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Perguntas e respostas sobre Redação científica

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1
Redação Científica
1. Quais os principais cuidados que devo tomar e quais os pontos essenciais que devo abordar ao escrever a metodologia de uma pesquisa?
Em termos gerais, a metodologia inclui 4 informações:
a) Características do sujeito (ou objeto) a ser estudado (nele você desenvolverá seu objetivo);
b) Delineamento do estudo (seu planejamento intelectual da pesquisa, sem entrar em detalhes técnicos);
c) Procedimentos específicos (sem repetir o delineamento, mas obedecendo a ele, informando como o estudo foi feito em seus termos de procedimentos técnicos);
d) Ferramentas que usou para analisar os dados (pode ser estatística ou ferramentas qualitativas).
Lembre-se que o leitor deverá entender qual foi seu estudo ao ler os primeiros dois itens. O leitor deverá ter condições de repetir na íntegra seu estudo a partir dos 4 itens. Assim, sempre que tiver dúvida sobre a inclusão de uma informação, pergunte-se: ela é crucial para alguém repetir este estudo? Se for, coloque-a; se não, não a inclua.
2. Há um método específico para pesquisas com estudantes, visto que, o objetivo seja mediar aprendizagens através de uma aula sociointeracionista.
Os métodos ou técnicas a serem usadas num estudo científico não podem ser definidos antes que se tenha o objetivo da pesquisa. Tendo uma pergunta interessante (seu problema) e atual na ciência, busque estabelecer seu objetivo. Sugiro que assista à minha aula sobre Construção de Objetivos que está disponível neste Clube. Uma vez que tenha o objetivo traçado (caso o escreva corretamente - note que 90% dos objetivos escritos na pós-graduação brasileira estão incorretos do ponto de vista lógico), poderá então planejar seu estudo. No seu objetivo certamente apareceram as variáveis de seu estudo. Caso elas sejam teóricas, deverá operacionalizá-las. Tendo feito isso, poderá, então, pensar nos métodos e técnicas. Antes disso não é possível estabelecer, a menos que queiramos ditar nossa pesquisa a partir da metodologia. Isto é, se eu medir aprendizagem e interação entre as pessoas, então estabeleço que meu objetivo é testar se a interação entre pessoas afeta a aprendizagem. Quando fazemos isso, estamos subordinando a pesquisa aos recursos, o que pode nos afastar da melhor pesquisa para o tema.
O ideal é ver um problema, pensar num objetivo e, posteriormente, lutar para executá-lo. Caso careça de recursos técnicos, poderá, inclusive, fazer parcerias (assim nascem as parcerias genuínas). Caso seja impossível de realizar, mesmo com parcerias, então mude o objetivo. É assim que um cientista de bom nível procede.
Note que seu objetivo não pode ser "mediar aprendizagens através de um aula sociointeracionista". Isso é meio, procedimento. É necessário se perguntar: o que deseja (objetivo) com esse procedimento de mediação? Quando descobrir o que deseja com isso estará mais no (ou mais próximo) de seu objetivo. O objetivo é sempre teórico (não importando se é geral ou específico).
3. Tenho pesquisado sobre revisões sistemáticas e bibliográficas, mas confesso que estou perdido na correta execução. Quais as dicas de como realizar esse trabalho de forma mais facilitada possível?
Antes de fazer a revisão você deve buscar um tema. Dentro desse tema de seu interesse, leia artigos recentes para entender quais são os pontos que nesse tema são ainda polêmicos ou que precisam ser elucidados. Para essa busca, entre numa base de dados (a melhor seria a Web of Science) e use palavras-chave que são importantes no seu tema, pois elas lhe conduzirão aos artigos de interesse.
Feito isso, escolha uma pergunta (uma questão = um problema) que ainda não tenha sido solucionado e para o qual você acha que pode contribuir. Disso, busque definir seu objetivo. Poderá buscar mais artigos para lhe auxiliar a encontrar um bom objetivo.
De posse do objetivo, faça agora uma revisão mais detalhada (e em maior período de tempo) para saber se, de fato, seu objetivo representa uma novidade para ciência. Todo objetivo terá em sua composição as variáveis principais de seu estudo e o que pretende com elas (descrevê-las? testar associações entre elas?). Identificado isso, faça busca na base de dados tentando achar trabalhos que possuam essas palavras-chave (variáveis), mas também ligados à lógica de seu estudo (descrição ou teste de hipóteses = associações, que podem ser com interferência entre elas ou sem essa interferência). Com isso conseguirá fazer sua revisão direcionada para o que interessa.
Para conseguir redigir seu objetivo, sugiro fortemente que assista neste Clube a aula sobre Construção de Objetivos. Ela é fundamental.
