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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - UBERLÂNDIA FISIOTERAPIA E ODONTOLOGIA FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ANDERSON MARQUES, ESTER LIRA FERNANDES, GABRIEL ALVES, GIOVANA DE FREIRAS, ISAAC DARWIN NUNES DE SOUZA, MARY HELEN SOUZA MENDES, NYWARA THALLANNA GONÇALVES DE ALMEIDA, THACIANE SOARES PEREZ, VITOR HENRIQUE MELO COSTA, WILSON INACIO DE SOUSA JÚNIOR. UBERLÂNDIA 2020 FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Trabalho apresentado ao Curso de Graduação de Fisioterapia e Odontologia, do Centro Universitário Una de Uberlândia, produzido na disciplina de Patologia, sob a orientação do Prof. Kennedy Rodrigues Lima. Uberlândia 2020 FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Em média 30% das mortes no Brasil acontecem por causa de doenças ligadas ao sistema cardiovascular, a maior causa de óbitos no mundo todo, sendo o infarto agudo do miocárdio o grande vilão. Também chamado de infarto ou ataque cardíaco, esse problema pode ser fatal. O infarto agudo do miocárdio (IAM) consiste na necrose do músculo cardíaco resultante de isquemia. A maior parte dos IMs é causada pela aterosclerose, que resulta de uma série complexa de eventos acumulados ao longo dos anos como lipídios, hidratos de carbono, sangue e produtos sanguíneos, pequenos focos necróticos e depósito de cálcio, revertidos por uma camada fibrosa no interior de vasos sanguíneos e das artérias coronárias. Com o rompimento da placa ateromatosa as plaquetas aderem à placa rompida, agregam- se e são ativadas, liberando tromboxano A2, difosfato de adenosina (ADP) e serotonina, que causam mais agregação plaquetária e também vaso espasmo. A ativação da coagulação pela exposição do fator tecidual e por outros mecanismos aumenta o trombo em crescimento, podendo evoluir e obstruir totalmente o lúmen de uma artéria coronária impedindo o fluxo sanguíneo causando o infarto. Resposta do Miocárdio à Isquemia https://www.minhavida.com.br/temas/doen%C3%A7as-cardiovasculares https://www.minhavida.com.br/saude/temas/infarto https://www.minhavida.com.br/temas/infarto%20agudo%20do%20mioc%C3%A1rdio https://www.minhavida.com.br/temas/ataque%20card%C3%ADaco A perda do suprimento sanguíneo miocárdico acarreta consequências bioquímicas, morfológicas e funcionais intensas como a rápida perda da contratilidade, que ocorre em aproximadamente um minuto do início da isquemia. As alterações ultra estruturais que englobam o relaxamento das miofibrilas, a depleção do glicogênio e a tumefação celular e mitocondrial também se tornam rapidamente evidentes. Nos momentos iniciais, essas alterações podem ser potencialmente reversíveis, no entanto, quando a isquemia é grave, durando pelo menos 20-40 minutos causa dano irreversível e morte de miócitos, levando à necrose por coagulação. Padrões de acometimento do infarto A localização, o tamanho e as características morfológicas de um infarto agudo do miocárdio dependem de vários fatores como: • Do tamanho e da distribuição dos vasos envolvidos; • Da velocidade do desenvolvimento e da duração da oclusão; • Das demandas metabólicas do miocárdio (afetado, p. ex., pela pressão arterial e frequência cardíaca); • Da extensão da irrigação colateral; A oclusão aguda da parte proximal da artéria descendente anterior esquerda (DAE) é a causa de 50% do infarto, atingindo a parede anterior do ventrículo esquerdo, os dois terços anteriores do septo ventricular e em maior parte o ápice do coração. A oclusão aguda da parte proximal da artéria circunflexa esquerda (CE) causa necrose na parte lateral do ventrículo esquerdo, e a oclusão da parte proximal da artéria coronária direita (ACD) afeta grande parte do ventrículo direito. O terço posterior do septo e a parte posterior do ventrículo esquerdo são irrigados pela artéria descendente posterior. A artéria descendente posterior pode originar-se da ACD ou da CE. A artéria coronária direita ou a artéria circunflexa esquerda darão origem à artéria descendente posterior que irrigam o terço posterior do septo determinando o “vaso dominante”. Por tanto, quando uma pessoa que possui o coração com vaso dominante direito tem a oclusão na ACD pode causar lesão isquêmica no ventrículo esquerdo, enquanto em um coração com vaso dominante esquerdo, a oclusão da artéria coronária principal esquerda afeta todo o ventrículo esquerdo e o septo. A maior parte do miocárdio é irrigado pela artéria coronária principal esquerda e quando ocorre a oclusão dessa artéria também conhecida como uma lesão “fazedora de viúvas”, pode ser fatal. As três principais artérias coronárias são terminais, estando interligadas por numerosas anastomoses intercoronarianas formando então a circulação colateral. Esses canais mesmo estando fechados, quando ocorre o estreitamento gradual de uma das artérias, permite que o sangue flua das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão por meio desses canais colaterais, irrigando