Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@Professor @JessicaJulioti @EquipeMySete Prof. Ms. Leonardo A. Massabki Caffaro @EquipeMySete @JessicaJulioti Conceitos e aplicações de Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) @leocaffaro Bases físicas da eletroterapia Definição de corrente elétrica, fase, simetria, balanço, forma Corrente elétrica • Fluxo de carga elétrica • Circuitos elétricos – fluxo de elétrons em um fio (cobre, ouro...) Tipos de correntes • Corrente Direta • Fluxo contínuo (min. 1seg) e unidirecional • Corrente alternada • Fluxo contínuo e bidirecional • Corrente pulsada • Existe intervalo inter-pulso Robertson et al., 2009 Fase (polaridade) • Número de sentidos que a corrente elétrica flui • Monofásica (polar) • Fluxo unidirecional da carga • Ânodo e cátodo • Acúmulo de íons sobre os eletrodos • Bifásica (apolar) • A corrente elétrica flui em dois sentidos • Polaridade dos eletrodos se alterna (não é fixa) Robertson et al., 2009 Simetria • Se uma fase é idêntica em relação à outra • Simétrica • Assimétrica Balanço • Densidade de energia das fases (área) • Balanceada • Desbalanceada Sempre um pulso simétrico será balanceado! Formas •Mais usadas •Quadrada •Retangular •Triangular •Senoidal (sinusóide) Características “gráficas” da corrente elétrica V o lt ag em ( V ) Tempo Fase Burst Amplitude (I) Pulso (T) Intervalo inter-pulso Intervalo inter-burst Aspectos relacionados à parametrização • Frequência (portadora) • Pulsos por seg (pps ou Hz) • Frequência de Burst • Trens de energia por seg (Hz) • Ciclo de trabalho • Porção que o Burst flui sobre o tempo total do ciclo (em %) • Intensidade (amplitude, amperagem) • 0-100 mA Robertson et al., 2009 Fisiologia da dor e mecanismos de ação da eletroanalgesia Características das fibras nervosas, vias da dor, teoria das comportas e inibição (extra)segmentar Condução nas fibras nervosas • Diâmetro (2r) • > 2r, < limiar de excitação • Fibras mielínicas • Condução nervosa em saltos Receptores e tipos de fibras nervosas Característica A-β e A-α Fibras A-δ Fibras C Diâmetro (2r) Grande Pequeno Pequeno (< A-δ) Bainha de mielina Mielinizadas Mielinizadas Amielínicas Veloc. Condução rápida rápida (< A-β; 5-30 m/s) lenta (1 m/s) Tipo (de dor) Aguda (pontada) Contínua (profunda) • Mecanoceptores • Fibras A-β (sensorial) • Fibras A-α (motor) • Nociceptores cutâneos • Fibras A-δ • Fibras C Robertson et al., 2009 Intensidade (gráfico I-T) Aδ e C Aα Aβ Vias da dor (níveis) Sistema Nervoso Periférico (SNP) Medula Espinal Tronco encefálico e Tálamo Córtex cerebral Robertson et al., 2009 Transmissão da dor Vias da dor (estruturas) SNP • Fibras A-δ • Fibras C Medula espinal • Corno posterior • Substância gelatinosa T. encefálico e tálamo • Mesencéfalo • Massa periaquedutal cinzendta Córtex cerebral • Percepção • Consciência Sinapse Neurotransmisor (Substância P) Robertson et al., 2009 Fibras A-β • Estimulação Liberação de GABA • excitabilidade das fibras nociceptoras Informação de dor • do estímulo Inibição segmentar (pré-sináptica) • Teoria das comportas • Mecanoceptores: >2r; mielinizados; c. rápida Robertson et al., 2009 Subs Gelatinosa Inibição segmentar (pré-sináptica) • Inibição do estímulo doloroso a partir da estimulação de fibras A-beta • Liberação de GABA na SG • Inibição do estímulo doloroso Johnson, 2009 Inibição segmentar (pré-sináptica) TENS • Estimulação A-α Contração muscular • Estimulação A-δ Substância gelatinosa • Ativação do interneurônio Inibição da dor • Através da liberação de Encefalina