Uma pesquisa exploratória, no meu entendimento, é um salve-se quem puder. Você coleta um monte de coisas e depois examina para ver se encontra algo. Portanto, não considero um tipo de pesquisa, mas um tipo de improviso para se achar algo. Essa metodologia pode ser válida em situações muito específicas de estudos descritivos. Por ex., se quero saber qual a composição de determinada substância. Farei testes de vários elementos para os quais possuo kits e concluirei que ao essa substância é composta dos elementos que eu detectei e que não possui alguns que eu não detectei (embora tenha medido). Nada posso dizer de outros elementos não testados.
Na educação física podemos fazer uma pesquisa exploratória, por ex., para identificar fatores da vida do indivíduo que podem ser responsáveis pelo alto desempenho esportivo. Numa população bastante grande (por ex., alguns milhares), podemos listar características da vida das pessoas e, com análises multivariadas, identificar se alguma(s) dela(s) possui(em) alguma influência no alto desempenho no esporte. Veja que é um caso similar ao da busca pela composição da substância referida acima. Fora esses casos, quando podemos pontuar antecipadamente relações ou elementos esperados, então é mais condizente fazermos hipóteses e buscarmos diretamente as variáveis dessas hipóteses. Lembre-se que cada resultado coletado envolve certo gasto, seja financeiro ou não. Assim, otimizar o procedimento faz parte da metodologia científica.
4. Qual a melhor forma e/ou maneira de iniciar a redação da metodologia de um artigo, quando este se trata de uma pesquisa exploratória de natureza quantitativa?
O item Métodos pode ser escrito com a seguinte estrutura:
a) Caracterização do sujeito do estudo (aquele no qual faremos o estudo e investigaremos nossas variáveis). No estudo completo (não no projeto) esses dados podem ter sido coletados durante a pesquisa, mas são referentes à seção Métodos.
b) Delineamento do estudo (basicamente, tamanho da amostra - amostragem - e o que será medido). O leitor deve entender, neste tópico, qual foi sua estratégia intelectual para atingir seu objetivo. Não inclua técnicas de coleta de dados, mas o que será registrado e em quais condições, incluindo que variáveis serão comparadas com quais.
c) Procedimentos específicos: detalhe como foi a montagem do estudo e descreva todas as técnicas usadas para mensuração das variáveis (tanto independentes quando dependentes, se for o caso). Não repita aqui o delineamento.
d) Análise dos dados: inclua que ferramentas (testes) usará para analisar os dados. Não precisa dizer que os dados serão apresentados como média e desvio padrão, ou outra medida de tendência central. Não inclua o pacote estatístico, mas os pressupostos estatísticos que usou e os testes estatísticos usados.
5. O que é necessário para que descrevamos uma metodologia eficiente em um projeto de pesquisa?
É necessário conhecer duas coisas:
a) Fazer delineamento do estudo, que é o plano estratégico para conseguirmos atingir nosso objetivo; 
b) Conhecer as técnicas aceitas e confiáveis em nossa especialidade para que possamos registrar as variáveis envolvidas em nosso estudo, o que inclui também conhecer as técnicas disponíveis para análise dos resultados, sejam qualitativos ou quantitativos.
O primeiro item aprendemos pela lógica de nosso objetivo, o que deve ser ensinado pelos orientadores na pesquisa com seus alunos e nas aulas de metodologiacientífica. Os outros itens são aprendidos lendo os trabalhos científicos da especialidade publicados em revistas de bom nível internacional.
6. Nossos alunos têm muita dificuldade de iniciar e dá continuidade a um texto. Qual a importância e como se faz o planejamento de um texto?
A melhor forma é, inicialmente, você saber o que pretende com o texto (que deve ser resumido numa única frase). Digamos, neste texto que mostrar que o nível da educação fundamental influencia no desempenho na educação média (ensino médio). Agora, devemos estabelecer que tópicos devem ser analisados para que se defenda essa tese. Podemos, por ex., incluir tópicos como Introdução, Procedimentos, Evidências (resultados) e Discussão. Necessitamos, então, saber o objetivo de cada tópico desses.
Por exemplo, o objetivo da Introdução será mostrar ao leitor qual é a tese que defenderemos, de forma que ele entenda por que escolhemos essa tese e qual problema isso nos ajuda a resolver, indicando a relevância de se fazer essa pesquisa. Para isso, sugiro agora fazer um outline desse tópico. Por ex., podemos mostrar:
· A necessidade de reformas na educação formal atual em nosso país.
· Que as reformas atuais estão sendo implantadas de cima para baixo (da universidade para o ensino básico).
