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CURSO: ENFERMAGEM________________ TURMA: 4º Semestre___________________ DISCIPLINA: Farmacologia______________________ ALUNO (A):_______________________________________________________________ PROF. (a): Everton Gomes_________________________________________ Lista de Exercícios – Farmacologia 1) Para um fármaco ser reconhecido como uma droga ideal, o que precisa? 2) Com base no esquema abaixo, qual a principal função do fármaco receptor? A tendência de um fármaco se ligar a um receptor é determinada pela sua afinidade, enquanto a tendência, uma vez ligada. De ativar o receptor é indicada pela sua eficácia Principal função é fazer com que o fármaco se ligue a ele e através desse mecanismo possa leva-lo via corrente sanguínea. 3) O que é absorção e quais os fatores que influenciam na absorção de fármacos. O uso de fármacos na terapêutica implica que o mesmo para exercer sua ação deve, inicialmente, chegar ao seu local de ação, e como a maior parte dos fármacos agem dentro do organismo, espera- se portanto, que para agir os fármacos necessitam ser absorvidos pelo organismo. Nem todos os fármacos necessitam atingir a corrente sanguínea para exercer o seu efeito; compostos com ação tópica se enquadram perfeitamente nessa situação. Ao atingir a corrente sanguínea o fármaco irá se distribuir pelo organismo e durante esta etapa ele atingirá o seu local de ação, logo, percebe-se que a velocidade com que o fármaco atinge o seu local de ação dependerá da absorção e da distribuição. Pode-se definir, resumidamente, a absorção como sendo a passagem do fármaco do local onde foi administrado para a corrente sanguínea, por sua vez, a distribuição seria caracterizada pelo transporte reversível do fármaco para outros sítios do organismo. Em ambos os casos há a necessidade de transpor a membrana plasmática. Os fármacos apresentam características físico-químicas que podem influenciar durante o processo de absorção, a saber: Lipossolubilidade e Hidrossolubilidade Carga Elétrica Massa Molecular Estabilidade química Velocidade de dissolução A lipossolubilidade refere-se a capacidade de uma substância de se solubilizar em uma fase oleosa, ou a capacidade de se solubilizar em lipídeos, com isso espera-se que quanto maior for essa lipossolubilidade, mais facilmente o fármaco atravessa a membrana. A hidrossolubilidade seria a capacidade de uma substância em se dissolver em meio aquoso. Para permear facilmente pela membrana um fármaco deve ser lipossolúvel, mas para ser absorvido o fármaco deve estar dissolvido em algum fluido corpóreo, logo ele deve ser hidrossolúvel também. No entanto, um fármaco com alta lipossolubilidade possui baixa hidrossolubilidade (abaixo será mostrado o que é alto e baixo), o que pode-se perceber é que a mesma molécula deva possuir características que podem ser opostas entre si, isso é possível devido aos fármacos serem eletrólitos fracos (base ou ácido), assim, a depender de seu pKa e pH do meio, pode-se encontrar o fármaco em sua forma ionizada (hidrossolúvel) ou não-ionizada (lipossolúvel). Uma forma de se mensurar essa relação entre a lipossolubilidade e hidrossolubilidade é através do coeficiente de partição octanol/água (P). Este coeficiente indica a tendência preferencial do fármaco se dissolver em uma fase oleosa ou aquosa. O logaritmo desse coeficiente é chamado de logP. Se o logP = 0, pode-se deduzir que P = 1, mostrando que o composto possui afinidade igual as duas fases (oleosa e aquosa); se logP < 0, significa que P < 1, assim a solubilidade é maior na fase aquosa; se o logP > 0, o P > 1, mostrando que o composto tem afinidade maior pela fase oleosa. Quanto maior o valor de logP mais hidrofóbico e lipossolúvel será o fármaco. Esse valor de logP pode variar de -3 a 7, no entanto, o valor ideal para fármacos fica entre 2 a 5, isso porque valores abaixo desse limite dificultam a permeação pela membrana plasmática, enquanto que fármaco com logP maior que 5 podem ficar retidos na membrana, devido a sua alta lipossolubilidade. Outra característica ligada ao fármaco que pode afetar a absorção é a carga elétrica do fármaco, pois substâncias com carga elétrica tendem a permear mais dificilmente, seja por atração ou repulsão com a carga existente na membrana. Assim, o ideal é que o fármaco não possua carga elétrica no momento de sua absorção, ou ele esteja em sua forma não ionizada. Como os fármacos são ácidos ou bases fracas, pode-se utilizar a seguinte relação: quando o pH do meio está acima do pKa de um composto ácido, este encontra-se mais em sua forma iônica, já quando este for uma base, se encontrará em sua forma não iônica, destaca-se que a relação inversa também é possível. Compostos ionizados tendem a apresentar uma hidrossolubilidade maior e lipossolubilidade menor, mais um fator que corrobora a citação acima, que fármacos com carga elétrica tendem a ter uma passagem pela membrana mais