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TCC cuidados com o paciente traqueostomizado

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INSTITUTO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO E SAÚDE 
Thuany Lima Dos Santos 
Cuidados Com O Paciente Traqueostomizado (TQT)
Cachoeiro de Itapemirim, ES
2020
Thuany Lima Dos Santos 
Cuidados Com O Paciente Traqueostomizado (TQT)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para o IPES Instituto Profissional de Educação E Saúde, como requisito parcial para obtenção do Título de Técnico em Enfermagem.
Orientador: Odair José Correia Canolato 
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, ES
2020
Cuidados Com O Paciente Traqueostomizado (TQT)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para o IPES Instituto Profissional de Educação E Saúde, como requisito parcial para obtenção do Título de Técnico em Enfermagem
 Cachoeiro de Itapemirim, de 2020
Banca Examinadora:
 Aprovado em: ____ de ____________________ de ______.
BANCADA  1
______________________________
BANCADA  2
______________________________
BANCADA  3
______________________________
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus que me permitiu chegar até aqui, apesar de todas as dificuldades, aos meus familiares, que apoiaram e incentivaram.
	Agradeço ao meu orientador Odair José Correia Canolato, pelo apoio na elaboração deste trabalho, e aos demais professores, funcionários e todos da direção desta instituição e por fim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação.
Lista de ilustrações:
Figura 1. Anatomia do sistema respiratório..........................................................11
Figura 2. Anatomia da traqueia parede membranosa...........................................12
Figura 3. Anatomia da traqueia, com visão do músculo traqueal.......................12
Figura 4. Anatomia da traqueia, superfície interna...............................................13
Figura 5. Exemplos de cânulas metálicas..............................................................14
Figura 6. Exemplo de cânula plástica com tampas de proteção e válvulas de fonação.....................................................................................................................14
Figura 7. Cânula plástica com balão em paciente................................................15
Figura 8. Cânula plástica com balonete externo..................................................15 
Figura 9. Cânula interna e guia..............................................................................16
Figura 10. Desencaixe e limpeza de cânula..........................................................18
Sumário:
1 Introdução................................................................................................................7
2 Objetivos..................................................................................................................8
3 O Sistema respiratório..........................................................................................9
3.2 Anatomia da traqueia.........................................................................................11
3.2 Cânulas de traqueostomia................................................................................13
4 Descrição dos procedimentos de traqueostomia...........................................16
4.1 Principais materiais utilizados..........................................................................17
5 Cuidados tomados para com o paciente traqueostomizados........................18
5.1 Limpeza de cânula externa................................................................................18
5.2 Higienização local..............................................................................................19
5.3 Cuidados e orientações aos cuidadores.........................................................19
5.4 Processo de decanulação.................................................................................19
6 Resultados e Discussões..................................................................................22
7 Conclusão...........................................................................................................23
 Referências.........................................................................................................23
1 Introdução
	Muito tem se comentado e escrito a respeito dos benefícios da traqueostomia, apesar de ser um procedimento cirúrgico de pequeno porte, é considerável de risco altamente infeccioso, o que exige grandes habilidades médicas e cuidados profissionais (ROBAZZI; CICCONI; MARTINS, 1983. p.37).
	A traqueostomia consiste em um estoma respiratório que possibilita a comunicação da traqueia com o meio externo por meio da a instalação de uma prótese ou fixação à pele tornando de maior possibilidade o processo de respiração. “[...]Esse tipo de operação se restringia inicialmente, aos indivíduos à beira da morte por insuficiência respiratória obstrutiva. [...]” (TALLO, 2016, p.14) 
O método mais indicado por profissionais da medicina para a traqueostomia é a intubação prolongada seguida da intubação realizada para a limpeza traqueobrônquica, a obstrução das vias aéreas superiores, em consequência de malformações congênitas, traumas, neoplasias malignas e de edema de glote “[...] além do pós operatório de boca, laringe e faringe, bem como a hiperventilação, associada a problemas neurológicos, em especial, na paralisia cerebral [...]” (COSTA et al., 2019, p. 170).
