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análise da sobrecarca do idoso

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LÍDIA DE JESUS SOUZA
Análise da sobrecarga do trabalho doméstico em arranjos familiares monoparental feminino: um estudo com mulheres acima de 45 anos que cuidam de um idoso dependente
Orientador(a): Profª Drª Márcia Barroso Fontes
RESUMO
Esta pesquisa pretende compreender a realidade cotidiana das chefes de família monoparental, com idade acima de 45 anos que cuida de um indivíduo dependente, e são usuárias da Política de Assistência Social cadastradas no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF. As ações do PAIF visa atender as famílias em situação de vulnerabilidade social causadas por dificuldades que pode atingir um dos membros, inclusive os idosos. Uma das funções do Paif é, desenvolver ações com meta em cuidar de quem cuida, produzindo trocas de conhecimentos e fazendo face aos desafios no cuidado das pessoas idosas dependentes e /ou deficientes, procurando evitar a sobrecarga e o desgaste físico provenientes desta função.	Delegar à família a função de cuidar, requer conhecimento dessa família.
O arranjo monoparental feminino se diferencia dos demais pelas dificuldades que enfrentam, necessitando de políticas públicas específicas para apoiar e dar suporte na realização de suas atividades cotidianas e na superação das vulnerabilidades e das dificuldades na articulação das múltiplas tarefas e responsabilidades.
Palavras-chave: monoparentalidade feminina, sobrecarga e políticas sociais
1.INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização do problema e sua justificativa
A família sempre foi conhecida como uma instituição que garante o suporte e realização efetiva da pessoa do nascimento ao envelhecimento. Entretanto, quando a família passa a ser cuidadora de um idoso é preciso compreender as características do arranjo familiar, visto que, famílias monoparentais femininas considerando a diversidade de situações sociais que lhes estão associadas, sobretudo com a questão do desempenho de múltiplas e conflitantes tarefas, possuem menor possibilidade de compartilhar funções e maior chance de sobrecarregar uma única pessoa, que não se encontra fisicamente capaz de atender à demanda constante de cuidados a um idoso. Além desses fatores existe o problema da idade, visto que, a idade média das mulheres chefes é de 46 anos e que, a maioria dos cuidadores são indivíduos com idades entre 45 e os 60 anos.			 								As políticas sociais e de saúde enfatiza o cuidado do idoso em nível familiar exigindo às famílias assumirem responsabilidades que muitas vezes não estão preparadas, visto que, cuidar do idoso dependente exige cuidados e implica em adequações físicas, sociais, mentais e emocionais, que pode comprometer o bem-estar da família que cuida. Além disso, o cuidador é tratado como alguém que não precisa de ajuda. Nos últimos anos tem ocorrido um crescimento importante dos programas de assistência domiciliar (AD), mas esses programas não tem conseguido obter um resultado satisfatório e eficaz, na prestação de serviços, enquanto os cuidadores continuam sobrecarregados. Estas questões representam novos desafios tanto para as famílias, que têm de cuidar do idoso dependente, quanto para o poder público, que precisa identificar as necessidades dessas famílias, priorizando a implementação de medidas de política social destinada a apoiar estas famílias, no sentido de elaborar soluções que amenize o grau de sobrecarga física no cuidado do idoso, potencializando a qualidade de vida dessas mulheres que sofrem em decorrência destas questões. 	Justifica-se a realização desta pesquisa, no fato de que, em estudos relacionados á monoparentalidade feminina as fontes são insuficientes, e pouco ressalta suas especificidades e os aspectos da sobrecarga característico dessas unidades familiares, somados ao cuidado de idoso dependente. Acredita-se que estudos dessa natureza podem oferecer subsídios e contribuir para formulação de políticas públicas, programas e projetos voltados para as necessidades dessas famílias, principalmente ao funcionamento das politicas sociais, tendo em vista o bem estar e a garantia dos direitos dessas mulheres que vivem essa realidade. 								Este projeto também visa compreender qual é a noção de família que trabalha a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e busca analisar se o Paif, tem apresentado soluções no sentido de oferecer ações que condizem com a realidade das mulheres chefe de família acima de 45 anos que cuidam em casa de um idoso dependente, através de implementação de ações capaz de reduzir a sobrecarga resultante de múltiplas tarefas, a fim de garantir a elas uma vida com qualidade e satisfação, sendo que, uma das metas deste programa é cuidar de quem cuida do idoso no contexto de vulnerabilidade social.
