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CASO CONCRETO 4

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CASO CONCRETO 4
Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontra-se preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontrasse em local incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação por edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados.
Foi correta a decisão do magistrado? Justifique sua resposta.
	
A decisão do magistrado foi correta apenas em relação a Zezinho: 
Zezinho encontra-se em local incerto e não sabido, nessa condição deve-se atentar o que determina o Art. 361 do CPP – Citação por Edital. 
➔ Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 
 por encontrar-se em local incerto e não sabido, foi citado por edital. 
Quanto a Luizinho e Zezinho o magistrado se equivocou: 
Luizinho está preso e por esta circunstância, deve ser citado pessoalmente no Complexo de Bangu – RJ. É o que preceitua o Art. 360 CPP. 
➔ Art. 360: Sé o Réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
Referente ao seu comparsa Huguinho, como sua conduta é de se esconder, isto é, se ocultar para não ser encontrado deve ser aplicado o que dispõe o Art. 362 do CPP. – Citação com hora certa. 
➔ Art. 362: Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
 
Leciona Aury Lopes Junior – Direito Processual Penal – 17ª Ed.
“Ainda que pertencentes ao gênero “comunicação dos atos processuais”, notificação, intimação e citação do acusado são institutos distintos, com diferentes finalidades e consequências. Contudo, o mais importante é que são todos instrumentos a serviço da eficácia dos direitos fundamentais do contraditório e da ampla defesa. Não se pode mais pensar a comunicação dos atos processuais de forma desconectada do contraditório, na medida em que, como explicamos anteriormente, é ele o direito de ser informado de todos os atos desenvolvidos no iter procedimental.
Maior é a relevância da comunicação dos atos processuais se considerarmos que o processo é um procedimento em contraditório, sendo essa a nota distintiva entre o processo judicial e os demais tipos de processo (administrativo, legislativos etc.), como explica FAZZALARI. Na lição do autor567, l’essenza stessa del contraddittorio esige che vi partecipino almeno due soggetti, un “interessato” e un “controinteressato”: sull’uno dei quali l’atto finale è destinato a svolgere effetti favorevoli e sull’altro affetti pregiudizievoli. A igualdade de oportunidades e de tratamento ao longo doprocesso é imposição do contraditório, que por sua vez é fundante do próprio conceito de processo.
A citação no processo penal é um ato da maior importância, pois dela depende diretamente a eficácia do direito fundamental do contraditório e, posteriormente, da ampla defesa. Também, a teor do art. 363 do CPP, o processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.
Trata-se de comunicação ao réu da existência de uma acusação, dando-lhe assim a “informação” que caracteriza o primeiro momento do contraditório. A partir dessa informação, cria-se a necessária condição de possibilidade paraeficácia do direito de defesa pessoal e técnica.
Na atual sistemática processual, a citação é a comunicação da existência de uma acusação, para que ele “responda por escrito” no prazo de 10 dias (art. 396). É citação para responder à acusação e não mais para ser interrogado. De qualquer forma, em nada diminui a importância do ato, pois segue sendo um momento crucial para o direito de defesa. Então, mais do que um mero chamamento do réu a juízo para defender-se, é a citação uma manifestação do próprio direito fundamental do contraditório.
Daí por que é a citação uma garantia para o réu, solto ou preso, acarretando a invalidade processual (art. 564, III, “e”, do CPP) qualquer violação à forma prescrita.
A citação no processo penal deve ser feita através de mandado, cumprido por oficial de justiça, devendo constar os requisitos previstos nos arts. 352 e 357 do CPP. Quando o réu residir em local diverso daquele onde tramita o processo, a citação será feita através de carta precatória (arts. 353 e 354 do CPP) ou rogatória, se cumprida em outro país (arts. 368 e 369).
O réu é citado para apresentar resposta à acusação. Não residindo na comarca onde se desenvolve o processo, poderá ser, posteriormente, deprecado seu interrogatório.
