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PARASITOLOGIA - Aula 1 A 10

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cutícula externa), passando, então, para a larva de terceiro estádio (L3), do tipo filarioide, denominada larva infectante.
A infecção pelos ancilostomídeos no homem só ocorre quando a L3 (larva filarioide ou infectante) penetra, ativamente, na pele, conjuntiva e mucosa, ou, passivamente, por via oral.
Da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática e chegam ao coração, indo pelas artérias pulmonares. Nos pulmões, atingem os alvéolos (L3 muda para L4), dos brônquios atingem a faringe e são ingeridas, alcançando o seu habitat (intestino delgado).
Nele, a larva começa a exercer o parasitismo, por meio da cápsula bucal maceram tecidos e realizam o hematofagismo. Ainda no intestino delgado, a L4 muda para L5, atingindo a fase adulta e iniciando a cópula. A fêmea, assim, começa a eliminar os ovos pelas fezes.
Patogenia e Profilaxia
· Local da penetração das larvas
Lesões traumáticas que levam a problemas vasculares, hiperemia, prurido e edema, devido ao processo inflamatório loca. A intensidade das lesões depende do número de larvas que penetram e da sensibilidade do hospedeiro.
· Ciclo pulmonar
Síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia).
· Período de parasitismo intestinal
Fase que caracteriza a ancilostomíase, com dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, diarreia sanguinolenta e constipação.
Anemia2 : A ancilostomíase crônica, que causa a anemia por deficiência de ferro, é mais permanente em indivíduos subnutridos e submetidos à reinfecção.
Os exames laboratoriais para ancilostomíase são empregados para analisar nas fezes a presença de ovos usando:
· Métodos qualitativos - sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janner);
· Sedimentação e centrifugação;
· Flutuação (Wills).
A diferenciação dos ovos de A. duodenale e N. americanos é impossível.
Tratamento para ancilostomíase
Veja os possíveis procedimentos para prevenir a doença:
Engenharia e educação sanitária;
Suplementação alimentar de Fe em zonas endêmicas;
Diagnóstico e tratamento precoce do indivíduo parasitado;
Uso de calçados;
 O tratamento para ancilostomíase aplica o Mebendazol e Albendazol. Já o tratamento do quadro de anemia faz uso de suplementação de ferro (alimentação e sulfato ferroso).
Strongyloides stercoralis – estrongiloidose/estrongiloidíase
A estrongiloidíase está presente no mundo todo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. Temos, aproximadamente, 100 milhões de infectados no mundo.
Há possibilidade de reagudização em pacientes imunodeprimidos.
Formas morfológicas
Fêmea de vida livre3: Apresenta extremidade anterior arredondada e posterior afilada, boca com 3 lábios e esôfago rabditoide.
Macho de vida livre4: possui extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente, boca com 3 lábios, esôfago tipo rabditoide e porção terminal com 2 pequenos espículos.
Atenção: Os ovos da fêmea de vida livre e da fêmea partenogenética são idênticos aos ovos dos ancilostomídeos.
As larvas L1 e L2 possuem esôfago rabditoide, vestíbulo bucal curto, primórdio genital nítido e cauda pontiaguda. Já as larvas L3 possuem esôfago filarioide, vestíbulo bucal curto, cauda entalhada, e é a forma infectante, penetrando na pele ou mucosa.
Ciclo de vida
Vamos ver a constituição genética das fêmeas partenogenéticas.
· Ciclo direto
As larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perineal, depois de 24 a 72 horas, transformam-se em larvas filarioides infectantes.
 
