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Capítulo 7 Gastrulação, dobramentos embrionários e formação do celoma Morten Vejlsted Conforme discutido no capítulo anterior, a blastulação resulta na formação de células da massa celular interna (MCI), trofoectoderma, epiblasto e hipoblasto. O hipoblasto e o trofoectoderma são linhagens extraembrionárias que participarão da formação da membrana fetal (Cap. 9), ao passo que os derivados do epiblasto incluirão todas as linhagens celulares. Inicialmente, isto ocorre pela formação de três camadas germinativas do epiblasto: ectoderma, mesoderma e endoderma. Um derivado de destaque do endoderma é o intestino primitivo, formação da qual se dá o nome para o próprio processo de formação das camadas germinativas – a gastrulação, que deriva do termo grego gástrula, o qual significa “pequeno estômago”. Além das três camadas germinativas, a gastrulação também estabelece a linhagem germinativa, na forma de células germinativas primordiais. Apenas a formação inicial da linhagem germinativa será discutida neste capítulo, o posterior desenvolvimento das células germinativas primordiais nas cristas gonadais está descrito nos Capítulos 4 e 15. Enquanto a gastrulação prossegue, o disco embrionário gradualmente é coberto por membranas extraembrionárias para a formação da cavidade amniótica. Nas espécies domésticas, a formação do âmnio resulta dos dobramentos da região superior da trofectoderma com o mesoderma extraembrionário subjacente, conforme será descrito primeiro, seguido então para outros eventos no próprio disco. Desenvolvimento do âmnio Durante as fases iniciais da gastrulação, o trofoectoderma é delineado por uma fina camada de mesoderma extraembrionário (veja a seguir), as duas camadas em conjunto constituem o cório. Durante a gastrulação, o cório forma pregas corioamnióticas que circundam o disco embrionário (Fig. 7-1). Gradualmente, as pregas estendem-se em sentido superior até encontrarem-se e unirem-se sobre o disco embrionário, envolvendo-o, assim, em uma cavidade amniótica fechada. O termo âmnio geralmente é empregado para o conjunto da cavidade e sua parede. O 129 epitélio interior do âmnio surge do trofoectoderma e assim, no disco embrionário, é contínuo com o epiblasto e posteriormente à superfície do ectoderma embrionário (veja a seguir). A cobertura externa do âmnio é composta do mesoderma extraembrionário. Posteriormente, o âmnio será envolto por ainda outra cavidade, o alantoide (veja abaixo e no Cap. 9). Fig. 7-1 Formação do âmnio em suíno das pregas corioamnióticas no dias 13° a 15° de desenvolvimento. 1: Trofoectoderma; 2: Epiblasto; 3: Linha primitiva; 4: Células do mesentoderma; 5: Mesoderma intraembrionário; 6: Prega corioamniótica; 7: Cório; 8: Mesoderma extraembrionário; 9: Endoderma; 10: Hipoblasto; 11: Celoma; 12: Ectoderma superficial; 13: Mesoderma; 14: Sulco neural; 15: Notocorda; 16: Cavidade amniótica. O local onde as pregas corioamnióticas encontram-se e se fundem é conhecido como mesoâmnio (Fig. 7-2). No cavalo e em carnívoros, o mesoâmnio é ausente e deixa então o âmnio e o cório sem conexão. Como resultado, potros, cães e gatos nascem cobertos por um âmnio intacto, que pode ser sufocante se não for removido pela mãe ou por um assistente. Em contraste, em suínos e ruminantes, o mesoâmnio persiste; como resultado, o âmnio é removido durante o parto e as proles nascem sem a cobertura de membranas. 130 Fig. 7-2 Embrião de ovelha no 17° dia de desenvolvimento Quando os embriões são expelidos do útero, o cório é comumente destacado, deixando o mesoâmnio como uma antena sobre o âmnio. 1: Mesoâmnio; 2: Âmnio; 3: Saco vitelino; 4: Alantoide. Fases iniciais da gastrulação O começo da gastrulação tem sido tradicionalmente relacionado com a aparência morfológica da linha primitiva, um acúmulo alongado de células no polo caudal do futuro embrião. Esta estrutura é formada por células do epiblasto que se acumulam na região posterior formando uma área espessa em formato de crescente (formato de “meia-lua”) no disco embrionário – o primeiro sinal morfológico do início da gastrulação já identificado, ao menos em suínos e bovinos (Figs. 7-3, 7-4). O espessamento caudal do crescente aparece aproximadamente nos dias 10 e 11 da gestação em suínos e aproximadamente nos dias 14 a 15 em bovinos. Quando a área espessa em formato de crescente é estabelecida, inicia-se a entrada de células do epiblasto no espaço entre o epiblasto e o hipoblasto (Fig. 7-5). Em animais de laboratório, esses sinais morfológicos do início da gastrulação no epiblasto são precedidos de mudanças morfológicas e moleculares no hipoblasto que delimita o polo anterior do epiblasto (veja Quadro 7-1 em regulação molecular). Fig. 7-3 Acúmulo de células epiblásticas na porção posterior do disco embrionário resulta na 131 formação da linha primitiva (1). Fig. 7-4 Disco embrionário de suíno no 10° dia de desenvolvimento mostrando o acúmulo de células epiblásticas formando um crescente posterior. A: Disco embrionário com o crescente posterior (setas). A linha (B) indica o plano de secção mostrado em “B”. B: Seção mediana do disco embrionário mostrando um espessamento posterior (seta) do epiblasto (1). 