Robertson et al., 2009 Inibição segmentar por meio de TENS Acupuntura; Intensidade motora. Inibição extrassegmentar • A estimulação das fibras nervosas A-delta leva a • Ativação do periaqueduto cinzento • Medula rostral ventromedial (via inibitória da dor) • Inibição das vias descendentes facilitadoras da dor • Maiores efeitos foram observados quando fibras nervosas A-alfa são ativadas (motoras) quando comparadas com as A-beta (sensoriais). • A ativação de fibras A-delta causa depressão da atividade nociceptora central por até 2 hrs Johnson, 2009 Inibição extrassegmentar Fibras A-δ • Estimulação Mesencéfalo • Massa periaquedutal cinzenta • Núcleo de Rafi Trato espinotalâmico • Fibras A-δ descendentes Substância gelatinosa • Interneurônio • Liberação de Encefalina Via ascendente Via descendente Robertson et al., 2009 Inibição periférica (colisão anti-drômica) • A Estimulação elétrica estimula uma porção do axônio • O estímulo ascende e DESCENDE ao longo do axônio • Resultado: O estímulo doloroso que vai acender se COLIDE com o estímulo da TENS que está DESCENDO Johnson, 2009 Johnson, 2009 Inibição periférica (colisão anti-drômica) • Maiores chances deste mecanismo ocorrer quando fibras A-delta são ativadas (Ex: TENS breve-intenso) • Como se a TENS congestionasse a fibra A-delta (dolorosa) Johnson, 2009 O portal da dor • Condições normais • Processamento central da dor (SNC) advinda de estímulos nociceptivos da periferia (SNP) • Para a dor se tornar consciente o estímulo passa por diversas estruturas • As estruturas mais baixas do SNC (medula) seriam este portal para receber o estímulo da periferia (SNP) Johnson, 2009 O fechamento do portal • A estimulação com TENS diminui a passagem do estímulo doloroso dificultando a sinapse entre nociceptores e SNC na medula espinal • Fechando assim o portão/portal da dor Johnson, 2009 Resumo [mecanismos de ação] • Estímulo sensorial (Aβ) > Inibição segmentar • TENS convencional • Estímulo motor (Aα) > estimula as fibras Aδ > Inibição extrasegmentar • TENS acupuntura • Estímulo doloroso (Aδ) > Inibição extrasegmentar • TENS breve-intenso Lembrar que... Johnson, 2009 Gráfico IT Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) Definição, histórico, características físicas, efeitos fisiológicos e terapêuticos Definição Qualquer equipamento que produza/forneça eletricidade e esta atravesse a pele intacta e ative os nervos abaixo desta. Jones e Johnson, 2009 Histórico •Uso de correntes elétricas para analgesia data de 2.500 A.C. no antigo Egito •Peixes elétrico eram utilizados em diferentes partes do corpo •Johnson (2009) •Fonte: https://therockyriver.com/fishing-in- ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ https://therockyriver.com/fishing-in-ancient-egypt/ Histórico •No século 18 geradores eletrostáticos ajudaram a popularizar a eletroterapia •O aumento do uso de tratamentos farmacológicos fez com que houvesse uma queda do uso da eletroterapia no fim do século 19 •Johnson (2009) •Fonte: https://www.sciencephoto.com/media/8108 92/view/nollet-s-electrostatic-generator- 18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-centuryhttps://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century https://www.sciencephoto.com/media/810892/view/nollet-s-electrostatic-generator-18th-century Histórico • Em 1965 a publicação de Melzack e Wall “Mecanismos da dor: Uma nova teroria” (Pain Mechanisms: A New Theory) reacendeu o interesse pela eletroterapia. Melzack e Wall (1965) Histórico Melzack e Wall (1965) Características físicas • Pulsada (CP) • Bifásica • Intervalo inter-pulso • Baixa frequência (< 1 kHz) • 1-200 Hz • Formato de onda • Geralmente retangular • Retangular/”triangular exponencial” Robertson et al., 2009 TENS https://ibramed.com.br/site/en/eq uipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ https://ibramed.com.br/site/en/equipamentos/neurodyn-tens-fes-2/ Efeitos fisiológicos Estimulação das fibras nervosas • SNA • Bomba muscular • Reflexo axonal • Fluxo sanguíneo • Temperatura • Metabolismo celular Temperatura tecidual •Humanos saudáveis •Nn. Ulnar •+ 1,0°C mãos Temperatura tecidual •Humanos com queixas álgicas não malígnas •+ 2,5°C em indivíduos que obtiveram analgesia. Temperatura tecidual • Mulheres assintomáticas • Mãos • + 2°C em grupo de 4 Hz Temperatura tecidual Sem alterações na temperatura tecidual independente da frequência utilizada Temperatura tecidual Sem alterações na temperatura tecidual independente da intensidade utilizada Metabolismo celular Lei de Van’t Hoff • A cada 4°C aumenta-se o metabolismo em 50% • Ou.. A cada 1°C aumenta-se o metabolismo em 13% Robertson et al., 2009 Reflexo axonal TENS Estímulo das Fibras A-delta e C Reflexo axonal (antidrômico) – ramo axônio terminal Liberação de neuropeptídeos (SP, CGRP, VIP) Vasodilatação > fluxo sanguíneo Khalil et al., 2001; Robertson et al., 2009; Machado et al., 2012; 2016; Kubasch et al., 2017 Fibras amielínicas e de menor diâmetro. Necessária maior intensidade para estimulá-las Reflexo axonal Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) Orgão Efeito - Estimulação Pupila Dilatação Coração > Frequência e força de contração Brônquios Broncodilatação Vasos sanguíneos Vasodilatação no músculo estriado esquelético Glândulas sudoríparas Estimuladas, secreção de suor Silverthorn (2009) modificado Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) • Resultados dos mais diversos entre estimulação e inibição do SNAS Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) Ebersold et al., 1977 • Resposta sudomotora, FC, PA, reflexo pupilar, temp. • Sem influência Reeves et al., 2004 • Resposta sudomotora, FC, PA, reflexo pupilar, temp. • Sem influência Okuyucu et al., 2017 •Resposta sudomotora •Inibição do SNAS (alta e baixa F) Fluxo sanguíneo Cramp et al., 2000 • Humanos saudáveis • Nn. Mediano • Aumento em grupo de 4 Hz Cramp et al., 2002 • Humanos saudáveis • Nn. Mediano • Aumento em grupo de intensidade motora Fluxo sanguíneo Cramp et al., 2000 Cramp et al., 2002 Contração muscular Músculo estriado esquelético Contração muscular Aumento o metabolismo muscular Liberação de subs vasodilatadoras Vasodilatação Aumento do fluxo Repouso Diminuição do metabolismo muscular Diminuição de temperatura e fluxo Scudds et al., 1995; Sherry et al., 2001 Transferência de calor Homem (homeotérmico) ≈ 36°C Eletrodo: inanimado, não é fonte de calor. Perda de calor por condução. Ambiente à 24 +/- 1°C. Perda de calor por radiação. Indergrand e Morgan (1994); Scudds et al., 1995 Robertson et al., 2009 Ambiente 24 +/- 1°C Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) • Aumento da re-epitelização e angiogênese a partir da expressão de CD31 e VEGF (corrente e parâmetros não especificados – estudo de reparação tecidual em humanos saudáveis) Sebastian et al., 2011 • A liberação de VEGF com correntes elétricas terapêuticas deve ser parâmetro dependente Liebano e Machado (2014) • A estimulação elétrica pode liberar VEGF, mas os dados da literatura ainda são insuficientes Liebano e Machado (2014); Machado et al., 2017 