) e a hanseníase (os comunicantes in-
tradomiciliar de hanseníase devem rece-
ber uma segunda dose). A via de aplicação 
é intradérmica no deltoide direito (BRASIL, 
2014).
Para saber mais
A orientação pós-vacinal da BCG é muito impor-
tante. Em até 4 semanas, surge um nódulo no lo-
cal e evolui para uma pústula (ferida com pus). 
Não se deve espremer. Em seguida, forma-se 
uma úlcera (ferida aberta) e inicia-se a formação 
de uma crosta, que somente deve ser limpa com 
água e sabão. A formação da cicatriz deve ocorrer 
em até 6 meses. Se a criança não apresentar a ci-
catriz vacinal, será revacinada com o mínimo de 6 
meses após a primeira dose.
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais40/242
2.2. Hepatite B 
É indicada para proteção contra a infecção 
do vírus da Hepatite B. A via de aplicação é 
a intramuscular (vasto lateral da coxa em 
crianças até 2 anos e músculo deltoide em 
adultos) (BRASIL, 2014).
2.3. Pentavalente – DTP/Hib/
Hep B 
É indicada para a proteção contra a difte-
ria, o tétano, a coqueluche, a hepatite B e 
as infecções causadas pelo Haemophilus in-
fluenzae b. A via de aplicação é a intramus-
cular (vasto lateral da coxa em crianças até 
2 anos) (BRASIL, 2014).
2.4. VIP – vacina inativada Po-
liomielite 
É indicada para a proteção contra a polio-
mielite causada por vírus dos tipos 1, 2 e 3. 
A via de aplicação é a intramuscular (vas-
to lateral da coxa em crianças até 2 anos) 
(BRASIL, 2014). 
2.5. VOP – vacina oral contra a 
Pólio 
É indicada para a proteção contra a polio-
mielite causada por vírus dos tipos 1 e 3. 
A via de administração é a oral (2 gotas). 
(BRASIL, 2014). 
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais41/242
2.6. VORH – vacinal oral de Ro-
tavírus Humano 
É indicada para a prevenção de gastroente-
rites causadas por rotavírus dos sorotipos 
G1 em crianças menores de 1 ano de idade. 
Embora seja monovalente, a vacina oferece 
proteção cruzada contra outros sorotipos 
de rotavírus que não sejam G1 (G2, G3, G4, 
G9). A via é a oral e o volume a ser adminis-
trado é de 1,5 ml. (BRASIL, 2014).
2.7. Vacina Pneumocócica 10 
valente. 
É indicada para prevenir contra infecções 
invasivas (sepse, meningite, pneumonia 
e bacteremia) e otite média aguda (OMA) 
causadas pelos 10 sorotipos de Streptococ-
cus pneumoniae. A via de aplicação é a intra-
muscular (vasto lateral da coxa em crianças 
até 2 anos) (BRASIL, 2014).
2.8. Vacina contra a febre ama-
rela 
É indicada para prevenir contra a febre 
amarela. A vacinação é realizada em áreas 
endêmicas e para quem for viajar para esses 
locais. A via de aplicação é a subcutânea na 
parte posterior do braço (BRASIL, 2014).
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais42/242
2.9. Tríplice viral – sarampo, ru-
béola e caxumba
É indicada para a proteção do sarampo, da 
caxumba e da rubéola. A gestante não deve 
ser vacinada para evitar a associação entre 
a vacinação e possíveis complicações da 
gestação, incluindo aborto espontâneo ou 
malformação congênita no recém-nascido 
por outras causas não associadas à vacina. 
A via de aplicação é a subcutânea na parte 
posterior do braço (BRASIL, 2014). 
2.10. DTP (tríplice bacteriana) – 
difteria, tétano e coqueluche 
É indicada para a proteção contra a difteria, 
o tétano e a coqueluche. A via de aplicação 
Para saber mais
A vacina da febre amarela não deve ser adminis-
trada simultaneamente com a vacina tríplice viral 
e/ou varicela. O intervalo mínimo é de 30 dias. Se 
as vacinas forem administradas com menos de 30 
dias de diferença, pode ocorrer interferência na 
resposta imunológica. Em situações que impos-
sibilitem manter o intervalo indicado, pode-se 
realizar a vacina desde que seja informado ao pa-
ciente e anotado em prontuário. Outra particula-
ridade da vacina é que ela deve ser administrada 
10 dias antes da viagem.
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais43/242
é a intramuscular (vasto lateral da coxa em 
crianças até 2 anos e no deltoide em maio-
res de 2 anos) (BRASIL, 2014).