· Que o conteúdo dos programas de ensino é estabelecido numa linha crescente e dependente de conteúdos; ou seja, que para aprender algo é necessário ter um conhecimento prévio.
· Uma proposta boa para a educação necessita que os alunos tenham o nível necessário para aprender o desejado em cada nível.
· Apresentar o objetivo do estudo.
Agora que tem esse plano estratégico para escrever a Introdução, sugiro transformar cada item do outline num parágrafo. Mas veja que na ciência não tem sentido fazer parágrafo de uma frase. Então, coloque a ideia central do outline (topic sentence) no primeiro parágrafo e nas demais frases desse parágrafo, inclua informações que especifiquem e provem a validade dessa primeira frase. Terminado isso, vá para o segundo parágrafo, que faz a mesma coisa, agora com o segundo item do outline.
Basicamente, a sugestão é que pensemos o texto do seu fim para o começo. Sabendo que queremos dele (na essência), traçamos a divisão macro do texto. Dentro de cada item dessa divisão, fazemos o outline e, para cada item do outline, fazemos um parágrafo conclusivo. Havendo ligações lógicas nas palavras do parágrafo e entre eles, o texto estará correto.
7. Por que não devemos usar os verbos analisar e comparar nos objetivos?
Primeiramente, veja que o objetivo de uma pesquisa, seja geral ou específico, ele é uma ideia que conduzirá a prática da pesquisa. Assim, tudo o que for metodológico (o que fazemos) não é objetivo, pois pressupõe a existência de um objetivo que conduz essa prática. Ou seja, se fazemos certa coisa, fazemos porque temos um objetivo.
Na pesquisa, do ponto de vista lógico, só fazemos três coisas (que são as únicas necessárias para entendermos o que são os elementos do mundo e como esse mundo funciona). Uma delas é a caracterização das coisas do mundo. Entenda coisas por elementos físicos, biológicos, e também conceituais, tudo isso em qualquer área do conhecimento científico. Para essa caracterização, nós descrevemos (qualitativa ou quantitativamente) essas coisas (que chamarei de variáveis). São pesquisas descritivas, mas não porque descrevem as variáveis, mas porque, a partir das descrições, produzem caracterizações das variáveis. As outras coisas que fazemos na ciência é estudar as relações entre os elementos (= coisas, = variáveis) do mundo. Neste caso, somos obrigados (em 99,99% dos casos) a elaborar hipóteses que pressupõem relações entre as variáveis. Mas há dois tipos de relações (associações) que nos interessam: aquelas em que as variáveis estão associadas entre si porque ao menos uma delas interfere na outra; e aquelas que se associam sem que haja relação de interferência entre elas. Com isso, na pesquisa científica temos dois objetivos básicos: caracterizar algo ou testar alguma hipótese. Como temos dois tipos lógicos de hipótese, então temos 3 tipos lógicos de estudo (descritivo, que caracteriza, com teste de hipótese de interferência e com teste de hipótese sem interferência).
Vamos agora aos termos analisar e comparar. Primeiro, note que são termos operacionais (metodológicos). Analisar e comparar são ações que fazemos e, portanto, exigem algum objetivo por trás. Isto é, seu objetivo não é analisar, mas você analisará porque tem algum objetivo; não é comparar, mas você comparará porque tem algum objetivo. Se disser que analisará uma hipótese, não teremos noção do que pretende com essa análise. Se disser que analisará uma certa variável (por ex., o PIB de países pobres), não temos noção do que quer com essa análise e, com certeza, com esse objetivo (analisar o PIB), poderíamos ter ao menos alguns milhares de estudos; ou seja, o objetivo não caracteriza o estudo.
No caso do comparar, ele também é metodológico. Comparamos porque temos algum objetivo. Por que alguém compararia o PIB dos países dominados por brancos x PIB de países dominados por negros? Deve haver algum objetivo que determine essa proposta operacional. Além disso, sempre que comparamos algo, necessariamente estamos testando alguma hipótese. Portanto, para testar se X interfere em Y, teremos que comparar as respostas Y ao menos em duas condições diferentes de X (por ex., X1 e X2). Por ex., se achamos que a pobreza estimula a motivação para o estudo (mesmo que outras condições prejudiquem isso), teremos que comparar essa motivação (Y) ao menos em duas condições: com pobreza (X1) e sem pobreza (X2). Enfim, o pensamento lógico de metodologia está presente em toda pesquisa científica.
