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Aula 1 pedagogia como ciência da educação

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO (EEL0038/3619951) 9004
Aula 1: 
PEDAGOGIA COMO CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
Definição: reflexão crítica sobre o conhecimento e a Ciência da Educação, englobando considerações sobre Filosofia e Ciência, razão e saber, bem como a problematização do conceito atual de educação. Reconhecimento do sujeito como alicerce da Pedagogia do Sujeito e suas implicações para a Educação.
Propósito: Abordar a Pedagogia como Ciência da Educação sob a perspectiva epistemológica, fundamentando a prática pedagógica a fim de superar a defasagem cultural vivida atualmente pela escola.
INTRODUÇÃO
Numa abordagem de cunho epistemológico, pretende-se mostrar a necessidade de pensar a Pedagogia como Ciência da Educação. Referir-se ao epistemológico significa aludir a uma reflexão crítica sobre o conhecimento científico em geral (fundamentado, justificado e validado) e a como tal conhecimento é produzido nas suas muitas vertentes.
A Epistemologia, ao abordar o conhecimento científico, reconhece o quanto a Ciência é indispensável. Atualmente, sem dúvida, é a principal área do conhecimento. Apesar disso, não se pode deixar de considerar as demais áreas: a Filosofia, a Arte, a Teologia e o senso comum.
► MÓDULO 1:
DESCREVER O CONCEITO DE EPISTOMOLOGIA COMO REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS FILOSÓFICOS E CIENTÍFICOS.
O conceito de Ciência
Para descrever o conceito de Epistemologia, é necessário realizar o trajeto de construção do pensamento científico a fim de compreender a própria Epistemologia, assim como perceber que a relação entre Ciência e Filosofia deve ser indissociável na construção do conhecimento e da reflexão crítica. Vamos começar entendendo o conceito de Ciência.
O que significa Ciência?
A palavra ciência deriva do latim scientia, scire, isto é, saber, conhecer, e significa em sentido amplo, qualquer conhecimento. Com o tempo, passou a se restringir ao conhecimento do que é produzido pelas ciências físico-naturais.
Se a Ciência teve início com a observação de certos fenômenos da natureza, não se pode esquecer, no entanto, que o homem já inventava instrumentos rudimentares. Havia também ali, no saber prático, o conhecimento: Ex. no processamento da pedra em: martelo, instrumento de corte, bigorna, faca, choupa.
A observação de plantas e animais vem dos primórdios das ciências biológicas, mas também desembocou no animismo e na magia (chamada no passado, pelos magos, de Grande Ciência Sagrada). Portanto, o animismo, a astrologia e a religião estiveram presentes nas origens da Ciência, ainda que não se possa determinar com precisão a qualidade de suas relações.
Predominava, entre os gregos, um conceito de razão marcado pela ideia de um saber especulativo regulado pelo critério da verdade. Contudo, é pela arquitetura conceitual, na qual ele se exprime, que nos é permitido ver o mundo adequadamente. Seria, portanto, essa apreensão justa que constituiria, em si mesma, a última finalidade do saber e, em certo sentido, da própria vida. Acreditava-se que o conhecimento verdadeiro conduz à contemplação da realidade, ou seja, permite que a compreendamos em seus princípios, em sua origem. Ver o mundo na dimensão dos princípios é vê-lo em sua eclosão, em sua eterna juventude.
Concluindo: A ciência significa saber, conhecer. Em sentido amplo, significa qualquer conhecimento.
QUAL A RELAÇÃO ENTRE A CIÊNCIA E A FILOSOFIA?
Embora a filosofia grega reservasse um lugar à razão prática, a primazia era dada à razão especulativa, concebida como finalidade da razão prática, como se a prática devesse servir à teoria.
A ferramenta de trabalho do filósofo e do cientista é predominantemente o pensamento, por meio da pesquisa teórica ou prática. Por isso, muitos deixam de lado a preocupação com resultados, com o término do trabalho, dada a importância do processo, o qual, legitimamente, é capaz de encerrar a pesquisa. Além disso, por ser um processo de conhecimento, há de se considerar que toda pesquisa colabora com a formação do pesquisador. Diante do que vimos em relação à finalidade do saber, e, portanto, da pesquisa, assim como suas possíveis inversões de valores, convém enfatizar que:
Pesquisas não são voltadas para o objeto, e sim para o sujeito. Dotados de consciência, os sujeitos têm o poder de agir sobre suas próprias vidas. Eles conhecem, agem, sentem e querem – características que devem ser consideradas para distinguir o pesquisar para sujeitos e o pesquisar sujeitos.
Os conhecimentos filosóficos e científicos exigem sempre um pensamento rigoroso (voltado a um objeto), possuem um método e são lógicos (coerentes, e não contraditórios).
