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CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Professores: Esp. Robson Gonçalves da Silva Esp. Luis Fernando Otero Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfi co Thayla Guimarães Design Educacional Rossana Costa Giani Design Gráfi co Victor Augusto Thomazini Ilustração Victor Augusto Thomazini DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Robson Gonçalves da; OTERO, Luis Fernando; JOSEPETTI, Damaris Gonçalves; PIZZAIA, Angela Ferreira de Lima. Gestão de Pessoas na Administração Pública. Robson Gonçalves da Silva, Luis Fernando Otero, Damaris Gonçalves Josepetti, Angela Ferreira de Lima Pizzaia. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 33 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão. 2. Administração. 3. Pública. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 354 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 09| ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 11| ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 17| AGENTES PÚBLICOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender a extensão da administração pública. • Conhecer a organização política-administrativa do Brasil. • Demonstrar as formas e os tipos de agentes públicos. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Administração Pública • Estrutura da Administração Pública • Agentes Públicos CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), você está iniciando o estudo da gestão de pessoal na adminis- tração pública, este que é um dos assuntos fundamentais para se obter uma correta e eficiente gestão da coisa pública. Portanto, é um dos temas que deve ser tratado como importante para sua formação. Independentemente da área de sua atuação profissional, se tiver contato com a administração pública, os conhecimentos adqui- ridos nesta disciplina poderão ser colocados em prática em situações próprias ao contexto da administração pública, em especial na gestão de pessoal. Desta forma, neste estudo trabalharemos definições, conceitos e conteúdos gerais da gestão na administração pública que funcionarão como base para a com- preensão do tema. Sempre recomendo que ao desenvolver qualquer atividade, nos esforçamos ao máximo, dando o melhor de nós, ainda mais quando se trata da nossa vida profis- sional, por isso é importante conhecer os detalhes da temática desta disciplina, uma vez que deter o conhecimento necessário para o desenvolvimento de nossas atri- buições profissionais é fundamental. Pós-Universo 7 Entre esses detalhes precisamos conhecer qual é a estrutura da administração pública, seus conceitos e sua organização. Vale destacar que a base estrutural da ad- ministração pública pode ser reconhecida como sendo o aparelhamento do Estado. O que compõe este aparelhamento será determinado neste estudo, compreensão essencial para o aprofundamento da temática. Além da importância natural de se reter esses conhecimentos para qualquer cidadão, esses conceitos são fundamen- tais para compreender os conteúdos propostos na disciplina. Ainda para falar em gestão de pessoal devemos apresentar os conceitos relacio- nados às pessoas que fazem parte da administração pública, os chamados agentes públicos. Sem mais delongas, nesse contexto iniciaremos a apresentação dos conteúdos propostos para nossa disciplina. Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Antes de falar propriamente da gestão de pessoal na administração pública cabe ex- plicar o ambiente no qual será tratado o tema. No caso, iniciaremos nossos estudos explicando os conceitos relativos à administração pública. Hely Lopes Meirelles (2016) conceitua a administração pública como sendo tudo o que envolve a estrutura do Estado organizado para realizar serviços, objetivando à satisfação das necessidades coletivas. O aparelhamento do Estado pode ser tratado como o conjunto de todos os ele- mentos, equipamentos e pessoas que compõem o Estado. Esse aparelhamento precisa ser organizado com objetivo de acolher os anseios da população. Assim a administração pública pode ser compreendida como um conjunto de órgãos, que interagem entre si, a fim de cumprir as finalidades do Estado. Em tempo, pode-se dizer que o objetivo principal de qualquer órgão público é atender as ne- cessidades da sociedade, mediante a prestação dos serviços públicos. Teoria Geral de Administração Pública Ao longo do tempo vários autores desenvolveram conceitos sobre qual deveria ser o papel da Administração Pública e como deveria estar estrutu- rada. No link a seguir você poderá conhecer de forma resumida os conceitos de alguns destes autores: <http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/ teoria_geral_de_adm._publica_-_cap.3_0.pdf> saiba mais Em outras palavras, a administração pública só existe para atender os interesses da comunidade, assim como acontece em qualquer clube, condomínio ou outra forma de agrupamento