2: Hipoblasto; 3: Saco vitelino primitivo. 132 Fig. 7-5 Disco embrionário de um embrião bovino no 14° dia de desenvolvimento mostrando de células da região crescente caudal do epiblasto ingressando no espaço entre o epiblasto e hipoblasto. A: Embrião tubular apresentando disco embrionário (seta). A linha (B) indica onde o embrião foi seccionado para então produzir a imagem em B. B: Visão interna do disco embrionário exibindo o crescimento posterior (setas). A linha (C) indica o plano de seção mostrado em C. C: Seção mediana do disco embrionário com o epiblasto (1) do qual células ingressam (2). 3: Hipoblasto; 4: Saco vitelino primitivo. Quadro 7-1 Regulação molecular: formação dos eixos do corpo O eixo embrionário dorsoventral é formado durante a blastulação quando a MCI posiciona-se em um dos polos do blastocisto com suas células externas em frente ao trofoectoderma adjacente e as células internas voltadas para a cavidade blastocística (Cap. 6). Com a diferenciação, as células internas da MCI delaminam e formam o hipoblasto ao passo que no epiblasto forma-se um eixo dorsoventral com as células dorsais voltadas para o trofoectoderma, isto é, camada de Rauber. O eixo embrionário anteroposterior (posteriormente craniocaudal) aparentemente não é formado até a gastrulação. Em espécies de laboratório, um eixo anteroposterior é inicialmente evidente quando o polo embrionário anterior torna-se marcado por uma área de células do hipoblasto expressando uma gama de fatores com propriedades de indução neural. Dentre esses fatores estão incluídos fatores de transcrição como o Otx2 e Hesx1, e moléculas sinalizadoras como a Dickkopf 1 (Dkk1) e Cerberus-like 1 (Cer I). Essa região do hipoblasto é conhecida como endoderma visceral anterior (EVA) em camundongos, e como crista marginal anterior (CMA) em coelhos. Pelo menos nessas espécies, o hipoblasto do EVA e CMA induz o epiblasto adjacente a diferenciar- 133 se de maneira neural, estabelecendo dessa forma a futura região da cabeça do embrião. Interessantemente, isto ocorre mesmo antes da formação da linha primitiva no polo posterior do disco embrionário. Depois, moléculas sinalizadoras provenientes do nó primitivo e notocorda, incluindo a Cordina (“Chordin”), Noggin e Follistatina, são importantes para a subsequente diferenciação neural. Em suínos e bovinos, a formação do espessamento caudal do epiblasto em forma de crescente, que precede a formação da linha primitiva, é até então o primeiro sinal do futuro eixo embrionário anteroposterior. O eixo embrionário final a ser estabelecido é o eixo esquerdo-direito. No camundongo, foi mostrado que a unilateralidade esquerda-direita é regulada principalmente pelas células do nó primitivo que secretam o fator 8 de crescimento do fibroblasto (fibroblast growth factor 8 ou FGF-8), iniciando uma reação em cascata de expressãode outros fatores de crescimento. O batimento de cílios na região ventral das células do nó primitivo cria um gradiente de FGF-8 que resulta em mais FGF-8 sendo fornecido para a região esquerda da linha primitiva do que na região direita. O padrão de reação em cascata da expressão gênica iniciado pela FGF-8 seletivamente define o lado esquerdo do embrião. A molécula sinalizadora Sonic hedgehog (Shh) é expressa na notocorda e pode servir como uma barreira na linha média, reprimindo a expressão de genes do lado esquerdo no lado direito do disco embrionário. Cílios das células do nó primitivo batendo aberrantemente para a direita podem estar envolvidos na condição conhecida como situs inversus, no qual todos os órgãos do corpo desenvolvem-se como uma imagem espelhada da sua posição normal. As células do epiblasto que constituem a região posterior em crescimento logo se unem na linha média do disco embrionário para formar a linha primitiva (Fig. 7-3). Nessa linha, as células começam a involuir1 do epiblasto através de sua membrana basal para formar então os precursores mesoendodermais (mesentoderma), isto é, células capazes de formar tanto mesoderma como endoderma. Este é o primeiro exemplo de transição epitélio-mesenquimal durante o desenvolvimento embrionário, processo no qual as células mudam suas características de células do epitélio (apresentando fortes conexões intercelulares) para se tornarem mais livremente organizadas e, portanto, capazes de realizar migrações. O termo mesênquima refere-se ao tecido