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Estética no Envelhecimento Facial W B A 0 5 6 1_ v1 _ 1 2/216 Estética no Envelhecimento Facial Autoria: Cristiane Zanin Como citar este documento: Zanin, Cristiane I. C. B. Estética no envelhecimento facial. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Teorias do envelhecimento 04 Unidade 2: Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento 27 Unidade 3: Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento 54 Unidade 4: Alterações visíveis da pele e tipos de pele 81 2/216 Unidade 5: Fatores causais e rugas 107 Unidade 6: Avaliação clínica, objetivos do tratamento e abordagem terapêutica 135 Unidade 7: Microcorrentes 161 Unidade 8: Ativos contra o envelhecimento 190 3/216 Apresentação da Disciplina A proposta da disciplina Estética no Envel- hecimento Facial reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvi- mento do estudo com qualidade e segu- rança. O material foi desenvolvido de uma forma clara e dinâmica com o objetivo de facilitar o entendimento por parte do alu- no. Pretende-se, que com este material, o aluno amplie os conhecimentos específicos sobre as teorias do envelhecimento, suas modificações morfológicas e funcionais, alterações fisiológicas e histológicas rel- acionadas ao envelhecimento, alterações visíveis da pele e a relação dos sinais de en- velhecimento com cada tipo de pele, fatores agravantes e causais relacionados à beleza e à estética facial, rugas, avaliação clíni- ca, objetivos do tratamento e abordagem terapêutica, microcorrentes: característi- cas físicas, frequência e intensidade usual para o envelhecimento, efeitos fisiológicos, efeitos terapêuticos, eletrodos, indicação e contraindicação, técnicas de aplicação vol- tadas para o envelhecimento, ativos contra o envelhecimento e suas características, bem como os critérios utilizados na escolha dos ativos. Espera-se, que esse material de estudo levante pontos de debate para que o aluno se aprofunde em alguns assuntos específicos de seu interesse e proporcione uma visão ampla sobre planejamento, ex- ecução e gestão de serviços relacionados à estética, beleza e saúde e atue de forma competente no mercado de trabalho e que utilize este material como uma ferramenta para o seu sucesso! 4/216 Unidade 1 Teorias do envelhecimento Objetivos 1. O presente estudo tem como obje- tivo abordar as principais teorias do envelhecimento humano, correlacio- nando-as com as modificações que ocorrem no organismo. Além disso, o aluno deverá entender o processo de envelhecimento e desenvolver estra- tégias que atenuem os efeitos da se- nescência. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento5/216 Introdução Nas últimas décadas, o número de pesqui- sas e trabalhos voltados para o envelheci- mento aumentou significativamente. Tal fato pode ser relacionado com a expansão da expectativa de vida, uma vez que a popu- lação idosa tem demonstrado crescimento expressivo. Os avanços tecnológicos, sem dúvida, contribuíram significativamente para o ocorrido, pois a síntese de novos me- dicamentos “possibilitou um amplo con- trole e tratamento eficiente de doenças in- fectocontagiosas e crônico-degenerativas, às quais somadas às estratégias modernas de diagnóstico e cirurgia proporcionaram uma elevação da vida média da população” (REVISTA CONTEXTO & SAÚDE, 2011). En- velhecer é um processo natural, contudo, a qualidade do envelhecimento está relacio- nada diretamente com a qualidade de vida à qual o organismo foi submetido (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A dinâmica da senescência fez com que diversos estudos fossem de- senvolvidos para tentar minimizar ou mes- mo evitar esse processo. A partir desse con- texto, surgem diversas teorias com um con- junto de conceitos, fatos e indicadores, mas com um único propósito, explicar as causas desse fenômeno. Entre as diversas teorias existentes destacam-se: Teoria do relógio biológico, Teoria do uso e desgaste e Teoria dos radicais livres, sendo esta a mais aceita atualmente. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento6/216 1. Causas do envelhecimento A preocupação constante com a aparência é fato na vida da maioria das pessoas, contu- do, ela se intensifica à medida que os sinais de envelhecimento começam a aparecer. “O envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos, indepen- dentemente, sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversí- vel, ligados intimamente a fatores biológi- cos, psíquicos e sociais” (INTERSCIENCE- PLACE, 2012, s.p.). As causas do envelhecimento podem es- tar relacionadas a dois fatores: intrínsecos e extrínsecos. O envelhecimento intrínseco também pode ser chamado cronológico e é um processo natural, em que se observam a diminuição das funções vitais do corpo, comprometimento na renovação celular (organismo mais suscetível a infecções) e queda na produção de elastina e colágeno, que conferem tonicidade e firmeza à pele, resultando em uma pele mais fina e flácida, com presença de rugas finas superficiais e também acometida pela atrofia. Já os fato- res extrínsecos, também conhecidos como fotoenvelhecimento, são agressões que o organismo sofre de fatores externos, como poluição ambiental, fumo, álcool e princi- palmente a exposição exagerada ao sol. Es- ses e outros fatores podem levar ao enve- lhecimento precoce (REBELLO, 2014). Além disso, algumas partes do corpo como face, pescoço, dorso das mãos e antebraço, que diariamente se encontram expostas às in- tempéries, têm maior tendência à senilida- de. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento7/216 O estudo das causas do envelhecimento é um campo amplo, no qual diversas teorias são propostas, cada qual com um conjunto de conceitos, fatos e indicadores. Contudo, não se tem uma teoria certa ou errada, uma vez que muitas delas se relacionam. Além disso, não significa que o “caminho das ex- plicações esteja concluído e menos ainda nos permite assegurar que essas explica- ções sejam definitivas” (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 281). 2.1 Teoria do relógio biológico Também conhecida como Teoria genética, foi uma das primeiras teorias criadas com o intuito de explicar o fenômeno do envelhe- cimento. Ela afirma que a senescência seria controlada por um “relógio biológico” celu- lar que marcaria o período quando suas ca- racterísticas se fariam mais visíveis. Os defensores dessa teoria acreditam que os responsáveis por controlar o envelhecimen- to são os hormônios, com centro regulador situado no cérebro. “Acredita-se simultane- amente que estaria localizado no nível dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), encarrega- dos da transmissão do código genético e da síntese proteica” (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 281). Dessa forma, cada ser vivo apresenta- ria uma duração de vida estipulada pelo seu padrão genético. Outro mecanismo genético que se correla- ciona com o envelhecimento é o encurta- mento dos telômeros. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento8/216 Uma vez que os telômeros são responsáveis pela proteção dos cromossomos bem como a replicação do DNA cromossomal, o encur- tamento deles aparece como fator determi- nante no desencadeamento do envelheci- mento. As células se dividem constantemente. Quando se trata de células somáticas, este é o fator responsável pelo encurtamento dos telômeros, conforme ilustrado na Figu- ra 1.1. Figura 1.1 | Encurtamento dos telômeros provoca- do pela divisão celular em células somáticas Fonte: Amaral Neto (2015). As células germinativas, presentes em cé- lulas-tronco e nas células neoplásicas, não apresentam encurtamento dos telômeros, uma vez que possuem a enzima telomerase, capaz de produzir telômeros a partir de um modelo de RNA. Para saber mais Os telômeros são sequências repetitivas de DNA que estão presentes nas extremidades dos cro- mossomos humanos. Eles têm a função de sepa- rar e proteger os cromossomos. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento9/216 “No caso das células somáticas, quando ostelômeros chegam a um comprimento mí- nimo específico para cada célula, ocorre a sinalização que determina a senescência celular, submetendo-a ao limite de Hayfli- ck” (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2010, s.p.). “A teoria de que os telômeros são “relógios moleculares das células”, embora recente, já apresenta confirmação científica emba- sada em diversos estudos” (AMARAL NETO, 2015, s.p.). A clonagem da ovelha Dolly, di- vulgada em 1997, foi um dos experimentos fundamentais sobre a relação dos telôme- ros no processo de envelhecimento. Para fazer a clonagem os cientistas utilizaram células das glândulas mamárias de uma ovelha adulta, sendo assim, os telômeros dessas células eram menores, uma vez que havia ocorrido desgaste de ciclos reprodu- tivos anteriores. Dolly viveu apenas 6 anos. Morreu devido à doença crônica e degene- rativa nos pulmões e ao longo de sua vida apresentou diversos sintomas de envelheci- mento precoce. Link Hayflick realizou diversos estudos sobre o proces- so de envelhecimento. Sua contribuição a respeito da senescência celular e do encurtamento dos te- lômeros foi de fundamental importância. Para conhecer um pouco mais sobre o pesquisador e entender o conceito do limite de Hayflick acesse o link: <http://teoriasdoenvelhecimento.blo- gspot.com.br/2012/05/o-limite-de-hayfli- ck-e-teoria-dos.html>. Acesso em: 2 set. 2017. http://teoriasdoenvelhecimento.blogspot.com.br/2012/05/o-limite-de-hayflick-e-teoria-dos.html http://teoriasdoenvelhecimento.blogspot.com.br/2012/05/o-limite-de-hayflick-e-teoria-dos.html http://teoriasdoenvelhecimento.blogspot.com.br/2012/05/o-limite-de-hayflick-e-teoria-dos.html Unidade 1 • Teorias do envelhecimento10/216 Embora ainda existam muitas controversas sobre esse estudo e em especial a essa te- oria, um fato é certo, a clonagem da ovelha Dolly foi fundamental para os avanços na compreensão dos mecanismos subjacentes ao envelhecimento. 