dificultada. Pode-se estudar a relação entre pKa do fármaco e pH do meio pela equação de Handerson- Hasselbach, essa equação será descrita da seguinte forma: Para ácidos: pH = pKa + log [A-]/[HA] [A-] ionizado [HA] Não ionizado Para bases: pOH = pKb + log [B]/[BH+] [B] Não ionizado [BH+] Ionizado Observando uma situação hipotética para um fármaco ácido com pKa = 7,5 e o pH estomacal de 1,5, têm-se: 1,5 = 7,5 + log[A-]/[HA] -6 = log[A-]/[HA] 10-6 = [A-]/[HA] 1/1000000 = [A-]/[HA] Assim tem-se 1000000 partes da forma HA para cada 1 forma A-, sendo assim a forma não ionizada predomina, logo a absorção é alta nesse meio. Considerando em outro exemplo um fármaco alcalino com pKb = 3 e em um meio com pH = 8, logo: 8 = 3 + log [B]/[BH+] 5 = log [B]/[BH+] 105 = [B]/[BH+] Para cada 1 forma [BH+] (ionizada) há 100.000 na forma [B] (não ionizada), sendo então a absorção alta nesse meio. A massa molecular é um outro parâmetro ligado ao fármaco que influencia no momento da absorção, compostos com alto peso molecular (acima de 500Da) atravessam a membrana com muita dificuldade, quanto menor a massa molecular mais facilmente o composto atravessa a membrana plasmática. Situações como o da Vancomicina, que apresenta massa molecular de 1250 Da, ilustram bem o relatado acima, pois esse fármaco não apresenta absorção quando administrado pela via oral, os comprimidos de Vancomicina são empregados para tratamento de infeções no trato gastrointestinal, para infecções sistêmicas utiliza-se a via parenteral. O fármaco para ser absorvido deve manter suas propriedades que facilitem o processo de absorção, assim a estabilidade química também deve ser avaliada, pois fármacos com baixa estabilidade, geralmente apresentam perfil de absorção baixo. Tal fato pode ser explicado devido a alta reatividade facilitar a complexação ou quelação do fármaco com outras substâncias químicas ou alimentos, o que faz sua massa molecular aumentar reduzindo assim a absorção. A falta de estabilidade química pode resultar em compostos com baixa lipossolubilidade ou compostos ionizados, em ambos os casos ocorre redução da absorção. A estabilidade química influencia de maneira tão marcante que alguns fármacos não são administrado pela via oral, devido a sua baixa absorção ocasionada pelas reações de biotransformação que as moléculas sofrem ao longo do percurso e perdendo suas propriedades que possibilitem a sua absorção. Para ser absorvido o fármaco necessita estar dissolvido em um fluído corpóreo, como citado acima , no entanto, o fármaco não é administrado na forma como se encontra na natureza, geralmente, ele se encontra em uma forma farmacêutica, desta forma, para ser absorvido o fármaco inicialmente deve se liberar dessa forma farmacêutica, a forma como o fármaco se libera dessa forma farmacêutica e entra em solução é chamado de dissolução. A quantidade de fármaco que passa para o estado solvatado por unidade detempo, sob condições definidas (temperatura, tempo e composição do meio de dissolução) é chamada de velocidade de dissolução. A velocidade de dissolução pode afetar a absorção de fármacos, mas há um detalhe muito importante a ser analisado neste ponto, pois caso o fármaco tenha rápida passagem pela membrana plasmática, quanto mais rápido for essa velocidade de dissolução menor será o tempo para o fármaco atingir a corrente sanguínea. No entanto, se o fármaco possuir uma passagem pela membrana plasmática lenta, mesmo que a velocidade de dissolução apresente-se rápida, o tempo para o fármaco atingir a corrente sanguínea não será afetado de forma significativa, mas pode-se favorecer um contato maior com o fármaco com a região de absorção. Percebe-se que a velocidade de dissolução pode ser empregada para controlar o inicio ou manutenção do efeito farmacológico, e uma forma de controlar essa velocidade de dissolução é através de modificações nos componentes da forma farmacêutica, alguns exemplos são mostrados na figura abaixo: Formas Farmacêuticas controlando a taxa de dissolução Fonte: Lullmann, H. et al. Color Atlas of pharmacology. 2 nd edition. New York, 2000. Comprimidos de liberação imediata foram desenvolvidos para disponibilizar o fármaco mais rapidamente para sua absorção, enquanto que os comprimidos de liberação retardada liberam o fármaco paulatinamente ao longo do dia, proporcionando um efeito mais duradouro. Sempre que se analisa a absorção de fármacos é comum relacionar que para ser absorvido um composto necessita possuir log P entre 2 e 5, massa molecular abaixo de 500Da, apresentar-se em sua forma não ionizada e se dissolver facilmente, no entanto, essas características que foram abordas, indicam que os fármacos que preencherem as mesmas serão absorvidos mais facilmente ou até mesmo de forma passiva, no entanto, moléculas que não apresentem essas características, podem ser absorvidas também, no entanto em uma velocidade e/ou proporção menor, e em outros casos podem necessitar de moléculas transportadoras presentes na membrana plasmática. Desta forma um fármaco polar pode ser absorvido via um canal aquoso, moléculas com massa molecular superior a 500Da podem ser absorvidas via proteínas transportadoras. Um resumo destes achados pode ser visto na figura abaixo: Efeito de propriedades físico-químicas dos fármacos sobre a absorção Quando os fármacos necessitam de proteínas transportadoras para serem absorvidos deve-se considerar que compostos químicos de mesma natureza (ácido ou básicos) podem competir por essa proteína de transporte, sendo o fármaco de maior afinidade transportado e o de menor não, isso pode levar a redução da taxa (velocidade) ou grau (quantidade) da absorção. 