Falando-se de carta precatória, deve-se esclarecer que a chamada “precatória itinerante” nada mais é do que a possibilidade de uma precatória expedida em Porto Alegre, para ser cumprida em Curitiba, por exemplo, seja redirecionada para Londrina, onde está o réu. Isso porque, recebendo a carta precatória, o juiz de Curitiba verifica – pela certidão do oficial de justiça, por exemplo – que o réu se mudou para Londrina. Então, para evitar a inútil burocracia de devolver para Porto Alegre a carta precatória sem cumprimento por estar o réu em Londrina, ele simplesmente redireciona para aquela comarca. Evita-se, assim, o inútil retorno à origem para nova emissão. Nenhum problema.
(...)
O contraditório, visto em seu primeiro momento, que é o da informação, exige que o réu saiba previamente o inteiro teor da acusação e, para tanto, deve ser-lhe entregue uma cópia da peça acusatória. Não basta a mera leitura por parte do oficial de justiça.
Peculiar é a citação do militar e do servidor público.
No caso do militar, a citação deverá ser feita através do chefe do respectivo serviço, determina o art. 358. Contudo, há que se considerar, ainda, o disposto no art. 221, § 2º, que aponta a necessidade de que seja feita uma requisição à autoridade superior.
Essa exigência do CPP decorre do fato de a estrutura militar ser rigidamente hierarquizada, de modo que, para um militar ausentar-se do quartel para comparecer no fórum, deve ser liberado pelo seu superior. Assim, se não for feita a citação através da autoridade superior, mas o militar comparecer, nenhum problema. Contudo, se não comparecer porque não foi liberado (posto que não houve a devida comunicação ao superior hierárquico), a citação será considerada nula e deverá ser repetida. Não poderá o réu ser prejudicado, devendo o ato ser repetido.
Situação similar ocorre na citação do servidor público. Determina o art. 359 que haverá, além da citação do réu, a notificação do chefe de sua repartição. Os motivos são os mesmos: viabilizar a presença do réu em juízo.
Noutra dimensão, a citação do réu preso deverá ser feita pessoalmente. Impede-se, com isso, a mera requisição para o diretor do estabelecimento prisional providenciar a condução do réu para audiência. Independente da requisição para condução do preso (medida meramente administrativa), tem ele o direito de ser citado, pessoalmente, recebendo cópia da denúncia.
A citação real é aquela feita através de mandado, cumprido por meio de oficial de justiça, que comunica ao réu – pessoalmente – do inteiro teor da acusação e de que deverá responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. É a efetiva comunicação da existência da acusação, com a entrega de cópia da denúncia ou queixa. Também a citação deprecada (feita através de carta precatória) para outra comarca é uma forma de citação real, pois será cumprida através de oficial de justiça que comunicará pessoalmente ao réu da imputação e do prazo para apresentar defesa escrita. Quando a citação for solicitada a juiz de outro país, onde se encontra o réu, se realizará através de carta rogatória (arts. 783 a 786 do CPP).
A citação ficta é aquelarealizada através de edital e somente poderá ser utilizada quando esgotadas todas as possibilidades de encontrar-se o réu para realizar-se a citação real.
É inegável que a citação por edital é uma ficção, descolada da realidade, pois ninguém acorda de manhã e lê o diário oficial ou procura nos principais jornais para ver se está sendo citado em algum edital... Daí por que, ciente disso, deve a citação ficta ser – verdadeiramente – a última forma de comunicação do ato processual.
Em que pese a resistência dos processualistas penais, a Lei n. 11.719 trouxe – numa infeliz transmissão de categorias do processo civil – a chamada “citação por hora certa” (art. 362) para o processo penal brasileiro. É uma forma extremamente perigosa de comunicação ao réu da existência de uma acusação.
Deverá o oficial de justiça fazer uma certidão pormenorizada, indicando os dias, horários e, principalmente, os fundamentos da suspeita de que o réu estivesse se ocultando. Também deverá apontar o nome completo do familiar (e o grau de parentesco) ou do vizinho (com o endereço dessa pessoa) com quem fez contato.
Todo o procedimento de realização da citação com hora certa deve ser certificado pelo oficial de justiça, pormenorizadamente, para permitir o posterior controle de legalidade do ato por parte do juiz (das garantias).”
-Das 5 correntes em relação a suspensão:
 