2.2 Teoria do uso e desgaste Em 1882, August Weismann, biólogo ale- mão, propôs essa teoria. Na Teoria do Uso e desgaste, o organismo humano é compara- do a uma máquina, que se desgasta com o uso. Ela afirma que o envelhecimento ocor- re como resultado do uso normal do corpo e de seus sistemas. Com o passar do tempo, estes sistemas se desgastam e não agem mais com sua plena capacidade. Como fator de mensuração do envelheci- mento a idade cronológica é descartada e ganha força a direta relação com os hábi- tos. Além disso, o envelhecimento e a mor- te seriam também, resultado da constante exposição dos diversos tecidos às injúrias ambientais, os ferimentos, infecções, infla- Link Em fevereiro de 1997, o Instituto Rolim, na Escó- cia, anunciou a criação do primeiro clone de um mamífero, uma ovelha, que recebeu o nome de Dolly. Para entender mais sobre clonagem aces- se: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n51/ a16v1851.pdf>. Acesso em: 3 set. 2017. http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n51/a16v1851.pdf http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n51/a16v1851.pdf Unidade 1 • Teorias do envelhecimento11/216 mações e outras formas de agressões (feri- mentos ou patógenos), se somariam ao lon- go dos anos no indivíduo e dessa forma, as lesões ocasionadas provocariam alterações nas células, tecidos e órgãos desencadean- do o envelhecimento. Contudo, alguns estudos contribuíram para o “descrédito” dessa teoria, entre eles pode- mos citar que animais criados em ambien- tes livres de patógenos ou ferimentos, enve- lhecem da mesma forma e não apresentam aumento na longevidade máxima. Sendo assim, pode-se considerar a Teoria do uso e desgaste não como uma teoria, mas, sim, um estudo complementar para auxiliar ou- tras teorias no que diz respeito ao desgaste de um órgão ou área do organismo relacio- nando-o com a idade, sem se transformar em um fato causal do envelhecimento. 2.3 Teoria dos radicais livres Os radicais livres já são conhecidos desde o século passado, por conceitos emitidos por Paul Bert sem se referir diretamente a eles, quando foi demonstrado que o oxigênio em altas concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Na década de 1950, várias moléculas recebe- ram a classificação de radicais livres. 2.3.1 Os radicais livres Nas últimas décadas, os radicais livres têm atraído a atenção de pesquisadores de vá- rias áreas. Foram diversos estudos realiza- dos para esclarecer seu papel em processos Unidade 1 • Teorias do envelhecimento12/216 como envelhecimento, câncer, inflamação, entre outros. Assim, seu caráter multidisci- plinar despertou e continua despertando a atenção de vários pesquisadores. Radicais livres são moléculas que possuem um elétron ímpar (não pareado) em sua ór- bita externa, com muita energia livre. Esses radicais livres cujo elétron desemparelhado se encontra centrado nos átomos de oxigê- nio ou nitrogênio são denominados de ERO (espécies reativas de oxigênio) e ERN (espé- cies reativas de nitrogênio). Como se sabe, para uma molécula ser es- tável, ela precisa ter na sua órbita externa, um número par de elétrons. Caso contrário, a molécula passa a buscar o elétron faltante em moléculas que cedem o elétron (fenô- meno de óxido-redução). Essa característica permite que a molécu- la seja altamente instável e reativa, o que contribui para reagir com a membrana das nossas células, podendo causar sérios pro- blemas para o nosso organismo. Para saber mais Óxido-redução é um processo de transferência de elétrons, em que ocorre uma mudança na car- ga elétrica das espécies químicas. Essas cargas elétricas são denominadas número de oxidação (Nox). Quando uma das espécies químicas envol- vidas ganha elétrons, ocorre uma diminuição no Nox, dizemos, portanto, que ela sofreu redução. Se houve um aumento no Nox dizemos que ela perdeu elétrons e sofreu oxidação. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento13/216 Os radicais livres podem ser produzidos por reações internas do organismo ou podem estar vinculados à interferência de agen- tes externos como poluição, cigarro, álcool, radiação, entre outras. Em condições nor- mais, quando produzidos pelo organismo, são neutralizados por agentes antioxidan- tes, uma vez que estes possuem cargas po- sitivas e se combinam com os radicais livres, com cargas negativas, tornando-os inofen- sivos. É interessante ressaltar, que os radicais li- vres, quando equilibrados, têm fundamen- tal importância no combate às inflamações, morte de bactérias e controle do “tônus” do músculo liso. Contudo, seu excesso ou mesmo a diminuição dos agentes oxidan- Para saber mais A função do antioxidante é impedir a ação oxidan- te dos radicais livres, protegendo as células sadias do organismo. Esse agente controla a quantida- de de radicais livres no organismo, que apesar de fundamentais para a saúde, quando em excesso, podem oxidar células saudáveis. Nosso organis- mo é capaz de produzir antioxidantes, mas com uma alimentação saudável é possível obtê-lo na dose certa. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento14/216 tes podem acarretar em sérios problemas à saúde. Esse desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes é conhecido como estresse oxidativo. A Teoria dos radicais livres vem recebendo atenção especial por parte dos cientistas, em virtude de seus efeitos sobre o metabo- lismo explicarem os processos de envelhe- cimento, assim como as doenças relacio- nadas (LANE, 2003). A teoria propõe que o envelhecimento seja causado devido à toxi- cidade gerada pelos radicais livres em de- corrência de um ciclo vicioso no qual mais danos aos constituintes mitocondriais cul- minam na produção de mais radicais (MAR- TELLI; NUNES, 2014). Atualmente é a teoria mais aceita, na qual exposição crônica ou excessiva à radiação UV, faz com que as es- pécies de oxigênio reativo reduzam a capa- cidade de defesa antioxidante da pele, ace- lerando o processo de envelhecimento pela morte ou mau funcionamento das células (SOUZA et al., 2007). Link O estresse oxidativo é um processosimples que ocorre dentro da célula. Confira o link para saber mais sobre esse assunto importante. Disponí- vel em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/ v29n1/27866.pdf>. Acesso em: 1 set. 2017. http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v29n1/27866.pdf http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v29n1/27866.pdf Unidade 1 • Teorias do envelhecimento15/216 Glossário Células somáticas: são células não germinativas. São as responsáveis pelas funções gerais do nosso corpo e estão em maior número no nosso organismo. Senescência: a senescência pode ser definida como um envelhecimento sadio. As alterações en- volvidas neste processo são lentas e gradativas, sem nenhum mecanismo de doença reconheci- do. Senilidade: processo de envelhecimento relacionado com a presença de doenças crônicas ou outras alterações que podem acometer a saúde do idoso. Questão reflexão ? para 16/216 Hoje em dia, com o aumento da expectativa de vida, as pes- soas estão cada vez mais procurando cuidar da aparência. Contudo, se deparam com um fenômeno natural, o enve- lhecimento, que muitas vezes pode trazer características in- desejáveis como rugas, manchas, flacidez, entre outras. São várias as teorias a respeito do assunto. Mediante ao que foi exposto, faça uma análise detalhada de cada teoria e res- ponda: Qual das teorias você vê com mais coerência? Que medidas você adotará no seu dia a dia para tentar retardar o seu envelhecimento? 17/216 Considerações Finais • O envelhecimento é um fenômeno complexo que envolve muitos fatores. Tal fato pode ser comprovado pelas diversas teorias existentes para explicar esse fenômeno. Além disso, as teorias divergem em muitos pontos. • As causas do envelhecimento podem estar relacionadas a dois fatores: intrínsecos e extrín- secos. • A Teoria do relógio biológico foi uma das primeiras teorias criadas com o intuito de explicar o fenômeno do envelhecimento. Ela afirma que a senescência seria controlada por um “relógio biológico” celular que marcaria o período onde suas características se fariam mais visíveis. • Entre as diversas teorias do envelhecimento, nas últimas décadas, a Teoria dos radicais livres é a que vem recebendo maior atenção. Vários estudos foram realizados para compreender a atuação destas espécies reativas e seus efeitos nocivos no organismo, enfocando, principal- mente, a ação destes, no envelhecimento. De acordo com esta teoria, o comprometimento fisiológico desencadeado com o passar dos anos, seria em sua maioria oriunda da ação dos RLs sobre os constituintes orgânicos, em detrimento a uma menor atividade do sistema an- tioxidante. • Pesquisas comprovaram a presença e atuação dos radicais livres no organismo, fortalecendo ainda mais essa teoria. Unidade 1 • Teorias do envelhecimento18/216 Referências AMARAL NETO, Roberto Franco do. O que você precisa saber sobre telômeros e envelhecimen- to. 2015. Disponível em: <http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/o-que-voce-preci- sa-saber-sobre-telomeros-e-envelhecimento/>. Acesso em: 3 set. 2017. FECHINE, Basílio Rommel Almeida; TROMPIERI, Nicolino. O processo de envelhecimento: as prin- cipais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Interscienceplace: Revista Científica Internacional, [s.l.], v. 1, n. 20, p. 106-194, jan. 2012. Trimestral. GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Envelhecimento. In: GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisiote- rapia dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. Barueri: Manole, 2004. Cap. 11, p. 281. LANE, N. A unifying view of ageing and disease: the double-agent theory. Journal of Theoretical biology, London, v. 225, n. 4, dez. 2003. MARTELLI, Felipe; NUNES, Francis Morais Franco. Radicais livres: em busca do equilíbrio. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 66, n. 3, p. 54-57, set. 2014. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/ cic/v66n3/v66n3a17.pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. MORE: Mecanismo online para referências, versão 2.0. Florianópolis: UFSC Rexlab, 2013. Dispo- nível em: <http://www.more.ufsc.br/>. Acesso em: 10 set. 2017. http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/o-que-voce-precisa-saber-sobre-telomeros-e-envelhecimento/ http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/o-que-voce-precisa-saber-sobre-telomeros-e-envelhecimento/ http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v66n3/v66n3a17.pdf http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v66n3/v66n3a17.pdf http://www.more.ufsc.br/ Unidade 1 • Teorias do envelhecimento19/216 REBELLO, Tereza. Guia de produtos cosméticos. 10. ed. São Paulo: Senac, 2014. 246 p. REVISTA CONTEXTO & SAÚDE. Ijuí: Unijuí, v. 10, jan. 2011. Semestral. Disponível em: <https:// revistas.unijui.edu.br>. Acesso em: 2 set. 2017. SOUZA, Soraya L. G. et al. Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento do envelhecimen- to facial. Revista Fafibe On Line, Bebedouro, v. 3, n. 1, p. 1-7, ago. 2007. Disponível em: <http:// www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/11/19042010103832. pdf>. Acesso em: 4 set. 2017. TEIXEIRA, Ilka Nicéia D’aquino Oliveira; GUARIENTO, Maria Elena. Biologia do envelhecimento: teorias, mecanismos e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva, [s.l.], v. 15, n. 6, p. 2845-2857, jan. 2010. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/630/63017464022.pdf>. Acesso em: 3 set. 2017. https://revistas.unijui.edu.br https://revistas.unijui.edu.br http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/11/19042010103832.pdf http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/11/19042010103832.pdf http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/11/19042010103832.pdf http://www.redalyc.org/pdf/630/63017464022.pdf 20/216 1. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma pessoa é considerada ido- sa a partir de 60 anos de idade. Essa classificação é feita levando em consi- deração o envelhecimento fisiológico, o que não impede uma pessoa de ser social e intelectualmente ativa. O texto acima pode estar relacionado a que conceitos envolvidos no envelhecimento? a) Fotoenvelhecimento. b) Antioxidantes. c) Intrínseco. d) Extrínseco. e) Estresse oxidativo. Questão 1 21/216 2. Baseado em seus conhecimentos sobre a Teoria do relógio biológico, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta: I. Os defensores dessa teoria acreditam que os hormônios são os responsáveis por regular o envelhecimento. II. As células germinativas se dividem constantemente, sendo assim, apresentam encurta- mento dos telômeros determinando a senescência. III. A clonagem da ovelha Dolly foi de fundamental importância para mostrar a relação dos telômeros no processo de envelhecimento. a) Somente I está correta. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas d) Somente III está correta. e) I e II estão corretas. Questão 2 22/216 3. A Teoria do uso e desgaste foi proposta em 1882 pelo biólogo alemão Augusto Weismann. Baseado nos estudos realizados julgue as alternativas a seguir e assinale a alternativa correta: I. A Teoria do uso e desgaste propõe que o organismo é representado por uma máquina e ela se desgasta com o uso. II. Ao longo da vida, a “máquina” pode apresentar lesões que são reparadas, mas podem dei- xar resquícios, desencadeando assim o envelhecimento. III. Um ponto importante nessa teoria é a idade cronológica. a) Somente I está correta. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas. d) Somente III está correta. e) I e II estão corretas. Questão 3 23/216 4. Uma substância indispensável para sobrevivermos e que ao mesmo tempo pode provocar reações radicalares, formando os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento se encontra em qual alternativa? a) Sódio. b) Hidrogênio. c) Oxigênio. d) Carbono. e) Bromo. Questão 4 24/216 5. Atualmente, a teoria mais aceita é a Teoria dos radicais livres. Assinale a alternativa incorreta a respeito dessa teoria: a) Radicais livres possuem grande instabilidade, uma vez que possuem elétrons desempare-lhados em sua órbita externa. b) Os radicais livres são produzidos somente por reações internas do organismo. c) Agentes oxidantes têm a função de neutralizar os radicais livres, tornando-os inofensivos. d) Os radicais livres podem ter papel importante no organismo, o problema encontra-se no excesso dele ou na diminuição de agentes oxidantes. e) Estresse oxidativo é o nome dado ao desequilíbrio entre oxidantes (radicais livres) e antioxi- dantes. Questão 5 25/216 Gabarito 1. Resposta: C. O texto relata o envelhecimento fisiológico. A fisiologia estuda o funcionamento do or- ganismo e não os fatores externos que pro- movem alterações do corpo. Assim, trata-se de um envelhecimento natural, classificado também como intrínseco. 2. Resposta: B. I. Correta. Os hormônios possuem cen- tro regulador no cérebro, e estariam localizados no nível do DNA e RNA, encarregados pela transmissão do có- digo genético e síntese proteica. II. Incorreta. As células germinativas não apresentam encurtamento dos telô- meros, uma vez que possuem a enzi- ma telomerase, capaz de produzir te- lômeros novos, utilizando um modelo de RNA. III. Correta. O clone do mamífero contri- buiu imensamente para o estudo do envelhecimento. Como o clone foi fei- to utilizando telômeros de uma ove- lha adulta, eles já apresentavam certo desgaste. Dolly viveu pouco e apre- sentou sintomas de envelhecimento precoce. 3. Resposta: E. I. Correta. Essa teoria faz uma relação entre o organismo e a máquina e o desgaste com o uso dessa máquina é comparado com o envelhecimento normal do nosso corpo e de seus sis- 26/216 Gabarito temas. II. Correta. As “lesões” a que o texto se referem estão relacionadas com feri- mentos e patógenos que provocariam alterações na “máquina” desencade- ando o envelhecimento. III. Incorreta. Essa afirmação contraria o proposto pela teoria, uma vez que ela leva em consideração os hábitos. 4. Resposta: C. O oxigênio, que ao mesmo tempo é fun- damental para a sobrevivência do ser hu- mano, pode aparecer como vilão no nosso organismo, uma vez que realiza reações ra- dicalares, formando as espécies reativas de oxigênio. 5. Resposta: B. Os radicais livres podem ser produzidos por reações internas do organismo ou podem estar vinculados à interferência de agentes externos como poluição, cigarro, álcool, ra- diação, entre outras. 27/216 Unidade 2 Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento Objetivos 1. O presente estudo tem como obje- tivo analisar as alterações morfoló- gicas e fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento. Além disso, a partir dos estudos, o aluno deverá perceber os mecanismos res- ponsáveis pelo envelhecimento e de- senvolver estratégias que diminuam os efeitos dele. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento28/216 Introdução O que antes era privilégio de poucos, chegar à velhice, se tornou comum mesmo nos pa- íses mais pobres. Sem dúvida, a ampliação do tempo de vida foi uma das maiores con- quistas da humanidade, que se fez acom- panhar de uma melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações, ainda que estas conquistas estejam longe de se distribuir de forma equitativa nos diferen- tes países e contextos socioeconômicos (LI- MA-COSTA; VERAS, 2003). Tal conquista se transforma em um novo desafio, à medida que se procura conciliar tempo de vida com qualidade de vida. A velhice, muitas vezes, está associada ao sofrimento, depressão, isolamento social, aumento da dependên- cia física, entre outros. Contudo, é possível relacionar o viver mais com uma qualidade de vida melhor através da busca por uma boa saúde mental e física, independência, enfim, com um envelhecimento saudável e ativo. O envelhecimento é um fenômeno natural complexo, “que pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, caracterizado tanto por alterações morfo- lógicas, funcionais e bioquímicas, quanto por modificações psicológicas” (FERREIRA et al., 2012, p.513-518). Tais modificações podem ocorrer mais cedo se o organismo for agredido por doenças. Assim, compreender esse processo, bem como suas alterações é de extrema importância para garantir uma velhice mais ativa, saudável e independen- te. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento29/216 1. Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento O envelhecimento é próprio dos seres vivos, é um processo natural, gradual, previsível e inevitável que embora determinado gene- ticamente, pode ser modificado ambien- talmente, ou seja, está sujeito a influências intrínsecas (constituição genética) ou ex- trínsecas (fatores ambientais, tipo de dieta, sedentarismo, entre outros). Durante o processo natural de envelheci- mento, após os 25 anos, as funções fisioló- gicas do nosso organismo começam a de- clinar progressivamente e esse ritmo não é uniforme entre as pessoas. Além disso, a senescência causa alterações irreversíveis na estrutura e funcionamento de células, tecidos, órgãos e sistemas do organismo. Com o envelhecimento, são diversas as al- terações marcantes ocorridas no corpo, en- Para saber mais Quando se trata de envelhecimento humano, dois termos merecem atenção, uma vez que mui- tas vezes são utilizados erroneamente como sinô- nimos: senescência e senilidade. A senescência é caracterizada como um processo fisiológico com transformações que ocorrem normalmente com o passar dos anos, enquanto que a senilidade sig- nifica presença de doenças crônicas ou traumas que podem acometer a saúde do idoso. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento30/216 tre elas algumas modificações funcionais e morfológicas merecem atenção. 2.1 Composição e forma do cor- po 2.1.1 Água corporal Ao nascermos, 90% do nosso corpo é cons- tituído de água. Na adolescência esse valor cai para 70% e na fase adulta chega a 60%. Na terceira idade (60-65 anos), encontra-se um pouco mais de 50% de água. Essa per- da de água é um processo natural do enve- lhecimento, sendo assim, conclui-se que o idoso tem uma menor reserva hídrica. Além disso, existe um fator complicador em re- lação à desidratação em idosos, mesmos desidratados eles não sentem vontade de beber água, pois seus mecanismos de equi- líbrio interno não funcionam bem. Nos idosos, a falta de água corporal e a per- cepção da sede ficam prejudicados, visto que, além de possuírem uma reserva hídrica menor, os mecanismos formados por sen- Para saber mais Nosso organismo tem sensores que verificam o nível de água. Pouca água significa menor quan- tidade de sangue, oxigênio, sais minerais em ar- térias e veias. Assim, é acionado um tipo de “alar- me”, em que o cérebro é informado da ausência de água e a sensação de sede faz a pessoa ir em busca de um líquido. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento31/216 sores de hidratação são menos eficientes, impossibilitando que eles percebam a fal- ta de água em seu corpo. Assim, qualquer perda de água pelo corpo, simplesmente pelo dia estar quente, quando se perde mais água pela respiração e suor, ou umidade do ar baixa, é suficiente para desidratar de forma grave um idoso. É muito importante que as pessoas da terceira idade tenham hábito de tomar líquidos (água, chá, sucos naturais, água de coco, sopas) a cada duas horas, visto que a desidratação em idosos ocorre rapidamente. Mas será que a água é tão importante assim? Alguns sintomas decorrentes de desidrata- ção em idosos são: confusão mental, falta de atenção, rejeição de líquidos, batimen- tos cardíacos acelerados, entre outros. Caso seja notado um desses sintomas, um médi- co deve ser procurado, uma vez que a perda de 10% de água em um idoso pode levar a óbito. Link A água é o principal elemento do nosso corpo e desempenha inúmeras funções no nosso organis- mo. Para saber mais acesse o link: <http://www. portaldoenvelhecimento.com.br/2221-2/>. Acessoem: 12 set. 2017. http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/2221-2/ http://www.portaldoenvelhecimento.com.br/2221-2/ Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento32/216 2.1.2 Sistema muscular Após a terceira década de vida, inicia-se uma progressiva e contínua perda de massa muscular esquelética, e a maior perda é substituída por gordura” (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 281). Esse declínio na massa muscular provocada pelo envelh- ecimento recebe o nome de sarcopenia. Para saber mais A sarcopenia afeta diretamente a arquitetura muscular, reduzindo a área de seção transversa anatômica (ASTA), comprimento das fibras musculares, volume e ângulo de penação dos músculos, além de reduzir a capacidade de produção de força específica, ou seja, a força produzida por unidade de massa muscular. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento33/216 Essa perda da massa muscular pode ser ilustrada na Figura 2.1. Figura 2.1 | Ilustração da perda de massa muscular ocorrida em idosos Fonte: <https://www.iofbonehealth.org/sites/default/files/styles/large/public/sarcopenia%20arms.jpg>. Acesso em: 13 set. 2017. A perda de massa corporal magra pode ser debilitante e levar a complicações clínicas e funcionais. O risco de incapacidade é de 1,5 a 4,6 vezes maior em adultos idosos com sarcopenia do que adultos idosos sem sarcopenia. Aqueles com sarcopenia são mais propensos a desenvolver uma https://www.iofbonehealth.org/sites/default/files/styles/large/public/sarcopenia arms.jpg Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento34/216 deficiência, como a incapacidade de realizar atividades da vida diária, como comer. Contudo, a quantidade de massa muscular perdida com o envelhecimento é menor em pessoas que mantêm um regime regular de condicionamento físico. Inclusive, quando se trata de exer- cícios físicos para idosos, muitos acreditam que caminhada ou mesmo hidroginástica sejam su- ficientes, porém, estudos mostram que exercícios resistidos com carga extra (sobrecarga além do peso do corpo) como musculação, são fundamentais para diminuir a velocidade das perdas musculares. “É importante fazer a associação dos exercícios de força com atividades que estimu- lem as conexões neuromusculares, como coordenação motora, equilíbrio, agilidade e destreza” (BUENO, 2017, s.p.). Estudos têm mostrado que o gênero parece afetar de forma importante a sarco- penia, pois os homens parecem experimentar o dobro de perda de massa muscu- lar quando comparados às mulheres” (BAPTISTA; VAZ, 2009, p.368-373). Uma vez que a massa muscular esquelética representa um determinante para força, resistência e desempenho físico, o declínio dessa massa tecidual está as- sociado a reduções da força, capacidade aeróbica e taxa metabólica” (SIQUEIRA FILHO, 2012, p.17). Assim, tais fatores podem contribuir para aumentar o risco de queda e diminuir a tolerância a exercícios físicos que diretamente estão associa- dos ao comprometimento da qualidade de vida. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento35/216 Um dos desafios da atualidade tem sido prevenir e tratar a sarcopenia. Nos últimos anos, houve um aumento nos estudos rela- cionados a tal assunto e muitos deles foram de fundamental importância para escla- recer os possíveis mecanismos celulares e moleculares envolvidos na etiologia multi- fatorial da redução de massa muscular as- sociada ao envelhecimento. 2.1.3 Massa óssea O tecido ósseo é constituído basicamente por dois tipos celulares: osteoblastos e oste- oclastos. O primeiro é responsável por pro- duzir a matriz óssea e o outro por realizar a reabsorção óssea. O osso está sendo reno- vado e remodelado a todo momento, uma vez que as atividades desses tipos celulares se relacionam em um contínuo processo de deposição e reposição mineral. A partir dos 35 anos (idade do pico de mas- sa óssea) a taxa de formação óssea é prati- camente estabilizada e a de reabsorção vai aumentando. Assim, é fácil perceber que a estrutura óssea ficará comprometida. Esse quadro se intensifica quando a baixa con- centração de estrogênios facilita a ação dos osteoclastos, ou seja, no pós-menopausa. Além do aumento da reabsorção óssea, não acompanhado pelo aumento da formação, a hipovitaminose D compromete a estru- tura óssea do idoso, tornando-o propício à osteoporose, por exemplo. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento36/216 A produção de vitamina D no idoso é me- nor quando comparada a um jovem, uma vez que ele apresenta menor exposição ao sol, muitas vezes por ter sua mobilidade re- duzida. Seu organismo produz menos enzi- ma 1-α-hidroxilase renal, responsável pela formação da forma mais ativa da vitamina D, o calcitrol. Assim, o idoso passa a depen- der ainda mais da vitamina D presente nos alimentos. Contudo, estudos mostram que muitos idosos têm uma dieta deficiente de vitamina D, ficando mais suscetíveis a fra- turas. Como alternativa para um envelhecimento mais saudável, propõe-se atividades ao ar livre, além de uma dieta mais saudável, rica em alimentos com vitamina D (óleo de fíga- do de peixes, peixes de água salgada, leite, ovos), evitando assim um quadro de fragili- dade óssea. Link É também importante estar atento a possíveis efeitos indesejados da suplementação de vita- mina D de longo prazo, podendo causar hiper- vitaminose D. Para saber mais sobre o assunto acesse o link: <https://estudogeral.sib.uc.pt/ bitstream/10316/28138/1/A%20IMPORT%- C3%82NCIA%20DA%20VITAMINA%20D%20 NO%20PROCESSO%20DE%20ENVELHECI- MENTO%20%28Autosaved%29.pdf>. Acesso em: 12 set. 2017. https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/28138/1/A IMPORT%C3%82NCIA DA VITAMINA D NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO %28Autosaved%29.pdf https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/28138/1/A IMPORT%C3%82NCIA DA VITAMINA D NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO %28Autosaved%29.pdf https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/28138/1/A IMPORT%C3%82NCIA DA VITAMINA D NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO %28Autosaved%29.pdf https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/28138/1/A IMPORT%C3%82NCIA DA VITAMINA D NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO %28Autosaved%29.pdf https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/28138/1/A IMPORT%C3%82NCIA DA VITAMINA D NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO %28Autosaved%29.pdf Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento37/216 2.1.4 Estatura Das alterações corporais fisiológicas, as mais afetadas são as medidas antropomé- tricas. A mais visível está relacionada à es- tatura, onde ocorre redução de 1 cm por década a partir dos 40 anos de idade, con- dição esta que se acentua aos 70 anos. “Isso ocorre devido a alterações na coluna verte- bral, arqueamento dos membros inferiores e achatamento do arco plantar” (WANDER- LEY, 2015). Além disso, outra medida antropométrica que sofre redução após os 60 anos de ida- de é o peso, havendo limitação do Índice de Massa Corporal (IMC), e redução do peso dos órgãos. Outra alteração relacionada à idade está no disco intervertebral uma vez que “o en- velhecimento altera as propriedades e a proporção relativa dos elementos do tecido conjuntivo desse disco, sendo que a elasti- na se torna menos distensível e pode sofrer fragmentações sucessivas” (SILVEIRA et al., 2010, s.p.). Um dos problemas mais frequentes rela- cionados ao envelhecimento é a alteração da postura corporal, visto que há uma difi- culdade na execução dos movimentos com rapidez, desta forma, o equilíbrio corpo- ral fica comprometido. Além disso, é muito importante que se conheçam as mudanças que ocorrem na postura corporal durante o envelhecimento, pois assim, medidas pre- ventivas e até corretivas da postura podem ser tomadas com o intuito de evitar dores, Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento38/216 deformidade, além de dificuldades de loco- moção e equilíbrio, melhorando a qualidade de vida desses indivíduos. 