4) Defina agonista e antagonista. Agonistas: causam alterações na função celular, produzindo vários tipos de efeitos. Antagonistas. Substância que se liga ao receptor sem causar ativação impedindo consequentemente a ligação do agonista. Antagonismos: Antagonismo químico: duas substâncias se combinam em solução , perdendo-se o efeito do fármaco ativo. Ex: Uso de agentes quelantes (dimercaprol)que se ligam a metais pesados reduzindo sua toxicidade Antagonismo farmacocinético: o Antagonista reduz efetivamente a concentração do fármaco ativo em seu local de ação. Podendo ser: Através do aumento da velocidade de degradação do fármaco ativo. Ex: Warfarin + Fenobarbital = - efeito do warfarin; Redução da velocidade de absorção da susbstância ativa ; Aumento na taxa de excreção renal Antagonismo competitivo: ambos os fármacos se ligam aos mesmos receptores (reversível ou irreversível) Antagonismo fisiológico: substâncias de ações opostas tendem anular uma o efeito da outra. Ex: histamina atua sobre os receptores das células parietais da mucosa gástrica estimulando a secreção de ácido, enquanto o omeprazol bloqueia esse efeito ao inibir a bomba de prótons. 5) Explique por que o pH afeta a absorção dos fármacos. Quando ingerimos um fármaco via oral por exemplo, o fármaco passa por dois extremos de pH, passando do estômago (ácido) ao intestino (alcalino) ficando claro que a influência do pH merece uma atenção maior. Via de regra os fármacos são ácidos fracos ou bases fracas, logo existem na forma ionizada e não ionizada no meio. A forma não ionizada do fármaco é mais apolar e mais fácil de ser difundida pela membrana plasmática, diferente da forma ionizada, que possui carga e uma polaridade elevada. Os fármacos polares possuem um alto grau de dificuldade em transpor a membrana plasmática, porém Rang & Dale (p. 101, 2012) afirmam que a impermeabilidade membranar absoluta a moléculas polares (sem ajuda de transportadores) é algo que não deve ser levado ao extremo. A membrana plasmática possui várias características como fluidez e flexibilidade, então é completamente possível que em algum momento ou situação ocorra esse transporte de moléculas polares através da membrana. Porém este transporte deve ocorrer de maneira reduzida em quantidade e sem comparação com a solubilidade de compostos apolares em termos de difusão membranar. o Entendendo o equilíbrio em função do pH: Pegando a equação de dissociação de um ácido temos que: Figura 01 – Reação de dissociação Note que a equação tende ao equilíbrio, então o ácido em um meio aquoso vai se dissociar até que a fração ionizada seja equivalente a não ionizada, formando assim um equilíbrio. O processo é observado de maneira diferente quando nós temos o contato de um ácido fraco com o meio básico. Os ácidos fracos (p ex. fármacos) tendem a se dissociar com mais intensidade em meios alcalinos buscando a neutralização. Supondo que um ácido fraco seja administrado em um meio como, por exemplo, o plasma sanguíneo (pH em torno de 7,4), ele tende a se dissociar mais em comparação a administração do mesmo fármaco no corpo gástrico, onde o pH gira em torno de 1,4. Partindo desse pressuposto, podemos imaginar que um fármaco seria melhor absorvido no estômago (pH ácido), por estar menos dissociado e teria dificuldade de ser absorvido no intestino (pH básico), devido ao alto grau de ionização, correto? Errado. Quimicamente falando faz todo o sentido, porém quando vamos estudar a fisiologia anatômica dos dois órgãos podemos ver que o estômago, além de ter pouca área de absorção, possui as células mucosas que são responsáveis pela produção do muco gástrico, dificultando ainda mais a absorção do fármaco. Diferente do estômago o intestino possui uma grande área disponível para absorção (cerca de 200 m²) e as vilosidades que facilitam com que o fármaco chegue a circulação sanguínea. Por mais que a porção ionizada seja predominante no intestino dificultando a sua absorção, temos que lembrar que estamos falando de ácidos e bases fracas, que tendem a se dissociar pouco. Lembrando também que os testes clínicos e a formulação dos fármacos levam em consideração a perda em cada dose devido a ionização, metabolismo, excreção, dentre outros fatores. Como resultado desse estudo