O conhecimento verdadeiro, seja no contexto filosófico ou científico, diz respeito ao que é pertinente ao nosso mundo. É assim que, ao fazer Filosofia e Ciência, o ser humano interpreta suas próprias ações e aquilo que o cerca, a realidade. Trata-se de um desejo de superar o que lhe causa admiração, surpresa. É essa interpretação que se transforma em um enunciado verdadeiro, que pretende dizer exatamente como a realidade é, mesmo sabendo que o discurso será outro após algum tempo, uma vez que a realidade se transforma.
Concluindo: A ciência e a Filosofia utilizam o pensamento para interpretar a realizade.
Filosofia: uso do saber em prol da humanidade
O que é Filosofia?
O Eutidemo, de Platão, define a Filosofia como o uso do saber em prol da humanidade. Afinal, de nada serviria saber transformar pedras em ouro a quem não soubesse utilizá-lo; seria inútil uma Ciência que tornasse imortal a quem não soubesse utilizar a imortalidade e assim por diante. É preciso que coincidam o fazer e o saber utilizar o que é feito, e essa é uma característica da Filosofia.
Segundo Nicola Abbagnano (1999), a Filosofia implica:
A posse ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o mais amplo possível. → O uso desse conhecimento em benefício do homem.
Abbagnano (1999) nota que esses dois elementos são recorrentes nas definições de Filosofia em diferentes épocas:
Para Descartes a Filosofia significa o estudo da sabedoria, a qual não é somente a prudência, mas o perfeito conhecimento de todas as coisas possíveis ao ser humano, tanto para a conduta de sua vida quanto para a conservação de sua saúde e para a invenção de todas as artes.
Para Hobbes a Filosofia é o conhecimento causal e a utilização desse conhecimento em benefício da humanidade.
Para Kant o conceito cósmico de Filosofia, que interessa necessariamente a todos os humanos, é o de “ciência da relação do conhecimento à finalidade essencial da razão humana”.
Para Dewey a Filosofia é uma “crítica de valores”, no sentido de crítica das crenças, das instituições, dos costumes, das políticas, no que se refere a seus alcances sobre os bens.
Concluindo: A Filosofia é o estudo de questões fundamentais da vida humana, com o objetivo de beneficiar o próprio homem.
A Ciência Moderna
Não se fará aqui referência à Ciência em geral, mas à disciplina científica, que se caracteriza como tal quando possui um objeto, um método e um corpo conceitual. Toda disciplina científica tem obrigatoriamente um objeto, isto é, aquilo que ela quer conhecer. Logo, a objetividade é uma de suas peculiaridades. Por isso, a objetividade tornou-se a característica daquilo que é objetivo, isto é, a postura que o cientista adota ao ver as coisas como realmente são.
Como surgiu a Ciência Moderna?
Pode-se afirmar que a Ciência Moderna nasceu sob a égide do que se chamou método experimental. De fato, a Ciência sempre se esforçou para eliminar tudo o que dizia respeito à subjetividade a fim de poder definir, reproduzir e comunicar os fatos. E o fez prolongando nossos sentidos por meio de instrumentos de medição, os quais determinaram o tratamento meramente quantitativo dado a eles.
Pensou-se que, por meio da repetição dos experimentos, fosse possível evitar o risco de erro. Sob essa perspectiva, o fato científico nada mais é do que o fato mensurável. Por isso, a Ciência Moderna ocupou-se de descrever seus procedimentos de medida, valendo-se da linguagemmatemática para tornar essa descrição fiável.
A reprodução dos fatos é primordial para os cientistas modernos. Daí a importância adquirida por aquilo que eles chamam de método experimental. Para aqueles que trabalham com os fenômenos físico-naturais, não há Ciência sem experiência. A Ciência Moderna deslocou, do sujeito para o objeto, a questão do método. Com isso, criou um grande problema, principalmente para as ciências humanas, fazendo com que a questão do método fosse aprofundada. Por exemplo:
· Para os psicólogos a experiência (ou teste) também passou a ter importância.
· Para o historiador, a fidelidades ao documentos não deixa dúvida sobre a importância dada aos fatos.
Concluindo: A Ciência Moderna ressaltou a importância de se reproduzir os fatos, por meio do método experimental, com o objetivo de validá-los. Dessa forma, o foco passava a ser o objeto, que poderia ser descrito e testado.
A Epistemologia como caminho de construção do conhecimento
Há dois caminhos para o conhecimento do objeto: 
1. Categórico-dedutivo 2. Empírico-indutivel
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
Lalande (1993), ao se referir a categórico-dedutivo, remete-nos ao termo dedutivo – que constitui uma dedução – e atribui a ele quatro sentidos. Interessa-nos o segundo: falar de uma conduta geral de pensamento, aquela que utiliza apenas o raciocínio (como nas matemáticas puras), sem fazer apelo à experiência no curso de seu desenvolvimento. O método dedutivo é chamado de:
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
Quando se parte de proposições dadas como verdadeiras.
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Quando essas proposições iniciais são apenas supostas a título provisório ou consideradas como simples lexis.