O Processo de respiração é vital para a vida do ser humano. “O sistema respiratório é composto por diversos órgãos que agem interligados realizando o processo da respiração, satisfazendo as demandas do organismo.” (SANTOS et al.,2017, P.17).
Quando se inicia o processo de respiração, o ar penetra por nossas narinas passando pelas cavidades nasais, onde as células epiteliais que produzem muco fluído e pegajoso tem função de umedecer e aquecer as vias respiratórias, além de reter partículas sólidas e bactérias presentes no ar que respiramos, funcionando como uma espécie de filtro.
Apesar de eficaz e muito usada por várias instituições medicas ao redor do mundo, a cirurgia pode ser extremamente mutilante e agressiva para o paciente, e por interferir na drenagem de secreções pulmonares, a traqueostomia demanda grandes cuidados e atenção especial em seus procedimentos cirúrgicos, Tais como a retirada de pontos após a cicatrização, limpeza rigorosa ao redor do orifício traqueal para evitar qualquer tipo de infecção, mudança de cânulas e afins. Tais medidas são de extrema importância para o paciente antes, durante e depois da cirurgia.
A cirurgia de traqueostomia pode ser tanto definitiva quanto provisória, podendo resultar em deficiências funcionais ou estéticas (Alteração da fala, modificação corporal e etc.) o que pode de certa forma afetar a autoestima dos pacientes, prejudicando os relacionamentos e convívios sociais.
Muitos pacientes que passaram pelo processo de traqueostomia, necessitam da adoção de novos estados adaptativos, tanto pelos pacientes quanto por seus familiares. 
Desta forma, o compartilhamento de informações, habilidades ou conhecimentos a respeito da cirurgia e das consequências que estas podem agravar. Tornam a adaptação do paciente às novas condições de recuperação cirúrgica mais fáceis. Para o alcance de tal feito, é necessário o planejamento de uma assistência humanizada e individualizada. “[...] A educação na saúde é sem dúvidas uma ferramenta que valoriza os contextos sociais e culturais, todos aliados ao processo de promoção de saúde [...]” (CASTRO et al., 2014, p.311). 
Com a finalidade de analisar com maior qualidade e resolutividade aos pacientes submetidos ao processo de traqueostomizaçao, este estudo tem como principal objetivo o estudo do sistema respiratório, o processo de cirurgia de traqueostomia, tais como os devidos cuidados que devem ser tomados pelos profissionais da saúde com o paciente. 
2 Objetivos
	Identificar o perfil dos pacientes traqueostomizados, descrever o funcionamento do sistema respiratórioem partes, analisar o funcionamento das cânulas, tais como o processo da cirurgia de traqueostomia, mostrar a importância do cuidador/enfermeiro para a recuperação gradual do paciente e apontar os devidos cuidados que devem ser tomados no processo de higienização dos equipamentos que são introduzidos no paciente. 
3 O Sistema respiratório 
 	De acordo com Santos (2017, p.16) O processo respiratório se baseia na troca de gases, entre o organismo e a atmosfera. É através desse processo é que acontece a provisão de oxigênio molecular necessários para que os processos metabólicos do organismo funcionem de forma correta, tal como a eliminação do gás carbônico produzido nos tecidos, troca que é conhecida como hematose. O processo onde o oxigênio passa dos alvéolos até os capilares pulmonares, já o dióxido de carbono se desloca em sentido oposto dos capilares pulmonares indo em direção aos alvéolos, é o fenômeno chamado de difusão, onde os gases de uma região de maior concentração passa para outros locais de concentração menor. 
Nas palavras de Guyton (2016, p.03): 
O processo respiratório possui funções distintas nas cavidades nasais. A superfície dos cornetos e do septo são responsáveis pelo aquecimento do ar quase por completo, e ocorre também o processo de filtração, processo que se denominam como condicionamento do ar nas vias aéreas superiores. (GUYLTON, 2016, P. 03)
O sistema respiratório é composto pelas fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos, pulmões que é responsável pelo intercâmbio de gazes entre o organismo e a atmosfera. 
Os pulmões ficam localizados na caixa torácica uma em cada extremidade do corpo. O pulmão do lado direito é ligeiramente maior e se divide nos lobos inferiores e superiores, ambos possuem o hilo pulmonar em sua face interna. É através do hilo pulmonar que se penetram os brônquios e artérias, também de onde emerge as veias pulmonares. 