prévio temos o efeito terapêutico alcançado e uma biodisponibilidade apreciável. o Prática clínica: A ionização de fármacos explica vários fatos clínicos como, por exemplo, o motivo pelo qual existe uma diminuição de efeitos sedativos dos antagonistas histamínicos (H1) de segunda geração. Os fármacos pertencentes a essa classe encontram-se ionizados no plasma sanguíneo fisiológico ocasionando uma diminuição da difusão através da barreira hematencefálica, diminuindo assim a interação com o sistema nervoso central. Já os de primeira geração encontram-se não ionizados no plasma, logo são mais apolares e possuem um nível de difusão membranar elevado, podendo alcançar o sistema nervoso central com mais facilidade. Um fenômeno observado quando ocorre o acúmulo de fármaco em um meio específico é o chamado aprisionamento iônico.Este aprisionamento ocorre quando um fármaco passa de um meio para outro (meio extra para o meio intracelular por exemplo) e é ionizado, formando um acúmulo desse fármaco em um dos meios. Já que ele se encontra ionizado fica complicado a volta para manter o equilíbrio da concentração, ocasionando esta situação de aprisionamento. De modo geral drogas ácidas tendem a permanecer no meio extracelular e drogas básicas no meio intracelular, tendo em vista que o pH do meio intracelular é em torno de 7,0 e do meio extra em torno de 7,35. Existem grupos de fármacos que se utilizam deste mecanismo para ter seu efeito terapêutico. É o exemplo de alguns fármacos antimaláricos (como a Cloroquina) que no ambiente ácido do vacúolo alimentar do parasita a base livre fica aprisionada, o que contribui para a interrupção da via de digestão da hemoglobina. Este mecanismo de digestão é o foco do efeito tóxico do parasita. Segundo Goodman (2012), nos túbulos renais, onde um fármaco lipossolúvel pode ser reabsorvido por difusão passiva, a excreção deste mesmo fármaco pode ser facilitada alterando-se o pH da urina. Quanto mais alcalina for a urina mais ela irá favorecer a excreção de fármacos ácidos, pois a ionização do mesmo irá diminuir o seu coeficiente de partição. Acontece o mesmo com fármacos básicos em meios ácidos. 6) Quais são os mecanismos para absorção de um fármaco? Absorção: A absorção descreve a taxa de saída do fármaco de seu local de administração e a extensão com o que isso ocorre. Schellack, descreve a farmacocinética como a vertente da farmacologia que estuda “o que o corpo faz com o fármaco”, uma analogia brilhante para a didática do conteúdo. Sendo assim, a absorção é o primeiro passo para a ação do fármaco no organismo. Um parâmetro muito importante quando se fala de farmacocinética é a biodisponibilidade. Ela é descrita como sendo a fração do fármaco que consegue alcançar a circulação sistêmica a partir de sua via de administração. Logo a via de administração é um fator crucial para o sucesso da terapêutica. Via Oral: A absorção a partir do trato digestivo é regulada por diversos fatores como: área de superfície de absorção, fluxo sanguíneo local, estado físico do fármaco (solução, drágea, comprimido, etc), sua solubilidade em água e concentração no local de absorção. Como a maior parte da absorção dos fármacos é feita a partir de processos passivos, ou seja, a favor de um gradiente eletroquímico, quanto mais lipossolúvel um fármaco for mais rapidamente ele será absorvido. Por esta via o fármaco irá encontrar diversas dificuldades nos mais variados compartimentos antes de alcançar a circulação sistêmica. Temos como primeiro exemplo o estômago com concentrações apreciáveis de ácido clorídrico e outras enzimas como pepsina, originadas do pepsinogênio secretado. Ao passar pelo estômago o fármaco cairá no intestino, sofrendo ações metabólicas de um pH mais elevado e de enzimas intestinais. Existem, também, bactérias que biotransformam, ali mesmo, boa parte de seus componentes. Com o intestino bem perfundido de sangue, o fármaco chega finalmente ao sistema portal hepático. No fígado ele vai encontrar os hepatócitos e o sistema microssomal P450 (conhecido por ser um dos principais focos de biotransformação do corpo) para então alcançar a veia cava inferior e chegar ao coração. Nesse processo podemos notar que o fármaco necessita superar várias dificuldades antes de chegar a circulação, porém, mesmo assim, a via oral é a principal via utilizada para administração de fármacos. Por que? Porque além do ato de deglutir ser natural, na grande maioria das vezes o paciente não necessita de ajuda de um profissional capacitado para administrar o fármaco. Fora isso, os farmacologistas e desenvolvedores farmacotecnólogos conseguem uma biodisponibilidade notória com as mais diversas apresentações farmacêuticas do mercado. Comprimidos revestidos, de ação prolongada, orodispersíveis, dentre outros, são respostas dos estudiosos a todos esses entraves impostos pelo corpo. Sendo assim, é possível “driblar” esses obstáculos e ter uma boa resposta terapêutica. Sem contar