EMPÍRICO-INDUTIVEL
Para indutivo, Lalande(1993) atribui dois significados:
· Método indutivo – que procede por indução.
· Verdade indutiva – que resulta de uma indução.
O autor afirma haver um sentido usual na linguagem filosófica para o termo indução: 
Operação mental que consiste em remontar de um número de proposições dadas, geralmente singulares ou especiais, a que chamaremos indutoras, a uma proposição ou a um pequeno número de proposições mais gerais, chamadas induzidas, tais que implicam todas as proposições indutoras. (Lalande 1993).
Toda disciplina científica tem uma terminologia própria, o que, na maioria das vezes, chega mesmo a identificá-la, sem referência explícita a ela. Por exemplo:
Quando nos referimos a número, cálculo, binômio, congruência, resto, função, sequer precisamos mencionar a Matemática.
O mesmo acontece com peso, massa, aceleração, movimento, vetor, gravidade, pois sabemos que fazem alusão à Física.
O corpo conceitual diz respeito aos conceitos que são próprios a uma disciplina científica. Por isso, a lógica do discurso de uma disciplina científica depende, também, de seu corpo conceitual. Nesse ponto, retomamos a Epistemologia a partir da construção do corpo, da investigação, do método, enfim, das condições necessárias para se construir um estudo científico. Esse é um movimento intelectual, a formação de um campo formatado em uma forte base epistemológica.
Quando surgiu o termo Epistemologia?
O termo Epistemologia, para definir as condições necessárias à produção do saber científico, surgiu com James Frederick Ferrier. Atualmente adotamos esse termo de modo mais amplo, como teoria do conhecimento, forma de representar e estruturar o conhecimento humano, daí constituir-se em campo, em conjunto, e não se fechar em uma verdade, mas em um valor atrelado ao conhecimento e à sua busca.
Na Epistemologia, não existe forma certa ou errada, mas desenvolvimento, busca humana pelo conhecimento. Métodos podem ser refutados; resultados, discutidos; discursos, negados; mas a Epistemologia é vivenciada na forma de pesquisa, na sua organicidade e melhora constante. Epistemologia é considerar o objeto investigado de forma ampla e complexa, sua história, sua relação com outros desenvolvimentos, e a certeza de ampliação e revisão constante dos saberes.
Quando nos propomos a compreender a Pedagogia como uma Ciência, percebemos que ela tem sua Epistemologia. Antes de conhecê-la, vamos compreender o conceito enquanto campo de conhecimento.
Concluindo: A Epistemologia busca representar e estruturar o conhecimento humano.
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A percepção de Ciência tem relação direta com o fenômeno de construção do mundo ocidental. A ideia de Ocidente é moderna, mas foi usada para legitimar um conjunto de influências históricas que remete à Antiguidade. Quando estudamos a dinâmica dessa formação, chegamos até a Epistemologia, que se baseia em um vínculo entre a razão prática e a especulativa. Observando essa influência histórica é correto dizer que:
A Filosofia grega não contemplava a razão prática.
A Filosofia grega não contemplava a razão especulativa.
A Filosofia grega primava pela razão prática, em detrimento da razão especulativa.
(*) A Filosofia grega primava pela razão especulativa, em detrimento da razão prática.
2. Como a Epistemologia pode contribuir com os discursos filosófico e científico?
Como reflexão crítica de saberes, seus processos, sua historicidade.
Como história descritiva das mentalidades.
Como discurso metafísico, resgatando a conexão com uma verdade suprema.
(*) Como limitadora da arrogância humana.
► MÓDULO 2:
IDENTIFICAR A PEDAGOGIA COMO A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
Educação e Pedagogia
Vamos agora dedicar nosso olhar à relação entre Educação e Pedagogia. Educar seria um ato epistemologicamente construído ou um ato natural humano. A Educação é um discurso, é uma prática social recorrente, independentemente de lhe ser aplicada um estudo técnico.
No século XVIII, a organização de um campo científico, para pensar e construir a Epistemologia educacional, foi consagrada com o nome de Pedagogia. Repare, não é uma mera estrutura de palavras, mas a percepção de que — diante de uma prática vital e poderosa, cercada de filosofia, de história, de anseios — passa a ser constituído um campo de saber próprio, múltiplo, vívido, que se encerra na construção de uma Epistemologia singular, da qual trataremos a seguir.
O discurso norteador da Educação
Podemos dizer que a Educação nasce de uma construção discursiva, prática recorrente que vai se consolidando de forma específica. Voltemos à Filosofia para resgatar um importante conceito que nos será útil daqui em diante: o de discurso.
 O que podemos entender por discurso?
· Operação intelectual que se efetua por meio de operações elementares, parciais e sucessivas.
· Expressão e progresso do pensamento por meio da sucessão de palavras ou de proposições que se encadeiam.
