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Ditadura na Argentina

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Ditadura na Argentina 
Caracteristica A ditadura, como forma de combater a ameaça comunista identificou um inimigo interno comum sendo os oposicionistas do regime civil-militar, principalmente pelas guerrilhas. Para isso o governo utilizou como forma de atuação métodos dos serviços militares secretos franceses, que antes fora aplicado na Argélia. Atos esses que não tinham o mínimo de respeito as convenções internacionais e legalidade, ações encobertas de terrorismo, sequestros e assassinatos, práticas sistemáticas de torturas todos pautado nas práticas sistemáticas estadunidense de ódio ao comunismo e da ameaça representada pela Revolução Cubana. (NOVARO; PALERMO, 2007). 
O novo regime civil-militar inovou no que se refere a crime político, como o desaparecimento forçado e clandestino. Essa pratica consistia no sequestro das vítimas e seu encaminhamento para cativeiros ilegais, conhecidos como centros clandestinos de detenção que na maioria das vezes, estavam localizados nas dependências militares ou policiais. Nesses centros clandestinos, realizavam inúmeros meios de torturas e com os corpos decorrente do processo, era enterradas em valas comuns. Argentina perdia uma geração praticamente inteira, pois aqueles que não concordavam com o regime já estavam desaparecidos ou mortos e os sobreviventes deixaram o país por medo ou forçadamente. (BORGES, 2015).
Para mais Bruna Borges (2015), afirma que a repressão desse regime deixou mais de trinta mil desaparecidos. Esse governo ditatorial usou de práticas repressivas que podem ser enquadradas como lesa-humanidade. Uma das práticas que ficou mais conhecida foram os voos noturnos, que apesar de parecer simples eram um dos meios mais cruéis de desaparecer com uma pessoa, no caso os opositores. A pratica consistia em pegar os opositores após sofrerem inúmeras torturas e arremessar ainda com vida no Mar del Plata no intuito de não só matar a vítima, mas também desaparecer com o corpo. (BORGES, 2015). 
Os sequestros de militantes oposicionistas do regime civil-militar argentino foi uma prática comum da estratégia de terrorismo de Estado implantada pela ditadura, assim como a apropriação ilegal de bebês – filhos de pais considerados “subversivos” – sequestrados com seus pais ou nascidos em hospitais militares ou nos CCD. A estimativa é de que, aproximadamente, 500 crianças foram sequestradas e adotadas ilegalmente por outras famílias, que muitas vezes, possuíam ligações com o regime. (BORGES, 2015).
 com a supressão da mãe quebravam laços umanos fundamentais fortalecendo o controle do estado militar. atacar a vida em suas raizes mostra o quanto eles eram absoluto
Pode-se ressaltar nessa época foram criados cerca de 364 campos de concentração para uso de detenção e extermínio. Também vale ressaltar a atuação de grupos guerrilheiros que foram usados basicamente como desculpas para tamanho número de mortes durante esse período. Por assim, pode-se destacar algumas partes que compartilhavam desta sociedade, como por exemplo:população passou aos poucos a desaprovar as condutas militares, assim a popularidade caiu drasticamente os grupos guerrilheiros, intelectuais, estudantes e sindicatos que lutaram contra esse regime, a favor dos direitos humano.s que se dominou "Mães da Praça de Maio", feito em 1977. Tal movimento era constituído por mães que saiam às ruas em busca de seus filhos e familiares desaparecidos. (SADER; JINKING, 2006)
Houve um amontoado de denúncias feitas a respeitos da violação dos Direitos Humanos, recordes de desempregos e grave crise econômica com estagnação total da economia. A estabilização nacional não foi muito efetiva junto com a repressão do regime fez com que no fim de 1970 e início de 1980 o governo entrasse em declínio. (NOVARO; PALERMO, 2007). Bruna Borges (2015), afirma que a e deu oportunidade para surgir organizações de direitos humanos como Mãe e Avós da Praça de maio que já ganhavam visibilidade e apoio tanto nacional quanto internacional.