2.11. Vacina meningocócica 
conjugada tipo C – meningite 
É indicada para a prevenção da doença sis-
têmica causada pela Neisseria meningitidis 
do sorogrupo C. A via de administração é ex-
clusivamente intramuscular (BRASIL, 2014). 
2.12. Influenza 
É indicada para proteger contra o vírus da 
influenza e contra as complicações da do-
ença, principalmente as pneumonias bacte-
rianas secundárias. Via intramuscular (BRA-
SIL, 2014).
2.13. Varicela
É indicada para a prevenção de varicela (ca-
tapora). Somente será vacinada com a vari-
cela a criança que tenha recebido uma dose 
da vacina tríplice viral anterior. A vacina é 
administrada por via subcutânea. (BRASIL, 
2014).
2.14. Hepatite A 
É indicada para a prevenção da infecção 
causada pelo vírus da hepatite A. A via é 
intramuscular, no vasto lateral da coxa em 
crianças menores de dois anos de idade, ou 
na região deltoide acima desta faixa etária 
(BRASIL, 2014).
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais44/242
2.15. HPV – Papilomavírus hu-
mano 
É indicada para jovens do sexo feminino de 
9 a 14 anos e de 12 a 13 anos para jovens 
do sexo masculino, para a imunização ativa 
contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a fim 
de prevenir contra câncer do colo do útero, 
vulvar, vaginal e anal, lesões pré-cancerosas 
ou displásicas, verrugas genitais e infecções 
causadas pelo HPV. A via de administração é 
a intramuscular. (BRASIL, 2017).
2.16. dTpa (gestantes) – difteria, 
tétano e coqueluche
É indicada contra a difteria, o tétano e a co-
queluche em gestantes a partir da vigésima 
sétima (27ª) semana, preferencialmente, 
até a trigésima sexta (36ª) semana de ges-
tação. Entretanto, se a gestante comparecer 
à sala de vacina após esse período e ainda 
não tiver recebido a vacina, pode-se admi-
nistrá-la até o fim da gestação (SÃO PAULO, 
2016). 
2.17. DT (Dupla tipo adulto) – té-
tano e difteria 
É indicada para prevenir contra o tétano e 
a difteria. A vacina dT é administrada após 
completar 7 anos de idade para os reforços 
ou usuários com as doses da vacina incom-
pletas ou não vacinados. Em todos os casos, 
após completar as doses estabelecidas, é 
necessário administrar uma dose de reforço 
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais45/242
acada 10 anos. A via de aplicação é a intra-
muscular no deltoide.
3. Trabalhando com Vacinas na 
Estratégia de Saúde da Família – 
Busca ativa de faltosos 
As equipes de Estratégia de Saúde da famí-
lia têm um papel fundamental no proces-
so de trabalho sobre a vacinação, desen-
volvendo ações de promoção à saúde e de 
prevenção às doenças. A equipe verifica as 
carteirinhas de vacina e encaminha para a 
UBS para completar ou iniciar o esquema 
vacinal. 
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) deve 
ser treinado e o tema de vacina ser discuti-
do constantemente em reunião de equipe. 
O acompanhamento das vacinas é uma das 
atribuições dos ACS durante as visitas do-
miciliares ou nos grupos de atendimento. 
Link
Para você ter mais detalhes sobre as normas e ro-
tinas da imunização e sobre as doenças imunopre-
veníveis por vacinas, você deve acessar seguinte o 
Manual: Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedi-
mentos_vacinacao.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
Veja também sobre o Sistema de Informação do 
Programa Nacional de Imunizações. Disponível 
em: <http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/
faces/apresentacaoSite.jsf>. Acesso em: 4 set. 
2017.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf
http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais46/242
Os médicos, enfermeiros e dentistas sem-
pre avaliam as vacinas nas consultas. O téc-
nico de enfermagem da sala de vacina deve 
ter boa comunicação com as equipes para 
informar os faltosos.
Qual estratégia deve ser realizada na busca 
de faltosos? Toda a equipe deve estar mobi-
lizada para essa tarefa, vamos demonstrar 
esse trabalho em equipe.
1. O auxiliar/técnico de enfermagem 
deve ter o controle dos registros de 
informação sobre as famílias que es-
tão em atraso vacinal. Fazer o levanta-
mento diário e iniciar uma comunica-
ção com essa família (por telefone ou 
pelo ACS).
2. Caso a família não compareça em 
no máximo três dias, faz-se o mes-
mo procedimento. Nesse momento o 
técnico/auxiliar de enfermagem deve 
passar em reunião de equipe as famí-
lias faltosas.
3. Se ainda a família não comparecer, o 
técnico de enfermagem ou o enfer-
meiro realiza uma visita no intuito de 
verificar as condições dessa família e 
orientar a importância de manter as 
carteiras atualizadas.