O ar chega aos pulmões através de cavidades chamadas “fossas nasais” ou pelas cavidades bucais, passando pela faringe, laringe, traqueia e brônquios, fazendo com que o ar chegue aos pulmões. 
Guyton (2016, p.04) faz a seguinte declaração:
Cada um dos pulmões é revestido por uma fina membrana chamada de “pleura” a partir do hilo pulmonar, uma espécie de cavidade localizadas nas porções internas de cada pulmão, os bronquíolos se dividem em micro ramos e cada um desses penetram em um lobo pulmonar, no interior dos pulmões, os brônquios repetem o mesmo processo diversas vezes (GUYTON, 2016, p.04).
Em uma etapa mais avançada, os ramos brônquicos são chamados de bronquíolos respiratórios, que se dilatam e são chamados de sáculos alveolares, e grandes cachos ramificados chamados de alvéolos, formados por sáculos pulmonares. “Todas essas estruturas juntas são sustentadas por uma trama de fibras musculares protegidas por vasos capilares, local onde acontece o processo de oxigenação e ao mesmo tempo acontece o processo de eliminação do dióxido de carbono do sangue.” (GUYTON, 2016, p.06) 
As funções respiratórias são divididas nas seguintes etapas:
· Ventilação: onde o ar chega aos alvéolos;
· Perfusão: momento que o sangue venoso chega aos capilares dos alvéolos;
· Difusão: processo que ocorre quando o ar presente nos alvéolos vai para o sangue ao mesmo tempo que o gás carbônico presente no sangue vai para os alvéolos.
Figura 1. Anatomia do sistema respiratório
Fonte: (Atlas da Anatomia Humana, 2016)
3.1 Anatomia da Traqueia 
	 A traqueia se caracteriza por ser um órgão tubular oco, cilíndrico e achatado, que vai de 6 a 11cm de comprimento e 1,5 a 2cm de diâmetro, variando de 12 a 16 anéis, situado frente do esôfago. “Se inicia bem abaixo da laringe, na vértebra torácica e desce pela parte central e anterior do pescoço até a quinta vértebra chegando ao peito, por trás da parte superior do esterno, onde se divide para formar os dois brônquios principais. Esse ponto onde acontece a bifurcação da traqueia é chamada de Carina.” (MEDIPEDIA,2016, p.01)
Nas palavras de Guyton: (2016, p.07)
As cartilagens da traqueia se unem através de uma membrana que se formam em duas camadas, uma espessa que se comunica com a superfície externa de cada anel. Na borda superior e inferior de cada anel essas membranas se unem formando em apenas uma que fixa e conecta os anéis (GUYTON,2016, p.07).	
Figura 2. Anatomia da traqueia parede membranosa: 
 Fonte: (Atlas de Anatomia Humana,2016)
· Na figura 2, a ilustração da traqueia na primeira forma sem cortes mostrando os brônquios principais esquerdo e direito e os arcos cartilaginosos; na segunda forma com corte mostrando os ligamentos anelares e a parede interna membranosa.
Figura 3. Anatomia da traqueia, com visão do músculo traqueal
Fonte: (Atlas de Anatomia Humana, 2016)
· A figura 3 apresenta a anatomia da traqueia com enfoque nas cartilagens tireóide, crinoide, traqueal, ligamento anular, e músculo traqueal.
Figura 4. Anatomia da traqueia, superfície interna.
 
 
Fonte: (Atlas de Anatomia Humana, 2016)
· Na figura acima, a anatomia da traqueia, em sua superfície interna, onde pode perceber-se sua camada muscular, a camada de cartilagem e a luz da traqueia, canal que é responsável para passagem do ar. 