embrionário livremente organizado, independentemente da camada germinativa de origem. O interessante é que, assim como o início da gastrulação é marcado por esta transição epitélio-mesenquimal, o final dessa fase de desenvolvimento é marcado pela supressão desse processo. Formação inicial do mesoderma e endoderma As células do mesentoderma originam o endoderma e o mesoderma. As células 134 formadoras do endoderma se integram e deslocam o hipoblasto, que está imediatamente abaixo do epiblasto, formando o endoderma (Fig. 7-6). Outras células continuam posicionadas abaixo do epiblasto e do trofoectoderma formando o mesoderma intra e extraembrionário, respectivamente. O endoderma aumenta de tamanho para formar o revestimento superior do saco vitelino primitivo abaixo do epiblasto e, na margem do disco embrionário, é contínuo com o hipoblasto (Figs. 7-6, 7-7). A porção do saco vitelino primitivo coberto pelo endoderma será posteriormente isolada no interior do embrião, desenvolvendo-se em um intestino primitivo, no qual a porção da cavidade coberta pelo hipoblasto será deslocada externamente ao embrião para formar o saco vitelino definitivo (Fig. 7-8). Fig. 7-6 Duas diferentes fases do ingresso (setas) de células através da linha primitiva e nó primitivo. A: o disco embrionário visto de cima. A linha (B) indica a seção apresentada na visão oblíqua em “B”. 1: Membrana bucofaríngea; 2: Borda do corte da trofoectoderma e hipoblasto; 3: Células do mesoderma formando a notocorda; 4: Nó primitivo; 5: Linha primitiva; 6: Membrana cloacal. B: Seção oblíqua da linha primitiva. 7: Epiblasto; 8: Nó primitivo; 9: Linha primitiva; 10: Trofoectoderma; 11: Células do mesentoderma (laranja); 12: Células do mesoderma (vermelho); 13: Células do endoderma (amarelo); 14: Células do hipoblasto (verde). C: Secção obliqua algumas horas depois. 15: Mesoderma somático; 16: Mesoderma visceral; 17: Transição entre endoderma e hipoblasto; 18: Saco vitelino primitivo; 19: Celoma; 20: Cório; 21: Parede do saco vitelino. 135 Fig. 7-7 Gastrulação em um embrião de ovelha no 13° dia de desenvolvimento. A: Embrião tubular de ovelha. O retângulo (B) está aumentado em “B”. B: Disco embrionário (1) cercado por pregas corioamnióticas (2). C: Seção longitudinal de B. 1: Disco embrionário; 3: Epiblasto; 4: Trofoectoderma; 5: Mesoderma; 6: Endoderma; 7: Mesoderma somático; 8: Mesoderma visceral; 9: Celoma; 10: Saco vitelino primitivo. Fig. 7-8 Formação das cavidades celomáticas. A, D e G: Seção mediana de embriões em diferentes estágios dos dobramentos craniocaudais. As setas indicam o sentido das dobras. B, C, E, F e H: Seções transversais de embriões em diferentes estágios de dobramentos laterais. As setas indicam o sentido dos dobramentos. O plano de seção de B é indicado em A, o plano de seção de E está indicado em D e o plano de seção de H é indicado em G. 1: Ectoderma; 2: Mesoderma; 3: Endoderma; 4: Cavidade amniótica; 5: Saco vitelino primitivo; 6: Celoma extraembrionário; 7: Sulco neural; 8: Mesoderma paraxial; 9: Mesoderma intermediário; 10: Mesoderma lateral; 11: Celoma intraembrionário; 12: Intestino posterior; 13: Saco vitelino; 14: Alantoide; 15: Mesoâmnio; 16: Somatopleura; 17: Esplâncnopleura. Modificado de Sadler (2004). 136 O desenvolvimento do mesoderma intraembrionário é similar ao do endoderma. Ele surge de uma porção de células presuntivamente mesentodermais que ingressaram pela linha primitiva, e que a partir de então permanecem no espaço entre o epiblasto e o hipoblasto. A formação do mesoderma não é restrita à área do disco embrionário, contudo; células do mesoderma migram muito além do disco como mesoderma extraembrionário (Figs. 7-6, 7-7). Cada um dos mesodermas intra e extraembrionária se divide em duas camadas: uma associando-se ao epiblasto e trofoectoderma para formar o mesoderma somático ou parietal, e a outra associando-se ao endoderma e hipoblasto para formar o mesoderma visceral ou esplâncnico (Figs. 7-6, 7-7). Juntos, o trofectoderma e o mesoderma somático extraembrionário irão formar as camadas externas da parte embrionária da placenta, o cório (Cap. 9). A cavidade formada entre os mesodermas somático e visceral é conhecida como o celoma. Inicialmente, o celoma está situado apenas fora do disco embrionário e é então conhecido como celoma extraembrionário ou exoceloma. Rapidamente, entretanto, a separação em mesoderma somático e visceral também envolve porções do mesoderma intraembrionário, estabelecendo então o celoma intraembrionário que, associado aos dobramentos crâniocaudais e laterais do embrião, darão origem posteriormente às cavidades do corpo (Fig. 7-8). Quando isso ocorre, o mesoderma somático origina as regiões parietais do peritôneo e pleura, enquanto que o mesoderma visceral origina as porções viscerais destas membranas serosas. O mesoderma intraembrionário é estabelecido no sentido anteroposterior, em parte se desenvolvendo paralelamente ao crescimento da linha primitiva. Depois da involução, as células espalham-se de ambos os lados, formando o mesoderma extraembrionário, e, cranialmente, formando o mesoderma intraembrionário. Rapidamente, a taxa de crescimento do disco embrionário ultrapassa o crescimento da linha primitiva, e o disco é alongado resultando em uma estrutura oval, e posteriormente em formato de pera (Fig. 7-9). Após estender mais da metade do comprimento do disco embrionário, a linha primitiva gradualmente vai se localizando mais posteriormente como resultado desse crescimento diferencial. 