4. Caso as ações anteriores não tenham 
atingido o objetivo, a equipe de enfer-
magem realiza a vacina no domicílio. 
Isso só deve ser feito após todas as 
tentativas sem sucesso. Priorizamos 
os menores de um ano ou as famílias 
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais47/242
que vivem em condições de vulnera-
bilidade, também realizamos vacina 
nos acamados que têm dificuldades 
de ir até a UBS.
5. Se todas as ações anteriores não de-
rem resultados, faz-se uma discussão 
em reunião com o Nasf e avalia-se a 
necessidade de comunicar outras se-
cretarias.
6. Também não se esqueça de informar a 
vigilância epidemiológica sobre esses 
casos difíceis e registre todas as ações 
em prontuário.
4. Campanhas de Vacina
Você já deve ter ouvido falar sobre a varíola 
que foi erradicada no Brasil em 1971 e no 
mundo em 1977. Só foi possível erradicar a 
varíola por meio das campanhas de vacina. 
Por isso é muito importante que as equipes 
de saúde divulguem as campanhas vacinais 
no seu território para conseguir que o maior 
número de pessoas seja vacinado.
Link
Para aprofundar seus estudos sobre a erradicação 
da varíola e o compromisso da erradicação da po-
liomielite, acesse o link: Disponível em: <http://
www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/his-
toria_poliomielite.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
As campanhas de vacina têm como objetivo 
o controle de uma doença e atualizar as car-
teiras de vacina da população. As campa-
http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf
http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf
http://www.bvspolio.coc.fiocruz.br/local/File/historia_poliomielite.pdf
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais48/242
nhas acontecem em um tempo determina-
do (geralmente na mesma época em todos 
os anos) e têm uma meta de vacinação da 
população alvo. Exemplo: A campanha de 
vacinação contra a poliomielite para meno-
res de 5 anos tem uma meta de vacinar 95% 
das crianças. 
Lembrando que quanto maior for o núme-
ro de pessoas vacinadas, mais o território 
estará protegido, mesmo para aqueles que 
não foram vacinados. 
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais49/242
Glossário
BCG: Bacilo Calmette-Guérin.
DTP: difteria, tétano e coqueluche.
OMS: Organização Mundial da Saúde. 
SCR: sarampo, caxumba e rubéola.
Questão
reflexão
?
para
50/242
O que a equipe de saúde deve fazer quando uma família 
não quer realizar a vacinação na sua criança? 
E você está com sua carteirinha de vacina atualizada?
51/242
Considerações Finais 
• O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde ga-
rante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomenda-
das pela Organização Mundial da Saúde.
• O profissional atuante na Atenção Básica tem papel fundamental na imu-
nização das comunidades por meio de seu processo de trabalho, como aco-
lhimento, busca ativa e grupos na comunidade.
• As campanhas nacionais de vacina são importantes, pois reduzem a morbi-
dade e mortalidade causadas por doenças imunopreveníveis, além da con-
tribuição para o processo de erradicação das doenças no país.
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais52/242
Referências 
BRASIL. Capacitação de pessoal em sala de vacinação: manual do treinando. 2. ed. Brasília: Mi-
nistério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 154 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. SIPNI – Sistema de Informações do Programa Nacional de Imuni-
zações. Datasus. Disponível em: <http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.
jsf>. Acesso em: 4 set. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2014. 176 p. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epi-
demiológica. Manual dos centros de referência para imunobiológicos especiais. Brasília: Mi-
nistério da Saúde, 2006. 188 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde amplia vacinação em 
todas as faixas etárias. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/
marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Centro Cultural da Saúde. Dois Séculos de Vacina no Brasil. Revista 
da Vacina, S.l., s.d. Disponível em: <http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html>. Acesso 
em: 4 set. 2017.
http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf
http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/apresentacaoSite.jsf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/03/Novo-calendario-vacinal-de-2017.pdf
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html
Unidade 2 • Calendário Vacinal e Campanhas Vacinais53/242
DURANTE, Ana Luísa Teixeira da Costa; POZ, Mario Roberto Dal. Saúde global e responsabilidade 
sanitária brasileira: o caso da erradicação da poliomielite. Saúde em Debate, v. 38, nº 100, Rio de 
Janeiro, jan./mar. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0103-11042014000100129>. Acesso em: 4 set. 2017.
NASCIMENTO, Dilene Raimundo (Org.). Projeto a história da Poliomielite e de sua erradicação 
no Brasil:Seminários. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2004. 184 p.
SÃO PAULO. Secretaria da Saúde. Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações. 
Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica. Norma Técnica do 
Programa de Imunização. São Paulo: SES-SP, 2016. 85 p.