3.2 Cânulas de traqueostomia 
	As cânulas de traqueostomia possuem vários tamanhos, fabricados com diversos tipos de materiais e usadas de acordo com cada necessidade do paciente, as adultas variam entre 5.0mm x 4,5cm e 12mmx 8cm. As cânulas mais comuns usadas nesse tipo de cirurgia são:
· Cânula metálica: Esta cânula possui duas peças que ficam ligadas ao paciente e uma espécie de guia. Antes de alguns exames e tratamentos realizados, a cânula metálica deve ser substituída por uma de plástico, as vezes o procedimento pode ser realizado sem cânula, dependendo da avaliação do profissional responsável pela operação. 
Figura 5. exemplos de cânulas metálicas
 Fonte: (O guia da fisioterapia, 2017)
 	“[...] É vedado o uso de cânulas metálicas em pacientes em processo de tratamento de radioterapia ou tomografia na região do pescoço ou cabeça, exames de ressonância magnética, ou em casos de contraindicação médica. [...]” (CAMARGO, 2017, p.21)
· Cânula plástica sem balão (sem cuff): Assim como a cânula metálica, ficam ligadas ao paciente, e alguns acessórios utilizados somente em casos específicos, com orientação de uma equipe responsável e qualificada.
	A Cânula plástica possui uma tampa de prótese antitosse, junto a uma válvula de fonação ou conector de oxigênio. O profissional de saúde sempre deve usar um dos dois, pois essa cânula, diferente da metálica ou da plástica com cuff não possui trava, evitando que ela saia ou se desloque do paciente acidentalmente 
Figura 6. Exemplo de cânula plástica com tampas de proteção e válvulas de fonação
Fonte: (ACC Camargo Câncer Center) 2017
· Cânula plástica com balão (com cuff): Possui duas peças uma ligada ao paciente e a outra a uma guia.
O balão interno que a cânula possui é cheio de ar e fica em contato direto com a traqueia 
Figura 7: Cânula plástica com balão em paciente
(ACC Camargo Câncer Center) 2017
	A cânula com balão é indicada nos casos onde o paciente precise de respirar com a ajuda de aparelhos por um tempo prolongado, em pacientes traqueostomizados com risco de broncoaspiração (risco de alimento, liquido ou saliva vai para os pulmões) nestes casos o balão interno diminui o risco de broncoaspiração. 
Figura 8. Cânula plástica com balonete externo 
(ACC Camargo Câncer Center) 2017
Figura 9. Cânula interna e guia
(ACC Camargo Câncer Center) 2017
4 Descrição dos procedimentos de traqueostomia
	Existem duas técnicas bastante utilizadas para a cirurgia de traqueostomia: o método tradicional, cujo qual é bastante conhecido e aplicado, e a traqueostomia percutânea. 
	No método de cirurgia tradicional, é feita uma pequena incisão de pele pelo tecido subcutâneo, passando pelos músculos pré-traqueais até chegar à localização do chamado istmo tireóideo (geralmentelocalizado entre o primeiro e segundo anel traqueal) logo após atravessar o istmo, ocorre o rompimento da fáscia pré-traqueal, assim os anéis traqueais são expostos e podem ser visualizados.
	Após serem feitos os procedimentos cirúrgicos, a cânula é posicionada e neste momento realizada a hemostasia, que consiste em pontos de reparo entre o “flap” traqueal e o tecido celular subcutâneo, o que facilita o acesso à traqueia caso ocorra a decanulação acidental. “[...]Os formatos de estoma traqueal mais utilizados são em forma de “U”, “T”, “H” ou em formato retangular [...]” (SILVA et al, 2018, p.11). 
	O segundo método utilizado é a traqueostomia percutânea, esta modalidade é geralmente realizada para pacientes à beira do leito, em especial para aqueles em UTI. “[...]Consiste na aplicação de um anestésico local injetado abaixo do nível de cartilagem cricóide e nos tecidos mais profundos [...]” (GOLDENBERNG, 2000, p.497). Consiste na incisão de 1cm feita horizontalmente na pele, então, é introduzida uma agulha a 45º até que o ar tenha sido sugado pela traqueia.