organizado de pessoas, onde alguém deve ser o responsável por administrar os trabalhos e trabalhar para o bem comum desse grupo. Pós-Universo 10 Por exemplo, em um condomínio existem as áreas privativas de cada proprietário onde cada um cuida dos seus interesses, mas existem as áreas comuns que devem ser tratadas de forma igualitária, desde uma simples limpeza até a manutenção desses espaços. Para administrar essas áreas que são de todos é necessário que exista um síndico que tomará as decisões conforme o interesse da maioria dos condôminos. Se sairmos do condomínio e passarmos para a cidade perceberemos que existe a mesma relação entre as áreas privativas e as áreas comuns (ruas, praças, prédios públicos etc.). As áreas privativas são administradas pelos seus proprietários, mas as áreas comuns precisam de um administrador que dará o mesmo tratamento para as áreas da mesma natureza e deve tomar as decisões conforme a preferência da maioria da população. Cabe ressaltar que existe uma diferença entre as nomenclaturas administra- ção e administração pública. Administração se refere apenas ao órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a administração pública opera e atua concretamen- te. Por exemplo, quando falamos em administração nos referimos a uma prefeitura ou a uma secretaria. Já quando o termo for Administração Pública nos referimos ao conjunto de todos os órgãos da “máquina pública”, seja da administração direta ou indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Pós-Universo 11 ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Para uma melhor compreensão é necessário estudar a estrutura e as atividades da Administração Pública, o que só é possível por meio do estudo do Estado. Então, vamos conhecer esta estrutura. Conceito de Estado Existem diversas definições para Estado, porém de forma sucinta e completa pode-se definir Estado como a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e território determinado (AZAMBUJA, 1980 apud CARMO, 2009). Complementando essa definição, o Novo Dicionário Aurélio traz a definição de Estado como “Organismo político-administrativo que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um territóriodeterminado, é dirigido por governo próprio e se constitui pessoa jurídica de direito público, internacionalmente reconhecida”. De forma direta e compacta “a administração pública é a organização e a gerên- cia de homens e materiais para a consecução dos propósitos do governo” (WALDO, 1971, p.6 apud MATIAS, 2010, p. 62). Diante dessas definições pode-se dizer que o Estado é a organização máxima da sociedade de um país (que ocupa um determinado território), com um governo sobe- rano que administra os recursos que tem a disposição e pode-se acrescentar que essa organização é regida por um conjunto de normas onde a lei máxima é a Constituição. Elementos de Estado O Estado é constituído por quatro elementos: o poder político soberano, o povo, o território e o governo. Vamos compreender cada um deles? Pós-Universo 12 O Poder Político Soberano Diz respeito ao conjunto de normas e Leis que regulam o convívio social e que devem ser respeitadas por todos os integrantes do Estado. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) em seu Art. 5º, expressa: “ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi- lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: […] II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Este artigo deixa evidente que em nosso país devemos respeitar todas as leis e temos a garantia de que quaisquer pessoas que estejam em nosso país também deverão respeitar nossa legislação. Em contrapartida, ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se isso não estiver previsto em alguma lei. O Povo São todas as pessoas que integram um país, ou seja, é o elemento humano do Estado. Como visto, além de subordinar-se ao poder soberano, os cidadãos possuem direi- tos iguais perante a Lei. O Território É o espaço físico terrestre, aéreo e aquático onde o poder soberano é exercido pelo Estado. Portanto, os limites de um país se estendem em espaços terrestres, aéreos e aquáticos. O Governo É o núcleo decisório do Estado, ou seja, são cidadãos que representam, administram e organizam o Estado. Pós-Universo 13 Poderes de Estado O Estado se organiza em Poderes que realizam suas três principais funções: a norma- tiva, a administrativa e a judiciária que são exercidas, respectivamente, pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. O Art. 2º da CF/88 diz que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. O Poder Legislativo elabora as Leis e fiscaliza a aplicação dos gastos públicos, esse Poder é exercido pelo Congresso Nacional, dividido em Câmara dos Deputados e Senado, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Já o Poder Judiciário fiscaliza o cumprimento de Leis. Esse poder é exercido pelo Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal e Juízes Federais e Estaduais que em conjunto formam a chamada justiça comum. Também existe a justiça especializada em diferentes áreas como Trabalho, Eleitoral, Militar, Esportiva etc. Em todas estas áreas existem o Juiz, os Tribunais Regionais e o Superior Tribunal. O Poder Executivo, por sua vez, é o responsável por executar as despesas. O seu objetivo é administrar os recursos para a efetiva prestação dos serviços públicos à comunidade. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, pelos Governadores e pelos Prefeitos, auxiliados pelos Ministros, Secretários Estaduais e Municipais, respectivamente. Além destas atribuições típicas ou comuns aos poderes, estes também podem realizar atribuições atípicas diante de necessidades. Além das atribuições típicas próprias de cada poder, apresentadas nesta aula, existem também atribuições atípicas. Para melhor compreensão destas atri- buições atípicas leia o texto a seguir: O poder Legislativo pode realizar as seguintes atribuições atípicas: julgar altas autoridades em crimes de responsabilidade e administrar seus quadros. O poder Executivo pode realizar as seguintes atribuições atípicas: editar decretos e medidas provisórias e sancionar projetos de lei e julgar recursos interpostos pelos administrados no Tribunais administrativos. O poder Judiciário pode realizar as seguintes atribuições atípicas: iniciativa de leis sobre sua estrutura e funcionamento, elaboração de seu regimen- to interno e administrar seus quadros. Fonte: Nohara (2013). atenção Pós-Universo 14 Estrutura administrativa do Estado Compreendido o Estado e seus poderes, consideremos sua estrutura administrati- va. No Brasil, a reforma administrativa de 1967 definiu que a administração pública é constituída pela administração direta e a indireta, conforme ilustra a figura 1, a seguir. Administração Pública Figura 1 - Organização da administração pública Fonte: o autor (2017). Administração Direta A Administração Direta é o conjunto dos órgãos públicos que exercem as funções de Estado diretamente sem delegar suas responsabilidades a outras instituições, sendo dividida em órgãos, mas todos eles possuindo a mesma personalidade jurí- dica e compartilhando o mesmo CNPJ. Este contexto é composto pela Presidência da República, pelos Ministérios e pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário. Administração Indireta A Administração Indireta é constituída por entidades públicas dotadas de persona- lidade jurídica própria, vinculadas ao Estado por determinação legal. Podendo ser autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Este contexto caracteriza a descentralização administrativa das atividades do Estado. Pós-Universo 15 Vamos descobrir quais são estas entidades? • Autarquias As autarquias são entidades autônomas, com personalidade jurídica de direito público, dispõem de patrimônio, administração e finanças próprias e realizam atividades específicas de Estado, ou seja, não se subordinam hie- rarquicamente ao órgão da administração direta que a criou (MEIRELLES, 2016). Exemplos: Banco Central (BC), as agências reguladoras, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), etc. • Fundações Públicas As fundações são entidades sem fins lucrativos, com personalidade jurídi- ca pública ou privada, criadas com uma finalidade específica de interesse público, por exemplo, educação, pesquisa ou cultura, possuem autonomia administrativa, patrimônio próprio, mas seu funcionamento é custeado pelo poder público. Exemplos: FUNAI, IBGE, etc. • Empresas públicas As Empresas Públicas são organizações com personalidade jurídica de direito privado, com participação exclusiva do Estado em sua direção e capital, destinam-se à prestação de serviços industriais ou econômicos de inte- resse do próprio Estado ou da sociedade. Como exemplo tem-se a Caixa Econômica Federal (CEF), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). • Sociedades de economia mista As Sociedades de Economia Mista têm personalidade jurídica de direito privado, são criadas por lei, sob a forma de Sociedade Anônima, cujas ações, com direito a voto, pertencem em sua maioria ao Estado. As mesmas regem- -se pelas normas das sociedades mercantis. O Banco do Brasil, a Petrobras e a Eletrobrás são exemplos desta classe de administração indireta. Pós-Universo 16 Pós-Universo 17 AGENTES PÚBLICOS Agora que compreendemos a extensão da administração pública vamos iniciar o estudo relativo às pessoas que se vinculam à esta administração para prestar algum tipo de serviço, com ou sem vínculo trabalhista. Segundo Meirelles na categoriade agentes públicos encontram-se os agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados e agentes credenciados (MEIRELLES, 2016). Tais agentes são pessoas físicas que possuem vínculo com a administração pública. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as exerce, é um agente público. Por isto, a noção abarca tanto o Chefe do Poder Executivo (em quaisquer das esferas) como senadores, deputados e vereadores, os ocupantes de cargos ou empregos públicos da administração direta dos três Poderes, os servidores das au- tarquias, das fundações governamentais, das empresas públicas e sociedades de economia mista nas distintas órbitas de governo, os concessionários e permissioná- rios de serviços públicos, os delegados de função ou ofício públicos, os requisitados, os contratados sob locação civil de serviços e os gestores de negócios públicos. Conclui-se então que um agente público é uma pessoa que ocupa uma função estatal, a fim de prestar serviços à sociedade, como representante do órgão em que exerce a função. Para que uma pessoa se vincule a um órgão público é necessário que o órgão público crie um cargo e determina funções para esse cargo. Vamos entender um pouco mais sobre isto? Cargos e funções públicas Para cada agente público deve existir um cargo público correspondente. Assim, para que uma pessoa se transforme em agente público deve existir uma lei que crie esse cargo que será assumido pela pessoa (MEIRELLES, 2016). Podemos dizer que um cargo público é uma das partes do organograma do órgão público que o criou. Por exemplo, uma prefeitura quando cria uma secreta- ria deve definir quais cargos comporão essa secretaria, então desde o secretário até o mais baixo escalão deve ser contemplado na Lei, indicando nela a quantidade, o nome e, também, as funções de cada cargo. Pós-Universo 18 Dessa forma um cargo é a vaga que fica disponível para ser ocupada, exemplifi- cando, podemos ter um secretário, dois diretores, dez assessores, quinze assistentes etc. Mas o que cada uma dessas pessoas fará? Essa resposta deve ser encontrada na Lei que cria os cargos, ou seja, todas as funções que cada cargo deve desenvolver encontram-se na legislação. Assim, enten- demos que função é a atribuição (atividade) do cargo e para que existam agentes públicos devem existir cargos e funções. Figura 2 - Agentes Públicos Fonte: o autor (2017). Conforme se verifica na figura 2, para cada agente público existe um cargo com funções determinadas em lei e a vinculação de pessoas físicas a determinados cargos e funções é feita por meio da investidura. Investidura A investidura é o ato ou procedimento legal que transforma uma pessoa em Agente Público do Estado ao vinculá-la em um cargo existente e vago. Essa investidura pode variar conforme a natureza do cargo, do emprego da função ou do mandato que se atribui ao investido (MEIRELLES, 2016). Pós-Universo 19 Qualquer investidura deve assumir três variáveis podendo ser administrativa ou política, originária ou derivada, e ainda, vitalícia, efetiva ou em comissão, conforme ilustra a figura 3, a seguir. Figura 3 - Variações de investidura Fonte: o autor (2017). Investidura administrativa ou política A investidura administrativa se destina ao preenchimento dos cargos do serviço público nos três poderes, da administração direta, das autarquias e das fundações. A seleção normalmente é feita mediante concurso e a forma mais comum dessa in- vestidura é por meio de nomeação, por decreto ou portaria (MEIRELLES, 2016). Já a investidura política normalmente realiza-se por meio da diplomação dos eleitos em eleição direta ou indireta, mediante sufrágio universal, ou restrito a deter- minados eleitores na forma da Constituição da República. Segundo Meirelles (2016) o alicerce desta investidura é a situação cívica do cidadão, por este motivo se exige do candidato apenas a inteireza de seus direitos políticos. Os chamados cargos de primeiro ou segundo escalão de um órgão também podem ser de investidura política, sendo ocupados por pessoas indicadas pelos agentes políticos eleitos. Então, são investidos politicamente os agentes eleitos ou indicados por eles e administrativamente os demais. Pós-Universo 20 Investidura originária ou derivada A investidura originária é aquela investidura para o cargo que um agente é nomeado inicialmente, por exemplo, no caso de seleção por concursos, é a nomeação para o cargo em que concorreu. Enquanto o agente permanecer nesse primeiro cargo ele terá a investidura originária. A partir do momento que o agente obtém uma promoção ou ele é removido ou transferido, a investidura deixa de ser originária e passa a ser derivada. Ou seja, a investidura derivada só ocorre quando há anteriormente uma investidura originária. Investidura vitalícia, efetiva e em comissão A investidura vitalícia, como o nome indica, é aquela investidura perpétua, onde uma vez nomeado o agente só pode ser destituído por processo judicial. É o caso dos magistrados, que precisam dessa condição para poder fazer seu trabalho sem sofrer influências ou pressões. A investidura que dá a estabilidade aos servidores públicos é a efetiva. A mesma tem presunção de definitividade, mas deve passar pelo estágio probatório. Sua des- tituição depende de processo administrativo ou judicial, e Por último, a