Efeitos fisiológicos As diferenças metodológicas entre estudos que avaliam os efeitos vasculares relacionados à TENS limitam as comparações entre estes, o que pode ser o motivo da existência de resultados conflitantes. Reeves et al., 2004 Efeitos terapêuticos • Johnson (2009); Robertson et al., 2009 Analgesia • Liebano et al., 2006; 2008; Machado et al., 2012; 2016;2017 Modulação da reparação tecidual • Mendonça et al., 2017; Tonezzer et al., 2017 Diminuição de sintomas de neuropatias periféricas Modulação de neuropatias TENS promoveu diminuição do sintoma de disestesia. Mendonça et al., 2017 Modulação de neuropatias • Resultados promissores na diminuição dos sintomas da neuropatia periférica induzida pela quimioterapia Modulação da reparação tecidual Machado et al., 2016 TENS de baixa frequência promoveu modulação da reparação tecidual após lesão tegumentar aguda. Modalidades e aplicação Modalidades Parâmetros/TENS Convencional Acupuntura Intenso Burst Johnson F Port./Burst 100-150 Hz 2-10 Hz 150-250 Hz 100/2-3 Hz Paciente escolhe L. de pulso 50-80 µs 200-300 µs > 300 µs 100-300 µs 20-50 µs Intensidade Sensorial Sens/motora Dolorosa Motora Sensorial Tempo tto 30 min 30 min 10-15 min 30 min 40-50 min Conceito por modalidade Parâmetros/TENS Convencional Acupuntura Intenso Burst Johnson F Port./Burst Alta (> 50 Hz) Baixa (< 10 Hz) Alta (> 50 Hz) Variável Variável L. de pulso Baixa (< 100 µs) Alta Alta (> 300 µs; dor) Média Baixa Intensidade Sensorial Máx. tolerado Dolorosa Motora Sensorial Tempo tto Médio Médio Breve Médio Longo Frequências – nível motor TENS Breve-intenso Uso comum por modalidade • Dor aguda • Tradicional, normal, convencional, Hi-TENS • TENS Johnson • Dor crônica • Acupuntura, Lo-TENS • Burst • Dor “intratável” • Breve-intenso Protocolo de aplicação segura (Johnson 2009 - modificado) Aplicação segura • Verificar contraindicações com o paciente • Testar sensibilidade da pele • Inicialmente o equipamento deve estar desligado e com a intensidade zerada • Parametrizar o aparelho (equipamentos analógicos permitem isto antes de ligar) • Conectar os eletrodos com os cabos e com a pele do paciente (intensidade zerada) • Aumente a intensidade devagar até o paciente sentir o começo da parestesia • Aumente a intensidade até o paciente sentir uma sensação forte, porém confortável • Averiguar resposta fisiológica desejada (sensorial, motora ou dolorosa) Finalização segura • Se puder, diminua a intensidade do aparelho aos poucos • Desligue o equipamento • Desconecte o cabo do eletrodo e retire o eletrodo da pele do paciente Procedimentos gerais • Explicar ao paciente • O que é e pra que serve • Indicações e contra-indicações • Resposta esperada (intensidade) • Sensorial, motora ou dolorosa • Posicionamento • Expor, limpar e secar área de tto (álcool 70%)• Parametrização • Colocação dos eletrodos Eletrodos Tipos Colocação • Auto-adesivo • 1/pcte • Silicone carbonado (karaya) • Gel hidrossolúvel • Ponto doloroso: Sobre o local da dor • Troncular (raiz nervosa): Um eletrodo na raiz nervosa e outro onde a dor está irradiando • Mioenergética: Ventre muscular • Trajeto nervoso: seguir o trajeto do nervo. Dicas • Conferir voltagem (110-220 V)! • Sempre conferir o contato aparelho-cabo e cabo-eletrodo • Nunca colocar as mãos em baixo do eletrodo quando ligado • Processos inflamatórios agudos e dores agudas, é melhor usar frequências altas e intensidades baixas (sensorial). • Eletrodos muito distantes entre si podem não “ligar” (do mesmo canal) Precauções e contraindicações Precauções