TOSCANO, Cristiana. Cartilha de vacinas: para quem quer mesmo saber das coisas. Brasília: Or-
ganização Pan-Americana da Saúde, 2003. 40 p.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042014000100129
54/242
1. Sobre a vacina da BCG, é correto afirmar:
I. Previne contra as formas mais graves da meningite.
II. Deve-se revacinar a criança somente após a comprovação da 1º dose em um intervalo maior 
que 6 meses.
III. A via de aplicação é intradérmica na região do deltoide direito.
IV. É uma vacina que tem em sua composição a bactéria atenuada.
Responda se as afirmações são verdadeiras ou falsas na sequência apresentada:
a) V, V, V, F.
b) F, V, V, V.
c) F, F, V, V.
d) V, F, V, F.
e) F,F,F,F.
Questão 1
55/242
2. Sobre a vacinação no Brasil, é correto afirmar que:
Questão 2
a) O Brasil tem o calendário vacinal baseado nos países europeus e apresenta vacinas não re-
comendadas pela Organização Mundial da Saúde.
b) O Brasil não apresenta muito investimento em vacinas e muitas delas não são distribuídas 
pelo Sistema Único de Saúde gratuitamente.
c) O Brasil é referência mundial em vacinas e todas elas são distribuídas gratuitamente no Sis-
tema Único de Saúde para toda a população.
d) No Brasil, nem todas as pessoas têm acesso à vacinação, principalmente aquelas que vivem 
nas ribeirinhas e os povos indígenas.
e) No Brasil, houve a revolta da vacina, isso aconteceu porque a população reivindicava a vaci-
nação no país.
56/242
3. Sobre a busca ativa de faltosos, é correto afirmar que:
Questão 3
a) A busca de faltosos deve ser realizada somente pela equipe de vacinação na UBS.
b) A equipe de Saúde da Família não tem controle da vacinação da população no seu território.
c) O controle dos faltosos não faz parte do processo de trabalho das equipes de Saúde da Fa-
mília.
d) A busca ativa de faltosos é responsabilidade de todos os integrantes da equipe de Saúde da 
Família.
e) Não é responsabilidade do Agente Comunitário de Saúde a busca ativa de vacina.
57/242
4. Nas Campanhas Nacionais de Imunização da Influenza, o principal objetivo é 
o controle da gripe nos grupos prioritários Assinale a alternativa correta:
Questão 4
a) O Ministério da Saúde não estabelece uma meta de vacinação .
b) As UBS não precisam passar as informações no decorrer da campanha. 
c) Os grupos prioritários para a Campanha da Influenza são:idosos, gestantes, pessoas porta-
doras de doenças crônicas e crianças menores de 5 anos.
d) A campanha da Influenza não possui grupo prioritário.
e) Os grupos prioritários para a Campanha da Influenza são:idosos, adolescentes e mulheres 
em idade fértil.
58/242
5. Sobre a vacinação em menores de um ano, é correto afirmar que:
Questão 5
a) A BCG e a HIB devem ser aplicadas ao nascer.
b) Aos 2 meses, a criança recebe as vacinas pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 e VIP.
c) Aos 3 meses e aos 5 meses, a criança recebe a vacina da meningocócica C e rotavírus.
d) Aos 4 meses, a criança recebe as vacinas pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 e VOP.
e) Aos 9 meses a criança recebe a vacina da hepatite A e o reforço da febre amarela.
59/242
Gabarito
1. Resposta: C.
Somente deve revacinar a criança após a 
confirmação da primeira dose com um in-
tervalo maior que 6 meses.
2. Resposta: C.
O Brasil é referência mundial, apesar de ser 
um país continental, as equipes de saúde 
chegam até os locais de mais difícil acesso e 
todas as vacinas são gratuitas.
3. Resposta: D.
É de responsabilidade de todos da equipe a 
busca ativa de faltosos.
4. Resposta: C.
Os grupos prioritários para a Camapnha 
da Influenza são: os idosos, as gestantes,as 
pessoas portadoras de doenças crônicas e 
as crianças menores de 5 anos
5. Resposta: B.
Aos 2 meses, a criança recebe as vacinas: 
pentavalente, rotavírus, pneumocócica 10 
e VIP.
60/242
Unidade 3
O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família
Objetivos
1. Apresentar a proposta da Política na-
cional de Humanização – PNH – Hu-
manizaSUS.
2. Discutir o acolhimento da equipe de 
Saúde da Família na Atenção Básica.
3. Refletir sobre as necessidades de aco-
lhimento na gestão, de trabalhadores 
da saúde e da comunidade.