investidura em comissão é utilizada para cargos e funções de con- fiança, que ocupam lugares transitórios, sendo exonerados a qualquer momento. Pode-se dizer que esta se equipara às nomeações da iniciativa privada onde qual- quer funcionário pode ser demitido a qualquer momento. Vale a pena reiterar que a investidura recebe três variáveis, assim uma pessoa que passa em um concurso e é convocado para assumir um cargo, terá uma investidura administrativa, originária e efetiva. Já a pessoa que assume o cargo de prefeito, por ter sido eleito, ou que assume um cargo de secretário municipal por ter sido indica- do por um eleito, terão uma investidura política, originária e em comissão. A seguir serão apresentadas todas as formas de agentes públicos. Pós-Universo 21 Agentes Políticos Agentes políticos são os agentes que ingressaram no serviço público por eleição ou por indicação dos eleitos. Meirelles (2016) os define como sendo integrantes do Governo em seus primeiros escalões, alocados em cargos, funções, mandatos ou comissões. Tais alocações ou investidura pode se dar por nomeação, eleição, desig- nação ou delegação. Na visão de Di Pietro (2014, p.513), os agentes políticos são os que: “ Exercem típicas atividades de governo e exercem mandato, para o qual são eleitos, apenas os Chefes dos Poderes Executivos federal, estadual e muni- cipal, os Ministros e Secretários de Estado, além de Senadores, Deputados e Vereadores. A forma de investidura é a eleição, salvo para Ministros e Secretários, que são de livre escolha do Chefe do Executivo e providos em cargos públi- cos, mediante nomeação. E ainda, de acordo com a mesma autora (2014, p.512), “ Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à organização po- lítica do País, isto é, são ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado. Existem exigências para a escolha desses agentes. Tais exigências foram ampliadas pela Lei da Ficha Limpa em cargos eletivos. Ficha Limpa ou Lei Complementar nº. 135 de 2010 é uma legislação brasileira que foi emendada à Lei das Condições de Inelegibilidade ou Lei Complementar nº. 64 de 1990 originada de um projeto de lei de iniciativa popular idealizado pelo juiz Márlon Reis entre outros juristas que reuniu cerca de 1,6 milhão de assinaturas. Pós-Universo 22 A seguir são apresentadas as inovações impostas pela Lei da Ficha Limpa, na tabela 1: Tabela 1 - Inovações da Lei da FichaLimpa Situação Caracterização Duração Condenação criminal Não é necessário o trânsito em julgado. Basta que a condenação seja proferida por um tribunal por qualquer dos se- guintes crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o pa- trimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, di- reitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização crimino- sa, quadrilha ou bando; Desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cum- primento da pena Pós-Universo 23 Situação Caracterização Duração Rejeição de contas São duas hipóteses: a. a rejeição das contas políticas, se re- jeitadas pelo Parlamentar (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa e Câmara de Vereadores, con- forme o caso) geram inelegibilidade. b. as contas técnicas, ou contas de gestão, quando rejeitadas pelo Tribunal de Contas, já produzem a inelegibilida- de. Prefeitos que tenham usurpado a função de técnicos e movimentado pes- soalmente verbas públicas (o que não é a sua função) se tornam inelegíveis inde- pendentemente da posição da Câmara 8 (oito) anos contados da decisão do Parlamento ou do Tribunal de Contas, conforme o caso. Renúncia O mandatário que renuncia após ter sido protocolada uma denúncia capaz de levar à sua cassação fica atingido pela lei. Durante o período rema- nescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos sub- sequentes ao término da legislatura Quebra do decoro parlamentar Parlamentares de todos os níveis que perderam o mandato com base nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal ou normas correspondentes das Leis Orgânicas. Eleições que se realiza- rem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura Chefes do Executivo cassados Presidente, governadores, prefeitos e res- pectivos vices cassados pelo Parlamento por descumprimento à Constituição (ou Leis Orgânicas) Eleições que se realizarem durante o período rema- nescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos Aposentados compulsoria- mente Magistrados e membros do Ministério Público aposentados compulsoriamente ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar em razão de processo administrativo disciplinar ficam inelegíveis. 8 (oito) anos contados da decisão Pós-Universo 24 Situação Caracterização Duração Cassados por compra de votos (capta- ção ilícita de sufrágio) ou con- dutas vedadas a agentes públicos Aqueles que receberam condenação a perda do registro ou do diploma elei- toral por um Tribunal Regional Eleitoral ou pelo TSE, desde a decisão não tenha sido modificada posteriormente. 