e contra-indicações Não é contraindicado Implantes metálicos • Aplicação sobre a pele intacta • Os implantes metálicos não devem interferir na condução da corrente elétrica • Pacientes submetidos à artroplastias podem ser tratados com correntes elétricas Precauções Déficit circulatório • Na presença de doenças circulatórias severas a estimulação elétrica pode promover isquemia e exacerbar a dor • Caso a corrente elétrica aumente a demanda metabólica, a célula precisará de sangue, porém, este está com o acesso deficitário Fraturas instáveis, cirurgias recentes e osteoporose • Não utilizar estimulação elétrica à nível motor • Evitar contrações musculares vigorosas e consequentemente, fraturas por avulsão Convulsões e epilepsia • Não aplicar transcranial • Aplicar com cautela no resto do corpo • Estudos com resultados divergentes Precauções Útero gravídico • Evitar utilizar sobre abdome, lombar • Não realizar estimulação com intensidade motora em grandes grupos musculares • Risco de induzir o parto precocemente, embora existam estudos mostrando que isto não ocorre (Yokoyama et al., 2015) Afecções dermatológicas, tecido tegumentar lesionado • Uma solução da epiderme significa alteração da impedância da pele. A estimulação elétrica nessas condições pode representar perigo de lesões ou dor • A estimulação elétrica pode exacerbar processo inflamatório de eczema e dermatite de contato • Não usar eletrodos auto-adesivos para não perder tecido tegumentar fragilizado Abdome inferior • Evitar uso da corrente elétrica à nível motor • Aumento da motilidade gastrointestinal Precauções Tórax, coração e insuficiência cardíaca • Pode ser aplicada sobre o coração a nível sensorial em pessoas que não tenham doenças cardíacas Aplicação transcranial e em cabeça • Poucos estudos • Efeitos pouco compreendidos • Apenas profissionais capacitados para tal Órgãos do aparelho reprodutor • Efeitos desconhecidos sobre a gametogênese • Embora existam estudos que relatem a ejaculação induzida eletricamente no tratamento de lesados medulares e de incontinência urinária • Apenas profissionais capacitados para esta aplicação devem realizá-la com cautela Contraindicações Dispositivos eletrônicos • Não aplicar sobre estes • Neuroestimuladores, marca-passos e etc • Pode afetar funcionamento destes podendo gerar importantes alterações no paciente (ex: arritmia) Tumores e áreas recém irradiadas (até 6 meses) • Risco de promover aumento da atividade mitótica e nutrição, promovendo crescimento tumoral e metástases • Pouquíssimo estudado • Linkov et al., 2012 e Wang et al., 2018 não mostraram influências das correntes elétricas sobre tumores. Contraindicações Tromboflebite e TVP ativa • Risco de deslocar um trombo • Contraindicado tanto a nível sensorial, motor, local e remoto • Embora seja pouco provável o deslocamento deste, suas consequências podem ser catastróficas Condições hemorrágicas • A estimulação pode possivelmente aumentar a perda sanguínea Infecções, osteomielite e tuberculose • Pode promover o alastramento da infecção ou infecção cruzada entre paciente, fisioterapeuta e eletrodos • Embora existam estudos que mostrem bons resultados de correntes elétricas em lesões tegumentares (Machado et al., 2016) Contraindicações Zonas hipoestésicas, déficit de cognição e/ou comunicação • Não permitem que o paciente de o feedback relacionado à intensidade (segura) de tratamento • Embora dificilmente haja alguma lesão por conta da eletroestimulação a partir de correntes bifásicas Região anterior da cervical e