2.1.5 GorduraO tecido adiposo, a famosa “gordura corpo- ral”, além de um simples reservatório ener- gético, é também um órgão endócrino, visto que dele é secretado um número elevado de substâncias metabolicamente importantes. Durante a velhice, a massa muscular magra é substituída por tecido adiposo. Essa subs- tituição de tecido faz com que o tecido adi- poso seja depositado em maior quantidade no tronco (principalmente região abdomi- nal) e ao redor de órgãos viscerais, enquan- to que a gordura subcutânea aumenta leve- mente. Já na região dos braços ocorre uma diminuição dessa gordura. A massa de gordura por década aumenta em uma proporção maior para as mulheres (em torno de 1,7%), enquanto que para os homens esse valor situa-se em 1,5%. São divergentes as causas do aumento na gor- dura corporal e redução do tecido muscular, no idoso, contudo, alguns autores relacio- nam esses fatos com a diminuição da ati- vidade física e da taxa metabólica basal do indivíduo. Alguns estudos mostram que essa perda de tecido muscular pode levar a uma diminui- ção progressiva da força e resistência mus- cular, sendo esta última, menos afetada com o envelhecimento. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento39/216 Assim, um programa de treinamento de força muscular no idoso é muito importan- te para prevenir a perda de massa muscular e ajudar a aumentar o desempenho de suas atividades diárias. 2.2 Pele e anexos A pele é um dos órgãos que mais sofrem transformações com o avanço da idade. Os primeiros sinais de envelhecimento come- çam a aparecer na superfície da pele por volta dos 25 anos de idade. Primeiro surgem as linhas finas e, com o tempo, as rugas, a perda de volume e de densidade começam a ficar visíveis. As mudanças ocorrem em to- das as camadas da pele. Portanto, é muito importante manter a inte- gridade da pele para que o organismo possa se defender das diversas alterações ou mu- danças às quais a pessoa esteja exposta. Link A pele é o maior órgão do corpo. Esse órgão pro- tege nosso corpo contra atrito, patógenos, perda excessiva de água e atua em sua termorregula- ção. Além disso, contém receptores que permitem a percepção de dor, tato, temperatura e pressão. É composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. Para se aprofundar no assunto acesse o link: <http://www2.ibb.unesp.br/departa- mentos/Morfologia/material_didatico/Pro- fa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf>. Acesso em: 13 set. 2017. http://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/pele-madura/rugas http://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/pele-madura/perda-de-densidade http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/aula_pele_2010.pdf Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento40/216 2.2.1 Epiderme Durante a senescência, a quantidade de me- lanócitos é diminuída e os que ainda restam sofrem hiperplasia. Assim, com o aumento de deposição de melanina, ao ficarem ex- postos ao sol, ocorre aparecimento de man- chas senis (lisas, hiperpigmentadas e acha- tadas). Além disso, também ocorre a dimi- nuição de queratinócitos (responsáveis pela produção de queratina) fazendo com que a pele tenha uma aparência pálida, translúci- da e fina. 2.2.3 Derme No tecido conjuntivo (derme), há uma dimi- nuição no número de vasos sanguíneos e da sua ação imunológica, facilitando assim as infecções. Além disso, essa redução pode acarretar uma entrega menos eficiente de nutrientes e oxigênio para a superfície, di- minuindo o brilho rosado característico da pele jovem. Além disso, ocorre perda de colágeno, que confere resistência à pele e redução de fibras elastina fazendo com que a elasticidade da pele diminua consideravelmente. Assim, os músculos enfraquecem e ficam frouxos re- sultando no aparecimento de rugas. 2.2.4 Glândulas As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de sebo. Esse material graxo apresenta diversas funções entre elas: atua como lubrificantes naturais, torna a pele Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento41/216 oleosa fazendo com que diminua a perda de água pela epiderme, protege contra o excesso de água na superfície e tem ação bactericida e antifúngica. O envelhecimento provoca uma diminui- ção da atividade das glândulas sebáceas e a consequente redução na secreção de mate- riais graxos. Assim, a pele fica com o aspec- to ressecado e rugoso. 2.2.5 Pelos Na velhice ocorre diminuição dos folículos pilosos ocasionando redução geral dos pe- los em todo o corpo, exceto narinas, orelhas e sobrancelhas e queda de cabelo que são mais comuns em idosos, apesar de muitos jovens apresentarem sinais de calvície. O nome dado à perda de cabelo pela idade é alopecia senescente ou involucional e pode estar presente tanto em homens como mu- lheres a partir dos 50 anos ocasionando afinamento dos cabelos mesmo sem pre- cedentes familiares de calvície. Além disso, os temidos cabelos brancos são consequ- ências de uma redução na produção de pig- mentos (melanina). 2.2.6 Unhas As unhas são placas córneas localizadas na falange distal dos dedos e são compos- tas basicamente por queratina fortemente aderida. Com o processo natural de enve- lhecimento, as unhas tornam-se frágeis, sem brilho, com estriações longitudinais e descolamento, além do grau de crescimen- to ser progressivamente menor. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento42/216 Glossário Alterações morfológicas: são modificações que ocorrem na estrutura de células e tecidos. Etiologia multifatorial: pode ter origem na combinação de vários fatores, genéticos, ambientais e de modos de vida, como tabagismo, inatividade física, alimentação inadequada, excesso de peso, consumo excessivo de álcool entre outros. Melanócitos: são células que produzem a melanina. Eles dispõem de pigmentos de cor (cromó- foros), e têm a função de absorver a energia fotônica oriunda dos raios solares, evitando que cause danos a outras células. A quantidade de pigmentos que os melanócitos possuem é que determina a cor de pele das pessoas. Modificações fisiológicas ou funcionais: referem-se aos processos biológicos inerentes aos or- ganismos e são inevitavelmente involutivos. 43/216 Considerações Finais • O envelhecimento é próprio dos seres vivos, é um processo natural, gradual, previsível e inevi- tável. A intensidade com que as alterações ocorrem durante a senescência depende de fatores genéticos, contudo, podem ser adiantadas de acordo com o estilo de vida do indivíduo. • Com o envelhecimento são diversas as alterações marcantes ocorridas no corpo, entre elas algumas modificações funcionais e morfológicas merecem atenção. • Perda de água é um processo natural do envelhecimento, assim, conclui-se que o idoso tem uma menor reserva hídrica. Além disso, existe um fator complicador em relação à desidra- tação em idosos, mesmos desidratados eles não sentem vontade de beber água, pois seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam bem e qualquer perda de água pelo corpo, é suficiente para desidratar de forma grave um idoso. • Após a terceira década de vida, inicia-se uma progressiva e contínua perda de massa muscular esquelética, e a maior perda é substituída por gordura. Esse declínio na massa muscular pro- vocada pelo envelhecimento recebe o nome de sarcopenia. 44/216 Considerações Finais • A partir dos 35 anos (idade do pico de massa óssea) a taxa de formação óssea é praticamente estabilizada e a de reabsorção vai aumentando. Assim, a estrutura óssea ficará comprometida. • Das alterações corporais fisiológicas, as mais afetadassão as medidas antropométricas. • Durante a velhice, a massa muscular magra é substituída por tecido adiposo. • A pele é um dos órgãos que mais sofre transformações com o avanço da idade. Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento45/216 Referências BAPTISTA, Rafael Reimann; VAZ, Marco Aurélio. Arquitetura muscular e envelhecimento: adapta- ção funcional e aspectos clínicos; revisão da literatura. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 16, n. 4, p.368-373, out. 2009. Trimestral. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/fp/v16n4/15. pdf>. Acesso em: 12 set. 2017. BUENO, Thaís Bortolini. Envelhecimento e alteração muscular: o que você precisa saber. 