Se você acrescentar a palavra "se" após analisar e após comparar, o sentido passa a ser de "testar" e, se houver uma hipótese à frente, estará correto. Mas, se não houver o "se", então o analisar ou o comparar tornam o objetivo sem sentido lógico. Veja:
OBJETIVO: Comparar as rendas per capita entre pessoas de periferia e pessoas que vivem no centro de grandes cidades (ou Analisar as rendas per capta entre pessoas de periferia e pessoas que vivem no centro da cidade).
 Este não pode ser seu objetivo. Você fará isso que está descrito, mas porque tem um objetivo. Você tem duas variáveis (nível econômico das pessoas e local de residência), supondo claramente que o nível econômico afete o local de residência. Para testar isso, sua variável independente (causa do efeito, nível econômico) deve ser variada em, no mínimo, dois níveis (por ex., alto nível econômico e baixo nível econômico). A variável efeito (localização na cidade) deve ser vista em função dessa variação. Como na lógica a “causa” aparece antes do “efeito”, fica sempre mais claro expressarmos o objetivo obedecendo essa sequência lógica. Assim, seu objetivo seria testar (analise se) se o nível econômico das pessoas determina (ou influenciam) o local onde optam por morar. Essa é a ideia que deseja testar e discutir no contexto social. Para isso, deverá contar com pessoas com níveis econômicos diferentes e contrastar esses níveis com os locais em que residem. Caso haja uma associação entre essas variáveis, então terá obtido suporte para sustentar sua afirmação de que a renda influencia a escolha do local de residência. Mas note que foi feita uma inversão, pois neste caso eu variei a variável dependente (escolha do local de residência) e registrei a variável independente (nível econômico). O correto teria sido inverter isso, embora aqui na prática não altere muito o efeito final. Assim, o estudo deveria buscar pessoas de diferentes níveis econômicos e, a partir disso, perguntar a elas onde residem. Essa metodologia é mais coerente com o que queremos e a manutenção de coerência lógica dentro de todo o discurso do estudo evita que cometamos deslizes de argumentação.
No caso anterior, você deve ter percebido como o jeito de pensar influencia na forma como expressamos nossas ideias. Agora vamos ver o caso mais esdrúxulo!Se disser que seu objetivo é analisar o nível econômico das pessoas de determinada sociedade, certamente não estará cometendo apenas um erro de lógica, mas deixará o leitor sem entender o que você deseja. Você expressou apenas uma variável (nível econômico) e é impossível ter hipótese com apenas uma variável (toda hipótese testa relação, de forma que necessitamos ao menos 2 delas para supormos alguma relação). Então, com uma variável, o máximo que conseguimos fazer é caracterizá-la. Lógico que para caracterizá-la teremos que analisá-la, mas o termo analisar não nos diz o que queremos com essa análise. Por que analisamos? Poderíamos analisá-la para quaisquer outros objetivos imagináveis, inclusive, análises que não chegariam a nada. Mas se dissermos que nosso objetivo é caracterizar (ou descrever) o nível econômico de determinada sociedade, estará claro que computará o nível econômico de uma parcela significativa de pessoas dessa sociedade e que, com isso, chegará a uma distribuição desse nível que represente essa sociedade. Ou seja, terá caracterizado a sociedade em termos do nível econômico. 
Para finalizar, lembre-se, ainda, que ao ler seu estudo, o leitor espera dele encontrar alguma caracterização de variável, ou a resposta sobre a validade de alguma hipótese que o estudo pretenda testar. Então, tanto a palavra “analisar” quanto a palavra “comparar” representam apenas meios para se chegar aos objetivos necessários. Afinal, fazer ciência é construir uma rede de conhecimentos, a qual é composta de caracterizações e relações entre as partes existentes no mundo, nada mais.
8. Como estruturar os objetivos específicos?
Primeiro, o que não fazer. Objetivo específico não é passo metodológico. Tudo o que puder ser interpretado como "fazer", sendo um passo de pesquisa, não é objetivo. Os objetivos, gerais ou específicos, são ideias que norteiam a pesquisa.
Um objetivo, seja geral ou especifico, terá apenas uma de duas estruturas:
a) Caracterizar alguma coisa - por ex., caracterizar o perfil ideológico dos estudantes brasileiros no ensino médio. Esta é tipicamente uma pesquisa descritiva, cuja conclusão será mostrar essa caracterização.
b) Testar alguma hipótese. Hipótese pressupõe que você queira saber se existe relação entre duas ou mais variáveis. Variáveis são elementos do mundo, podendo ser operacionais (que você registra diretamente) ou teóricas (que você infere a partir da variável operacional que registrou). As relações podem ser apenas de associação (quando não é possível ter razões lógicas para que uma interfira na outra) ou de associação com interferência (espera-se que uma variável interfira na outra).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Eles são objetivos da forma mostrada acima e que, uma vez atingidos, fazem com que o cientista atinja o objetivo geral. Uma forma fácil e aplicável em vários casos é a seguinte:
Use, no objetivo geral, as variáveis teóricas.