Os conhecimentos filosófico e científico exigem sempre que seus discursos sejam específicos, porque seus conhecimentos decorrem de pensamentos rigorosos, que se dirigem a um objeto, possuem um método e são lógicos, coerentes, não contraditórios. E assim devem ser, pois a Ciência nasceu sob a égide da razão e da verdade. Não é por outro motivo que o rigor da Ciência se encontra nos seus próprios discursos, a exemplo do discurso filosófico.
Há um discurso recorrente em nossa sociedade, apresentado de forma genérica, perdendo muitas vezes o sentido que aproxima a Educação, enquanto campo científico, da atuação do pedagogo no movimento desse campo. A partir deste momento, buscaremos aplicar as bases da Epistemologia discutida, das contradições exploradas e da busca desse sentido estrito no campo da Educação.
Concluindo: Um discurso específico é capaz de caracterizar um corpo científico. Desse modo, a Educação com ciência, nasceu de uma construção discursiva que vem se consolidando de forma específica.
A Ciência da Educação
A Educação é tida como uma prática social e até mesmo histórica. Mas, originariamente, prática, ou fazer, tem o sentido de arte – a tékhne grega – e, como tal, exige um conhecimento daquilo que se faz. Portanto, o sentido de tékhne é o de fazer e o de ensinar (saber) a fazer. Para se fazer bem, é preciso conhecer o que se vai fazer; e para saber bem, é preciso competência para fazer.
Muitas obras já têm feitoa distinção entre Educação e Pedagogia, o que é importante para caracterizar a Ciência da Educação, ou seja, a Pedagogia. Contudo, é preciso considerar a inevitável indissociabilidade entre teoria e prática. Toda prática traz embutida em si uma ou mais teorias e toda teoria traz em si mesma uma prática. Nem sempre se tem clareza sobre isso. Basta ficar atento àqueles que querem sempre “aplicar” teorias.
Ao afirmarmos que a Pedagogia é a Ciência da Educação, consideramos a Educação seu objeto. A questão fundamental é o que se concebe por Educação. Seria equivocado pensar que a Pedagogia é uma reflexão sobre o que se faz nas escolas. Ela é muito mais do que isso.
Se considerarmos que somos adeptos da Ciência grega, podemos afirmar que sempre houve a preocupação com um ideal de formação humana. Os gregos absorveram e transmitiram o patrimônio cultural de muitos povos que os precederam, principalmente o babilônico e o egípcio, e não deixaram de transmitir os seus próprios conhecimentos.
É preciso tomar cuidado com a expressão “ciências da educação”, embora ela seja bastante difundida. Muitos atribuem-na àquelas ciências que, muitas vezes, servem de suporte para algumas argumentações em termos pedagógicos, como a Sociologia, a Psicologia e a Antropologia. Contudo, essas ciências não são da Educação. Mesmo que elas possam estudar determinados aspectos acerca da Educação, elas o fazem sob a ótica de cada uma. Quanto à Filosofia, não é considerada uma Ciência; pelo menos no sentido que esta tomou desde os séculos XVI e XVII: estudo dos fenômenos, os quais são submetidos à prova matemática (ciências formais) e à verificação (ciências empíricas).
Então, uma vez que consideramos a Pedagogia como a Ciência que estuda a Educação, como se dá a organização do conhecimento científico?
Em relação ao método
Não há um método específico para a Pedagogia, assim como não há para qualquer Ciência. É uma opção que cabe a cada pesquisador. Tudo depende do ponto de partida (geral ou particular).
Em relação ao corpo conceitual
A Pedagogia não tem um corpo conceitual definido, mas isso não causa problema algum, uma vez que é possível se valer de conceitos utilizados por outras disciplinas científicas quando necessário. A esses conceitos devem ser atribuídos significados absolutamente adequados à própria Pedagogia.
É preciso dar um tratamento científico à Educação, pois apenas fazemos ideia do que ela seja. Contudo, a ideia que dela fazemos é unilateral e, muitas vezes, falsa, porque é calcada no senso comum. É preciso, também, ter acesso às teorias pedagógicas e que cada professor questione, com frequência, seu papel social e profissional. As relações sociais, as influências do meio, das condições de trabalho, da mídia, da política etc. fazem da Educação uma atividade humana singular.
Concluindo: A Pedagogia, como Ciência da Educação, utiliza o corpo conceitual de outras disciplinas científicas para desenvolver os conhecimentos científicos sobre o fazer e o ensinar.
O campo da Educação
Associando o entendimento do conceito epistemológico da Pedagogia como a Ciência da Educação, precisamos nos remeter brevemente aos séculos XIX e XX.
Século XIX. Ainda que a Educação, enquanto técnica, tenha sido debatida, disputada e organizada ao longo do tempo, a construção de um conjunto de pesquisas complexas, representações sociais e vínculos com outras práticas científicas só emerge no século XIX.