	Goldenberg (2000, p.502) explica o procedimento cirúrgico da traqueostomia percutânea da seguinte maneira: 
Um fio guia é passado através da agulha de 45º, e um pequeno dilatador é passado, sendo trocado por um dilatador maior e logo após isso o fio guia é retirado. Dilatadores maiores são passados pela abertura da pele até que haja espaço suficiente para a passagem da cânula de traqueostomia, que é ligada ao dispositivo de ventilação. O procedimento inteiro é executado sobre visão direta da traqueia através de um broncoscópio, assegurando que a cânula seja inserida no nível de 2º e 3º dos anéis traqueais (GOLDENBERG, 2000, p.502). 
“Muitos profissionais de saúde defendem o uso da traqueostomia percutânea pelo fato de operar uma incisão menor, dissecção menor e menos traumas no tecido muscular, riscos menores de hemorragia e menos deformidade estética.” (DRAKE, 2016, p.64).
4.1 Principais materiais utilizados
· Mesa de cabeceira;
· Toalha;
· Suprimentos para aspiração de traqueostomia;
· Kit estéril para cuidados com traqueostomia se disponível (certifique-se de reunir os suprimentos relacionados
que não estão no kit) ou duas almofadas de gaze estéreis com 10cmx10com de medida;
· Aplicadores estéreis com ponta de algodão;
· Curativo estéril para traqueostomia (curativo cirúrgico pré-cortado e costurado);
· Cuba estéril;
· Escova pequena estéril (limpador de tubo) (ou cânula interna descartável);
Rolo de esparadrapo com trama especial, fixadores ou cadarço para traqueostomia;
· Oxímetro de pulso;
· Tesoura;
· Luvas de procedimentos (dois pares);
· Máscara, escudo ou óculos de proteção facial.
5 Cuidados tomados para com o paciente traqueostomizados
 5.1 Limpeza de cânula externa
	As secreções que se acumulam na cânula interna, precisam ser retiradas através de limpeza frequente (3-4 vezes no dia), a falta de limpeza das cânulas pode formar rolhas ou tampões endurecidos que dificultam e até as vezes impede a passagem de ar pelo tubo de respiração. 
	É importante que a limpeza seja feita antes da alimentação, pois pode ocorrer tosse durante a retirada e introdução da cânula. É importante que durante o processo de introdução da cânula, o enfermeiro deve realizar a limpeza de mãos antes e depois dos cuidados com a traqueostomia, a fim de evitar possíveis infecções.
	O uso de luvas descartáveis é essencial e devem ser utilizadas pelo familiar, cuidador ou enfermeiro. O paciente deve estar em uma posição confortável, ou com a cabeceira da cama se possível bem elevada durante o processo de limpeza.
	Durante a retirada de cânula, deve-se prestar atenção que algumas cânulas possuem um conector com travas giratórias, sendo necessário gira-los para desencaixa-los da cânula externa. A limpeza pode ser realizada com água corrente, usando detergente neutro e escova fina, ou uma pinça e pano gaze para retirar qualquer tipo de secreção que fica acumulada, tanto na parte de dentro quanto na de fora, como mostra a imagem abaixo: 
Figura 10. Desencaixe e limpeza de cânula
 (ACC Camargo Câncer Center) 2017
	Enxague bem a cânula e retire todo o detergente que ficar acumulado. (É importante não usar produtos à base de cloro na limpeza de cânulas metálicas) pois isso podem danifica-las. 
	Ao secar a cânula com o pano gaze ou papel toalha, recoloque-a na cânula externa e gire o conector até travar (caso este possua trava giratória). Se acontecer da cânula desprender e cair acidentalmente, realize a limpeza novamente e encaixe-a novamente na cânula externa.
	É importante que o paciente esteja bastante hidratado, que beba bastante água, chá e sucos, (caso não haja contraindicação médica) caso o paciente esteja se alimentando por sonda, deve ser seguido todas as orientações dos nutricionistas. 
5.2 Higienização local
	A higienização local e troca de fixação da cânula de TQT (traqueostomia) devem ocorrer diariamente, a fim de diminuir irritações na pele, como já antes citado neste trabalho, a fixação da cânula na região cervical não pode ser muito frouxa, pois isso pode causar uma decanulação acidental ou reação inflamatória, a região entre a pele e a cânula deve ser protegida com uma compressa de gaze. Deve ser lembrado que todo o processo de higienização deve ser feito com luvas, água morna e detergente neutro, até mesmo na limpeza de pele em volta dos curativos. 
