cutícula externa), passando, então, para a larva de terceiro estádio (L3), do tipo filarioide, denominada larva infectante. A infecção pelos ancilostomídeos no homem só ocorre quando a L3 (larva filarioide ou infectante) penetra, ativamente, na pele, conjuntiva e mucosa, ou, passivamente, por via oral. Da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática e chegam ao coração, indo pelas artérias pulmonares. Nos pulmões, atingem os alvéolos (L3 muda para L4), dos brônquios atingem a faringe e são ingeridas, alcançando o seu habitat (intestino delgado). Nele, a larva começa a exercer o parasitismo, por meio da cápsula bucal maceram tecidos e realizam o hematofagismo. Ainda no intestino delgado, a L4 muda para L5, atingindo a fase adulta e iniciando a cópula. A fêmea, assim, começa a eliminar os ovos pelas fezes. Patogenia e Profilaxia · Local da penetração das larvas Lesões traumáticas que levam a problemas vasculares, hiperemia, prurido e edema, devido ao processo inflamatório loca. A intensidade das lesões depende do número de larvas que penetram e da sensibilidade do hospedeiro. · Ciclo pulmonar Síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia). · Período de parasitismo intestinal Fase que caracteriza a ancilostomíase, com dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, diarreia sanguinolenta e constipação. Anemia2 : A ancilostomíase crônica, que causa a anemia por deficiência de ferro, é mais permanente em indivíduos subnutridos e submetidos à reinfecção. Os exames laboratoriais para ancilostomíase são empregados para analisar nas fezes a presença de ovos usando: · Métodos qualitativos - sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janner); · Sedimentação e centrifugação; · Flutuação (Wills). A diferenciação dos ovos de A. duodenale e N. americanos é impossível. Tratamento para ancilostomíase Veja os possíveis procedimentos para prevenir a doença: Engenharia e educação sanitária; Suplementação alimentar de Fe em zonas endêmicas; Diagnóstico e tratamento precoce do indivíduo parasitado; Uso de calçados; O tratamento para ancilostomíase aplica o Mebendazol e Albendazol. Já o tratamento do quadro de anemia faz uso de suplementação de ferro (alimentação e sulfato ferroso). Strongyloides stercoralis – estrongiloidose/estrongiloidíase A estrongiloidíase está presente no mundo todo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. Temos, aproximadamente, 100 milhões de infectados no mundo. Há possibilidade de reagudização em pacientes imunodeprimidos. Formas morfológicas Fêmea de vida livre3: Apresenta extremidade anterior arredondada e posterior afilada, boca com 3 lábios e esôfago rabditoide. Macho de vida livre4: possui extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente, boca com 3 lábios, esôfago tipo rabditoide e porção terminal com 2 pequenos espículos. Atenção: Os ovos da fêmea de vida livre e da fêmea partenogenética são idênticos aos ovos dos ancilostomídeos. As larvas L1 e L2 possuem esôfago rabditoide, vestíbulo bucal curto, primórdio genital nítido e cauda pontiaguda. Já as larvas L3 possuem esôfago filarioide, vestíbulo bucal curto, cauda entalhada, e é a forma infectante, penetrando na pele ou mucosa. Ciclo de vida Vamos ver a constituição genética das fêmeas partenogenéticas. · Ciclo direto As larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perineal, depois de 24 a 72 horas, transformam-se em larvas filarioides infectantes. · Ciclo indireto As larvas rabditoides sofrem 4 transformações no solo, produzindo fêmeas e machos de vida livre. Os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre serão triploides, e as larvas rabditoides evoluem para larvas filarioides (3n) infectantes. Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas L3 na pele ou mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro. Algumas larvas, ao penetrarem a pele, morrem no local, mas o ciclo continua pelas larvas que atingem a circulação venosa e linfática e através destes vasos seguem para o coração e pulmões. Chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e, por meio da migração pela árvore brônquica, chegam à faringe. Podem ser deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal. Esses parasitos são considerados geo-helmintos e as fases dos ciclos que se passam no solo exigem condições semelhantes as do ancilostomídeos: · Solo arenoso; · Umidade alta; · Temperatura entre 25 e 30°C; e · Ausência de luz solar direta. Patogenia e Profilaxia A estrongiloidíase pode ser assintomática (portadora de pequenos números de parasitos) e ou sintomática. Podem ocorrer formas graves, às vezes fatais, dependendo da carga parasitária e da imunidade do hospedeiro. Podem ser: · Cutânea (local de penetração), com reação celular ao redor das larvas mortas, edema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticárias; · Pulmonar, com tosse, febre e crises asmatiformes, hemorragia, infiltrado inflamatório, broncopneumonia, síndrome de Löeffler, edema e insuficiência respiratória; · Intestinal, causando enterite catarral com a presença de uma reação inflamatória. Na enterite edematosa, pode-se observar parasitos nas túnicas da parede intestinal com reação inflamatória e quadros de má absorção intestinal. A enterite ulcerosa apresenta inflamação, ulcerações e invasão bacteriana. Nas formas disseminadas, pode haver o acometimento dos rins (hematúria e proteinúria), fígado, vesícula biliar, coração, cérebro (LCR), pâncreas, tireoide, adrenais, próstata e glândulas mamárias. O quadro clínico pode-se complicar com infecções bacterianas secundárias, onde bactérias intestinais podem ser transportadas por meio das larvas para a circulação ou pela presença de ulcerações da mucosa intestinal. O diagnóstico laboratorial é feito para pesquisa de larvas, através de Baerman-Moraes e Rugai, que tem como princípio o hidro e termotropismo das larvas. Podem ainda ser utilizados os métodos de diagnósticos imunológicos como Elisa e Imunofluorescência Indireta. Uma endoscopia digestiva pode ser solicitada para a visualização do aspecto da mucosa intestinal e a realização de biópsia. Tratamento para estrongiloidíase O que pode ser feito para evitá-la: · Programa de controle; · Tratamento aos doentes; · Destinação adequada dos dejetos humanos; · Higiene das mãos e alimentos; · Uso de calçados. Há suas opções de tratamento para estrongiloidíase: · Albendazol 400mg/dia por 3 dias consecutivos; · Invermectina dose única oral de 200µm/kg. Atividade 1. Na ascaridíase, pode ocorrer a edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinófilo, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia. Qual o nome dessa síndrome? a) Loss b) Asper c) Irritativa d) Pulmonar e) Loeffler GABARITO: Na ascaridíase, a passagem da larva L3 para a L4 causa uma resposta inflamatória conhecida como Síndrome de Loeffer. 2. Qual a forma infectante no ciclo indireto do Strongyloides stercoralis? a) Ovo b) Larva L3 c) Verme macho de vida livre d) Verme fêmea de vida livre e) Larva rabditoide GABARITO: A infecção por Strongyloides stercoralis ocorre pela penetração ativa da larva L3 na pele ou mucosas. 3. Prurido anal é um sintoma de qual patologia? a) Enterobiose b) Ascaridíase c) Tricuríase d) Ancilostomíase e) Estrongiloidíase GABARITO: O prurido anal é um sintoma característico da enterobiose, uma vez que os Enterobius vermicularis vivem no intestino grosso e as fêmeas (após a cópula), repletas de ovos, migram para a região anal para fazer a ovoposição (principalmente à noite). 4. No Ciclo de Loss: a) A larva L1 passa para L2 b) A larva L2 passa para L3 c) A larva L3 passa para L5 d) A larva L5 passa para verme adulto e) A L3 continua sem alteração GABARITO: No pulmão, a L3 passa para L4 e essa passagem é conhecida como Ciclo de Loss. 5. Prolapso retal é a exteriorização do reto