Século XX. Estudos que revelam como compreender os debates sobre o ensino, o aprendizado, a didática e a Psicologia construíram discursos, conceitos e abordagens que permitiram a Pedagogia ter se tornado, no século XX, uma das mais importantes e debatidas ciências nas sociedades ocidentais. Foi considerado que, de alguma forma, ela representaria a marca, a continuidade e o avanço pretendido. Ao longo do século XX, no entanto, esse campo se multiplicou, ramificou e se reestruturou muitas vezes.
Entendemos, portanto, que a Pedagogia assumiu características e estruturas que a transformaram em uma Ciência, constituindo uma Epistemologia viva para refletir a Educação, a qual passa a ser um campo de investigação liderado pela Pedagogia. Muitos esperam uma conclusão definitiva de como operar, como fazer, qual a concepção vigente correta para a perfeita Educação e qual a conclusão de séculos de estudo. Esse processo e essas respostas não existem. Perceber a Educação como um campo e a Pedagogia como uma Ciência é um convite para que você constate e estruture a sua Epistemologia. Esteja disposto a se aprofundar, vivenciar e debater, pois essa é a única forma de compreender a dinâmica do campo.
Concluindo: No estudo da Educação pela Pedagogia, a Epistemologia deve ser definida pelo pesquisador, a partir de análises, vivências e debates sobre esse campo de estudos.
Verificando o aprendizado
1. Considerando a Pedagogia como a Ciência da Educação, precisamos associá-la adequadamente. Assinale a alternativa correta:
(*) Atualmente, podemos afirmar que Ciência não é Filosofia e Filosofia não é Ciência.
Atualmente, mais do que nunca, a Filosofia é uma Ciência.
A Filosofia é Ciência, porque ela é também experimental.
A Ciência é Filosofia, porque cabe a ela discutir problemas que são próprios da Filosofia.
2. Sobre o uso de conceitos pela Pedagogia podemos perceber que:
(*) A Pedagogia não tem um corpo conceitual definido.
A Pedagogia não pode emprestar conceitos de outras ciências.
A Pedagogia só pode emprestar conceitos da Filosofia.
A Pedagogia não empresta conceitos porque é uma prática.
► MÓDULO 3:
Reconhecer a proposição de uma Educação Integral baseada na filosofia do sujeito.
Educação Integral
Você sabe o que é Educação Integral?
Educação Integral é educação em tempo integral! 
Essa afirmação está correta? NÃO
Educação Integral não é educação em tempo integral. Apesar de poder ser aplicada, não trataremos do tempo do aluno na escola, mas da formação do sujeito de forma integral.
A Educação Integral entende a existência do sujeito para além de sua condição cognitiva, considerando seus afetos e suas dimensões sociais, psicológicas e físicas em um contexto de relações. O sujeito tem desejos, anseios e demandas simbólicas, buscando satisfazer-se por meio das suas diversas formulações de realização.
Gonçalves (2006) afirma que a Educação Integral propõe a visão do sujeito em diversas dimensões, não apenas cognitiva, mas também como sujeito que tem afetos e desejos que precisam de satisfação. Há muitos debates no campo da Educação versando sobre a educação estética, sobre a questão da Neurociência, e uma série de outras pesquisas, as quais é importante conhecer. Mas tudo isso parte de uma teoria pedagógica anterior, da percepção filosófica do sujeito, e é sobre ela que nos atentaremos neste módulo.
Se o campo da Educação tem sua Epistemologia, se a Pedagogia é sua Ciência, é o sujeito que lhe fornece sentido. Consolidou-se, assim, um dos preceitos iniciais, mas fundamentais, para a Educação Integral:
· Ela não pode ser meramente instrucional, pautada na repetição, na exposição unilateral de conteúdo. Para que haja uma Educação Integral, é necessária a compreensão de que educar é instigar o pensamento, ouvir opiniões contraditórias, construir argumentos, ou seja, é necessário conhecer o sujeito.
Concluindo
A Educação Integral abrange o sujeito em todos os âmbitos: o social, o psicológico, o cognitivo, o sentimental, o físico e o emocional.
Conhecendo o Sujeito
Uma Pedagogia do Sujeito busca a construção do sujeito e que ele se reconheça como tal. Para refletirmos sobre esse sujeito, um pensamento de Martin Claret:
· No espaço e no tempo, todas as coisas mudam. Transformam-se. Nada tem forma permanente. A única coisa permanente é a impermanência. Modificar-se é o início da sabedoria.
O sujeito é quem se modifica, logo, é ele quem sabe. Saber tem conotação mais forte do que conhecer. Saber é ter consciência do conhecer. E isso porque o ser humano não tem o monopólio da aprendizagem. Modificar-se é fazer alusão à necessidade que temos, todos,de nos construir e de nos reconhecer como sujeitos.