2.OBJETIVOS
2.1- Objetivo geral
Explorar o problema da sobrecarga física nas famílias monoparental feminino, gerado a partir dos níveis crescentes de desempenho de múltiplas e conflitantes tarefas, somadas aos cuidados ao idoso dependente na composição domiciliar.
 2.2- objetivos específicos
· Analisar se a política social, especialmente o Programa de Atenção Integral à Família (Paif), considera o modelo familiar monoparental feminino, e a situação de sobrecarga vivenciada pelas famílias que possuem um idoso dependente de cuidado; 
· Caracterizar os cuidadores de idosos inscritos no Programa de Atenção Integral à Família (Paif), quanto às questões que permeiam a sobrecarga do cuidador de idosos na família monoparental feminina; 
· Examinar o cotidiano das unidades familiares monoparentais femininos que cuidam de um indivíduo dependente, considerando a faixa etária do cuidador acima de 45 anos, especialmente em relação à qualidade de vida das	chefes	dessas	famílias; 
· Evidenciar os desafios e problemáticas enfrentadas pelas mulheres chefes de família frente à sobrecarga dos múltiplos papéis exercidos, somado ao cuidar de um idoso dependente; 
· Discutir sobre a necessidade da formulação de políticas sociais de apoio voltadas ao atendimento das demandas dessas unidades familiares no apoio ao cuidador
3- REVISÃO DE LITERATURA
3.1. A história do brasil no contexto brasileiro
Ao estudarmos a família no contexto brasileiro, devemos levar em consideração que ela foi marcada por transformações ao longo do tempo. No Brasil colonial os costumes portugueses foram incluídos aos costumes dos brasileiros, reestruturando formas familiares existentes até então. Diante disso, a família brasileira se torna o reflexo da família portuguesa adaptada ao ambiente colonial. O modelo familiar deste contexto é o da família patriarcal, em que o pai era a figura predominante, concentrava todo poder em suas mãos, numa imagem de prepotência. O homem foi constituído o provedor, ou seja, aquele que sustenta a família, pois é o que trabalha na esfera pública e traz para casa o sustento.
No período Republicano, as mudanças econômicas que ocorreram desencadearam uma série de transformações na sociedade e na constituição familiar, produzindo uma grande diversidade no comportamento das pessoas e consequentemente nas organizações familiares tais como: a busca pela liberdade e igualdade de gêneros, o controle da natalidade, maior número de separações e divórcios. Houve nesta época um enfraquecimento do modelo familiar patriarcal, e uma maleabilidade na distribuição das tarefas entre homens e mulheres. 								As transformações culturais e econômicas, o desenvolvimento tecnológica, novos valores sociais e religiosos e o aporte legal do divórcio trouxe consigo, um aumento da idade ao casar e uma diminuição dos casamentos que possibilitou o surgimento de novas formações familiares e, consequentemente uma reformulação dos papéis masculino e feminino, que revolucionou o papel social da mulher e do homem diante da família e da sociedade. 
Segundo Goldani (1994),nos anos 90 uma nova configuração de família teve início no Brasil, tendo como características: a redução do número de filhos, o aumento das famílias recompostas e de famílias monoparentais, com predominância das mulheres chefes de família, entre outras. Outra característica relevante da família contemporânea é a redução cada vez mais acentuada de seu tamanho. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2006) confirmou que o número médio de pessoas por família passou de 3,6 pessoas, em 1996, para 3,2 pessoas, em 2006 (IBGE, 2006). No Brasil, 67,6% das famílias, em 2006, eram compostas de pai ou mãe e filhos, independentemente da presença de outros parentes. Mas, em 1996, esse percentual era de 73,3% (IBGE, 2007). Essa pesquisa confirma o aumento da população mais velha, a qual tem seu crescimento condicionado ao aumento da expectativa de vida média da população. 