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família61/242
Introdução
A proposta de mudança do modelo assis-
tencial vem sendo realizada desde 1994 
com o início da Estratégia de Saúde da Fa-
mília, em que o modelo tradicional focado 
nas ações curativas passa a realizar ações 
mais preventivas, com visão mais ampla e 
não fragmentada.
A política de humanização HumanizaSUS 
vem também para agregar essa mudança 
de modelo assistencial, agora na gestão das 
práticas de saúde, reafirmando os princí-
pios do Sistema Único de Saúde (SUS) com 
atendimento de qualidade e com uma ges-
tão mais participativa entre os gestores de 
saúde, os trabalhadores da saúde e a comu-
nidade (BRASIL, 2006).
O acolhimento é definido como postura e 
prática nas ações de atenção e gestão nas 
unidades de saúde, favorecendo a cons-
trução de vínculos e compromissos entre 
usuários e as equipes dos serviços de saú-
de, contribuindo para a promoção da cultu-
ra de solidariedade e para a legitimação do 
sistema público de saúde (Brasil, 2010).
O sistema de saúde público brasileiro tem 
um orçamento previsto de R$110, 2 bilhões 
para este ano (BRASIL, 2016). No setor fi-
nanceiro, os gestores devem administrar 
com qualidade e responsabilidade para que 
não haja falta de materiais e insumos nas 
instituições de saúde e fazer investimento 
em locais de maior necessidade. A mudança 
do modelo assistencial não é somente uma 
questão de aspecto financeiro, mas sim com 
o comportamento das equipes de saúde di-
recionado aos usuários do SUS. Observa-
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família62/242
mos atendimentos desumanizados, isto é, 
em que o profissional de saúde não olha o 
paciente como indivíduo, uma pessoa com 
personalidade e necessidades particulares. 
Um exemplo de atendimento desumaniza-
do é quando um paciente com doença gra-
ve fica esperando uma vaga com especialis-
ta por meses sem uma classificação de risco 
definida. Esses fatos acontecem em razão 
de as equipes de saúde não entenderem 
o próprio sistema de saúde em que traba-
lham. Lembramos que o SUS trabalha com 
o princípio da equidade e, portanto, quem 
precisa mais deve ter atendimento prioritá-
rio. Um exemplo disso é que um usuário que 
tem uma suspeita de câncer não pode espe-
rar o mesmo tempo numa fila do que as pes-
soas que vão realizar um exame de rotina. 
Para saber mais
Para ter acesso aos princípios do SUS, acesse 
o site da Fiocruz, sobre o SUS de A a Z. Disponí-
vel em: <https://pensesus.fiocruz.br/search/
site/principios%20dos%20sus>. Acesso em: 4 
set. 2017.
É preciso restabelecer no sistema de saúde 
os princípios do SUS relacionados ao acesso 
à saúde. No cotidiano dos serviços de saúde, 
muitos trabalhadores atribuem diretrizes 
próprias, o que ocasiona falha no proces-
so de trabalho estabelecido pela gestão lo-
cal. Encontram-se situações na qual alguns 
profissionais da saúde se comportam como 
se estivessem fazendo um favor para o usu-
ário, no entanto é um direito do paciente ter 
https://pensesus.fiocruz.br/search/site/principios%20dos%20sus
https://pensesus.fiocruz.br/search/site/principios%20dos%20sus
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família63/242
seu problema resolvido no estabelecimento 
de saúde.
Existe a crença, por parte de alguns integran-
tes da equipe, de que o usuário não deveria 
reclamar do atendimento do SUS, pois, além 
de ser um sistema público, osprofissionais 
de saúde se esforçam ao máximo para re-
solver o problema do paciente. Há casos de 
usuários que se alteram na recepção quan-
do buscam um atendimento nos serviços 
de saúde, no entanto, o acolhimento desses 
pacientes ainda deve ser mais intenso, pois 
somente acontecem esses conflitos quando 
o usuário não tem a resposta adequada (ou 
de maneira apropriada) para a solução do 
seu problema. A criação do vínculo é mui-
to importante para diminuir os conflitos. A 
organização dos processos de trabalho e do 
agendamento é muito importante para au-
mentar o acesso dos usuários ao sistema. 
Observamos também que muitos funcioná-
rios estabelecem normas e rotinas para be-
nefício próprio, para facilitar o processo de 
trabalho deles, e não é avaliada se a decisão 
tomada é também favorável ao paciente. 
Isso é muito comum nos estabelecimentos 
de saúde, encontramos uma agenda en-
gessada, na qual gestantes só podem ser 
atendidas de quinta-feira, o hipertenso na 
segunda, não tem vaga para atendimento 
imediato e nem vaga para pacientes que 
necessitam de uma avaliação mais próxima.