137 Fig. 7-9 Embrião suíno no 12° dia de desenvolvimento, mostrando o disco embrionário em forma de pera. A linha primitiva (setas) e nó primitivo (1) são fracamente visíveis. Juntamente com a relativa retração posterior da linha primitiva, uma estrutura da mediana, a notocorda é estabelecida – uma etapa essencial no estabelecimento do eixo embrionário anteroposterior (Figs. 7-1, 7-6). A notocorda é formada por células do epiblasto que ingressam através do nó primitivo, uma população especializada de células do epiblasto localizada na extremidade anterior da linha primitiva. As primeiras células a ingressarem pelo nó primitivo formam a placa pré- cordal, uma estrutura mesodérmica localizada imediatamente anterior à extremidade da notocorda. Durante o processo de gastrulação, a involução das células que formam o mesoderma e o endoderma ocorre por diferentes regiões organizadoras dentro da linha primitiva. No camundongo, três destas regiões organizadoras foram identificadas:uma organizadora da gástrula precoce, contribuindo principalmente para a formação do mesoderma extraembrionário; uma organizadora da gástrula intermediária, contribuindo principalmente para a formação do endoderma e mesoderma intraembrionário; e a região organizadora da gástrula tardia originando a placa pré-cordal e a notocorda. A região organizadora tardia é o nó primitivo. Anteriormente, a notocorda é delimitada pela placa pré-cordal, e anterior a ele o epiblasto é tão fortemente aderido ao endoderma recém-formado que não há espaço para o mesoderma em crescimento (Fig. 7-6). Esta área do epiblasto e o endoderma 138 originam a membrana bucofaríngea que por um tempo fecha a futura abertura entre a cavidade oral e a faringe (Cap. 14). Posteriormente, a notocorda é delimitada por uma estrutura similar, a membrana cloacal, que por um tempo fecha as aberturas em comum do intestino, órgãos urinários e trato reprodutivo na cloaca (Cap. 14). O ectoderma e seus derivados iniciais As moléculas sinalizadoras provenientes da notocorda, incluindo a Sonic hedgehog (Shh), induzem o epiblasto sobrejacente a diferenciar em neuroectoderma (Cap. 8). Por isso, por alguns instantes, tanto a linha primitiva (na região posterior) como o ectoderma neural em início de formação (na região anterior) são visíveis na superfície do disco embrionário (Fig. 7-10). Fig. 7-10 Visão da região superior do disco embrionário mostrando o desenvolvimento gradual (de B até D) do neuroectoderma em relação ao desaparecimento relativo da linha primitiva. 1: Nó primitivo; 2: Linha primitiva; 3: Borda seccionada da trofoectoderma e hipoblasto; 4: Placa neural; 5: Sulco neural; 6: Somito. Neuroectoderma Na região do disco embrionário anterior ao nó primitivo, células do epiblasto são induzidas a diferenciarem-se em neuroectoderma, em parte pela notocorda recém- estabelecida. Essa fase é reconhecida inicialmente pela formação da placa neural (Fig. 7-10). Rapidamente, as bordas laterais da placa neural elevam-se, formando as pregas neurais, que então delimitam uma depressão na linha média conhecida como sulco neural. As pregas neurais gradualmente fundem-se sobre o sulco neural até completar a formação do tubo neural. A fusão é iniciada na futura região cervical do embrião e prossegue em sentido anterior e posterior como um zíper duplo. Por isso, o tubo neural inicialmente se conecta na cavidade amniótica na região anterior e 139 posterior através dos neuroporos anterior e posterior (Fig. 7-11). Esses poros, ao final, fecham-se, primeiro o anterior e então o posterior. Este processo estabelece o primeiro sistema de órgão embrionário, o sistema nervoso central (Caps. 8 e 10). Fig. 7-11 Formação do sulco neural e tubo neural em embrião bovino no 21° dia de desenvolvimento. O cório foi removido durante a coleta do embrião e então o celoma extraembrionário não está delineado. A: os planos de seção (B e C) indicam a localização das seções transversais em “B” e “C”. 