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DAC – Doença Arterial Coronariana e Cardiopatia Isquêmica Paciente W.M.S., sexo masculino, 62 anos, aposentado, casado, natural e procedente de São Paulo, capital. Procura atendimento médico com cardiologista relatando dor torácica precordial esporádica, em aperto, com duração de até 5 minutos. O paciente associa os episódios de dor com situações de esforço físico, como caminhar pelo quarteirão em que mora, mas relata melhora com repouso. Questões sobre o caso • 1. Qual é a doença apresentada por WMS? Doença arterial coronariana (DAC). • 2.Explique a etiopatogenia da doença. Aterosclerose (em torno de 90% dos casos essa é a principal). Ou VASOESPASMO (jovens). • 3. Descreva as formas clínicas para esta doença Angina estável porque melhora com repouso e é esporádica. Dado que os miócitos cardíacos produzem energia quase exclusivamente por meio da fosforilação oxidativa mitocondrial, o funcionamento do coração depende estritamente do fluxo contínuo de sangue oxigenado através das artérias coronárias. → Em mais de 90% dos casos, a Cardiopatia Isquêmicaé uma consequência da redução do fluxo sanguíneo coronariano resultante de doença vascular aterosclerótica obstrutiva. FATORES DE RISCO CONSTITUCIONAIS ● Familiar - hereditário ● Idade ● Masculino FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS ● Dieta ● Tabagismo ● Etilismo ● DM ● Sedentarismo ● Hipertensão arterial FATORES DE RISCO ADICIONAIS ● Inflamação - PCRus ● Homocisteinemia (Dietas pobres em ácido fólico e vitamina B12 ou com ingestão exagerada de proteínas, sedentarismo e alterações genéticas nas enzimas envolvidas no metabolismo dos aminoácidos). ● Síndrome metabólica Estresse oxidativo disfunção dascélulas endoteliais. Estado pró inflamatório sistêmico. ● Lipoproteína A (apoproteínas – Apo) e lipídeos (fosfolipídeos e colesterol não esterificado) ● Oxidação da LDL ● Fatores coagulantes elevados ● Estresse Na comparação entre março e maio de 2019 e o mesmo período de 2020, as mortes por doenças cardiovasculares não especificadas, infartos e AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) chegaram a aumentar em 132% em Manaus, 126% em Belém, 87% em Fortaleza, 71% em Recife, 38%no Rio de Janeiro e 31% em São Paulo. IRRIGAÇÃO DO CORAÇÃO → artéria coronária direita → artéria coronária esquerda (geralmente irriga 60% do nosso coração; → Ramo circunflexo → Ramo interventricular anterior → ramo marginal direito A coronária direita quando sai do óstio da coronária se divide em ramo marginal direito que dá origem mais a frente a artéria coronária direita ramo interventricular posterior ; A parte posterior do septo interventricular é irrigado pela a. coronária direita pelo ramo interventricular posterior e a parte anterior do septo interventricular é irrigado pelo ramo marginal esquerdo; DA- descendente anterior; DP- descendente posterior (nomenclatura clínica) A relação entre os ramos das artérias coronárias na região de confluência dos sulcos atriais, ventricular e atrioventriculares, a crux cordis, é chamada de dominância coronariana, que é determinada pela artéria que emite o ramo interventricular posterior. Dessa forma, a dominância pode ser direita, esquerda ou balanceada, quando ambas artérias coronárias emitem um ramo àquela região. Segundo a literatura, embora a massa ventricular irrigada pela artéria coronária esquerda seja maior, a dominância direita é mais frequente. A dominância esquerda parece estar relacionada com maior mortalidade no infarto agudo e maior incidência de arteriosclerose. CARDIOPATIA ISQUÊMICA TEM RELAÇÃO DIRETA COM O DESEQUILÍBRIODE OFERTA E DEMANDA DE OXIGÊNIO. Hipertrofia está diretamente relacionada ao desequilíbrio entre o suprimento de sangue e as necessidades de oxigênio. A anemia entra nesse contexto, porque o que adiante ter oxigênio se não há Hb para