Geralmente a recepção fica designada a 
barrar o atendimento no estabelecimento 
de saúde. Esses profissionais recebem uma 
carga alta de estresse e muitos desenvolvem 
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família64/242
doenças ocupacionais. A recepção nunca 
deve dispensar o paciente que apresenta 
sintomas, ela não tem preparo profissional 
para realizar esse tipo de procedimento, 
devendo encaminhar o paciente para um 
técnico de saúde que fará uma classifica-
ção de risco. A recepção existe para pres-
tar informações sobre o funcionamento da 
UBS, discutir com a equipe técnica sobre os 
casos dos pacientes que necessitam de um 
agendamento mais próximo (possibilidade 
de encaixe quando necessário), dar orien-
tações diversas e acolher os usuários, ofer-
tando os serviços de saúde do estabeleci-
mento.
1. Acolhimento na Estratégia de 
Saúde da Família
O modelo assistencial de Atenção Básica 
com Estratégia de Saúde da Família vem 
para diminuir esses problemas de falha no 
atendimento, pois há uma equipe multipro-
fissional para avaliar os problemas da comu-
nidade, mais disponibilidade para reunião e 
para propor mudanças no processo de tra-
balho e maior vínculo com a comunidade.
Uma questão importante é que não pode-
mos associar acolhimento com triagem, que 
é uma ação de inclusão que não se esgota 
na etapa da recepção, mas que deve ocorrer 
em todos os locais e momentos do serviço 
de saúde (BRASIL, 2009). O usuário, ao che-
gar à instituição de saúde, é direcionado ao 
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família65/242
setor que necessita para resolver seu pro-
blema ou sanar sua dúvida.
Na Estratégia de Saúde da Família, o mode-
lo de gestão não pode ser mais centralizado 
e vertical, no qual o trabalhador não sinta 
que faz parte do seu próprio processo de 
trabalho. Todo o procedimento de trabalho 
é construído de forma participativa e não 
somente como o gestor quer. As discussões 
sobre o processo de trabalho do acolhimen-
to em uma UBS devem estar na pauta cons-
tantemente.
O acolhimento não significa ter uma sala no 
serviço de saúde, é um procedimento de es-
cuta qualificada que é para ser realizada de 
modo universal e sem exclusões pelos pro-
fissionais de saúde. É também um local para 
construção de vínculos e orientações de 
como a rede de saúde funciona (SÃO PAU-
LO, 2015).
Uma das recomendações do Ministério da 
Saúde é que o usuário que chega com sin-
tomas de doença nos serviços de saúde te-
nha um acolhimento com classificação de 
risco. O objetivo da classificação de risco é 
garantir o acesso qualificado e caso neces-
sário ser referenciado aos demais níveis de 
assistência. As instituições têm que ter defi-
nidos os protocolos clínicos para apresentar 
um serviço de qualidade, evitando proce-
dimento desnecessário. A classificação de 
risco se dará nos seguintes níveis, segundo 
Brasil (2009): 
a) Vermelho: prioridade zero – emergên-
cia, necessidade de atendimento ime-
diato. 
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família66/242
b) Amarelo: prioridade 1 – urgência, 
atendimento o mais rápido possível. 
c) Verdes: prioridade 2 – prioridade não 
urgente. 
d) Azuis: prioridade 3 – consultas de bai-
xa complexidade – atendimento de 
acordo com o horário de chegada.
2. Acolhimento na Central de 
Regulação
A central de regulação ou central de vagas 
é um setor que recebe todos os encaminha-
mentos para outros serviços de saúde de 
maior complexidade. Nesse setor o acolhi-
mento e a organização do trabalho são fun-
damentais para que não ocorram falhas no 
sistema de saúde. É um serviço em que se 
realiza o princípio da equidade, quem ne-
cessita de uma avaliação mais urgente tem 
que ser atendido primeiro e não se confi-
gurar como critério as fichas por ordem de 
chegada.
As equipes devem realizar constantemente 
avaliações dos seus pacientes encaminha-
dos; uma planilha de controle deve estar 
Para saber mais
Para o protocolo de acolhimento com classifica-
ção de risco do Ministério da Saúde acesse o se-
guinte arquivo: Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimen-
to_classificaao_risco_servico_urgencia.
pdf>. Acesso em: 4 set. 2017.
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família67/242
sempre nas reuniões de equipe para análi-
se. Lembramos que os profissionais que re-
alizam encaminhamentos devem classifi-
cá-los como de urgência ou de rotina, pois 
geralmente quem faz a marcação dessas 
consultas não tem capacidade técnica para 
realizar esse tipo de classificação.