· O sujeito se define por e como um movimento, movimento de desenvolver-se a si mesmo. O que se desenvolve é sujeito. (...) Porém, cabe observar que é duplo o movimento de desenvolver-se a si mesmo ou de devir outro: o sujeito se ultrapassa, o sujeito se reflete. DELEUZE, 2001
Observe que o desenvolver a si mesmo, o ultrapassar-se e o refletir alertam para a importância de se dizer eu. Eu sou e, por ser, construo-me autônomo, livre e responsável, nos meus comportamentos e nas minhas realizações. Por isso, é imprescindível que cada um de nós se construa e se reconheça como sujeito. Construir-se sujeito nada mais é do que edificar-se nas próprias dimensões. O sujeito emerge no limiar da interioridade e da exterioridade.
· Referir-se a interioridade é fazer referência aos aspectos psíquicos relativos ao conhecer/saber (o cognitivo), ao fazer (o motor), ao sentir (o emotivo) e ao querer (volitivo)
· Referir-se a exterioridade é fazer referência ao corpo, à família, ao social e ao espiritual (não necessariamente ao religioso).
Importante chamar a atenção para algumas funções do dinamismo psicológico do saber, que sempre devem ser consideradas quando nos referimos ao sujeito:
INTROSPECÇÃO, EXTROSPECÇÃO, ATENÇÃO, MEMÓRIA, INTUIÇÃO, PENSAMENTO,
LINGUAGEM, IMAGINAÇÃO, PERCEPÇÃO, OUTRAS.
Essas funções vêm sendo estudadas pelas ciências, demonstrando que, devido à noção de sujeito ter surgido na Modernidade, não se pode, ao estudá-la, deixar de levar em consideração as contribuições atuais da Antropologia, da Sociologia, da Biologia, da Linguística, das Neurociências, das Ciências Cognitivas, dentre outras. Os aspectos psíquicos interpenetram-se entre si, da mesma forma como os aspectos constituintes da exterioridade. E ambas, a interioridade e a exterioridade, também se interpenetram.
É preciso, também, fazer referência aos termos autoconsciência e consciência de si, próprios da linguagem contemporânea. Aquele que tem consciência de si sabe de suas possibilidades, de seu valor ou da importância de suas ações. Trata-se de uma determinação que designa ou caracteriza uma relação entre um eu e um outro (que é um eu). Com isso, não se pode deixar de considerar o conceito de alteridade.
Concluindo: O sujeito constitui-se de aspectos interiores e exteriores e está em constante desenvolvimento.
A Pedagogia do Sujeito
Uma Pedagogia é teoria e método. Método é a interação entre um procedimento de ensino – os procedimentos de ensino têm a intenção de fazer com que o aluno aprenda o que tem de aprender – e uma teoria correspondente. Alguns exemplos, apenas, permitirão ao leitor se enveredar pelos caminhos do método pedagógico. Antes, convém observar que a Pedagogia do Sujeito parte dos seguintes princípios:
1- Cada sujeito é um sujeito
2- O sujeito é quem aprende
3- O sujeito aprende no seu ritmo
4- O sujeito aprende com o erro
5- O sujeito aprende melhor em grupo
Desde a indicação dos materiais que serão utilizados em classe até a análise e a compreensão das atividades, depara-se o professor com a obrigação de indicar exatamente como as aulas serão desenvolvidas e como as atividades devem ser propostas. Tal preparação demanda pesquisa sobre os conteúdos a serem trabalhados, sobre a formulação das atividades, sobre a lógica embutida nas suas proposições e sobre os procedimentos que permitirão desenvolvê-las.
É preciso que o professor saiba que, se não fizer essa preparação, se não vivenciar a experiência de também se submeter às atividades, prejudicará a aula. Portanto, trata-se de um momento que não tem o propósito de instrumentalizar o professor para simplesmente repassar a solução dos exercícios aos alunos.
Habituados a nos preparar para ensinar, para dar respostas, torna-se estranho e difícil mantermos uma atitude coerente de deixá-los buscar suas próprias soluções. E, especialmente, de fazer com que os alunos percebam os seus próprios erros. O professor precisa entender que, ao se assumir sujeito, deve encarar o aluno como sujeito. O que não acontece, por exemplo, quando o auxilia na solução ou soluciona um problema por ele.
É estranho e complexo para o aluno entender que, quando o professor nega a ele um dado desnecessário ou uma resposta correta, esteja exatamente autorizando-o a trabalhar com autonomia, com liberdade, isto é, a ser ele mesmo. Ao mesmo tempo em que professores e alunos realizam suas atividades procurando vivenciar experiências particulares e conjuntas, muitas vezes ainda nos causa estranheza que tal vivência, para ser coerente com a situação de experiência, não deva ser antecipadamente preparada a fim de ser bem-sucedida.
Então, qual é o papel do professor em uma Pedagogia do Sujeito?
Quanto ao papel do professor, o momento de desenvolvimento da aula, mais do que seria de se esperar e de forma contundente, demanda-lhe ser sujeito. Porque, mesmo tendo vivenciado de maneira muito intensa a preparação da aula, depara-se, dentre outras questões, com a exigência da precisão da linguagem e de que se valha apenas das informações necessárias à sua realização.