transportá-lo? Doente renal (IRC) diminui produção de EPO = menosprodução de hemácias = menor oxigenação tecidual; Infecção viral causa choque, choque de qualquer natureza→ pH ácido → elevação de CO = queda de oxigenação. Infarto transmural (pega a parede dos dois lados) Infarto não transmural → ou subendocárdico MANIFESTAÇÃO CLÍNICA - Angina Pectoris (literalmente, “dor no peito”). • A isquemia provoca dor, mas não é suficiente para causar a morte dos miócitos. • A estenose fixa que obstrui 70% ou mais do lúmen de um vaso pode produzir fluxo sanguíneo coronariano inadequado com sintomas mesmo no repouso • A angina pode ser ESTÁVEL - Quando ocorre de modoprevisível durante certo grau de esforço físico. Angina Pectoris Estável • ♂ > 50 ; ♀ >60 • Sensações de peso, opressão, compressão,sufocamento, asfixia. • Natureza crescente e decrescente • Duração curta: 2 a 5 minutos • Possível irradiação (braço, pescoço, ombro) • Irradiação para ombros, braços, antebraço e mãos. • A angina pode ser ESTÁVEL - Causada por espasmo vascular – es>mulo adrenérgico (angina de Prinzmetal – não coronariopata;a -- Síndrome do Coração Par;do) - Espasmo vascular generalizado– Várias coronárias saudáveis que se fecham à Cardiomiopa;a de Takotsubo. Os japoneses têm maior predisposição. CIRCULAÇÃO COLATERAL • Uma lesão ateroscleró0ca obstrui progressivamente uma artéria coronária em velocidade bem lenta durante anos... • A remodelagem de outros vasos coronarianos poderá fornecer fluxo sanguíneo compensatório para a área em risco; essa perfusão colateral pode subsequentemente proteger contra o IM, mesmo que com o tempo o vaso acabe totalmente obstruído. • Infelizmente, quando ocorre uma obstrução coronarianaaguda, não há tempo suficiente para que o fluxo colateral se desenvolva e sobrevém, então, o infarto. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA • INFARTO DO MIOCÁRDIO • Ocorre quando a gravidade ou a duração da isquemia é suficiente para causar a morte de cardiomiócitos. • Doença isquêmica crônica do coração com ICC. • Esta descompensação progressiva do coração apósIM ou como resultado de lesões isquêmicas pequenas que, com o passar do tempo, acumulam-se e levam à falência mecânica da bomba. • MORTE SÚBITA CARDÍACA. • Pode ocorrer como consequência da lesão tecidualpromovida por um IM, mas geralmente resulta de arritmia fatal, sem necrose de miócitos. • O óbito ocorre dentro de minutos ou até 24h após o início das manifestações clínicas. • Paciente M.L.C., sexo masculino, 56 anos, comerciante,casado, natural e procedente de São Paulo, capital. Levado ao pronto-socorro por familiares com história de dor precordial intensa irradiada para mandíbula há 60 minutos, acompanhada de sudorese intensa e náusea. ANAMNESE: • tabagista (1 maço/dia por 35 anos; carga tabágica=35 maços/ano); • diabético (gli=280mg/dl); • hipertenso em acompanhamento com médico de família há 10 anos (PA=150/99mmHg); hipercolesterolemia (colesterol total=230mg/dl, HDL=44mg/dl; LDL=130mg/dl;triglicérides=210mg/dl). OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES: ● Eletrocardiograma: supranivelamento de segmentoST em derivação V2 (região de parede anterior, septo médio). ● Ecocardiograma transtorácico: discinesia de VE.FEVE: 31%. Hipertrofia de parede. ● Dosagem de mioglobina: 4,3μg/mL (ref. até 0,15μg/mL). ● Dosagem de CK-MB: 7ng/L (ref. até 5,0ng/L). O pacienteevoluiu com arritmia importante e choque cardiogênico, indo a óbito 3 horas após admissão hospitalar. Foi encaminhado para necropsia IMAGENS OBTIDAS NA NECROPSIA 1. Qual é a doença apresentada por MLC, que o levouao pronto-socorro? Doença Arterial Coronariana – DAC Síndrome CoronarianaAguda. 