O monitoramento dos encaminhamentos 
da central de regulação é importante que 
seja realizado pela gestão local de saúde, 
pois por meio dele pode-se levantar as ne-
cessidades de implantação de novos servi-
ços de saúde e/ou aditamento de contratos 
(contratação de novos especialistas para o 
município ou compra de serviços) para di-
minuir as filas geradas pela falta de oferta 
dos serviços solicitados.
3. Acolhimento em Situação de 
Violência 
Uma das situações mais delicadas que o 
trabalhador de saúde tem no seu dia a dia 
de trabalho é o atendimento de usuários 
com suspeita de violência. Quando ocorre 
confirmação ou mesmo a suspeita de que 
um paciente está sofrendo violência, o pro-
fissional deve realizar a notificação e discu-
tir urgentemente com os demais da equipe 
para uma atitude imediata.
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família68/242
A área da saúde não é a única responsável 
pelo acolhimento das situações de violên-
cia, porém, dentro da saúde, é na atenção 
básica que as equipes de saúde têm mais 
oportunidade de elaborarem estratégias 
de prevenção e promoção da saúde, assim 
como trabalhar intersetorialmente.
Link
Para se aprofundar sobre a notificação de suspei-
ta de violência, acesse o seguinte arquivo para 
visualizar a ficha de notificação. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/fi-
cha_notificacao_violencia_domestica.pdf>. 
Acesso em: 4 set. 2017.
É responsabilidade do profissional de saúde 
estar atento aos sinais de alerta de violência 
(vítima ou agressor). A criação de vínculo e 
a escuta qualificada são fundamentais nes-
sas questões, sendo que o profissional de 
saúde deve deixar os julgamentos pessoais 
para prestar atendimento adequado. Um 
profissional importante de investigação no 
território é o Agente Comunitário de Saúde, 
que geralmente sabe dos casos de violência 
que ocorrem dentro da sua microárea.
Segundo Brasil (2004), os sinais de alertas 
de violência que as equipes podem obser-
var são: lesões físicas para as quais não se 
apresenta explicação plausível, medo claro 
na presença do(a) parceiro(a) ou quando o 
nome do(a) parceiro(a) é referido por ou-
trem, afastamento em relação aos amigos, 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/ficha_notificacao_violencia_domestica.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/ficha_notificacao_violencia_domestica.pdfUnidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família69/242
recusa ou desinteresse por atividades ante-
riormente apreciadas, piora no rendimento 
escolar, doenças sexualmente transmissí-
veis, quando repentinamente deixa de ter 
vida social, as ausências no trabalho tor-
nam-se mais frequentes, quedas frequen-
tes, recusa do cuidador em deixar o idoso 
sozinho com outras pessoas etc.
Em muitos casos, a vítima não quer deixar o 
agressor, porém é importante que, se o usu-
ário estiver sofrendo violência doméstica, 
ele possa reconhecer esse ciclo: 
1. O agressor lhe ameaça, dizendo que 
será violento com você.
2. Ele se torna fisicamente violento.
3. Ele pede desculpas.
4. O ciclo se repete.
Link
Para entender melhor os tipos de violência e seus 
sinais de alerta, acesse o seguinte arquivo. Dis-
ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/cd05_19.pdf>. Acesso em: 4 set. 
2017.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família70/242
Figura 3. Representação do ciclo de violência
Fonte: <http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/ori-
ginal/2016/03/08/violencia_mulher-01.png>. Acesso em: 4 set. 2017.
http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/08/violencia_mulher-01.png
http://s2.glbimg.com/RTiFlZwLkm3aye2PRA1mLUdnBGM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/08/violencia_mulher-01.png
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família71/242
É importante esse ciclo ser discutido nos 
grupos e nas visitas domiciliares, pois o pri-
meiro passo para a quebra do ciclo é con-
tar para alguém sobre a violência que está 
ocorrendo na família e assim, juntamente 
com a equipe, elaborar um plano de ação. O 
trabalho intersetorial é fundamental nesses 
casos, uma visita ou consulta compartilhada 
com o  Centro de Referência de Assistência 
Social (CRAS) e com o Centro de Referência 
Especializado de Assistência Social (CREAS) 
faz com que se tenha um melhor resultado 
das ações.
As equipes devem receber treinamento 
para o atendimento desses casos e realizar 
grupos de orientação na comunidade. As 
vítimas às vezes vivem em um alto grau de 
vulnerabilidade social, em que pode ser as-
sustador fazer denúncias porque o usuário 
pode ter medo de perder a vida. Mas essa 
é uma forma de evitar violência futura e se 
certificar de que seu agressor encare a jus-
Para saber mais
Você pode aprofundar seus estudos sobre o Sis-
tema Único de Assistência Social (SUAS) pelo site: 
Disponível em: <http://mds.gov.br/central-
-de-conteudo/assistencia-social>. Acesso 
em: 4 set. 2017.
http://mds.gov.br/central-de-conteudo/assistencia-social
http://mds.gov.br/central-de-conteudo/assistencia-social
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família72/242
tiça nos casos necessários. Devido à com-
plexidade do assunto, é aconselhável mon-
tar uma comissão ou um grupo técnico nas 
Unidades Básicas de Saúde para ampliar a 
discussão desse tema.