				
3.2- Família Monoparental Feminina
Os arranjos familiares chefiados por mulheres se definem por domicílios ou famílias liderados e mantidos financeiramente pela mulher. Ela é a única provedora do lar e não há presença do cônjuge ou companheiro, por causa de viuvez, divórcios ou mães solteiras. (CARVALHO, 1998 e CARLOTO, 2005). 
Abrahão (2003) cita Sousa (2008) e Leite (2003), afirmando que, a implementação das famílias monoparentais femininas se deu a partir do divórcio (ABRAHÃO, 2003).
Barroso e Bruschini (1981) argumentam que, no Brasil este fenômeno não é completamente novo, e já existia um número grande de famílias chefiadas por mulheres, mas a foi a partir dos anos 70 que elas ganham visibilidade e passam a ser foco de estudos sociológicos.
Segundo Franco (2000), a família monoparental passou a ser vista como configuração familiar no Brasil com a legalização da dissolução do casamento.			Normalmente, as mulheres chefe de família assumem essa posição não por escolha ou opção, mas, por força das circunstâncias e são obrigadas a se tornar em responsáveis pelo sustento do lar e dos (as) filhos(as. Marx vai dizer que a única opção é vender a sua força de trabalho para continuar a reprodução social.... Estudos comprovam que as famílias chefiadas por mulheres têm crescido nas últimas décadas. De acordo com o IBGE a partir do ano 2000, elevou-se o número de núcleos familiares compostos apenas por mulheres e seus filhos. Segundo estatísticas do IBGE (2010), o Brasil é composto por mais de 57 milhões de domicílios, desses domicílios mais de 22 milhões são lares chefiados por mulheres, quer dizer que, aproximadamente 38,5% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres. Esse número chega a 40% apenas nas áreas urbanas. 
Os resquícios culturais da herança patriarcal e a divisão sexual do trabalho, acentuam o desempenho de obrigações, responsabilidades e funções especificadas à condição da mulher, tendo como exemplo: o acúmulo de funções, somada à falta de tempo para se dedicar a si mesma e aos filhos(as), a vulnerabilidade social imposta, e a posição que ocupam nas relações sociais.
Silva (2007) esclarece que o modelo familiar de chefia feminina não pode ser considerado um indicador de maior pobreza das mulheres, mas sim um fator de maior vulnerabilidade.
3.3- Família monoparental feminina e sobrecarga
Na família monoparental feminina, a mulher passa a acumular sozinha funções de provisão e se torna única responsável pela reprodução (LAVINAS, 1998). Neste sentido Mioto (2006) afirma que o contexto das mulheres chefes de família é de sobrecarga. Essas mulheres acumulam a responsabilidade pelo sustento da família com o cuidado com a casa e com os filhos. Barroso e Bruschini (1981) asseveram que, a mulher, chefe de unidades domiciliares, possui muitas responsabilidades, dentre elas: ser “mães-de-família”, cuidar dos filhos, prover financeiramente a casa, entre outras coisas. Os desafios são, para estas mulheres em situação de monoparentalidade, bem maiores em relação às mulheres que possuem um companheiro e, possuem chances maiores de estarem sobrecarregadas, por terem apenas um adulto responsável por todas as funções do lar, tornando essas mulheres mais vulneráveis à sobrecarga de atividades, contribuindo para a redução da sua qualidade de vida.					A sobrecarga gerada pelos múltiplos papéis que essas mulheres desempenham, tem reflexos prejudiciais no ambiente familiar, físico, psicológico e emocional. Estas mulheres, ao se envolver com tantas responsabilidades do cotidiano, não encontra tempo para o lazer, e também para outras formas de participação social e civil. 		Na verdade, a carência de política focalizada nesse arranjo familiar, se tornou um problema sério que afeta em grande escala a vida dessas famílias brasileiras, principalmente na manutenção de suas necessidades humanas básicas. Só conhecendo as necessidades dessa família, é possível promover ações individualizadas e efetivas para minimizar as vulnerabilidades inerentes do modelo familiar monoparental feminino, frente a sobrecarga de funções e do cuidado ao idoso dependente.