Assim, na Pedagogia do Sujeito, a linguagem utilizada deve:
· Contemplar indicações precisas, rigorosas e sucintas, preferencialmente não repetidas, que sempre correspondam a um problema inédito a ser resolvido, individualmente ou coletivamente.
· Ilustrar o rigor com que a Pedagogia do Sujeito concebe a preocupação com a construção do sujeito ou com o desenvolvimento e desvelamento de uma prática que diz respeito ao que teoricamente defende e representa: constituir-se a Pedagogia.
Mas porque a linguagem precisa e rigorosa é tão importante?
· A prolixidade e o descuido com o significado e o valor das palavras dispersam a atenção dos alunos, bem como os levam a não se responsabilizar pelo que dizem ou pelo que fazem.
· Sem precisão e rigor de linguagem, diz-se por dizer e não há consequentemente o cumprimento rigoroso da aula.
· A repetição dos preceitos induz à desatenção e à negligência, além de desvalorizar a situação vivenciada e a elaboração mental que ao aluno é solicitada.
· Quando não se respeitam os momentos próprios de cada atividade, os alunos se confundem e aqueles que não estão atentos certamente vão entender as orientações de forma truncada ou incompleta.
· Explicações adicionais desnecessárias e excesso de orientações para facilitar a solução dos problemas propostos desmerecem a competência dos alunos, tolhem-na, relaxam a exigência e o rigor do exercício. Podem até conduzi-los ao encontro de caminhos que não sejam os por eles mesmos descobertos e escolhidos e que anulam assim sua função e seu papel de atores/autores.
· Quanto ao princípio de que os exercícios sejam inéditos, cumpre destacar que muitas pedagogias trabalham num sentido radicalmente oposto ao apresentado, porque dão ênfase à repetição, à apresentação de modelos de solução, ao exemplo, ao treinamento, à proposição de situações regulares e rotineiras, que reduzem as dificuldades tanto de professores quanto de alunos. Por isso, jamais se deve enfatizar resultados. Não se trata de negá-los, mas de saber que fazem parte da situação vivenciada.
Na perspectiva da Pedagogia do Sujeito, as atividades não devem ter caráter utilitário, nem finalístico. O aluno precisa conhecer. Logo, não interessa a ele visar a uma finalidade prática. O importante é que ele compreenda que a finalidade não é desenvolver objetos, mas desenvolver a si próprio.
A prática das atividades fundamenta toda análise. Não há precedência de teorias. A teoria é subjacente a qualquer atividade. Essa concepção da teoria, inerente ou imbricada e não dicotomizada da prática, constitui atitude interdisciplinar, substancialmente perceptível quando professor e alunos discutem a realização das atividades.
Exige-se do professor que seja consciente, responsável e vigilante ao considerar objetos banais, porque o mais importante é o sujeito. E é essa uma das bases sobre as quais a Pedagogia do Sujeito edificaseu corpo teórico. Não é por outro motivo que a Pedagogia do Sujeito desconstrói os clichês ou os rótulos de que uns são melhores do que os outros... Não é melhor aquele que fez um objeto melhor. O que interessa é aquele que se faz melhor a partir do que vivencia.
Por isso, não cabe ao professor julgar o aluno, mas ao próprio aluno julgar se fez melhor. Ao professor compete provocar atitudes de avaliação para que todos e cada um avaliem como está se construindo o sujeito. A Pedagogia do Sujeito não se preocupa com o sucesso ou com o fracasso, pois é vivenciando essas experiências que o sujeito é construído. A Pedagogia do Sujeito jamais destaca que um sujeito tem maior ou menor habilidade nisto ou naquilo. Jamais admite o raciocínio das compensações. Um aluno nunca é bom em uma coisa e ruim em outra.
Concluindo: A Pedagogia do Sujeito tem como objetivo permitir que o aluno desenvolva a sua autonomia na busca pelo conhecimento, a partir das suas próprias experiências individuais ou coletivas.
A proposta de uma Educação Integral do sujeito
A Pedagogia do Sujeito concebe e busca construir o sujeito em sua totalidade. E é por isso que todas as atividades têm que trabalhar diversas habilidades. Deve-se alertar o aluno de que um mau desempenho em uma atividade jamais será indicativo da impossibilidade de bem realizá-la. Pelo contrário, é dessa atividade que ele mais necessita, uma vez que é ela que apresenta desafios complexos, difíceis de serem enfrentados e a que mais o desenvolverá.
Há de se alertar o aluno para o fato de que, se ele é bem-sucedido em determinada atividade, poderá ser bem-sucedido em outras, pois estará efetivamente se desenvolvendo ao ampliar suas potencialidades.