2017. Disponível em: <https://idosos.com.br/envelhecimento-e-alteracao-muscular-o-que-voce-pre- cisa-saber/>. Acesso em: 12 set. 2017. FERREIRA, Olívia Galvão Lucena et al. Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional. Texto & Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 513-518, jul. 2012. Tri- mestral. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n3/v21n3a04.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017. GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Envelhecimento. In: GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisiote- rapia dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. Barueri: Manole, 2004. Cap. 11, p. 281. LIMA-COSTA, Maria Fernanda; VERAS, Renato. Saúde pública e envelhecimento. Caderno de Saú- de Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p.700-701, maio 2003. Disponível em: <http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000300001>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000300001 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000300001 Unidade 2 • Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento46/216 SIQUEIRA FILHO, Mário Alves de. Envelhecimento e músculo esquelético: força muscular, ati- vidade proteassomal, e sinalização relacionada ao balanço proteico. 2012. 68 f. Tese (Dou- torado) – Curso de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <file:///C:/Users/Cris/Downloads/MarioAlvesdeSiqueiraFilho_Doutorado.pdf>. Acesso em: 12 set. 2017. SILVEIRA, Michele Marinho da et al. Envelhecimento humano e as alterações na postura corpo- ral do idoso. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, [s.l.], v. 26, n. 8, p. 52-58, out. 2010. Tri- mestral. Disponível em: <http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view- File/1081/876>. Acesso em: 12 set. 2017. WANDERLEY, Emília. O Envelhecimento e as alterações corporais. 2015. Disponível em: <ht- tps://ligadegeriatriaunicamp.wordpress.com/2015/12/15/o-envelhecimento-e-as-alteracoes- -corporais/>. Acesso em: 12 set. 2017. http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/viewFile/1081/876 http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/viewFile/1081/876 https://ligadegeriatriaunicamp.wordpress.com/2015/12/15/o-envelhecimento-e-as-alteracoes-corporais/ https://ligadegeriatriaunicamp.wordpress.com/2015/12/15/o-envelhecimento-e-as-alteracoes-corporais/ https://ligadegeriatriaunicamp.wordpress.com/2015/12/15/o-envelhecimento-e-as-alteracoes-corporais/ 47/216 1. Baseado nos conhecimentos adquiridos durante essa aula julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta: I. No caso de idosos, para a desidratação ser grave faz-se necessário que ocorram grandes perdas como diarreia, vômitos ou exposições intensas ao sol. II. Os idosos têm menor reserva hídrica, quando comparado com bebês, adolescentes e adul- tos. Essa perda de água está associada ao processo natural de envelhecimento. III. Falta de atenção, confusão mental, batimentos cardíacos acelerados podem ser sintomas associados à desidratação. a) Somente II está correta. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas. d) Somente III está correta. e) I e II estão corretas. Questão 1 48/216 2. Com o envelhecimento, são diversas as alterações ocorridas no organis- mo, uma delas é a sarcopenia, que está relacionada à qual dos itens a seguir? Questão 2 a) Perda de água corporal. b) Perda de massa muscular. c) Redução do conteúdo mineral ósseo. d) Aumento da curvatura da coluna vertebral. e) Aumento da gordura total do corpo. 49/216 3. O tecido ósseo é constituído basicamente por dois tipos celulares: os- teoblastos e osteoclastos. Baseado nos estudos realizados julgue as alterna- tivas a seguir e assinale a alternativa correta: Questão 3 I. Osteoblastos são responsáveis por produzir a matriz óssea. II. Osteoclasto é um tipo celular que tem a função de realizar a reabsorção óssea. III. A partir dos 35 anos a estrutura óssea começa a ser comprometida, uma vez que a taxa de formação óssea vai aumentando e a de reabsorção se estabiliza. a) Somente I está correta. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas. d) Somente III está correta. e) I e II estão corretas. 50/216 4. O ganho de gordura em substituição à perda de massa muscular é um fato normal com o envelhecimento, é fator preponderante para possível apareci- mento de certas doenças e incapacidades. Qual dos itens a seguir pode ser vis- to como consequência à perda de massa muscular? Questão 4 a) Aparecimento de cabelos brancos. b) Depósito de tecido ao redor dos olhos. c) Unhas frágeis. d) Aparecimento de manchas senis. e) Pele ressecada. 51/216 5. Durante a velhice, os cabelos brancos aparecem e causam desagrado prin- cipalmente às mulheres. Baseado em seus conhecimentos, assinale a alter- nativa que justifica o fato dos cabelos brancos aparecerem. Questão 5 a) Diminuição da atividade das glândulas sebáceas e a consequente redução na secreção de materiais graxos. b) Diminuição no número de vasos sanguíneos e a posterior irrigação do folículo piloso. c) Perda de colágeno. d) Perda de água. e) Produção cada vez menor de melanócitos, responsáveis pela produção de melanina (pig- mento também responsável pela cor do cabelo) pelo folículo piloso. 52/216 Gabarito 1. Resposta: C. I. Incorreta. Qualquer perda de água pelo corpo, simplesmente pelo dia es- tar quente, quando se perde mais água pela respiração e suor, ou umidade do ar baixa, é suficiente para desidratar de forma grave um idoso. II. Correta. III. Correta. 2. Resposta: B. Sarcopenia é a perda de massa muscular es- quelética. 3. Resposta: E. I. Correta. II. Correta. III. Incorreta. A partir dos 35 anos (ida- de do pico de massa óssea) a taxa de formação óssea é praticamente esta- bilizada e a de reabsorção vai aumen- tando. Assim, é fácil perceber que a estrutura óssea ficará comprometida. 4. Resposta: B. Durante a velhice, a massa muscular magra é substituída por tecido adiposo. Essa subs- tituição de tecido faz com que o tecido adi- poso seja depositado em maior quantidade no tronco (principalmente região abdomi- 53/216 Gabarito nal) e ao redor de órgãos viscerais, enquan- to que a gordura subcutânea aumenta leve- mente. Já na região dos braços ocorre uma diminuição dessa gordura. 5. Resposta: E. Os cabelos brancos são consequências de uma redução na produção de pigmentos (melanina). 54/216 Unidade 3 Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento Objetivos 1. O estudo desse tema tem como objetivo verificar em uma abordagem interdisci- plinar as principais alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelheci- mento. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento55/216 Introdução “O processo natural do envelhecimento en- volve inúmeras transformações biológicas inerentes aos organismos e que ocorrem de maneira gradativa e premida por necessi- dades evolutivas” (ESQUENAZI; SILVA; GUI- MARÃES, 2014, p.11-20). Durante o envelhecimento, na fase inicial, as alterações intrínsecas são sutis e sequer ca- pazes de gerar qualquer incapacidade. Con- tudo, com o passar dos anos, as limitações são crescentes ao desempenho dequalquer atividade, mesmo de atividades básicas co- tidianas. Tal fato se relaciona com as diver- sas alterações que vêm acompanhadas com o envelhecimento como declínio das fun- ções biológicas, modificações bioquímicas e mudanças externas como flacidez muscu- lar, enrugamento da pele e principalmente alteração no metabolismo basal. Estudos mostram que mulheres idosas vi- vem mais que os homens, embora tenham taxas mais altas de morbidade. Tal fato pode estar relacionado parcialmente às di- ferentes doenças que acometem os idosos de gêneros diferentes. “Entre pessoas de 65 anos e mais, de ambos os sexos, as principais causas de morte são, pela ordem, as doenças cardíacas, o câncer e as doenças cerebrovasculares” (SANTOS; BIANCHI, 2014, p. 33-46). Assim, a compre- ensão do processo de envelhecimento, es- pecificamente, as alterações fisiológicas e histológicas, assuntos desse material, são de fundamental importância para estabe- lecer as relações existentes entre o que é normal do envelhecimento e o que é pato- lógico. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento56/216 1. Alterações histológicas O processo de envelhecimento dos tecidos é gradual e são diversas as alterações ocor- ridas. A pele é considerada um dos órgãos que mais sofre transformações à medida que a idade avança e é nela onde essas mu- danças estão mais evidentes. “Atrofia, en- rugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele senil” (ORIÁ et al., 2003, p. 425-434). Além des- sas, outras alterações se fazem presentes como, por exemplo, comprometimento da resposta imunológica, decréscimo do nú- mero de glândulas sudoríparas, fragilidade dos vasos sanguíneos e por ser um órgão exposto, “está sujeita a danos ambientais, que desempenham relevante papel no en- velhecimento extrínseco ou fotoenvelheci- mento, como os causados pela radiação ul- travioleta” (SANTOS; BIANCHI, 2014, p.33- 46). Assim, há evidências da necessidade de cuidados específicos para a pele do idoso, uma vez que manter a integridade cutânea é de extrema importância para que o orga- nismo possa se defender das diversas alte- rações ou mudanças às quais a pessoa este- ja exposta. Entender as mudanças funcionais e estru- turais que ocorrem com a senescência é ne- cessário para distinguir um processo intrín- seco daquele efeito patológico cumulativo ou agressões ambientais externas. É importante levar em consideração, que independentemente da idade do indivíduo, as alterações como distribuição e fenótipo Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento57/216 da população