que não são todos os fármacos que sofrem todos esses processos. Distribuição: O fármaco após ser absorvido será distribuído pelo corpo através do sistema eficiente de bombeamento que o coração proporciona. Ele pode ser encontrado de duas formas na circulação: livre ou ligado a uma proteína plasmática. – O que seria essa proteína plasmática? Quando o fármaco entra na circulação sistêmica, ele vai encontrar certas proteínas com perfeita afinidade por eles. Como principais exemplos podemos citar a α1 – glicoproteína ácida e a Albumina (que possui uma concentração de 4g / 100 ml (cerca 0,6 mmol / l de sangue). Enquanto o fármaco estiver ligado a uma proteína plasmática ele torna-se “inativo” devido a não especificidade com o alvo molecular, logo, podemos concluir que apenas a fração livre possui atividade farmacológica. Vale ressaltar que a albumina tem maior afinidade por fármacos ácidos (como o ácido acetilsalicílico) e a α1 – glicoproteína ácida por fármacos básicos. É sabido que a albumina também carreia certos fármacos básicos, porém em menor quantidade no que comparado a gama de fármacos ácido que a mesma transporta. Doenças como câncer, artrite e doença de Crohn aumentam os níveis plasmáticos da α1 – glicoproteína ácida, podendo-se esperar, em termos clínicos, alterações no tempo de resposta da atividade farmacológica de fármacos básicos. Fonte: http://drugdiscovery.com/upimages/1373879497_albumin.jpg Os fármacos podem ser encontrados na forma ionizada e não-ionizada no plasma, dependendo do pKa deles. Certas áreas do corpo possuem variações grandes de pH, fato este que causa o chamado aprisionamento iônico. Isso explica alguns mecanismos de ação de fármacos, como por exemplo, o da Cloroquina. É de conhecimento científico que este fármaco possui atividade contra o agente causador da malária, agindo no processo digestivo da hemoglobina do mesmo. A cloroquina tem caráter básico, ao penetrar no parasita, ela adentra o vacúolo digestivo de meio ácido, acumulando-se ali, devido ao aprisionamento iônico. Com isso ela altera o processo de digestão da hemoglobina (fator crucial para a sobrevivência do parasita). Os fármacos, dependendo do seu coeficiente de partição, podem ligar-se a certos tecidos do corpo e formar reservatórios. O Tiopental é um exemplo clássico. Fármaco de ação ultracurta, barbitúrico não seletivo, possui efeitos que começam a aparecer após 30 ~ 40 segundos da administração endovenosa. Distribui-se por todo o corpo se acumulando no tecido adiposo devido a sua alta lipossolubilidade. Em uma única administração não causa maiores problemas (em doses posológicas), porém se administrado várias vezes pode trazer sedação excessiva devido à liberação gradativa do fármaco armazenado. Outro exemplo são alguns antibióticos que, devido a afinidade por cátions di e tri valentes, criam reservatórios nos ossos. As tetraciclinas são exemplo neste caso, assim como os metais pesados que podem acumular-se nos ossos por adsorção na superfície dos cristais ósseos e finalmente pela incorporação do arcabouço do cristal. A Redistribuição também é uma característica importante na cinética da distribuição. Quando este fenômeno ocorre a ação do fármaco começa a ser diminuída, pois boa parte da fração que está fazendo efeito no sítio alvo será realocada para outras partes do corpo. Isso ocorre devido ao fator equilíbrio. É de conhecimento comum que os fármacos, assim como várias outras substâncias, ao adentrar o nosso corpo tendem a manter um equilíbrio em termos de concentração. Admitindo-se o equilíbrio, a concentração de um fármaco tende ser a mesma do lado interno e externo da membrana plasmática. Sendo assim, a medida que o fármaco alcança a circulação sistêmica ele vai tentar mantero equilíbrio entre a fração livre e ligada. 7) O que é farmacocinética? Apresente os dois modelos. Estuda quantitativamente a cronologia dos processos metabólicos da absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. Absorção Distribuição Biotransformação Excreção MODELOS FARMACOCINÉTICOS: 1- Corpo é imaginado como um só compartimento, onde a droga penetra e onde é eliminada 2- Corpo formado por 2 compartimentos: um central – representado pelo sangue e o periférico - tecidos Modelo 1 Modelo 2 8) Quais são os fatores que podem influenciar na farmacocinética? 