seio carotídeo • A estimulação desta região pode acarretar na estimulação dos nervos vago e e/ou frênico acarretando em rápida queda da PA • Pode gerar espasmo muscular laríngeo Olhos • Efeitos desconhecidos Caso 1 • Paciente JPBM, ♂ • 12 anos • 1° dia pós contusão em diáfise de tíbia • Queixa: dor em região de diáfise de tíbia ao toque • Como utilizar TENS nesse caso? Caso 2 • Paciente CMBM, ♀ • 55 anos • Histórico de CA retirado em planta do pé • Queixa: lombalgia inespecífica crônica (> 6 meses) e difusa • Dor e inflamação crônicas tratáveis • Como utilizar TENS? Resposta 1 • Modalidade: Contínuo ou Johnson • F: 100-150 Hz/pcte escolhe • T: 50-80/20-50 µs • I: Sensorial • Tempo = 30/40-50 min Resposta 2 • Modalidade: Acupuntura ou Burst • F: 2-10/100 Hz • T: 200-300/100-300 µs • I: Máxima/motora • Tempo = 30 min Sugestões de protocolos Síndrome da bexiga hiperreativa • F = 10-20 Hz • T = 200 us • I = máx tolerada • Aplicação: 30 min • Tto: 8-30 sessões; 2xsem •Estimulação de nn. Tibial •+ QV e - incontinência Fibromialgia • F = 80-100 Hz • T = 150-200 us • I = máx tolerada • Aplicação: 30 min • Tto: 3-5xsem por 3-5 sem • Johnson et al., 2017 •Tender points/região de queixa •- fadiga; - dor; + performace no trabalho; - rigidez, - ansiedade; - depressão Dor neuropática • F = 80-100 Hz • T = 50-200 us • I = máx tolerada • Aplicação: 20-30 min • Tto: diário ou alternado por 2-3 sem • Gibson et al., 2017 •- Dor •Nível de evidência: Muito baixo Dor aguda • F = 80-100 Hz • T = 75-200 us • I = sensorial max • Aplicação: 20-30 min • Tto: 1xdia (quando dor) • Johnson et al., 2015 •- Dor aguda OA de joelho (enfermaria) • F = 80-120 Hz • T = 200-300 us • I = máx tolerada • Aplicação: 15-20 min •ATJ (enfermaria) •- Dor; - uso de morfina; + ADM •Resultados em até 24 hrs de PO OA de joelho (enfermaria) • Outras revisões sistemáticas mostram • - Dor; - consumo de opióides; - náusea; - vômito • Qualidade dos estudos: alta • Zeng et al., 2015; Li and Song (2017) Zeng et al., 2015 Li e Song (2017) F = LF (2-4 Hz) ou HF (80- 100 Hz) F = 80-150 Hz Aplicação: 20-60 min Tto: 5xsem por 2-4 sem Tto: 1xdia por 7-14 dias AVC • F = 100 Hz • T = 200 us • I = 2-3x limiar sensorial • Aplicação: 30-60 min • Tto: 5xsem 1xdia •+ Marcha; - espasticidade; + equilíbrio estático •Qualidade dos estudos: alta •+ Marcha; - espasticidade de tríceps sural •Em quadríceps, tríceps sural ou pontos de acupuntura •+ eficaz em fase aguda e subaguda Kwong et al., 2017 Referências bibliográficas • Ammer K. Electrotherapy. Wien Med Wochenschr 1994;144(3):60-5. • Caffaro, Leonardo Affonso Massabki. Influência da estimulação elétrica nervosa transcutânea no crescimento de carcinoma 4T1 em glândula mamária de camundongos [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 2017 [citado 2017-10-31]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-06062017-083836/. • Jones I, Johnson MI. Transcutaneous electrical nerve stimulation. Critical Care Pain 2009;9(4):130-5. • Rennie S. Electrophysical agents contraindications and Precautions: An Evidence- Based Approach to Clinical Decision Making in Physical Therapy. Physiother Can 2011;62(5):1-80. • Robertson V, Ward A, Low J, Reed A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 4ª Ed. São Paulo: Elsevier,2009. Obrigado! teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-06062017- 083836/pt-br.php leomassabki@usp.br @leocaffaro attivaresaude.com.br O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com o Professor(a) Leonardo A. Massabki Caffaro
Compartilhar