celular na derme, espessura total da pele, espessura relativa da epider- me e derme, presença de anexos cutâneos e densidade da microvasculatura e de nervos variam conforme a região do corpo. A pele de idosos tem pouca resistência a pequenos traumas e, mesmo a retirada de curativos é suficiente para levar à formação de bolhas. Tais características estão relacio- nadas com a menor adesão entre a derme e a epiderme, ambas situadas sobre o paní- culo adiposo composto por gordura, sendo a epiderme a camada mais externa e a der- me mais interna. “A junção dermoepidérmi- ca é menos espessa e frágil na pessoa idosa, pois vai perdendo a arquitetura axial-verti- cal das fibras elásticas nas papilas dérmicas que prendem a epiderme, com acentuada e evidente fragmentação dessas fibras” (ME- NOITA; SANTOS; SANTOS, 2013, p.18-33). Portanto, verifica-se a característica princi- pal da pele envelhecida que é o aplanamen- to da junção dermoepidérmica. A menor adesão entre a derme e a epiderme compromete a transferência de nutrientes de uma camada para outra da pele e modi- fica também a absorção de substâncias hi- drofílicas pela pele. Com o passar dos anos, há uma diminuição gradual da taxa de renovação de células epidérmicas e o decréscimo dos queratinó- citos. Assim, a pele tende a tornar-se flácida e fina. Em circunstâncias normais, o tempo de renovação epidérmica (queratinócitos) é de aproximadamente quatro semanas e as células da camada basal (células tronco) Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento58/216 são as responsáveis pela regeneração da epiderme através da divisão mitótica. Con- tudo, estudos mostram que entre os 30 e os 80 anos essa taxa de proliferação celular declina de 30% a 50%. “As células de Langerhans, derivadas da medula óssea, são células epidérmicas res- ponsáveis pelo reconhecimento de antíge- nos” (MAIO, 2011, p. 191). No início da fase adulta até o início da terceira idade, ocorre redução de cerca de 70% no número dessas células, o que aumenta a possibilidade de processos inflamatórios ou infecciosos. Durante a senescência há diminuição no número de melanócitos enzimaticamente ativos, essa redução é de aproximadamente 15% por década. Em áreas expostas ao sol a densidade melanócita dobra. Ainda não está determinado se as células desapare- cem ou se tonam indetectáveis pela inter- rupção da produção de pigmentos, o fato é que a barreira de proteção corporal contra a radiação ultravioleta está diminuída. Para saber mais Os queratinócitos são derivados da ectoderme e formam a barreira epidérmica, como o estra- to córneo. A morfologia dos queratinócitos varia conforme a camada em que se localizam. Devido a sua capacidade em produzir substâncias com ação autócrina (agem sobre si), parácrina (age sobre outras células) e, às vezes, ação endócri- na (agem a distância) participam ativamente dos processos inflamatórios e imunológicos. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento59/216 A secreção sebácea contínua no adulto di- minui a partir de 50 anos nas mulheres e de 70 anos nos homens. “No idoso, a secreção sebácea representa 20-40% da maturida- de. Tal diminuição estaria relacionada com a queda da fração livre, ativa, da testostero- na plasmática” (NASCIMENTO, 2009, p. 55). A perda de espessura dérmica é pronuncia- da nos idosos com perda das fibras elásti- cas e do colágeno. Com o envelhecimento, o colágeno da derme muda tanto qualita- tiva quanto quantitativamente. A diminui- ção quantitativa do colágeno é resultado da diminuição da atividade metabólica dos fibroblastos, que são as células responsá- veis por sua síntese. Já “as mudanças qua- litativas refletem na diminuição da solubili- dade e na alteração de várias propriedades físicas das moléculas” (FORTES; SUFFREDIN, 2014, p.94-101). Essas alterações são tam- bém responsáveis pelo enrugamento, muito embora grandes sulcos possam decorrer de alterações da hipoderme e da massa mus- cular. 2. Alterações fisiológicas Cabelos brancos, unhas quebradiças, pele ressecada e fina não são apenas algumas das características da velhice. Os órgãos também envelhecem e sofrem alterações estruturais. Contudo, o envelhecimento do ponto de vista fisiológico depende signifi- cativamente do estilo de vida que a pessoa assume desde a infância. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento60/216 2.1 Envelhecimento do sistema cardiovascular “As alterações estruturais e funcionais do sistema circulatório que ocorrem no enve- lhecimento facilitam o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que podem tor- nar o envelhecimento malsucedido” (WAJN- GARTEN, 2010, p.1-9). Uma importante causa de mortalidade, morbidade e piora na qualidade de vida em idosos é a incidência de doenças cardiovas- culares. Contudo, saber distinguir as altera- ções normais do envelhecimento, daquelas patológicas é primordial. As alterações do “coração envelhecido” in- cluem redução da eficiência e dos batimen- tos cardíacos e redução da capacidade de reserva funcional, diminuindo consequen- temente a força e agilidade em algumas ati- vidades. Em pessoas da terceira idade, o ritmo do metabolismo é mais lento, sendo assim, fa- cilita o acúmulode gordura no átrio e no septo. Tal fato pode se agravar em indiví- duos com colesterol elevado, hipertensos ou sedentários, visto que aumenta o risco de restrição do fluxo sanguíneo (ateroscle- rose). Se a região afetada for o coração ou o cérebro, o resultado pode ser um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC ou derrame, como é popularmente conhecido). Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento61/216 Durante a senescência o músculo cardíaco aumenta de peso. Tal fato é associado ao es- pessamento da parede ventricular esquerda que aumenta progressivamente com a ida- de. Outra alteração estrutural decorrente do envelhecimento é o favorecimento do pro- cesso de calcificação e redução da elastici- dade das artérias. “A calcificação vascular na doença arterial coronária está ganhando importância, tanto em pesquisas científicas como em aplicações clínicas e de imagem” (LIBERMAN et al., 2013, p.376-382). A placa calcificada é considerada a forma mais rele- vante de aterosclerose dentro da árvore ar- terial coronária e frequentemente apresen- ta um desafio para a intervenção percutâ- nea. A formação de placas calcificadas nas Link A aterosclerose é uma inflamação, com a for- mação de placas de gordura, cálcio e outros ele- mentos na parede das artérias do coração e de outras localidades do corpo humano, por exem- plo, cérebro, membros inferiores, entre outros, de forma difusa ou localizada. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma. Para saber maiores in- formações sobre sintomas, causas, diagnóstico e tratamento acesse o link: <https://hmsportu- gal.wordpress.com/2011/05/18/o-que-e-a- -aterosclerose/>. Acesso em: 2 out. 2017. https://hmsportugal.wordpress.com/2011/05/18/o-que-e-a-aterosclerose/ https://hmsportugal.wordpress.com/2011/05/18/o-que-e-a-aterosclerose/ https://hmsportugal.wordpress.com/2011/05/18/o-que-e-a-aterosclerose/ Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento62/216 paredes pode evoluir e levar a graus varia- dos de isquemia em decorrência de lesões obstrutivas, chegando até à oclusão total da artéria, impedindo o fluxo de sangue. As causas mais comuns de mortes em ido- sos são AVC, infarto e enfermidades decor- rentes de hipertensão arterial. Sendo assim, os médicos destacam a importância da prá- tica de atividades físicas regulares, uma vez que elas reduzem a pressão arterial, melho- ram o desempenho da musculatura cardía- ca e elevam a autoestima. 2.2 Envelhecimento do sistema gastrointestinal 2.2.1 Boca Durante o envelhecimento ocorrem altera- ções na cavidade oral como atrofia das pa- pilas gustativas, desgaste e perda de dentes sendo o tabagismo um agravante, redução do funcionamento dos músculos da masti- gação, tendência a engolir maiores quanti- dades de alimentos e dificuldade de fala. Para saber mais A isquemia cardíaca é caracterizada pela dimi- nuição da passagem de sangue pelas artérias co- ronárias. Geralmente, é causada pela presença de placas de gordura em seu interior, que quando não são devidamente tratadas, podem romper e entupir o vaso, causando angina e infarto. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento63/216 A diminuição da celularidade dos ácinos provoca diminuição do fluxo salivar, “o es- treitamento dos ductos e a saliva mais vis- cosa, que potencializados pela ação de diversos fármacos podem vir a causar xe- rostomia, conhecida como a “sensação de boca seca” (SILVA; SALVIO; MIRANDA, 2012, p.53-60). Os dentes humanos sofrem várias altera- ções com o envelhecimento. Dentre elas pode ser citado o escurecimento e desgaste dos dentes. Um fator preocupante na maio- ria das pessoas é a perda dos dentes que muitas vezes está associada a uma má hi- gienização bucal ou pouca exposição ao sol e dietas pobres em vitaminas D e cálcio que podem levar à perda da massa óssea. 