Quanto às atitudes consideradas menores, no cotidiano escolar, um exemplo bastante significativo é o da exploração do erro. Não cabe nem ao aluno nem ao professor esconder qualquer tipo de erro. Ao contrário, o professor deve provocar no aluno constante atitude de vigilância para que este perceba o erro, uma vez que não há por que temê-lo. Não há por que escondê-lo de quem quer que seja, principalmente de si mesmo. É errando, e tendo consciência do erro, que se aprende. Além disso, é lastimável que deixemos escapar as possibilidades de nos questionarmos.
Professores e alunos precisam encontrar o caminho da busca do conhecimento, seja ele qual for (o filosófico, o científico, o artístico, o teológico e, até mesmo, não descuidar do senso comum), bem como precisam assumir o papel que lhes cabe de se formarem, também, pesquisadores. Um sujeito nada é sem o outro. Por isso, a relação intersubjetiva deve ser ética, respeitando os valores morais do grupo em que vivem ou deles próprios. Importante destacar que a escola tem papel decisivo, que deve ser definido com urgência, pois pela Educação se dará prioridade e se resguardará a qualidade de vida, a luta pela cidadania, a superação das desigualdades sociais, a dignidade e a felicidade dos seres humanos.
Concluindo: A Pedagogia do Sujeito busca desenvolver o sujeito em sua totalidade e, por isso, é uma proposta de Educação Integral.
Verificando o aprendizado
1. Sobre a Educação Integral devemos ter como centro do processo que:
(*) A educação tem a ver com aprender a pensar.
A questão do método já está suficientemente estudada.
Referir-se ao epistemológico integral significa referir-se à leitura dos textos científicos.
A ideia de fundamento da Educação Integral sempre esteve ligada à ideia de experimentação/tempo.
2. A Pedagogia do Sujeito é uma proposta que, independentemente da adoção de modelos e métodos, deve pautar a reflexão docente na visão de que o aluno é um sujeito de desejos e que a sua compreensão enquanto sujeito permite obter resultados diversos. Assinale a alternativa que apresenta uma característica vital dessa prática pedagógica:
Conhecer a si mesmo é uma exigência humana que tem perpassado o tempo e isso só pode ser experimentado na prática.
Pautados no conhecimento que temos de nós mesmos, não seria possível conhecer a Filosofia e a Ciência; logo, deve-se pensar e analisar o autoconhecimento como caminho.
Na verdade, há somente uma única maneira capaz de nos conduzir a nós mesmos: o autoestudo.
(*) Atividades que visem a despertar habilidades, para que o aluno possa pela prática perceber e analisar o que está sendo realizado, assim como na vida.
Considerações finais
Concluímos um importante trajeto filosófico para a Educação. Você primeiro descobriu o que é Epistemologia e o quão complexa é a relação entre a Filosofia e a Ciência. Depois, aplicamos o que aprendemos no campo da Educação, percebendo o papel da Pedagogia como Ciência da Educação, suas nuanças e o que representam em nosso entendimento de Educação. Por fim, percebemos os debates estabelecidos acerca da questão do sujeito e de como o entendimento da base filosófica da Educação pode ser transformado, valorizado e direcionado para nosso entendimento do papel do sujeito.
Referências
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1999.
CHIBENI, S. S. Observações sobre as relações entre ciência e filosofia. Campinas: Unicamp, 2001.
DELEUZE, G. Empirismo e Subjetividade. Ensaio sobre a natureza humana segundo Hume. São Paulo: Editora 34, 2001.
FALCO, H. Yo Soy. El poder de descubrir quien eres. Chile: Norma, 2001.
GONÇALVES, A. S. Reflexões Sobre Educação Integral e Escola de Tempo Integral. In: Cadernos Cenpec, v. 1, n. 2, 2006.
LADRIÈRE, J. Os Desafios da Racionalidade. O Desafio da Ciência e da Tecnologia às Culturas. Petrópolis: Vozes, 1979.
LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
MORA, F. Dicionário de Filosofia. Portugal: Dom Quixote, 1977.RIBEIRO, J. A. A imagem do filósofo no Eutidemo de Platão. In: Argumentos, ano 6, n. 12. Fortaleza, 2014.
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Você sabe o que é Filosofia?
Pesquise no Dicionário de Filosofia, de José Ferrater Mora (1977), e no Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, de André Lalande (1993).
Para se aprofundar mais no assunto deste tema, leia os seguintes textos:
Artigo Reflexões Sobre Educação Integral e Escola de Tempo Integral, de Antônio Sérgio Gonçalves;
Artigo Vontade de pedagogia – pluralização das pedagogias e condução de sujeitos, de Viviane Castro Camozzato e Marisa Vorraber Costa;
Resenha da obra OLIVEIRA, I. A. Epistemologia e Educação: bases conceituais e racionalidades científicas e históricas. Petrópolis: Vozes, 2016, por Jane Cordeiro de Oliveira;
Artigo O papel da filosofia como instrumento pedagógico na escola do século XXI, de Laís Bianca Antônio Feroldi e Vanessa Cristina Treviso;
Livro Convite à Filosofia, de Marilena Chaui.

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