No objetivo específico, faça cada um com as variáveis operacionais.
EXEMPLO:
OBJ. GERAL:
Testar se o estresse prejudica aprendizagem em alunos do ensino médio.
OBJ. ESPECÍFICOS:
- Testar se alunos do ensino médio que se dizem estressadas obtêm piores notas em exames de avaliação.
- Avaliar se em alunos do ensino médio há correlação positiva entre níveis de cortisol salivar e nota nas avaliações escolares.
Neste caso, deveríamos ter mais objetivos específicos para melhor fechar a questão do objetivo geral, mas coloquei dois para exemplo. Veja que "estresse" é variável teórica e "expressar que está estressado" e "cortisol salivar" são dois indicadores operacionais (pois podemos registrá-los) de estresse. Além disso, as notas (operacionais) foram aqui usadas para indicar aprendizagem. Independente de que esses indicadores operacionais sejam os melhores, ficam apenas para lhe exemplificar o que quero mostrar.
9. Como escrever um artigo?
Um artigo é escrito sempre após uma pesquisa. Ele é feito porque na pesquisa você encontrou algo novo para a área e precisa divulgar isso. É importante que você se pergunte? o que é relevante no seu projeto? O que ele tem de novo? Qual a contribuição dele para a minha área?
Então, o primeiro passo é iniciar a pesquisa. Na sua fase de desenvolvimento atente para que seu artigo seja bom o suficiente e sirva, posteriormente como base para novas pesquisas e que seja publicável. Com o auxílio do orientados você encontrará os caminhos para uma pesquisa instigante e proveitosa. Basicamente, terá que conhecer um pouco da área para saber que perguntas podem lhe surgir de forma a conduzir a pesquisa. Tendo uma pergunta interessante (por ex., o sistema jurídico brasileiro, construído por homens, privilegia os homens em relação às mulheres - foi só um exemplo). A partir da pergunta bem delimitada, você inicia a busca por materiais (livros, artigos, entrevistas etc.) para encontrar a resposta. Quando tiver uma resposta sólida, escreve o artigo, que é mostrar como fez a pesquisa e onde chegou com ela.
10. O que um trabalho científico deve apresentar?
O trabalho científico sempre deve apresentar uma conclusão, que seja a melhor resposta a uma pergunta. Por isso, ele é um conhecimento forte, embora sem conseguir certezas.
Se você apresentar um determinado produto, ação ou mudança de postura, como solução para um problema, é necessário que o produto tenha sido testado e que tenha produzido resultados melhores que o que se fazia anteriormente. Então, a adequação do produto será sua conclusão. Isso se encaixa perfeitamente como um texto científico. Há um problema, você tem uma hipótese (sua proposta), testa, coleta dados, analisa, conclui se é adequado ou não.
Caso você não teste, então será apenas um texto propondo uma ideia, sem testá-la. Isso não entra como texto científico. Poderia entrar em revistas não científicas, mas pelo fato de não ter sido testado ele perde um pouco a função. Publicar ideias não ajuda muito. É melhor publicar soluções, que é o caminho que a ciência escolheu.
11. O que realmente é plágio? Como deve ser escrito um texto para não caracterizar plágio? Usar as mesmas palavras do autor e citá-lo é considerado plágio?
Plágio é você mostrar para leitores que uma informação é sua, quando na realidade ela não é. Ou então quando mostrar que uma frase ou um texto maior foi escrito por você, quando na realidade você copiou literalmente todas as palavras de outro autor. Portanto, plágio é roubar ideias ou roubar formato de expressão.
Se escrever com suas palavras a ideia de alguém, inclua a citação para mostrar que a ideia é desse autor, embora você tenha escrito com suas palavras (é o caso mais comum).
Se quiser expressar com as palavras do próprio autor, deverá, necessariamente, incluir a citação e, além disso, colocar o trecho copiado entre aspas. Do contrário também será plágio.
12. Em uma seleção de mestrado ou doutorado, o que devo abordar em respostas discursivas. Seguir respondendo na forma de introdução, discussão e conclusões. Ou menos é mais?
Numa questão discursiva você deve responder à pergunta, caso não tenha pergunta, análise o tema e problematize-o, quer dizer transforme-o em uma ou mais perguntas. Logo depois, faça um planejamento do seu texto e discorra da forma mais lógica e didática possível, sem ser primário, mas mostrando que entende do assunto.