9) Se um fármaco é dado por via oral quais os fatores que podem afetar a absorção gastrointestinal? O grau de absorção dos fármacos é decisivo, para se obter o nível desejado da substância no sangue, particularmente quando a via escolhida é a oral. A absorção pelo trato gastrintestinal (TGI) é regulada por fatores, tais como o estado físico da droga, a área da superfície para a absorção, o fluxo sanguíneo esplâncnico, e a concentração no local da absorção. Uma vez que grande parte da absorção pelo TGI ocorre por processos passivos, o fármaco é mais bem absorvido na forma não- ionizada e mais lipofílica. Assim, poder-se-ia esperar uma absorção ótima de ácidos fracos no meio ácido do estômago, enquanto a absorção de bases poderia ser favorecida no intestino delgado relativamente alcalino, todavia, é uma simplificação excessiva extrapolar o conceito de partição do pH para uma comparação de duas membranas biológicas diferentes, como os epitélios do estômago e do intestino. O estômago é revestido por uma membrana espessa, coberta de muco, com pequena área de superfície e alta resistência elétrica. A principal função do estômago é digestiva; por outro lado, o epitélio do intestino possui uma área de superfície extremamente grande - ele é fino, tem baixa resistência elétrica e sua principal função é facilitar a absorção de nutrientes. Dessa forma, qualquer fator que acelere o esvaziamento gástrico poderá aumentar a velocidade de absorção de um fármaco, ao passo que Fatores relacionados ao paciente Estados fisiopatológicos Idade Sexo Tabagismo Consumo de Alcool Uso de outros Medicamentos Anemias Disfunção hepática Doenças renais Insuficiência Cardíaca Infecção Queimaduras Febre qualquer fator que retarde o esvaziamento do estômago provavelmente terá o efeito oposto, independente das características do fármaco.(BENET et al, 1996) Estudos experimentais obtidos no trabalho clássico de BRODIE (1964) e de estudos mais recentes são compatíveis com a seguinte conclusão: a forma não-ionizada de uma droga será absorvida mais rapidamente do que a forma ionizada em qualquer lugar do TGI. No entanto, a velocidade de absorção de um fármaco no intestino será maior do que a no estômago mesmo quando o fármaco estiver predominantemente ionizado no intestino e em grande parte não- ionizado no estômago. Os fármacos que são destruídos pelo suco gástrico ou que irritam a mucosa gástrica, são administrados algumas vezes em formas com um revestimento que impede sua dissolução no meio ácido do estômago. Todavia, algumas preparações protegidas também podem resistir à dissolução no intestino, determinando muito pouca absorção do fármaco. A velocidade de absorção de um fármaco está estreitamente relacionada ao tempo necessário para que o fármaco atinja o seu nível plasmático efetivo e conforme a natureza da substância ingerida por via oral, absorção se dá em diferentes locais do trato digestivo. Assim, substâncias altamente lipossolúveis são absorvidas já pela mucosa bucal. Entre os fármacos mais utilizados por esta via, citam-se os nitratos e os nitritos, em formulações sublinguais para o tratamento de angina do peito. O segmento terminal do intestino grosso, o reto, também pode servir como local útil para administração de drogas, particularmente quando a via oral é inadequada. Esta via protege sensivelmente as drogas não apenas de alterações, mas também das reações de biotransformação que ocorrem no fígado. Entretanto, a absorção por esta via é freqüentemente irregular e incompleta e muitas drogas causam irritação da mucosa retal. 10) O que é distribuição? O que é efeito de primeira passagem? FÁRMACOS LIGADOS À PROTEÍNAS E HIDROSSOLÚVEIS FICAM PRINCIPALMENTE NO COMPARTIMENTO PLASMÁTICO FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS ACUMULAM-SE NO TECIDO ADIPOSO 11) Sobre biostransformação, responda: a) Quantas fases a biotransformação acontece? Duas fases b) O que acontece em cada fase? As reações de fase I consistem principalmente em oxidação, redução ou hidrólise, e, os produtos, com freqüência, são mais reativos quimicamente, entretanto, essas reações químicas podem resultar na inativação de um fármaco. As reações de fase II envolvem a conjugação que, normalmente, resulta em compostos inativos, e facilmente excretáveis, embora com exceções. A glicuronidação (também chamada de glicuronização) é a reação de conjugação mais comum e a mais importante, embora possa ocorrer outra conjugação nesta fase que pode ser acetilação, sulfatação ou amidação. 12) Sobre o processos de biotransformação, responda: a) O que é biotransformação? Biotransformação, transformação metabólica ou bioconversão é o processo em que substâncias como fármacos, nutrientes, dejetos e toxinas dentro de um organismo, passam por reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que o convertem em um composto diferente do originalmente administrado. b) O que é reação de fase I e de fase II? As reações de biotransformação são classicamente divididas em dois tipos: as reações de oxidação/redução (fase I) e de conjugação/hidrólise (fase II). Tipicamente, as reações de oxidação transformam o fármaco em metabólitos mais hidrofílicos pela adição ou exposição de grupos funcionais polares, como grupos hidroxila (-OH), tiol (-SH) ou amina (-NH2). Com freqüência, esses metabólitos são farmacologicamente inativos e podem ser secretados sem qualquer modificação adicional. Entretanto, alguns produtos de reações de oxidação e de redução necessitam de modificações adicionais antes de serem excretados. As reações de conjugação (fase II) modificam os