8 (oito) anos a contar da eleição em que ocorreu o fato Praticantes de abuso de poder político, eco- nômico ou dos meios de comunicação Aqueles que receberam condenação por um Tribunal Regional Eleitoral ou pelo TSE, desde que a decisão não tenha sido modificada posteriormente. 8 (oito) anos a contar da eleição em que ocorreu o fato Expulsos por conselhos profissionais Médicos, advogados, engenheiros, odontólogos e outros exercentes de profissões regulamentadas por lei ficam inelegíveis se forem expulsos de suas ati- vidades pelos Conselhos Profissionais. 8 (oito) anos contados da decisão Improbidade administrativa Condenados à suspensão dos direi- tos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbi- dade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimen- to ilícito Desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cum- primento da pena Servidores demitidos Demitidos do serviço público em de- corrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário 8 (oito) anos contados da decisão Realizadores de doações ilegais Pessoas físicas e dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previs- to no art. 22. 8 (oito) anos contados da decisão Fonte: Ficha Limpa / ABRACCI, s/d Pós-Universo 25 Atualmente essas exigências estão se estendendo para nomeação de qualquer cargo público por meio de leis, estaduais ou municipais, que trazem as mesmas exigências do dispositivo supracitado. Assim, pessoas indicadas para ocupar cargos públicos, também, devem ter fichas limpas. As modificações oriundas da Lei da Ficha Limpa caracterizam uma verda- deira revolução eleitoral, considerada por muitos como poderosa arma de depuração da política brasileira. Você acredita que esta lei é a solução para a corrupção em nosso país? reflita Agentes Administrativos Os Agentes administrativos são perfeitamente definidos por Meirelles (2016) como todos os indivíduos vinculados ao Estado ou à suas entidades autárquicas e funda- cionais. Tais vínculos se dão por meio de relações profissionais, sujeitas à hierarquia e ao regime jurídico definido pela entidade estatal a que servem. Esses agentes são escolhidos, normalmente, por concurso público e recebem uma contraprestação pecuniária pelo serviço prestado. Os agentes administrativos são a forma mais comum de agentes públicos, representando a grande maioria desses. Agentes Honoríficos São os cidadãos que assumem a função de agente público transitoriamente, confor- me explica Meirelles (2016, p 81). “ Cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamen- te, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração. Muitas pessoas já atuaram como agentes honoríficos sem saber disso. Um exemplo de agentes honoríficos são os mesários eleitorais, que não recebem remuneração pelo serviço prestado, sendo convocados pelas características citadas. Pós-Universo 26 Agentes Delegados São Pessoas Físicas ou Jurídicas que se encarregam, por determinação do Estado, da execução de atividade, obra ou serviço público, seguindo as normas que o Estado deveria seguir, assumindo a responsabilidade e atuando em nome próprio. Mello (2014, p.255) esclarece que os serviços são prestados por “pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal”. Meirelles (2016, p. 81) afirma que: “ São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob permanente fiscali- zação do delegante. Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissionários de obras e ser- viços públicos, tradutores, advogados, cartorários, leiloeiros e intérpretes públicos. Agentes Credenciados Por último, os agentes credenciados são definidos por Meirelles (2016, p. 82) como “os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante”.Podemos citar como exemplo, os tabeliães. Cabe ressaltar que os agentes honoríficos, agentes delegados e agentes cre- denciados são chamados, por Di Pietro (2014) e Mello (2016), de particulares em colaboração com o Poder Público. Essas categorias de agentes não fazem parte dos quadros de funcionários estatais, mas exercem função pública e por isso são classi- ficados como agentes públicos. atividades de estudo 1. D e acordo com nosso estudo a Administração Pública apresenta uma estrutura onde atua por meio da administração direta e indireta. Em relação a administração indire- ta, é correto o que se afi rma em: a) Tal administração está materializada pela Presidência da República, Ministérios e Secretarias. b) Os órgãos que compõem esta administração não apresentam personalidade ju- rídica própria. c) Esta administração é caracterizada pela descentralização administrativa das ati- vidades do Governo. d) Fundações públicas, empresas públicas e autarquias, não compõe esta administração. e) Todas as alternativas estão corretas. 