De outro modo, caso peçam somente para discorrer, então imagine que estará escrevendo o capítulo de um livro, cujo título do capítulo é o tema que lhe passaram. Pode fazer Introdução e seguir com o desenvolvimento, mas é importante que cubra o essencial do tema. Não adianta falar demais de um tópico e ignorar outros. No início é sempre bom dar uma visão de conjunto para o leitor, pois aí ele começa a ler pedaços (partes), mas já sabendo onde cada um se encaixa com o todo do texto.
O campo da Educação é regional e depende do histórico-social (tempo). Os objetivos de pesquisas nessa especialidade não deveriam na maioria das vezes estarem atreladas ao tempo e lugar?
Acho que muita coisa depende do histórico-regional. Na realidade, exceto estudos de laboratório,todo o restante pode depender de condições histórico-geográficas (local e tempo). Mas isso não significa que tenhamos que colocar isso no objetivo. Dois autores e eu fizemos um estudo onde avaliamos a associação entre posição em que alunos do ensino fundamental (escola pública) ocupam na classe e seus desempenhos acadêmicos. Fizemos isso em Botucatu, SP, Brasil. Lógico que isso pode depender do momento e do local. Mas isso não significa que tivéssemos que concluir para Botucatu e publicar na revista do prefeito da cidade. Analisamos os dados (mais de 600 alunos investigados) e vimos que os que se sentam (regularmente) na frente têm os melhores desempenhos; os que se sentam atrás têm os piores desempenhos (notas e frequência). Em seguida, perguntamos a eles porque se sentavam onde se sentavam. Pelas respostas, vimos que o elemento influente em tudo isso é a motivação do aluno. Se é motivado para aprender, se senta à frente e tem bom desempenho. Ficamos espantados ao perceber que na literatura internacional as pessoas tratavam a questão em termos de interferência (posição afeta o desempenho). Se fosse verdade, deveríamos propor que mudem os alunos de lugar (achem um jeito dos alunos de trás virem para a frente, ou reduzam a profundidade da aula, como se vê em algumas classes). Mas isso é errado. Nosso estudo mostrou que devemos motivar os alunos (o que me parece óbvio, mas a literatura tratava a questão de outra forma) e, aí, eles podem se sentar em qualquer lugar (lógico, dentro de certos limites de distância). Como discutimos esses aspectos gerais, não importa se fizemos a pesquisa em Botucatu ou em Nova Iorque (exceto pela beleza e importância das cidades!!). Quando testamos hipóteses ou descrevemos algo, queremos generalizar. Trabalhamos com dados locais (e temporalmente limitados) e outros estudos, em outros locais e tempo, podem corroborar (sustentar) isso ou derrubar nosso estudo. Se corrobora, isso passa a ser de interesse para a ciência, porque parece indicar alguma generalização (independe do local ou da época) que explica algum fenômeno geral. Se a conclusão fica restrita a condições de um local ou de um período, isso perde o interesse e, para continuar, devemos entender porque e como o local e o tempo afeta, dessa forma construindo uma generalização. Veja, o tipo de arquitetura varia com regiões (compare países, por ex.). Há um grande condicionamento cultural (e também temporal, pois estão interligados) e climático nisso. Isso não significa que devemos focar nos locais ou no tempo. A ciência nos estimula a buscar entender aspectos gerais dessas associações. O que da cultura e do clima determinam elementos cruciais que caracterizam as arquiteturas de vários países? Como falei na palestra, se o tempo e o local forem, de fato, fatores determinantes no objetivo, então eles estarão no objetivo. Por ex., posso fazer um estudo sobre algumas culturas humanas da idade média. Nesse caso o tempo "idade média" é importante estar no objetivo. No caso do lugar é mais difícil, mas pode ocorrer. Eu posso estudar algo em regiões vulcânicas, mas neste caso o nome da região é secundário (o fato de ser vulcânica é importante, pois é natural). Note que nome de locais dependem de disputas territoriais entre os seres humanos e não são relevantes quando estudamos fenômenos naturais que independem dessa disputa. Mas, se estudamos revoluções, guerras etc., o local poderá ser importante. Pode haver alguma hipótese fisica que, para ser testada, necessita que coletemos dados no polo norte... nesse caso, o nome da região estará no objetivo. O que quero ressaltar pelo meu Método Lógico para Redação Científica é que toda decisão na redação não depende de costume, mas de uma razão lógica estritamente ligada à lógica da ciência.
Como apresentar o estado da arte e a fundamentação teórica? O que colocar nela? Porque vejo muitos trabalhos, até artigos que se prolongam nessas seções apresentando informações irrelevantes.