3.4- Desafios da familia monoparental feminino no cuidado ao idoso dependente
As estruturas familiares vem passando por várias alterações do ponto de vista demográfico, como a redução da natalidade e o aumento da longevidade , redução no número de filhos. Por esse motivo, as famílias vêm se tornando menores e com um número maior de idosos em sua composição com reflexos no perfil do cuidador domiciliar. Assim, se reduziu o número de famílias disponíveis e com condições de exercer a tarefa de cuidador, o que impõe as famílias que nem sempre estão preparadas, para encarregar-se dessa atribuição. A chefe de família monoparental, já possui suas próprias demandas de sobrecarrega enfrentada no cotidiano.	
Segundo Fontes (2014, p. 37, apud Goldani e Lazo, 2004), “no Brasil, a incorporação de parentes no domicílio está associado com as necessidades econômicas e/ou cuidados de crianças e pessoas idosas e, ou, doentes” (FONTES, 2014). 			Considerando a faixa etária, a idade média das mulheres chefes é de 46 anos (PNAD 2009). Figueiredo (2007) relata que, a maioria dos cuidadores são indivíduos com idades entre 45 e os 60 anos, partindo do fato de que quanto maior for a idade do idoso dependente, mais velho será o cuidador. Marques (2007) e Sequeira (2010) referem que a idade é também tida em conta como variável com associação direta na percepção da sobrecarga, sendo esta maior nos cuidadores mais velhos.				Esta temática mostra que, em sua rotina diária, a família continua com as responsabilidades e atividades anteriores, que são acrescidas às demandas decorrentes do cuidado com o idoso dependente. Este acúmulo de atividades resulta em sobrecarga e esgotamento, podendo levar a cuidadora chefe domiciliar ao adoecimento, revelando a fragilidade desse modelo familiar frente aos desafios que é cuidar de um idoso dependente. 
De acordo com Imaginário:
 “a tarefa de cuidar do idoso dependente pode produzir uma sobrecarga intensa que acaba por comprometer a saúde, a vida social, a relação com outros membros da família, o lazer, a disponibilidade financeira, a rotina doméstica, o desempenho profissional e inúmeros outros aspectos da vida familiar e pessoal” (IMAGINÁRIO, 2008, p. 17).
Trata-se de direito pela Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa que, as pessoas responsáveis pelo cuidado do idoso também devam receber cuidados especiais, considerando que a tarefa de cuidar de um idoso dependente é desgastante e pode tornar igualmente doente e dependente, o cuidador (Cerqueira e Oliveira, 2002).	 Cuidar do idoso em casa é uma função deve ser preservada e estimulada, porém, cuidar de um indivíduo idoso incapacitado durante longo período sem pausa, gera uma enorme sobrecarga física, e quando se trata da mulher chefe de domicílios geralmente com mais de 45 anos, sem apoio e sem serviços que possam atender às suas necessidades, e sem uma política de proteção para o desempenho deste papel, essa sobrecarga se torna ainda maior.					
3.5- O cuidado do idoso na chefia feminina e as políticaspúblicas 
 A partir da Lei nº 12.435, de 2011, a Assistência Social brasileira passa a ser reconhecida como política pública nacional, essa lei criou o Sistema Único de Assistência Social (Suas), citado pela Lei Orgânica de Assistência Social – Loas (1993). Desde então, a gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado nas três esferas de governo e possuem responsabilidade na articulação e repasse de recursos para a Loas e o Suas. 
Sobre a Assistência Social como direito de todos os cidadãos e dever do Estado se encontra no art. 1º da Loas (1993). O art. 2º discorre sobre os objetivos da lei, são eles: a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. A gestão proposta por esta política pauta na família como principal alvo de ação da política pública de Assistência Social.									As políticas sociais sugerem a manutenção dos idosos no domicílio, porém, muitos não estão preparados para receber essa responsabilidade, pois, trata-se de um processo complexo, com várias implicações podendo até mesmo afetar a qualidade de vida da família cuidadora. 								A família monoparental feminina foi legitimada pela PNAS (2004) como um modelo familiar que sobrepuja o modelo patriarcal. Porém, esse fato não foi suficiente para a política de Assistência Social brasileira ser capaz de oferecer uma assistência mais sólida para a elaboração de ações que atendam de forma especificada as carências dessa família, sobretudo em suas necessidades no que diz respeito ao cuidado do idoso dependente nesse domicílio. A atual Política Nacional de Assistência Social, de 2004, apresenta que, ao trabalhar com família:
“Deve considerar novas referências para a compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um modelo único baseado na família nuclear, e partindo do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado” (Brasil, 2005a, p.35). 