1: Somito; 2: Epitélio interno da parede do âmnio; 3: Mesoderma; 4: Neuroporo rostral; 5: Ectoderma de superfície; 6: Notocorda; 7: Endoderma; 8: Saco vitelino primitivo; 9: Tubo neural; 10: Celoma extraembrionário. Juntamente com a elevação e fusão das pregas neurais, certas células das bordas laterais ou cristas das pregas neurais destacam-se. Esta população de células, conhecidas como células da crista neural, não participará da formação do tubo neural; ao contrário, elas migram para vários locais e participam da formação de vários outros tecidos como o tegumento (melanócitos), outras partes do sistema nervoso (incluindo neurônios para o sistema nervoso central, simpático e entérico) e grande parte dos derivados do mesênquima craniofacial (Cap. 8). O mecanismo pelo qual as células da crista neural destacam-se das pregas neurais é similar ao que ocorre durante o ingresso de células do epiblasto na linha primitiva e no nó primitivo – outro exemplo de transição epitélio-mesenquimal. Conforme mencionado anteriormente, o termo mesênquima refere-se ao tecido embrionário pouco organizado, independente da camada germinativa de origem. 140 Assim, tanto o neuroectoderma (através das células da crista neural) como o mesoderma podem dar origem ao mesênquima. Ectoderma superficial Depois de alocar células para o endoderma, mesoderma, a linhagem germinativa e neuroectoderma, a maior parte do epiblasto que ainda permanece na região lateral irá diferenciar-se em ectoderma superficial. Uma vez que os neuroporos anterior e posterior fecham-se, dois espessamentos bilaterais do ectoderma de superfície, o placódio ótico e o placódio do cristalino, são estabelecidos no ectoderma da região cefálica do embrião (Fig. 7-12). O placódio ótico invagina-se para formar a vesícula ótica, que irá se desenvolver no ouvido interno para audição e balanço (Cap. 11), enquanto o placódio do cristalino invagina-se para formar o cristalino do olho (Cap. 11). O ectoderma superficial ainda remanescente dá origem à epiderme e glândulas associadas à pele (Cap. 17), bem como o epitélio que recobre a cavidade nasal e oral (Cap. 14) e a porção caudal do canal anal (Cap. 14). O epitélio que recobre a cavidade oral origina o esmalte dos dentes (Cap. 14) e também parte da glândula pituitária, a hipófise anterior (Cap. 10). Fig. 7-12 Embrião suíno no 12° dia de desenvolvimento apresentando placódios óptico (1) e 141 ótico (2). O mesoderma e seus derivados iniciais A formação da notocorda gera um eixo na linha média do embrião como um molde para o esqueleto axial. Inicialmente, células do mesoderma formam uma fina camada de mesênquima entrelaçado de ambos os lados da notocorda. Rapidamente, entretanto, iniciando na região occipital do embrião, o mesoderma mais próximo da notocorda (o mesoderma paraxial) prolifera e forma pares de estruturas espessas segmentadas conhecidas como somitômeros. Na região da cabeça, os somitômeros, juntamente com o mesoderma lateral (placa lateral) e células da crista neural, diferenciam-se então em tecido conjuntivo, ossos e cartilagem. Na região do corpo eles formam somitos, dos quais a derme, músculo esquelético e as vértebras desenvolvem-se (Figs. 7-8, 7-10, 7-11). Em espécies de grande porte, os somitos são formados a uma taxa média de seis pares por dia. O número de somitos formados durante esta fase de desenvolvimento, portanto, gera uma estimativa da idade do embrião. Na região mais lateral, o mesoderma permanece delgado e é, portanto, chamado de mesoderma lateral (ou placa lateral). O mesoderma lateral é contínuo com o mesoderma extraembrionário. Conforme descrito anteriormente, a formação do celoma extraembrionário divide esta parte do mesoderma em mesoderma somático e visceral (Fig. 7-8). De modo similar, com o desenvolvimento contínuo do celoma, um celoma intraembrionário divide o mesoderma lateral. No embrião, o mesoderma somático associa-se ao mesoderma de superfície para então constituir a somatopleura ao passo que o mesoderma visceral associa-se ao endoderma para formar a esplancnopleura (Fig. 7-8). Entre o mesoderma paraxial e o mesoderma lateral, encontramos o mesoderma intermediário. Mesoderma paraxial Como regra geral, o desenvolvimento ocorre em sentido anteroposterior (uma exceção à essa regra é o desenvolvimento da linha primitiva). Portanto, a formação dos somitos progride da região occipital para a região posterior. Na região da cabeça, os somitômeros, juntamente com uma segmentação similar à placa neural, formam os neurômeros (Caps. 9 e 10). Da região occipital e em sentido posterior, os somitômeros gradualmente organizam-se em somitos. Cada somito subsequentemente diferencia-se em três componentes (Fig. 7-13). A parte ventromedial do somito associa-se à notocorda formando então o esclerótomo, que 142 serve de molde para a formação da coluna vertebral (Cap. 16). A parte dorsolateral de cada somito forma precursores localizados tanto na derme quanto no tecido muscular, o dermomiótomo. Desta estrutura, populações de células localizadas na regiãodorsoventral e ventromedial formam o miótomo e outro grupo de células localizado dorsolateralmente dá origem ao dermátomo. O miótomo de cada somito contribui para a formação dos músculos das costas e dos membros (Cap. 16), ao passo que o dermátomo dispersa-se e forma a derme e a hipoderme da pele (Cap. 17). Fig. 7-13 Secções transversais de embriões mostrando a diferenciação gradual (A, B, C até D) dos somitos. 