O Estado da Arte é um texto que aponta, resumidamente (mas suficientemente) onde está o conhecimento, indicando o que ainda resta para saber a partir de onde já chegamos. A fundamentação teórica, normalmente é a expressão de qual teoria, qual teórico ou qual abordagem usaremos. Mas pode ser mais que isso, pelo nome, incluindo qualquer justificativa teórica do projeto. Mas o que falei inicialmente é mais usado para fundamentação teórica. Faça pensando no leitor e tendo em mente o que ele tem, realmente, que saber para aprovar e entender sua proposta. Esse é o limite. O que estiver além disso, é desnecessário.
Quando não se encontra na literatura acerca do que se pesquisa, como fazer a revisão de literatura? neste caso devo falar mais do fenômeno que estudo?
A revisão da literatura pode ser feita em três momentos: dentro de um tema para lhe dar alguns insights (ou lhe tolher a possibilidade de pensar diferente); após ter o objetivo, para confirmar se ele é ou não inédito; e para ajudar na interpretação dos resultados.
A revisão da literatura que aparece no início das teses é lenda. Não deveria estar ali. É apenas um texto para o aluno mostrar para a banca que foi aplicado e leu os trabalhos relevantes da área. Portanto, com finalidade didática, mas não científica.
Num texto científico, informações da literatura (obtidas com a leitura dos textos coletados na revisão da literatura) entram em algumas partes, como Introdução, Métodos e Discussão.
Assim, se você estiver buscando ideias para um tema, a ausência de literatura talvez o conduza a outro tema; mas pode também ser o estímulo para investigar algo onde ninguém sabe nada.
Veja, busque um problema relevante... esse vem de sua observação e crítica frente àquilo que percebe. Agora, aposte num objetivo que se encaixe nesse problema. Para isso, deverá ter informações que sugiram que esse objetivo é coerente. Essas informações geralmente estão na literatura e você as encontra pela revisão. Se não encontra essas informações, então não há como fundamentar seu objetivo. Se busca literatura para explicar os dados de seu estudo (já com os dados coletados), então a ausência de literatura fará você concluir apenas a partir de seus dados, sem extrapolar.
Mas note que é difícil não haver literatura. Há um trabalho na revista Nature em que na Introdução os autores usam informações sobre galinhas, para justificar um estudo que foi feito em peixes. O que norteia isso são as ideias gerais e não os detalhes. Então, dizer que não há estudo pode ser precipitado. Veja se não pode trabalhar com conceitos mais amplos e, com isso, conseguir trabalhos na revisão.
Mas, se realmente não há estudos, fale o que sabe sobre o estudo... mas é bem provável que aí apareça alguma informação específica que precisará de fonte bibliográfica.
O importante é que qualquer fundamentação seja feita com informações que os cientistas aceitem. Podem ser da literatura ou mesmo informações pessoais. Estas últimas são razoáveis na Introdução (pois está validando uma ideia) e não na Discussão ou Metodologia (onde se fundamenta uma resposta = conclusão).
Olá professor, como posso treinar a escrita de artigos já em inglês? Ao invés de escrevê-lo em português e depois traduzi-lo.
Para se escrever bem em inglês é necessário ter uma boa base de gramática. Aprender na rua não leva a escrever bem. Ler artigos de periódicos de bom nível também ajuda. Uma vez que você consiga já escrever, se consegue raciocinar em inglês (por ex., fazer contas de cabeça, em inglês, ou falar em inglês sem pensar em português), então vale a pena escrever direto em inglês. Após a redação, e após ter corrigido tudo o que sabe, aí peça a correção de especialistas (que nem sempre são professores de inglês, mas cientistas com experiência em redação - linguística e gramática). Eu mando meus textos serem corrigidos num serviço do grupo da revista Nature - é barato, rápido e muito bom. Veja o link: http://languageediting.nature.com/ . Mas você pode enviar para outro lugar, mas que seja muito bom. Quando recebe a correção, estude o que foialterado. Se não entender o motivo, peça explicação. Em geral aprendemos muito com isso. Não delege apenas que a revisão seja feita, pois vale a pena melhorar a redação em inglês.
Morar nos Estados Unidos não adianta, pois lá geralmente aprendemos a linguagem de rua (para nos sentir inseridos no grupo) e não a linguagem científica. Mas ajuda em vários aspectos, inclusive na escrita, mas não é suficiente para a escrita.
Tenho uma dúvida muito grande sobre utilização de livros em discussão de artigos. Minha orientadora do mestrado refere que não deve pelo valor científico, por não ter passado pelos critérios.