compostos através da ligação de grupos hidrofílicos, como o ácido glicurônico, criando conjugados mais polares. É importante assinalar que essas reações de conjugação ocorrem independentemente das reações de oxidação/redução e que as enzimas envolvidas nas reações de oxidação/redução e de conjugação/hidrólise freqüentemente competem pelos substratos. c) O que são fármacos indutores e inibidores da CYP 450? A administração de dois ou mais fármacos que são metabolizados pelo mesmo sistema enzimático, pode levar a alterações no perfil farmacológico de alguns dos agentes terapêuticos empregados. Essas alterações podem explicar muitas respostas inesperadas, ausência de efeito ou até mesmo serem empregadas como recursos para o tratamento do paciente. Para seu metabolismo, boa parte dos fármacos, são biotransformados com auxílio de enzimas, ocorre que alguns fármacos podem competir pelo mesmo sistema enzimático, e com isso, vem a interação farmacológica, que pode, anular, reduzir ou aumentar o efeito dos agente envolvidos. Quando se falar em metabolismo, duas interações são possíveis de ocorrer: a) Indução enzimática e a b) Inibição enzimática. A indução enzimática provoca aumento no número de enzimas, com este aumento ocorre um acréscimo na taxa de metabolismo, que provoca, consequentemente, uma redução na duração ou intensidade de ação de alguns fármacos. O Fenobarbital é um potente indutor da família CYP3A, apenas como exemplo, o paracetamol, diazepam, sulfametoxazol, espironolactona, etinilestradiol, fentanila e budesonida são metabolizados por estamesma subfamilia, logo, o fernobarbital pode reduzir, gradativamente, o efeito destes fármacos. A redução gradativa do efeito, caracteriza-se como Tolerância, assim, a indução enzimática é um dos motivos que levam a tolerância a fármacos, portanto, o uso a longo prazo de fenobarbital pode desencadear tolerância, tanto do próprio fenobarbital, quando de outros fármacos que sejam metabolizados pelo mesmo sistema enzimático. A utilização de animais para a predição de indução enzimática de fármacos pode ser considerada de pouca relevância em alguns casos. O mesmo exemplo citado acima, fenobarbital, induz a predominantemente a CYP2B em ratos, enquanto que em humanos a família induzida é a CYP3A. Mais recentemente, entretanto, utilizam-se técnicas com hepatócitos humanos para avaliar a indução enzimática em humanos do citocromo P-450 para uma variedade de agentes terapêuticos. Como uma faca de dois gumes, a indução de enzimas pode levar a uma diminuição da toxicidade através da aceleração de desintoxicação, ou a um aumento da toxicidade devido ao aumento da formação de matabólitos reativos. Dependendo do delicado equilíbrio entre detoxificação e ativação, a indução pode ser uma resposta benéfica ou maléfica. A inibição enzimática leva a uma redução na taxa de metabolismo e com isso o efeito terapêutico pode aumentar. Vários mecanismos estão envolvidos na inibição de enzimas, incluindo a concorrência para o sítio catalítico da enzima, interação (alostérica) não competitiva, a destruição suicida da enzima, e concorrência para cofatores. Entre estas, a inibição competitiva é provavelmente o mais comum. Se a inibição da enzima ocorre pela interação de dois substratos concorrentes da mesma enzima, a natureza competitiva da inibição dependerá do valor do Km do substrato e da constante de dissociação de um inibidor (Ki) e da concentração do inibidor no local. A inibição enzimática é geralmente considerada como potencialmente perigosa, ou, pelo menos, indesejável. No entanto, há situações, em que essas interações podem ser exploradas. Por exemplo, o cetoconazol é utilizado com a ciclosporina A a prolongar a eliminação deste último. Cetoconazol, que é um agente anti-fúngico potente, e a ciclosporina, que é um agente amplamente utilizado como imunossupressores, são substratos para a CYP3A4. A idéia é usar, o relativamente barato, cetoconazol para inibir o metabolismo da ciclosporina, minimizando o custo da terapia a longo prazo com esta droga muito cara. Da mesma forma, durante a Segunda Guerra Mundial, quando as penicilinas eram muito caras, a probenecida era co-administrada para retardar a excreção renal dos antibióticos. 13) O que é Farmacodinâmica? Estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação. 14) O que é receptor farmacológico? Um receptor farmacológico é qualquer componente biológico que interage com uma molécula da droga, produzindo um efeito sobre o organismo. 