2.2.2 Esôfago Com a idade, a força das contrações eso- fágicas e a tensão no esfíncter superior do esôfago diminuem, mas o movimento dos alimentos não é prejudicado por essas alte- rações, o que preocupa é que com a redução da sua inervação intrínseca ocorre frequen- temente episódios de refluxo. Link O ácino seroso é uma organização de glându- las que é muito comum no organismo. Ele existe em vários locais do corpo. No aparelho digestivo forma desde pequenas glândulas da parede da bochecha até glândulas enormes como a paró- tida e o pâncreas. Para saber mais acesse o link: <http://www.icb.usp.br/mol/3-11acino-1. html>. Acesso em: 19 set. 2017. http://www.icb.usp.br/mol/3-11acino-1.html http://www.icb.usp.br/mol/3-11acino-1.html Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento64/216 2.2.3 Estômago No idoso, a redução da elasticidade faz com o estômago não consiga acomodar a mes- ma quantidade de alimentos e observa-se um aumento do tempo de esvaziamento gástrico (principalmente para líquidos). As- sim, a absorção de medicamentos depen- dentes da exposição prolongada ao meio ácido pode ser prejudicada. A redução, quando intensa, da secreção áci- da decorre de uma manifestação inicial de gastrite atrófica, e que a mesma não ocorre em idosos saudáveis. “A absorção do ferro pode estar parcial- mente reduzida pela hipocloridria, o que poderia contribuir para o desenvolvimen- to de anemia ferropriva” (FERRIOLI, 2016, p.827-837). O aumento da prevalência de colonização pela Helicobacter pylori é maior com o avan- çar da idade, podendo atingir até 75% dos idosos em faixas etárias avançadas. “Hoje se sabe que a H. Pylori é a principal causa de doença ulcerosa péptica e de dispepsia, Para saber mais Hipocloridria é a baixa produção de ácido no es- tômago. Já a acloridria corresponde a nenhuma produção de ácido. Essas duas situações apre- sentam sérios riscos para a saúde devido aos pre- juízos que provocam na digestão. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento65/216 duas patologias altamente prevalentes e responsáveis por enormes custos econômi- cos” (SOUSA, 2013). 2.2.4 Fígado Conforme o fígado envelhece são várias as alterações ocorridas. Em relação às altera- ções estruturais encontra-se um depósi- to significativo de lipofuscina, que fornece uma coloração acastanhada ao fígado. Ou- tra alteração é a redução de 30 a 40% do peso do fígado (perda de hepatócitos). No que diz respeito às funções secretoras observa-se redução de até 20% na secreção de albumina, colesterol e quantidade total de ácidos biliares. “Estas alterações podem interferir na farmacocinética de medica- ções que são transportadas por ligações com a albumina ou com as glicoproteínas” (FERRIOLI, 2016, p.827-837). Com o envelhecimento, a capacidade de metabolização hepática de drogas fica me- nor, sendo assim, as posologias do medica- mento frequentemente necessitam ser di- minuídas em pessoas idosas. 2.2.5 Pâncreas Com o envelhecimento, o pâncreas apre- senta redução de peso e alterações histoló- gicas como a fibrose onde parte do tecido é substituída pela formação de cicatrizes. Ocorre também declínio na produção de tripsina e lipase, porém com efeito mínimo sobre a absorção intestinal. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento66/216 2.2.6 Intestino delgado A estrutura do intestino delgado não sofre muitas alterações durante a senescência. No entanto, os níveis das enzimas que dige- rem a lactose (lactase) diminuem, levando à intolerância à lactose por muitos idosos. Os sintomas são cólicas, diarreias e inchaço abdominal. 2.3 Envelhecimento do sistema urinário 2.3.1 Rim No decorrer do envelhecimento, quando ocorre prescrição de medicamentos, prin- cipalmente de uso contínuo e prolongado, que apresentam metabolismo e excreção renal aos idosos, deve-se ter muito cuidado,visto que nessa fase observa-se uma dimi- nuição progressiva do funcionamento dos rins. Além disso, várias doenças que acome- tem os idosos podem determinar perda adi- cional da função renal, tais como a hiper- tensão e o diabetes mellitus entre outras, de tal forma que a função renal deverá ser monitorada com frequência. Nos homens, Link Intolerância à lactose é a incapacidade parcial ou total para digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e derivados. É causada por uma deficiên- cia da enzima lactase, que é produzida pelas cé- lulas que recobrem o intestino delgado. Para mais informações acesse: <http://www.scielo.br/ pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento67/216 o aumento prostático, comum no envelhe- cimento, poderá comprometer a função re- nal progressivamente, caso determine obs- trução urinária por tempo prolongado sem tratamento. Embora a grande reserva funcional dos ór- gãos não deixe perceber, os rins sofrem im- portantes alterações com o envelhecimento como diminuição do peso renal, menor área de filtração glomerular, redução no ritmo de filtração glomerular, esclerose dos vasos renais, redução do número de glomérulos a partir da quarta década e reserva funcional reduzida em 50% aos 70 anos. 2.3.2 Bexiga e uretra Quebra do equilíbrio entre a musculatura voluntária e lisa, denervação da bexiga, en- fraquecimento da musculatura da bexiga, redução da força de contração, maior volu- me residual e menor capacidade de arma- zenamento são alterações provenientes do envelhecimento. A atrofia da uretra, com enfraquecimento da musculatura pélvica associado à perda de elasticidade uretral e de colo vesical favorecem o aumento de fre- quência e urgência urinária e incontinência urinária de esforço. Portanto, é de fundamental importância conhecer as alterações fisiológicas decor- rentes do processo de envelhecimento e sa- ber identificar as síndromes geriátricas para a prevenção da independência do idoso. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento68/216 Glossário Morbidade: termo de uso médico e científico que serve para indicar a quantidade de pessoas consideradas doentes ou vítimas de uma doença em determinado local e momento. Panículo adiposo: uma camada de gordura disposta sob a pele, que absorve impactos e atua como isolante térmico. Ptose: é um termo utilizado para se referir à pálpebra superior caída, podendo ser uni ou bilateral. Questão reflexão ? para 69/216 Sabemos que o envelhecimento é um processo inevi- tável, no qual decorrem diversas alterações. De acordo com os tópicos abordados neste material, reflita sobre as principais alterações, tanto fisiológicas como histo- lógicas, ocorridas e analise se existe uma alteração mais significativa, ou seja, uma mais importante que as de- mais. 70/216 Considerações Finais • Diversas alterações que vêm acompanhadas com o envelhecimento como declínio das funções biológicas, modificações bioquímicas e mudanças ex- ternas como flacidez muscular, enrugamento da pele e principalmente alte- ração no metabolismo basal. • A pele é considerada um dos órgãos que mais sofre transformações à medi- da que a idade avança e é nela onde essas mudanças estão mais evidentes. • Os órgãos também envelhecem e sofrem alterações estruturais. Contudo, o envelhecimento do ponto de vista fisiológico depende significativamente do estilo de vida que a pessoa assume desde a infância. • As alterações do “coração envelhecido” incluem redução da eficiência e dos batimentos cardíacos e redução da capacidade de reserva funcional, dimi- nuindo consequentemente a força e agilidade em algumas atividades. 71/216 Considerações Finais • Durante o envelhecimento ocorrem alterações na cavidade oral como atrofia das papilas gustativas, desgaste e perda de dentes sendo o tabagismo um agravante, redução do fun- cionamento dos músculos da mastigação, tendência a engolir maiores quantidades de ali- mentos e dificuldade de fala. • No idoso, a redução da elasticidade faz com o estômago não consiga acomodar a mesma quantidade de alimentos e observa-se um aumento do tempo de esvaziamento gástrico (principalmente para líquidos). Assim, a absorção de medicamentos dependentes da expo- sição prolongada ao meio ácido pode ser prejudicada. • Os rins sofrem importantes alterações com o envelhecimento como diminuição do peso renal, menor área de filtração glomerular, redução no ritmo de filtração glomerular, escle- rose dos vasos renais, redução do número de glomérulos a partir da quarta década e reserva funcional reduzida em 50% aos 70 anos. • A compreensão do processo de envelhecimento, especificamente, as alterações fisiológicas e histológicas, assunto desse material, são de fundamental importância para estabelecer as relações existentes entre o que é normal do envelhecimento e o que é patológico. Unidade 3 • Alterações fisiológicas e histológicas relacionadas ao envelhecimento72/216 Referências ESQUENAZI, Danuza; SILVA, Sandra R. Boiça da; GUIMARÃES, Marco Antônio M. Aspectos fisiopa- tológicos do envelhecimento humano e quedas em idosos. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, [s.l.], v. 13, n. 2, p. 11-20, abr. 2014. Trimestral. Disponível em: <http://revista.hupe.uerj. br/detalhe_artigo.asp?id=467#citar>. Acesso em: 17 set. 2017. FERRIOLI, Eduardo. Alterações gastrintestinais do envelhecimento. In: ORIÁ, Reinaldo Barre- to; BRITO, Gerly Anne de Castro. Sistema digestório: integração básico-clínica. [s.l.]: Blucher, 2016. Cap. 31. p. 827-837. Disponível em: <http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws. com/openaccess/9788580391893/31.pdf>. Acesso em: 19 set. 2017. FORTES, Tais Masotti Lorenzetti; SUFFREDIN, Ivana Barbosa. Avaliação de pele em idoso: revisão da literatura. J Health Sci Inst., [s.l.], v. 1, n. 32, p. 94-101, jan. 2014. Disponível em: <https:// www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2014/01_jan-mar/V32_n1_2014_p94a101. pdf>. Acesso em: 19 set. 2017. LIBERMAN, Marcel et al. Calcificação vascular: fisiopatologia e implicações clínicas. 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Avaliação e classificação do envelhecimento cutâneo: tipos de envelhecimento. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg. Dermatologia Estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. Cap. 4, p. 55. ORIÁ, Reinaldo B. et al. Estudo das alterações relacionadas com a idade na pele humana, uti- lizando métodos de histo-morfometria
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