As famílias se modificaram, mas as práticas sociais acompanham lentamente estas mudanças. A família monoparental feminina, é centro das ações da política de Assistência Social brasileira. O Programa de Atenção Integral à Família (Paif) é reconhecido, pela PNAS, como parte integrante do programa de proteção básica. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é responsável pela oferta do Programa de Atenção Integral à Família – PAIF. A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2013), ao caracterizar as ações do Paif, afirma que este “deve atender a todas as famílias em situação de vulnerabilidade social do território em decorrência de dificuldades vivenciadas por algum de seus membros, inclusive aquelas que podem atingir pessoas idosas” (ALCANTÂRA, CAMARANO e GIACOMIN, 2016). Este documento mostra que o Paif respalda a heterogeneidade dos diversos modelos familiares e lhes oferece garantia de direitos. 
“É serviço baseado no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e identidades das famílias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no combate a todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de estigmatização nas relações familiares” (Brasil, 2013, p. 10).
Uma das funções relevantes do Paif, está no fato de que, o programa desenvolve ações com meta em “cuidar de quem cuida”, produzindo trocas de conhecimentos e experiências em relação às recompensas e desafios no cuidado das pessoas idosas e /ou deficientes, procurando evitar a sobrecarga e o desgaste físico provenientes no cuidado do idoso dependente. Cuidar de quem cuida é um dos meios de garantir os direitos do cuidador. 
4. METODOLOGIA
4.1- Tipo de pesquisa
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo/dedutivo de natureza tanto quantitativa quanto qualitativa com o uso do estudo de caso, através de documentos, entrevistas e observações.
 Serão utilizados três instrumentos de coleta de dados: a Escala padronizada Zarit Burden Interview – ZBI, que avalia sobrecarga em cuidadores, um questionário com perguntas abertas e fechadas para avaliar a percepção das usuárias quanto ao atendimento assistencial e o papel social desempenhado pelo CRAS/Paif no sentido de oferecer ações consistente com suas necessidades, principalmente contribuindo com ações pra reduzir o nível de sobrecarga física, aplicar entrevista semi-estruturadas para analisar o perfil sociodemográfico do cuidador.
4.2- Local do estudo
Este estudo será realizado na cidade de Viçosa, MG, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)
4.3- População e amostra
Mulheres Chefe de família acima de 45 anos que cuidam de um idoso dependente em seu domicílio e que são usuárias da Política de Assistência Social cadastradas no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF.
4.4- Método de coleta de dados
Serão utilizados três instrumentos de coleta de dados: a Escala padronizada Zarit Burden Interview – ZBI, que avalia sobrecarga em cuidadores de idosos, um Questionário com perguntas abertas e fechadas para avaliar a percepção das usuárias quanto ao atendimento assistencial e o papel social desempenhado pelo CRAS/Paif no sentido de oferecer serviços consistente com suas necessidades, principalmente contribuindo com ações pra reduzir o nível de sobrecarga física. Será utilizado também um questionário para avaliar a qualidade de vida do cuidador o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL), versão em português indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), será útil para dimensionar a qualidade de vida relacionado ao cuidado ao idoso dependente e aplicar entrevista semi-estruturada para analisar variáveis sociodemográficas do cuidador, o que possibitará conhecer o perfil familiar, social econômico desta família.
4.5- Procedimentos de análise dos dados 
Os dados quantitativos serão estruturados estatisticamente de forma descritiva utilizando tabelas, e programas de softwares, procurando construir uma compreensão dos fenômenos investigados, quantificando os dados, dentro de padrões estatísticos da pesquisa quantitativa. 
Os dados qualitativos serão analisados de acordo com todas as respostas dadas através dos questionários e entrevistas, seguindo etapas de preparação, descrição e interpretação das informações, como estratégias para atingir níveis de compreensão mais aprofundadas dos fenômenos que se propõe a investigar, a fim de reunir informações e produzir respostas concernente à temática. 
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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