Vou lhe contar como é a história completa. Na ciência empírica (que se baseia em evidências observáveis para elaborar conclusões), a grande ramificação com relação à filosofia foi a enorme ênfase na base empírica. Não aceita conclusão se a base empírica for fraca ou inexistente. Os dados empíricos que não existem na literatura nós temos que obter diretamente (coleta de dados); os que já existem, nós apenas citamos. Assim, na ciência empírica a citação não é uma forma de dizer "de quem" é a informação, mas uma forma de dar ao leitor uma referência para ele buscar a obra e encontrar lá a base empírica daquilo que falamos. Por ex., se você diz que a anfetamina é um estimulando do sistema nervoso central (Silva, 2003), a citação é uma forma de dizer ao leitor que no trabalho de Silva (2003) está os dados primários (base empírica) que sustenta a conclusão de que a anfetamina é estimulante do SNC. Com esse papel, a citação remete o leitor à base das informações e não ao autor. Nesse sentido, ao citar um livro, de fato enviamos o leitor para o texto original, mas que é um texto que geralmente não é tão confiável quanto um artigo científico. Isso ocorre porque o artigo científico, antes de ser publicado, foi analisado e aprovado por alguns especialistas no assunto (revisores). Isso não garante que esse artigo esteja correto, mas espera-se que consigamos reduzir as chances de equívocos. No caso do livro, na maioria dos casos, tal análise é permeada por questões de interesse econômico. Muitas editoras podem publicar porque percebem que o livro terá boa venda. Essa mistura de interesses faz com que o livro seja visto em várias áreas como uma obra menos confiável. Mas é lógico que algumas editora podem ser puramente acadêmicas (como deveriam ser as revistas científica, mas também nem todas são) e fazer um julgamento não contaminado pelo potencial de venda. Veja que foi relatado recentemente o escândalo de algumas revistas Open Access, que cobram do autor para publicar, e aprovam artigos errados simplesmente porque lhes dá dinheiro. Nesta semana eu mesmo recebi o convite de uma suposta editora do exterior para escrever um capítulo de livro, para o que eu deveria desembolsar cerca de R$ 100,00 por página do capítulo. O impressionante é que o livro era fora de minha área de atuação, o que me faz pensar que eles disparam para vários autores apenas para conseguir o dinheiro (talvez o livro nem seja impresso em quantidade e distribuído). Nesse quadro não muito animador vemos que a qualidade do que está publicado pode ser questionada, mas os artigos de revistas conceituadas (aí a importância da revista) ainda são mais aceitos. Uma outra coisa que atesta contra citar um livro é que ele muitas vezes não oferece os dados inéditos e originais (base empírica) que fundamentam as ideias, mas apenas apresentam as ideias sem essa base (pois o autor as aceita). Nesse caso, você estaria citando uma ideia e dizendo que o autor daquele livro concorda com ela (isso é argumento da autoridade). Mais um problema: muitas vezes os livros estão em idioma restrito (por ex., português) e citá-los na ciência internacional é o mesmo que dar a prova para quem não consegue ler. Resumindo, evite ao máximo citar o livro. Se não tiver jeito, talvez tenha que citar.
Muitos autores tratam o problema de pesquisa como o norteador e ponto de partida. Seu livro apresenta o objetivo como norteador e ponto de partida para o trabalho. Poderia comentar sobre?
A pergunta é o início do projeto. Ela será o direcionador do objetivo. E o objetivo direcionará o projeto, a pesquisa e a introdução do artigo. A conclusão será o direcionador do restante do artigo (Método, Resultados e Discussão). Uma pergunta pode levar a vários objetivos. Por ex., eu posso ter como pergunta: "Quais os principais fatores sociais que dificultam ao indivíduo de país pobre buscar práticas preventivas na saúde?". Dessa pergunta eu posso estabelecer vários objetivos, cada um ou cada conjunto deles, caracterizando uma pesquisa. Ou seja, de uma pergunta posso estabelecer vários objetivos. De um objetivo consigo traçar uma pergunta que pode ser respondida. Por isso a pergunta é apenas um norteador mais geral. O objetivo é o que, de fato, direciona a pesquisa científica. A partir do objetivo (veja o que falei na palestra sobre construção de objetivos), deduzimos alternativas metodológicas (escolhendo a mais indicada). Dessa metodologia, coletamos dados (qualitativos e/ou quantitativos, de acordo com a natureza das varáveis estudadas) e, a partir deles, elaboramos conclusões mais específicas. Quando colocamos essas conclusões no cenário de conhecimento científico publicado, podemos avançar e elaborar conclusões mais amplas. Esse é o processo...
Qual a natureza de uma pesquisa?
Como a pesquisa científica é utilizada?
Quais os objetivos de uma pesquisa e de seus relatórios?

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