o miocárdio quando um vaso epicárdico é obstruído. Padrões do Infarto com base no Tamanho do Vaso Envolvido e Grau de Circulação Colateral • Infartos Transmurais: A combinação da aterosclerose crônica com trombose aguda, causam oclusão de vasos epicárdicos envolvendo toda a espessura do ventrículo, produzindo elevações do segmento ST do eletrocardiograma (ECG), podendo haver também ondas Q negativas, com perda de amplitude da onda R. • Infartos Subendocárdicos: A região subendocárdica é vulnerável a hipoperfusão e a hipóxia. Quando a doença arterial coronariana grave está presente, ocorre diminuições transitórias do fornecimento de oxigênio ou aumentos da demanda de oxigênio podem provocar lesão isquêmica subendocárdica. Esses infartos são limitados ao terço interno do miocárdio e não apresentam elevações do segmento ST ou ondas Q no traçado do ECG. • Infartos Microscópicos: Ocorrem em casos de vasculite (formação de êmbolos de vegetações valvares ou trombos murais), espasmo vascular (decorrente da elevação de catecolaminas), estresse emocional extremo, tumores (ex.: feocromocitoma), ou pelo uso de cocaína. Devido a esses fatores, há oclusões de pequenos vasos podendo não exibir nenhuma alteração diagnóstica no ECG. Infarto pela Reperfusão A reperfusão ocorre mediante a uma trombólise que é a dissolução do trombo pelo ativador tecidual do plasminogênio podendo ser removido por meio da angioplastia ou cirurgia de by-pass da artéria coronária, ou também denominada cirurgia de revascularização coronária, cujo objetivo terapêutico é salvar a maior quantidade possível de miocárdio isquêmico por meio da restauração da perfusão tecidual. A desvantagem da reperfusão é que podem ocorrer efeitos indesejáveis como o aumento da lesão no local acometido denominando-se lesão por reperfusão,. Os fatores que contribuem para essa lesão são: • Disfunção mitocondrial: onde a isquemia altera a permeabilidade da membrana das mitocôndrias, permitindo a entrada de proteínas nessas organelas, fazendo com que a mitocôndria fique sobrecarregada evoluindo com a apoptose; • Hipercontratura dos miócitos: durante os períodos de isquemia os níveis de cálcio estão aumentados como resultado da perturbação do ciclo do cálcio e da lesão do sarcolema. Depois da reperfusão a contratação das miofibrilas aumenta descontroladamente, causando danos ao citoesqueleto; • Radicais livres de oxigênio (ROS) também contribuem para a danificação dos miócitos; • Agregação de leucócitos: podem obstruir a microvasculatura contribuindo com o fenômeno de “não refluxo", e também produzem proteases e elastases que provocam morte celular. • Ativação das plaquetas; Sinais de um infarto,antes que ele ocorra: • Dor na região torácica; Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito podendo irradiar-se para o pescoço, mandíbula, dentes, braços, ombros e região epigástrica causando dor. Ocorre devido à distribuição nociceptiva visceral cardíaca. • Falta de ar; A sensação de aperto no peito pode interferir nos pulmões, traduzindo-se na dificuldade de respirar. • Tontura; • Náusea, azia ou indigestão; Esses sintomas, muitas vezes são confundidos como um simples desconforto digestivo. • Fraqueza; Fraqueza passa despercebida muitas vezes, porém, pode ser um indicativo de algo mais grave. • Suor frio; Decorrente das dores no peito. Tratamento O tratamento varia de mudanças no estilo de vida e reabilitação cardíaca a medicamentos, endopróteses e cirurgia de by-pass. Para diminuir as dores no peito, a pessoa receberá medicamentos que ajudam na redução deste sintoma. Dependendo da gravidade do infarto, o paciente passa pela angioplastia ou cirurgia de revascularização do miocárdio, que tem como objetivo direcionar as artérias a restaurar o fluxo do coração. Cuidados após sofrer um infarto: • Evitar o máximo fazer exercícios físicos intensos, ou levantar pesos; • Iniciar o quanto antes o processo de reabilitação (orientado pelo médico que o acompanha); • Mudança de hábitos de vida; • Interromper hábitos sabidamente prejudiciais, como tabagismo e alcoolismo; • Praticar atividade física, orientada, com regularidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS arquivosonline.com.br/2009/9306/pdf/diretriz-iam.pdf AVEZUM, Álvaro; SOARES, Leopoldo Piegas; R. Júlio César Pereira. Fatores de risco associados com infarto agudo do miocárdio na região metropolitana de São Paulo. Uma região desenvolvida em um país em desenvolvimento. Arq. Bras. Cardiol. vol.84 no.3 São Paulo Mar. 200. Disponível em: <scielo.br/scielo.php?pid=S0066- 782X2005000300003&script=sci_arttext&tlng=pt>. PEREIRA, Antonio Eduardo Pesaro; SERRANO, Carlos Vicente Jr.; NICOLAU, José Carlos. Infarto agudo do miocárdio - síndrome coronariana aguda com supradesnível do segmento ST. Rev. Assoc. Med. 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Robbins Patologia Básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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