Ex: 155 (furto)
Pena de 1 a 4 anos 
Art. 109 – prescreve em 8 anos (pena máxima)
>>>>>>>>>>>>CITADO POR EDITAL: local incerto e não sabido suspensão – art. 366 do cpp
1)suspensão Deve considerar a pena mínima do crime 155 cp: 1 ano ( Art. 109 cp) = 4 anos 
Ex:
Prazo 1 	 Suspenso 4 anos	 Prazo 7 anos
______________/ ==================/ _________________ = 8 anos
Prazo 1 	 Suspenso 4 anos	 Prazo 7 anos
2)suspensão Deve considerar a pena máxima do crime 155 cp: ( Art. 109 cp) = 4 anos STJ – 8 anos
SUMULA 415 STJ: “o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”
Ex:
Prazo 2 	 Suspenso 8 anos	 Prazo 6 anos
______________/ ==================/ _________________ = 8 anos
3)prazo máximo da prescrição prevista no ordenamento jurídico; = 20 anos
Ex:
Prazo 3 	 Suspenso 20 anos	 Prazo 5 anos
______________/ ==================/ _________________ = 8 anos
4)Suspensão por prazo indeterminado torna o crime imprescritível
-Causas de imprescritibilidade estão na própria constituição: 
Art. 5º 
-XLII 
-XLIV
Crítica: é inconstitucional?
Causas de imprescritibilidade só caberia nos crimes em que a constituição determinou o legislador portanto em norma infraconstitucional alargar pra qualquer todo e qualquer crime, pois o CPP deve está inserido no preceito constitucional. 
5)Prazo indeterminado (majoritária) - STF
Por uma questão de semântica da 4ª corrente, NÃO torna o crime imprescritível – 
imprescritibilidade condicionada										 basta o réu aparecer
INFOMATIVO 456 – STF
No tocante a suspensão da prescrição, entendeu-se que a constituição não veda que seu prazo seja indeterminado, uma vez que não se constitui em hipótese de imprescritibilidade e a retomada do curso da prescrição fica apenas condicionada a evento futuro e incerto.
Prazo 3 	Suspenso INDETERMINADO	 Prazo 5 anos
______________/ ==================/ _________________ = 8 anos
Pelo exposto, é mister salientar que o magistrado não agiu corretamente: 
→Luizinho: Art. 360 CPP (Pessoalmente citado) 
→Huguinho: Art. 362 CPP (Citação com hora certa) 
→Zezinho: Art. 361 CPP (Citado por edital)
Processo
Rcl 2765 / MT
RECLAMAÇÃO
2008/0055271-4
Ementa
PROCESSO PENAL. RECLAMAÇÃO. CITAÇÃO POR EDITAL. NULIDADE. APRECIAÇÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. ADVOGADO E PARTE POSTERIORMENTE CITADOS E INTIMADOS EM JUÍZO. ALEGADO DESCUMPRIMENTO. NÃO-OCORRÊNCIA. PEDIDO IMPROCEDENTE.
1. A reclamação tem por finalidade preservar a competência do Superior Tribunal de Justiça ou garantir a autoridade de suas decisões, sempre que haja indevida usurpação por parte de outros órgãos de sua competência constitucional, nos termos do art. 105, I, f, da Constituição Federal.
2. Não se verificando desrespeito à autoridade de decisão emanada pelo Superior Tribunal de Justiça, uma vez que o Tribunal de origem realizou o julgamento do writ originário, deve-se reconhecer a improcedência do pedido.
3. Sendo a citação por edital inválida, em tese, não se deve suspender o curso do processo e da prescrição, devendo correr o prazo até nova citação válida do réu.
4. Reclamação improcedente.

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