1: Sulco neural; 2: Somito; 3: Notocorda; 4: Esclerótomo; 5: Dermamiótomo; 6: Tubo neural; 7: Aorta dorsal; 8: Dermátomo; 9: Miótomo. Modificado de Sadler (2004). Posteriormente, cada miótomo e dermátomo receberá seus próprios segmentos de componentes nervosos (Cap. 10). Clinicamente falando, é importante notar que esta inervação do segmento de origem é mantida por toda a vida. Mesoderma intermediário O mesoderma intermediário, que conecta o mesoderma paraxial e o mesoderma lateral, diferencia-se em estruturas tanto do sistema urinário como as gônadas, que conjuntamente são chamados de sistema urogenital (Cap. 15). Analogamente ao processo descrito para o mesoderma paraxial, o mesoderma intermediário localizado nas regiões torácicas cervical e cranial forma grupos segmentários de células 143 conhecidos como nefrótomos. Contudo, uma massa tecidual não segmentada é formada na região mais caudal. Esta massa é o cordão nefrogênico que forma um rim temporário, o mesonefro numa porção medial na qual as gônadas começam a se formar em um período relativamente precoce do desenvolvimento para então receber as células germinativas primordiais. As células germinativas primordiais inicialmente escapam do epiblasto durante a formação das camadas germinativas, mas posteriormente regressam para então colonizar as gônadas em desenvolvimento (Caps. 4 e 15). Mesoderma lateral e dobramento embrionário Durante uma série de dobramentos anteroposterior e laterais, as subdivisões do celoma em cavidades intra e extraembrionárias ficam mais definidas e o corpo do embrião gradualmente assume o aspecto de um tubo fechado revestindo outro tubo, as vísceras primitivas (Fig. 7-8). A somatopleura formará a parede lateral e ventral do corpo do qual o mesoderma somático formará o revestimento interno (formando o peritônio e pleura) e a ectoderma formará revestimento externo (a epiderme). A esplancnopleura formará a parede do intestino primitivo e seus derivados, no qual o endoderma formará o revestimento interno (a lamina epithelialis da túnica mucosa). O mesoderma visceral formará todos os outros componentes do intestino e seus derivados. Rapidamente, o celoma intraembrionário será dividido em cavidades peritonial, pleural e pericardial. As membranas serosas que revestem as superfícies parietais de cada uma dessas cavidades são derivadas do mesoderma somático, enquanto que as membranas serosas que revestem as superfícies viscerais (e por isso cobrindo os órgãos) são derivadas do mesoderma visceral. Formação do sangue e vasos sanguíneos Tanto o sangue quanto os vasos sanguíneos parecem surgir das células precursoras provenientes do mesoderma, os hemangioblastos. Estes se diferenciam em células- tronco hematopoiéticas (formando as células sanguíneas) e angioblastos que formam as células endoteliais que coalescem para formar os vasos sanguíneos (Cap. 12). O primeiro sinal da formação do sangue e vasos sanguíneos é visto no mesoderma visceral do esplancnopleura que recobre o saco vitelino extraembrionário. Contudo, isso parece ser apenas um fenômeno transitório; posteriormente, os primeiros indícios de hematopoiese ocorrem no fígado e no baço e então na medula óssea (Cap. 12). 144 O endoderma e seus derivados iniciais O revestimento epitelial interno do trato gastrointestinal e seus derivados são os principais componentes gerados pelo endoderma (Fig. 7-8). Inicialmente, o epitélio de cobertura do saco vitelino primitivo é formado pelo endoderma, que é contínuo com o hipoblasto e também o desloca. Com os dobramentos anteroposteriores e laterais do embrião, a porção fechada do endoderma no saco vitelino primitivo é envolta pelo embrião em formação, formando o intestino primitivo, enquanto que a porção fechada do hipoblasto passa a se localizar fora do embrião para formar o saco vitelino definitivo. O termo saco vitelino pode ser confuso, já que a cavidade não tem muita semelhança com o saco vitelino em galinhas. Conforme será descrito no Capítulo 9, o saco vitelino tem um papel apenas transitório em suínos e ruminantes. Contudo, tanto em cavalos quanto em carnívoros ele é essencial pelo menos durante a fase inicial de formação da placenta. Então, o saco vitelino dos animais domésticos é algo análogo à estrutura em galinhas, já