4. Acolhimento em Saúde Men-
tal na Atenção Básica
O que chama a atenção, mesmo na Estra-
tégia de Saúde da Família, é o despreparo 
das equipes em lidar com situações de saú-
de mental nas UBS. A demanda do cuidado 
em saúde mental na Atenção Básica é gran-
de e, em razão da facilidade de acesso das 
equipes aos usuários, é frequente que os 
profissionais de saúde se encontrem a todo 
o momento com pacientes em situação de 
sofrimento psíquico. 
Na fase acadêmica, aprendemos muito bem 
a lidar com a dor física, porém falhamos em 
lidar com o sofrimento psíquico das pessoas. 
Aprendemos na prática que a saúde men-
tal não está separada da saúde geral e que 
muitas doenças do nosso território foram 
desenvolvidas pela falta de uma interven-
ção apropriada. A saúde mental é complexa 
e ainda necessitamos descobrir muito sobre 
ela, que não se trata apenas de um trata-
mento medicamentoso, mas que vai muito 
além disso. Outra situação que aprendemos 
na prática é que os casos de saúde mental 
atingem toda a família, pois interfere na di-
nâmica familiar.
A equipe deve mapear os casos de saúde 
mental que utilizam medicamento e aque-
les que estão no início. Isso pode ser feito 
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da Família73/242
também com ampla divulgação no territó-
rio e nos grupos da UBS.
O acolhimento com a equipe Nasf é funda-
mental para o desenvolvimento das ações 
de saúde mental no território. A responsa-
bilização compartilhada entre a equipe do 
Nasf e as equipes de Saúde da Família busca 
contribuir para a integralidade do cuidado 
aos usuários do SUS, principalmente por in-
termédio da ampliação da clínica, auxilian-
do no aumento da capacidade de análise e 
de intervenção sobre problemas e necessi-
dades de saúde, tanto em termos clínicos 
quanto sanitários. É importante também 
ter preceptoria com os especialistas de saú-
de mental, a equipe do Centro de Atenção 
Psicossocial (CAPS) e a do Centro de Aten-
ção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAP-
S-AD) para que a atenção básica assuma os 
casos mais simples, os pacientes sejam es-
tabilizados e sejam encaminhados os casos 
mais complexos.
Para saber mais
Você pode acessar o arquivo a seguir e aprender 
mais sobre as diretrizes do Nasf: Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco-
es/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf>. Acesso 
em: 4 set. 2017. Sobre o Centro de Atenção Psicos-
social (CAPS) e o Centro de Atenção Psicossocial 
de Álcool e Drogas (CAPS-AD), acesse o seguinte 
site: Disponível em: <http://portalsaude.sau-
de.gov.br/index.php/o-ministerio/princi-
pal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/sau-
de-mental/l2-saude-mental/12609-caps>. 
Acesso em: 4 set. 2017.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.pdf
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps
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5. Acolhimento dos Trabalhado-
res de Saúde
O acolhimento dos trabalhadores da saú-
de também faz parte do nosso dia a dia. 
Cada profissional é também uma pessoa e 
os acontecimentos que ocorrem na comu-
nidade onde ele trabalha podem afetá-lo. 
Situações de violência, problemas financei-
Link
Para aprofundar o atendimento de saúde men-
tal na atenção básica, acesse: Disponível em: 
<http://189.28.128.100/dab/docs/portal-
dab/publicacoes/caderno_34.pdf>. Acesso 
em: 4 set. 2017.
ros, problemas familiares e doenças podem 
atingir qualquer pessoa, por isso é muito 
importante observar as mudanças de com-
portamento de nossos colegas.
Outra forma de acolhimento para os traba-
lhadores do SUS é a gestão participativa e 
não verticalizada, isto é, que permite o en-
volvimento regular e significativo dos tra-
balhadores na tomada de decisão. As mu-
danças nas políticas públicas são necessá-
rias e a participação dos funcionários, sobre 
como realizar essa mudança, é primordial. 
Para essa mudança, é essencial a educação 
permanente, pois somente deixamos de 
fazer o mesmo quando adquirimos novos 
conceitos e novas propostas de mudança.
As rodas de conversas são espaços essenci-
ais para discussão dos processos de trabalho 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
Unidade 3 • O Acolhimento na Estratégia de Saúde da

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