2. Explique a etiopatogenia desta doença. Processo de diminuição da luz do vaso coronário por ATEROSCLEROSE ou VASOESPASMO. O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica ou vasoespasmo permanente em coronária normal. A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à erosão da placa ateroscleró<ca. Existe um padrão dinâmicode trombose e trombólise simultaneamente, associadas a vasoespasmo, o que pode causar obstrução do fluxo intermitente e embolização distal. • E POR QUE seria Morte Súbita? A área onde ocorreu o infarto afetou de tal forma o comportamento de contração do músculo cardíaco que fez o paciente evoluir para uma alteração elétrica seguida de arritmia fatal. • As imagens das coronárias mostram uma alteração na luz vascular - denomine essa alteração e explique a fisiopatologia. HIPERTROFIA Infarto Agudo do Miocárdio ISQUEMIA → NECROSE MÚSCULO CARDÍACO ● 10% dos IMs ocorrem antes dos 40 anos, ● 45% ocorrem antes dos 65 anos. ● Afetam igualmente brancos e negros. ● Os homens correm risco significativamente que as mulheres, porém a diferença entre os sexos diminui progressivamente com o aumento da idade. ● Mulheres estão protegidas contra o IM durante a vidareprodutiva. Menopausa — e o declínio da produção de estrógeno — está associada à exacerbação da DAC. → Como os cardiomiócitos responderam à isquemia com o passar do tempo a partir da obstrução. PATOGENIA DO INFARTO DO MIOCÁRDIO PATOGENIA → MIOCÁRDIO X ISQUEMIA Critérios Microscópicos - IAM • Precoces – Tumefação de organelas (30’) – Necrose de coagulação – Infiltrado de neutrófilos – Hemorragia (se lesão de reperfusão) • Tardios – Tecido de granulação, rico em colágeno, fibroblastos e neovasos – Fibrose miocárdica, hemossiderina – Hipertrofia compensatória dos cardiomiócitos adjacentes. PADRÕES DE INFARTO → INFARTOS TRANSMURAIS Envolvem toda a espessura do ventrículo e são causados pela oclusão de vasos epicárdicos, a qual resulta da combinação de aterosclerose crônica com trombose aguda; Comum → produzirem elevações do segmento ST do ECG,e pode haver ondas Q negativas, com perda de amplitude da onda R. → INFARTOS SUBENDOCÁRDICOS Limitados ao terço interno do miocárdio; Normalmente não exibem elevações do segmento ST ou ondas Q no traçado do ECG. A região subendocárdica é mais vulnerável à hipoperfusão e à hipóxia. Assim, na presença de DAC grave, diminuições transitóriasdo fornecimento de oxigênio (como resultado de hipotensão, anemia ou pneumonia) ou aumentos da demanda de oxigênio (como ocorre na taquicardia e na hipertensão) podem provocar lesão isquêmica subendocárdica. Padrão também pode ocorrer quando um trombo oclusivo sofre lise antes que ocorra um infarto de espessura total. → INFARTOS MICROSCÓPICOS Oclusões de pequenos vasos e podem não exibir nenhuma alteração diagnóstica no ECG. Podem ocorrer nos casos de vasculite, formação de êmbolos a parTIr de vegetações valvares ou trombos murais, ou de espasmo vascular decorrente da elevação de catecolaminas — endógenas (p. ex., feocromocitoma ou estresse extremo) ou exógenas (p. ex., cocaína). ISQUEMIA X REPERFUSÃO O fluxo sanguíneo miocárdico for restaurado antes que ocorra uma lesão irreversível, a viabilidade das células poderá́ser preservada; Diagnóstico precoce do IAM e a rápida intervençãopor meio da trombólise ou da angioplastia para salvar o miocárdio em risco. LESÃO POR REPERFUSÃO MAIS DE 4 HORAS = NÃO FAZ REPERFUSÃO, vai pro CC efaz revascularização. • Experimentalmente, reperfusão feita: • Após 40 min de isquemia deixa infartada somente a porção subendocárdica; • Após 3 h de isquemia, salva a metade externa da parede da área de risco; • Após 96 h, apenas estreita faixa subepicárdica. CONTROLE CLÍNICO COMPLICAÇÕES DO IAM ● Disfunção contrária. ● Disfunção dos músculos papilares. ● Infarto do ventrículo direito ● Ruptura do miocárdio ● Arritmias ● Pericardite – Fibrino hemorrágica ● Dilatação das câmaras. ● Trombo mural ● Aneurisma ventricular ● Insuficiência cardíaca tardia progressiva. PADRÕES DE SOBRECARGA
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