que tem uma função nutritiva durante o desenvolvimento embrionário. O intestino primitivo compreende as partes cranial (intestino anterior), médio (intestino médio) e caudal (intestino posterior). O intestino médio comunica-se com o saco vitelino pelo ducto vitelino (Fig. 7-8). Este ducto é inicialmente amplo, mas com o desenvolvimento ele vai tornando-se longo e estreito e finalmente é incorporado no cordão umbilical (Cap. 9). O endoderma forma o epitélio do sistema gastropulmonar e o parênquima dos seus derivados. O endoderma do intestino anterior origina a faringe e seus derivados, incluindo o ouvido médio, o parênquima da glândula tireoide, as glândulas paratireoides, o fígado e o pâncreas, e o estroma reticulado das tonsilas e do timo, bem como o esôfago, estômago, fígado e pâncreas (Cap. 14). Na sua extremidade anterior, o intestino anterior é temporariamente fechado por uma membrana ectodermal-endodermal, a membrana bucofaríngea. Em um certo estágio de desenvolvimento, esta membrana rompe-se e estabelece uma comunicação entre a cavidade amniótica e o intestino primitivo. O intestino médio origina a maior parte do intestino delgado e grosso até o cólon transverso enquanto que o intestino posterior forma o cólon transverso e descendente, bem como o reto e parte do orifício anal. Neste trecho final caudal, o intestino posterior temporariamente dilata-se para formar a cloaca, uma cavidade de trânsito comum para os sistemas gastrointestinal e urogenital que estão em formação (Caps. 14 e 15). A cloaca é separada da cavidade amniótica pela membrana cloacal, composta pelo ectoderma e endoderma adjacentes, como na membrana bucofaríngea. Após a separação dos sistemas gastrointestinal e urinário, a membrana cloacal é eliminada, e ambos os sistemas são abertos na cavidade amniótica pelo ânus e pelo seio 145 urogenital, respectivamente. Formação do alantoide Durante a segunda ou terceira semana de desenvolvimento, dependendo da espécie, o alantoide é formado por um prolongamento do intestino posterior no celoma extraembrionário (Fig. 7-8). Em ruminantes e em suínos, o alantoide assume uma aparência em forma de T estando a barra superior desse T localizada como uma cavidade transversal no sentido caudal do embrião e a haste vertical desse T conectado ao intestino posterior (Fig. 7-2). Similar ao ducto vitelino, o ducto alantoide, que conecta a cavidade do alantoide ao intestino posterior, é incorporado ao cordão umbilical como consequência das dobras embrionárias. Já que o alantoide é um divertículo do intestino posterior, sua parede é revestida internamente por um epitélio de origem endodérmica e o revestimento externo é proveniente do mesoderma visceral. Com o crescimento do alantoide, a região da parede contendo mesoderma visceral junta-se com o mesoderma somático do cório e, finalmente, recobre parcialmente o âmnio. A junção das paredes do alantoide e do cório formam a parte embrionária da placenta alantocoriônica que é encontrada nos animais domésticos (Fig. 7-8; Cap. 9). A região intraembrionária proximal do ducto alantoide, que se estende do intestino posterior ao umbigo, é conhecida como úraco, e dá origem a bexiga urinária (Cap. 15). Durante a gestação inicial, a cavidade alantoide serve como um depósito de resíduos que são excretados pelo sistema urinário do embrião, que estáainda em desenvolvimento. As células germinativas primordiais Durante a formação do mesoderma e do endoderma, uma certa população de células do epiblasto é isolada para a formação a futura linhagem germinativa. Estas células germinativas primordiais não estão bem descritas nos animais domésticos, mas, ao menos em suínos e em bovinos, elas parecem ser reconhecidas pela primeira vez na borda posterior do disco embrionário durante a gastrulação. Ao passo que as camadas germinativas são formadas, as células germinativas primordiais são deslocadas da região do disco embrionário para a parede do saco vitelino definitivo e, de certa forma, para o alantoide (Cap. 4). Como isso ocorre ainda é desconhecido, mas provavelmente envolve transporte passivo com o endoderma. As células germinativas primordiais multiplicam-se na parede do saco vitelino e então, por meios ativos ou passivos, deslocam-se para região das cristas genitais já que estas se desenvolvem do mesoderma intermediário (Cap. 4). A rota de migração, pelo menos em suínos, passa pelo mesoderma visceral conectando os pedúnculos tanto do saco 146 vitelino e do alantoide no intestino posterior. Com a chegada nas cristas genitais, as células germinativas primordiais multiplicam-se por certo período (o tempo varia entre as espécies) até que seja iniciada a meiose (em fêmeas) ou entrar em bloqueio da mitose até a puberdade (no caso de machos; Cap. 4). Resumo Durante a gastrulação, o