2. Como vimos ao longo desta aula, o Estado é constituído por quatro elementos, o poder político soberano, o povo, o território e o governo. Quando dizemos que tal elemento é o núcleo decisório do Estado, ou seja, são cidadãos que representam, administram e organizam o Estado, estamos nos referindo a qual elemento? a) Ao povo. b) Ao território. c) Ao poder político soberano. d) Ao governo. e) Todas as alternativas estão corretas. atividades de estudo 3. Ao nos referirmos aos poderes do Estado, estamos falando sobre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Tais poderes desempenham atribuições típicas e atípicas. A função atípica, julgar altas autoridades em crimes de responsabilidade e administrar seus quadros, é própria de qual poder? a) Poder Executivo. b) Poder Judiciário. c) Poderes Legislativo e executivo. d) Poder Legislativo. e) Todas as alternativas estão corretas. resumo Neste primeiro encontro foram apresentados os primeiros conceitos fundamentais para o entendimento da nossa disciplina. A partir de agora você já conhece a estrutura da administração pública do nosso país. Também sabe o conceito de Estado, assim como o dos seus quatro elementos (poder político soberano, povo, território e governo) e dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) em que se divide. Também discutimos a forma de organização da administração pública brasileira. No caso, divi- de-se em direta e indireta, essa última divide-se em autarquias, fundações, empresas públicas e sociedade de economia mistas. O conhecimento de cada um desses conceitos viabiliza o entendimento do contexto ou “palco” onde se aplicam os conhecimentos que estudaremos nos próximos encontros. Por esse motivo, eles estão no início do nosso estudo. Neste estudo também foi possível conhecer as formas que podem apresentar os agentes públi- cos. Verifi camos que as mais comuns são os agentes administrativos e políticos, mas tem-se ainda os delegados, credenciados e honorífi cos. Também foi possível compreender as defi nições de cargos e funções, contexto que possibilita a existência do agente público. Agora que conhece o conteúdo básico “teórico” referente a organização da administração pública e seus agentes, podemos passar para a próxima aula, onde falaremos sobre os processos da gestão de pessoas em qualquer entidade pública. Aproveitem! Até lá! material complementar Livro: Introdução à Gestão Pública Autor: Clezio Saldanha dos Santos Editora: Saraiva Sinopse: De natureza introdutória, este livro reúne as principais características, defi nições e processos da gestão pública, descre- vendo os aspectos particulares dos setores público e privado, administração e gestão, forma, função e organização. Livro: Gestão Pública Autor: Edson Ronaldo Nascimento Editora: Saraiva Profi ssionais Sinopse: O presente texto realiza uma análise pormenorizada das fi nanças e da gestão pública no Brasil nos três níveis de governo (União, Estados e Municípios), incluindo uma retrospectiva dos principais fatos que têm marcado o setor público brasileiro, desde Juscelino Kubitschek até o governo Lula. O livro acompanha textos complementares, como PPPs, a Reforma na Previdência Social, a Reforma Administrativa, além de Reformas Fiscal e Política. Os ca- pítulos trazem uma abordagem técnica da principais questões relacionadas à Administração Pública Financeira e Orçamento, Receitas e Despesas Públicas, Lei de Responsabilidade Fiscal, Economia Brasileira, Tributação e Sistema Financeiro Nacional, tópicos em Contabilidade Pública, além de exercícios de diversos concursos públicos. material complementar Filme: Germinal Sinopse: “Germinal” refere-se ao processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século XIX na França em relação à exploração de seus patrões; nesse período alguns países passaram a integrar o seleto conjunto de nações industrializadas ao lado da pioneira Inglaterra, entre os quais a França, palco das ações descritas no romance e representadas no fi lme. referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfi co, 1988. Art. 5º. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfi co, 1988. Art. 2º. CARMO, Anderson Miguel do. A aquisição da nacionalidade brasileira – crítica à CF/88. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3080>. Acesso em: 15 mar. 2017. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2014. FICHA LIMPA / ABRACCI Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade. Ficha limpa: o que há de novo? Disponível em: <http://www.movimentofi chalimpa.com.br>. Acesso em: 10 mar. 2017. MATIAS-PEREIRA, José. Finanças Públicas: A política orçamentária no Brasil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 31 ed. São Paulo: Malheiros, 2014. NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2013. WALDO, D. O estudo da administração pública. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1971. resolução de exercícios 1. c) Esta administração é caracterizada pela descentralização administrativa das ativi- dades do Governo. 2. d) Ao governo. 3. d) Poder Legislativo.
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