 Em 1981, o ditador Jorge Rafael Videla e o Ministro da Economia Martínez de Hoz renunciaram para presidir o país a Junta Militar indicou o general Roberto Viola (1981) que foi substituído em seguida do pelo general Leopoldo Galtieri (1981-1982). 
Nesse cenário entrou em pratica a ação política multipartidária guiadas pelos partidos políticos a fim de uma possibilidade de recuperação da representatividade dos partidos a partir da exclusão do poder militar. E assim foi feito, em julho de 1981, a Multipartidária lança a sua convocação ao país, com grande repercussão, anunciando a transição democrática. (NOVARO; PALERMO, 2007).
fim da ditadura Após uma greve geral, para prolongar o regime o general Galtieri declarou guerra contra o Reino Unido, em abril de 1982, e tentou ocupar as Ilhas Malvinas, reivindicando a soberania histórica da Argentina sobre este território, um ato que foi um fracasso e fez com que o entusiasmo e o orgulho nacional sumisse. A Junta Militar, apesar dos seus atos, ágil como se nada tivesse acontecido mantendo as coisas como estavam e indicou o general Reynaldo Bignone (1982-1983) à presidência, o qual elaborou a Lei de Autoanistia para impedir que militares fossem julgados pelos seus crimes e, ainda, decretou a destruição dos arquivos que comprometiam o regime. (NOVARO; PALERMO, 2007). 
Foi so Em 1983 a Argentina elegia democraticamente seu primeiro presidente democraticamento chamado Raúl Alfonsín após o final da ditadura civil-militar, onde esse seria um passo para reconstrução do Estado de Direito na Argentina diz Bruna Borges (2015).
Durante o governo Alfonsín (1983-1989), não deixou que a lei de Autoanistia continuasse existindo de forma que foi anulada e criado decretos que possibilitaram o julgamento dos militares pelos crimes de lesa-humanidade cometidos junto com a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas. Por fim a comissão levou à condenação de militares integrantes da cúpula do regime, incluindo o general Videla. Porem em 1986, ainda no governo de Alfonsín, foi aprovada a Lei do Ponto Final, que dava impunidade dos militares e interrompia os processos judiciais. Somente no governo de Néstor Kirchner (2003-2007), foi retomado o ímpeto por medidas de justiça, reparação e memória, fazendo com que ocorresse a reabertura dos processos contra os repressores e anulando assim a Lei do Ponto Final. (NOVARO; PALERMO, 2007).
Em 22 de maio de 2010 o ex-ditador argentino Jorge Videla é condenado a prisão perpetua, considerado culpado pelo homicídio de opositores e outros crimes contra a humanidade, em um julgamento contra 30 líderes do regime civil-militar. (Presse, 2010). Em 17 de maio de 2013, o ex-ditador morre aos 87 anos em sua prisão em Buenos Aires por causas naturais. (G1, 2013).
A ditadura de Videla não teve contatos apenas com os Estados Unidos, mas também impactou com sua política externa o Chile. Junto com o novo regime ditatorial implantado veio os problemas militares e econômicos do país, junto com um forte aumento nas forças militares que fez com que em 1978 quase iniciasse uma guerra com o Chile. Isso se deu, devido a uma antiga disputa pela posse de três pequenas ilhas do estreito de Beagle conhecidas como Nueva, Picton e Lennox. Dessa maneira, caso o Chile tivesse dominância perante as ilhas, suas fronteiras atingiriam o Atlântico facilitando assim o comercio. Porém, a Argentina não era de acordo com isso, seus ideais era mais voltado para o Chile ficar somente o Oceano Pacifico sem contar com a ideia de possibilidade de que a região tivesse gás e petróleo, o aumento da projeção do proprietário das ilhas sobre a Antártida e uma maior área pesqueira, tornando assim uma área com grandes interesses para ambas as partes. Vale ressaltar que o general Jorge Videla preferia evitar o conflito, em contrapartida dentro da junta outros integrantes do Exercito e da Marinha queriam ver o banho de sangue que poderia se alastrar por entre os países. Tal conflito apenas não ocorreu devido a um pedido do então Papa João Paulo II, que foi atendido pelas partes.(PALACIOS, 2008).

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