· Ciclo indireto
As larvas rabditoides sofrem 4 transformações no solo, produzindo fêmeas e machos de vida livre.
Os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre serão triploides, e as larvas rabditoides evoluem para larvas filarioides (3n) infectantes.
Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas L3 na pele ou mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro.
Algumas larvas, ao penetrarem a pele, morrem no local, mas o ciclo continua pelas larvas que atingem a circulação venosa e linfática e através destes vasos seguem para o coração e pulmões.
Chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e, por meio da migração pela árvore brônquica, chegam à faringe.
Podem ser deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal.
Esses parasitos são considerados geo-helmintos e as fases dos ciclos que se passam no solo exigem condições semelhantes as do ancilostomídeos:
· Solo arenoso;
· Umidade alta;
· Temperatura entre 25 e 30°C; e
· Ausência de luz solar direta.
Patogenia e Profilaxia
A estrongiloidíase pode ser assintomática (portadora de pequenos números de parasitos) e ou sintomática. Podem ocorrer formas graves, às vezes fatais, dependendo da carga parasitária e da imunidade do hospedeiro.
Podem ser:
· Cutânea (local de penetração), com reação celular ao redor das larvas mortas, edema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticárias;
· Pulmonar, com tosse, febre e crises asmatiformes, hemorragia, infiltrado inflamatório, broncopneumonia, síndrome de Löeffler, edema e insuficiência respiratória;
· Intestinal, causando enterite catarral com a presença de uma reação inflamatória. Na enterite edematosa, pode-se observar parasitos nas túnicas da parede intestinal com reação inflamatória e quadros de má absorção intestinal. A enterite ulcerosa apresenta inflamação, ulcerações e invasão bacteriana.
 
Nas formas disseminadas, pode haver o acometimento dos rins (hematúria e proteinúria), fígado, vesícula biliar, coração, cérebro (LCR), pâncreas, tireoide, adrenais, próstata e glândulas mamárias.
O quadro clínico pode-se complicar com infecções bacterianas secundárias, onde bactérias intestinais podem ser transportadas por meio das larvas para a circulação ou pela presença de ulcerações da mucosa intestinal.
O diagnóstico laboratorial é feito para pesquisa de larvas, através de Baerman-Moraes e Rugai, que tem como princípio o hidro e termotropismo das larvas.
Podem ainda ser utilizados os métodos de diagnósticos imunológicos como Elisa e Imunofluorescência Indireta.
Uma endoscopia digestiva pode ser solicitada para a visualização do aspecto da mucosa intestinal e a realização de biópsia.
Tratamento para estrongiloidíase
O que pode ser feito para evitá-la:
· Programa de controle;
· Tratamento aos doentes;
· Destinação adequada dos dejetos humanos;
· Higiene das mãos e alimentos;
· Uso de calçados.
Há suas opções de tratamento para estrongiloidíase:
· Albendazol 400mg/dia por 3 dias consecutivos;
· Invermectina dose única oral de 200µm/kg.
Atividade
1. Na ascaridíase, pode ocorrer a edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinófilo, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia. Qual o nome dessa síndrome?
a) Loss
b) Asper
c) Irritativa
d) Pulmonar
e) Loeffler
GABARITO: Na ascaridíase, a passagem da larva L3 para a L4 causa uma resposta inflamatória conhecida como Síndrome de Loeffer.
2. Qual a forma infectante no ciclo indireto do Strongyloides stercoralis?
a) Ovo
b) Larva L3
c) Verme macho de vida livre
d) Verme fêmea de vida livre
e) Larva rabditoide
GABARITO: A infecção por Strongyloides stercoralis ocorre pela penetração ativa da larva L3 na pele ou mucosas.
3. Prurido anal é um sintoma de qual patologia?
a) Enterobiose
b) Ascaridíase
c) Tricuríase
d) Ancilostomíase
e) Estrongiloidíase
GABARITO: O prurido anal é um sintoma característico da enterobiose, uma vez que os Enterobius vermicularis vivem no intestino grosso e as fêmeas (após a cópula), repletas de ovos, migram para a região anal para fazer a ovoposição (principalmente à noite).
4. No Ciclo de Loss:
a) A larva L1 passa para L2
b) A larva L2 passa para L3
c) A larva L3 passa para L5
d) A larva L5 passa para verme adulto
e) A L3 continua sem alteração
GABARITO: No pulmão, a L3 passa para L4 e essa passagem é conhecida como Ciclo de Loss.
5. Prolapso retal é a exteriorização do reto
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