15) Quais os alvos para a ação dos fármacos? Ao entrar em contato com o organismo, o fármaco irá promover alterações no sistema fisiológico, a fim de produzir seu efeito terapêutico. Para isto, este fármaco percorrerá determinados caminhos, conhecidos como mecanismos de ação, sendo específico para cada classe de medicamentos. Contudo, a ação farmacológica pode ser classificada em dois grandes grupos, quanto ao seu mecanismo de ação, sendo estes os mecanismos inespecíficos e os específicos. Os fármacos com ação inespecífica, também conhecidos como estruturalmente inespecíficos, são aqueles cuja resposta farmacêutica independe da interação com alvos moleculares (receptores, proteínas carreadoras, enzimas). A ação dependerá, portanto, de suas propriedades físico-químicas, tais como a solubilidade, grau de ionização, poder de oxi-redução e tensão superficial. Por não apresentarem como requisito a relação entre a estrutura química e a atividade, essas drogas comumente necessitam de concentrações elevadas para a obtenção da resposta terapêutica. Um clássico exemplo de fármacos estruturalmente inespecíficos são os antiácidos, que atuam aumentando o pH estomacal através da reação de neutralização, sem interagir com um receptor específico. Os fármacos com ação específica compreendem o mecanismo mais comum, abrangendo a maioria dos fármacos empregados. Também conhecidos como estruturalmente específicos, apresentam a ação ao se ligarem a moléculas alvo específicas. Desta forma, apresentam alto grau de seletividade, e a atividade dependerá da interação da estrutura química do fármaco com o sítio de ação específico. Tal característica faz com que fármacos de estrutura similar geralmente apresentem o mesmo efeito, além de possibilitar o uso de concentrações inferiores àquelas observadas ao uso de fármacos inespecíficos. De acordo com o sítio de ligação desses fármacos, podemos ter: Atuação sobre enzimas: podem atuar ativando ou inibindo enzimas. Um exemplo desta ação é a interação de anticolinesterásicos com a enzima acetilcolinesterase (enzima que degrada a acetilcolina em colina + acetato), resultando em inativação reversível ou irreversível da enzima, e o consequente aumento da concentração da acetilcolina. Exemplos de fármacos que bloqueiam de forma reversível são a neostigmina e a piridostigmina, e os anticolinesterásicos irreversíveis são representados pelos organofosforados. Interação com proteínas carregadoras: essas proteínas facilitam o transporte de substâncias através da membrana celular, sendo o alvo de diversos fármacos, que atuam competindo com essas substâncias pelo sítio de ligação. Os antidepressivos tricíclicos, por exemplo, atuam bloqueando a recaptação do neurotransmissor noradrenalina, promovendo o aumento de sua concentração da fenda sináptica e a consequente resposta terapêutica. Interferência com os ácidos nucleicos: fármacos que afetam a função gênica, podendo atuar como inibidores da biossíntese dos ácidos nucleicos e inibidores da síntese proteica. Por não possuírem seletividade, atuando em células de parasitas e nas nossas células, apresentando alto grau de toxicidade. Atuam principalmente sobre as enzimas envolvidas na formação de nucleotídeos ou na formação de ácido nucleicos. Alguns antibióticos como as tetraciclinas e o cloranfenicol atuam inibindo a síntese proteica nos ribossomos, ao dificultar a tradução da informação genética. Os agentes quimioterápicos, tidos como antineoplásicos, também atuam na síntese proteica, porém de uma forma mais abrangente. Interação com receptores: podem atuar ativando ou bloqueando os receptores, que são macromoléculas funcionais onde o fármaco se liga. Fármacos que ativam os receptores são conhecidos por agonistas, e aqueles que atuam bloqueando o receptor, de forma a reduzir ou até anular a atividade do outro fármaco administrado simultaneamente, são conhecidos como antagonistas. A adrenalina é um exemplo, tendo sua ação antagonizada pela prazosina, que ao se ligar em receptores do tipo alfa-1, bloqueia a ação vasoconstritora da adrenalina, tendo seu efeito reduzido. 16) O que é um agonista pleno, agonista parcial e um antagonista? Em farmacologia, um agonista parcial é um fármaco que se une a um dado receptor, estimulando-o com menor potencial do que o estimulante original endógeno (um agonista pleno, também chamado total, integral ou completo). Agonistas parciais também podem ser considerados ligandos que apresentam tanto efeitos agonistas como efeitos antagonistas: quando um agonista pleno e um agonista parcial estão presentes ao mesmo tempo, o agonista parcial atua como um antagonista competitivo, isto é, um antagonista que se une a um receptor celular mas não o ativa, competindo com o agonista pleno pela ocupação do receptor e produzindo menor ativação do receptor do que a observada quando o agonista pleno está sozinho. Clinicamente, os agonistas parciais podem ser utilizadospara ativar receptores de modo a dar uma resposta submáxima desejada quando não há quantidades endógenas adequadas do ligando, ou podem reduzir a sobreestimulação dos receptores quando há quantidades excessivas do ligando. Alguns fármacos comuns que atualmente são classificados como agonistas parciais de certos receptores incluem a buspirona, o aripiprazol, buprenorfina, a desmetilclozapina, o pindolol, a buspirona e a pentazocina.
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