5.3 Cuidados e orientações aos cuidadores
	O cuidador do paciente deve se manter cauteloso e ser extremamente vigilante todo o tempo, também é importante que seja treinado para os cuidados do paciente em domicílio. 
Nas Palavras de Silva (2018, p.16)
Todo o tipo de informação de fácil entendimento pode melhorar o conhecimento e enfrentamento do paciente com a doença, ajudando também a desenvolver habilidades e atitudes, facilitando a autonomia, promovendo a adesão, fazendo com que o profissional entenda que as próprias ações influenciam grandemente o padrão de saúde do paciente (SILVA, 2018, p.16).
	É de extrema pertinência que as obstruções, falso trajeto ou a decanulação acidental podem ser de grande ameaça para a vida do paciente. Deste modo, é de grande importância que a equipe esteja bem treinada para promover condutas adequadas em tais situações. 
5.4 Processo de decanulação
	“A interação entre enfermeiro, médico, fisioterapeuta e fonoaudiólogo permite diminuir o tempo de uso de TQT acelerando o desmame e tornando mais seguro para o paciente, diminuindo o risco de insucessos e complicações” (SILVA, 2018, p.23). 
	O desmame é o momento quando se inicia o desinsuflar do “cuff”, sendo realizada a troca da cânula plástica para a cânula metálica, até que a cânula de traqueostomia seja retirada a cânula de traqueostomia (processo de decanulação) e realização do curativo do estoma. A decisão de iniciar o processo de decanulação depende de todas as conclusões feitas pelo enfermeiro. Medico fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Para que se obtenha um processo de desmame com sucesso, todos os fatores possíveis para a recuperação do paciente devem ser tomados, assim como os meios e a atenção a cada parte do processo: a necessidade de sedação, a insuficiência respiratória seja aguda ou crônica, a presença de obstrução de via aérea, (seja por tumor, edema e etc.) “cirurgias de cabeça ou pescoço, paralisia de cordas vocais, estenose glótica ou subglotica “(SILVA, 2018, pg. 23). Todas essas questões devem ser sanadas e a via área deve estar bem restaurada para a passagem adequada de fluxo aéreo. 
	Outros fatores pertinentes para o sucesso da decanulação incluem na estabilidade do paciente, ausência de secreção em grande quantidade que possam comprometer o padrão respiratório, o desmante do respirador, a capacidade de deglutição na ausência do “cuff” sem nenhum sinal de broncoaspiração. O paciente deve ser capaz de respirar por via nasal sem qualquer sinal de obstrução ou resistência. “É importante também que o fluxo respiratório deva ser suficiente para gerar força, fazendo com que o paciente possa tossirou falar sem causar-lhe dor ou complicações.” (SILVA, 2018, p.25).
	Os profissionais envolvidos no tratamento do paciente devem estar atentos aos seguintes sinais de complicações que podem aparecer:
· Resíduos de saliva ou de alimentos na traqueia;
· Aspecto ou mudança na coloração de secreção;
· Febre, piora de oxigenação, rebaixamento do nível de consciência ou alteração brusca de imagem radiológica. 
	Tudo deve ser resolvido com um intenso trabalho de equipe, avaliação ou discussão clínica. A atuação da equipe profissional aumenta as chances de uma decanulação rápida, livre de complicações que seja mais segura o possível para o paciente. 
	Depois da decanulação ser realizada, o estoma deve ser coberto com curativo seco e trocado duas vezes ao dia, o local deve ser avaliado quanto a cicatrização e outras complicações. O paciente deve ser rigorosamente monitorado após o processo de decanulação, e o curativo do estoma de TQT e mantido por mais alguns dias, até começar o processo de cicatrização. O paciente e o acompanhante devem ser orientados sobre todo o processo. 