epiblasto forma a linha primitiva, por meio do qual as células involuem para formar o endoderma, o mesoderma e as células germinativas primordiais. O epiblasto remanescente origina o ectoderma. O primeiro órgão a formar-se no embrião em desenvolvimento é o sistema nervoso central, proveniente do ectoderma. Durante a neurulação, o neuroectoderma é formado e origina o tubo neural que ao final diferencia-se em vesículas cerebrais e a medula espinhal. Antes do fechamento do tubo neural, uma população de células da crista neural é destacada. Esta população de células especializadas participa da formação de diversos tecidos dentre eles componentes do sistema nervoso central, entérico e periférico. Após a diferenciação do neuroectoderma, a região da camada germinativa do ectoderma ainda remanescente forma o ectoderma superficial dando origem à epiderme que inclui cabelos, chifres, garras, cascos e glândulas subcutâneas. O endoderma origina o trato gastrointestinal, trato respiratório, partes do sistema urinário, partes do ouvido médio, o parênquima da glândula tireoide, as glândulas paratireoides, o fígado e pâncreas, e o estroma reticular das tonsilas e timo. O mesoderma é dividido em mesoderma paraxial, intermediário e mesoderma lateral. Na região cranial, o mesoderma paraxial forma pares de somitômeros que mais tarde irão participar da formação da cabeça. Mais caudalmente, os somitômeros formam somitos. Cada somito origina um esclerótomo, um miótomo e um dermátomo. O esclerótomo forma a base do esqueleto axial (a coluna vertebral). Do miótomo formam-se a parede do corpo, os membros e a musculatura epaxial. O dermátomo origina a derme e a hipoderme da pele. O sistema urogenital é derivado do mesoderma intermediário. Essenciais para a o sistema genital são as células germinativas primordiais; formadas no início da gastrulação, essas células são alocadas para o saco vitelino e alantoide durante a formação da camada germinativa, e são finalmente incorporadas nas cristas genitais provenientes do mesoderma intermediário. O mesoderma lateral divide-se nas camadas somática e visceral formando assim o celoma intraembrionário. O mesoderma somático associa-se ao trofoectoderma, formando o cório, e também ao 147 ectoderma superficial para formar a somatopleura. Do mesmo modo, o mesoderma visceral associa-se ao endoderma, formando a esplâncnopleura. A somatopleura forma a membrana parietal serosa das cavidades do corpo, incluindo o peritônio, pleura e pericárdio, enquanto que a esplâncnopleura origina as membranas serosas que recobrem os órgãos internos. O sangue e vasos sanguíneos, a região cortical das adrenais e baço também são derivados do mesoderma. Leituras adicionais Barends P.M.G., Stroband H.W.J., Taverne N., te Kronnie G., Leën M.P.J.M., Blommers P.C.J. Integrity of the preimplantation pig blastocyst during expansion and loss of polar trophectoderm (Rauber cells) and the morphology of the embryoblast as an indicator for developmental stage. J. Reprod. Fert. 1989;87:715– 726. Degrelle A.A., Campion E., Cabau C., Piumi F., Reinaud P., Richard C., Renard J.–P., Hue I. Molecular evidence for a critical period in mural trophoblast development in bovine blastocysts. Dev. Biol. 2005;288:448–460. Fléchon J.–E., Degrouard J., Fléchon B. Gastrulation events in the prestreak pig embryo: ultrastructure and cell markers. Genesis. 2004;38:13–25. Gilbert S.F. Developmental Biology, 8th edn. Sinauer Associates, Inc., Publishers: Sunderland, Massachusetts, 2006. Maddox-Hyttel P., Alexopoulos N.I., Vajta G., Lewis I., Rogers P., Cann L., Callesen H., Tveden-Nyborg P., Trounson A. Immunohistochemical and ultrastructural characterization of the initial post-hatching development of bovine embryos. Reproduction. 2003;125:607–623. Ohta S., Suzuki K., Tachibana K., Tanaka H., Yamada G. Cessation of gastrulation is mediated by supression of epithelial-mesenchymal transition at the ventral ectodermal ridge. Development. 2007;134:4315–4324. Robb L., Tam P.P.L. Gastrula organiser and embryonic patterning in the mouse. Semin. Cell Dev. Biol. 2004;15:543–554. Sadler T.W. Langman’s Medical Embryology, 10th edition. Lippincott Williams and Wilkins: Baltimore, Maryland, USA, 2006. Stern C.D. Gastrulation. From cells to embryo. Cold Spring Harbor, New York: Ed. Cold Spring Harbor Laboratory Press; 2004. Vejlsted M., Du Y., Vajta G., Maddox-Hyttel P. Post-hatching development of the porcine and bovine embryo – defining criteria for expected development in vivo and in vitro. Theriogenology. 2006;65:153–165. 1 Nota da Revisão Científica: O processo de involução consiste na interiorização de uma camada externa em expansão de modo a recobrir a superfície interna das células externas remanescentes. 148
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