6 Resultados e discussões
	De acordo com os extensos estudos bibliográficos, leituras de diversos livros e artigos virtuais de renomados pesquisadores e, apesar desse trabalho não ser de cunho de pesquisa de campo, foi concluído que é de extrema pertinência a dependência do paciente de traqueostomia em relação à equipe de enfermagem. Normalmente o paciente fica nervoso e apreensivo por não conseguir se comunicar durante os momentos que está operado, e o medo constante de asfixia. Ao se referir aos cuidados de enfermagem, os artigos abordavam bastante a questão dos cuidados com curativos e limpeza, troca de cânula e todo o conforto possível para o paciente. A aspiração da traqueostomia deve ser realizada sempre que houver sinais de presença de secreção, secreção visível ou som sugestivo. Todo o processo deve ser feito com extremo cuidado, é importante citar que durante todo o momento de recuperação do paciente, o enfermeiro é peça chave na ajuda de sua recuperação. 
7 Conclusão
	Através da realização do estudo da bibliografia utilizada e todos o conhecimento adquirido através do trabalho. Constata-se que a educação em saúde é uma ferramenta de grande importância para entender o processo da traqueostomia, e qual grande é a presença do enfermeiro antes, durante e depois do procedimento cirúrgico, com enfoque especial nos momentos de recuperação do paciente, pois este precisa de todos os cuidados que o enfermeiro pode oferecer, para que se possa prestar o cuidado, no sentido mais amplo da palavra, um fato inerente a enfermagem. 
	De forma geral, do ponto de vista do profissional de enfermagem, podemos concluir que se faz de total necessidade ao paciente Traqueostomizado os cuidados e acompanhamentos individualizados e multidisciplinares em relação à perspectiva de humanização primeiramente na assistência. Portanto, espera-se que este trabalho seja de relevante contribuição para o crescimento cientifico no campo cirúrgico da traqueostomia e enfermagem, pois só por meio de pesquisas e vivencia profissional na área, é possível ver o verdadeiro sentido da profissão de enfermagem; o cuidado e ajuda profissional para que o paciente possa voltar a viver normalmente.
Referências
CAMARGO, Câncer Center. Orientação para pacientes com traqueostomia. Centro integrado de Diagnostico, Tratamento, Ensino e Pesquisa. São Paulo, 2017.
CASTRO, Anita Previtalli et al. Educação em Saúde na Atenção ao Paciente Traqueostomizado: Percepção de Profissionais de Enfermagem e Cuidadores. São Paulo: Revista Brasileira de Cancerologia, 2014.
COSTA, Elaine Carininy Lopes da et al. Cuidados para a prevenção de complicações em pacientes traqueostomizados. Recife: enfermagem UFPE On-line, 2019.
Cuidados de Enfermagem com a Traqueostomia: Disponível em: https://atualizacursos.com.br/blog/cuidados-de-enfermagem-com-traqueostomia/. Acessado em 05/0
DRAKE, Richard L; VOGL Waine A; W.WM. Anatomia clínica para estudantes, disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/2011/vol44n1/Simp7_Traqueostomia.pdf. Acessado em: 05/07/2020
GOLDENBERG D. Ari, et al. Tracheotomy complications: A retrospective study of 1130 cases. Otolaringol Head Neck Surg, 2000.
GUYTON, Arthur. C. Respiração. Tratado de fisiologia médica. 6ª edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2016.
GUYTON, Arthur. C. Respiração. Tratado de fisiologia médica. 10ª edição, Rio de Janeiro: Editora Koogan, 2016.
MEDIPEDIA. Traqueia. Disponível em: https://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=206. Acessado em 03 de julho de 2020.
ROBAZZI, Maria Lúcia do Carmo Cruz; CICCONI, Silvia Renata; MARTINS, Fabiolo Portela Ribas. Assistência de enfermagem a pacientes traqueostomizados: uma experiência de ensino. São Paulo: Revista da Escola de Enfermagem da USP, 1983.
SANTOS, Sayonara Alexcsandra Ribeiro dos. Perfil patológico dos pacientes traqueostomizados de uma determinada UTI. Santa Catarina: UNIARP (Universidade Alto Vale do Rio do Peixe), 2017.
SILVA, Rossieli Soares da. Et al. Traqueostomia: Cuidados e decanulação. 2ª Edição, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Minas Gerais: 2018.
TALLO, Fernando Sabia et al. Guia de ventilação mecânica para fisioterapia. São Paulo: Atheneu, 2016.
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