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Clarice Lispector

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Clarice LISPECTOR
10/12/20 – 09/12/77 
Biografia
	Clarice é a terceira filha de uma família judaica e nasceu num período em que seus pais se mudavam para várias aldeias ucranianas, fugindo das perseguições aos judeus durante a Guerra Civil Russa.
	Sua família chegou ao Brasil em março de 1922, onde vieram morar em Maceió. Foi nesta época que praticamente todos os membros de sua família mudaram seus nomes. Devido a problemas pessoais, a família de Clarice mudou para Recife, onde a escritora aprendeu a ler e onde sua escrita se iniciou.
	A mãe de Clarice morreu em 1930 e muitos de seus textos refletiram a culpa que sentia e figuras milagrosas que salvariam sua mãe.
	Aos 15 anos de idade, por decisão de seu pai, a escritora se mudou para o Rio de Janeiro e foi durante sua frustração com a Escola de Direito na Universidade do Brasil que, aos 19 anos de idade, descobriu na literatura um escape e publicou seu primeiro conto, Triunfo, na revista Pan.
	O pai de Clarice Lispector faleceu em 1943, o mesmo ano em que Clarice foi convidada para trabalhar na Agência Nacional, sendo responsável por distribuir notícias aos jornais e emissoras de rádio da época.
	Clarice se casou com seu colega de turma Maury Gurgel Valente, no mesmo ano em que se formaram. Foi com ele morar na fora do Brasil, onde teve seus dois filhos, Berna e Paulo. Em 1959, separou-se do marido e voltou ao Rio de Janeiro.
	Pouco tempo depois de publicar "A hora da estrela", Clarice foi hospitalizada com câncer no ovário, falecendo um dia antes de seu 57º aniversário.
Estilo de Linguagem 
Clarice Lispector, por meio de uma linguagem figurada, faz do seu trabalho escritural uma arte da palavra. Pela utilização de expressões metafóricas, ela fala, desperta sentimentos e emoções diversas. Sua leitura é inquietante, pois provoca o desencadeamento de diferentes emoções no leitor. Seu modo de narrar, volta-se para o ser humano como sujeito dotado de razão, mas, sobretudo de emoção. 
Espaço Físico: Rio de janeiro
Espaço Psicológico: Alagoas
Tempo: O tempo é cronológico, ou seja, os eventos fluem exatamente na ordem em que ocorrem. 
Narrador: 1° pessoa, contada por Rodrigo S.M.
Estilo de escrita:  Aqui Clarice foge um pouco ao seu padrão literário, o retrato da essência das personagens femininas. Ela enfoca neste livro uma questão de natureza social. Assim, mesclam-se nesta história um realismo cru e um tom poético do qual a autora não consegue fugir.
ESTRUTURA DA NARRATIVA
PERSONAGENS
Rodrigo S.M. :  o narrador da história e pode ser entendido como uma representação da própria escritora. Ele faz ao longo do livro diversas reflexões sobre o ato de escrever. Sua principal preocupação é em mergulhar na profundidade do ser humano para entender sua natureza.
Macabéa
Tia de Macabéia
Glória
Olímpico de Jesus
Raimundo Silveira
Madame Carlota
Contexto
“A Hora da Estrela” é o último livro da Clarice. A obra foi publicada em 1977, mesmo ano em que a autora veio a falecer por conta de um câncer. Em entrevistas sobre seus próximos projetos, Clarice respondia que estava escrevendo sobre uma “inocência pisada e sobre uma miséria anônima”. “A Hora da Estrela” é uma novela bem curta que se encaixa na terceira geração do Modernismo, conhecida como a “Geração de 45”. Além disso, mesmo que o título oficial seja “A Hora da Estrela”.
Rodrigo inicia a história traçando um perfil da protagonista que irá criar. Nordestina, invisível aos outros. (ler um trecho)
Foi criada por uma tia.
Sua profissão é definida com maior clareza. Ela domina a datilografia. A trama será bem singela. Se conquistar um marido, deverá se casar toda de branco. Ele já sabe, porém, que a moça será muito recatada e não terá muito talento para viver. (ler um trecho)
Seu patrão briga com ela porque a moça comete muitos erros nos textos que datilografa. A protagonista pede desculpas por lhe causar problemas; nessa hora Raimundo Silveira recua e com mais educação diz que por algum tempo não a demitirá.
 Macabéa mente dizendo que arrancaria um dente
No passado a jovem viveu ao lado de uma tia devota. A personagem demorou a se desenvolver fisicamente e no início não parecia ter qualquer traço de feminilidade.
Nesta cidade a personagem vivia com mais quatro jovens, Maria da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria apenas. 
Sob uma chuva intensa, a protagonista conheceu sua suposta alma gêmea. Os dois, frutos do Nordeste. É nesse ponto da história que o autor enfim revela o nome da jovem: Macabéa, consequência de uma promessa feita por sua mãe. Ambos se encontraram na frente de uma loja de ferragens. 
O jovem era operário de uma metalúrgica. Mas, para os padrões de Macabéa, ele se expressava de uma forma complicada. E ainda por cima não a considerava uma mulher bonita. (ler um trecho)
Mau-caráter e ambicioso, Olímpico morava de favor no trabalho, roubava os colegas e almejava um dia ser deputado. O passeio dos namorados era sempre seguido de chuvas e de programas gratuitos
Numa dada ocasião eles estavam em um passeio quando o rapaz quis provar que era magro, porém vigoroso. Sem alternativa para se limpar, a protagonista levantou a saia, mas não sem antes suplicar a Olímpio que se virasse. O moço se enfureceu e ficou muitos dias longe dela.
O maior desejo de Macabéa era ser uma estrela do cinema. Olímpio achou que esta era uma ideia insensata, pois ela tinha cor de sujeira. Ele não costumava pagar nada para a namorada. 
Em uma ida ao zoológico, onde Macabéa financiou o ingresso dela, ela teve pavor praticamente de todos os animais. 
Rádio Relógio (ler um trecho)
Ele a desprezava e dizia que era tudo mentira ou idiotice da parte dela, mesmo com todos os seus juramentos de que falava a verdade.
O rapaz não tinha prazer algum em se relacionar com a protagonista. Ele achava a moça sem sal.
Glória (ler um trecho)
Finalmente ele rompe com a moça, diz que vai trocá-la por Glória e a humilha. 
Pouco tempo depois a protagonista passa um batom vermelho-vivo nos lábios. Glória diz que Macabéa está parecendo mulher de soldado.
Provavelmente, em um ímpeto de remorso por ter tirado o namorado de Macabéa, Glória a convidou para conhecer sua casa
Após esse episódio, Macabéa vai ao médico e descobre que tem tuberculose.
A moça indica madama Carlota para Macabéa. Ela tem o dom de romper qualquer magia que alguém tenha armado contra seu cliente, trabalha com porco preto, galinhas brancas e muito sangue.
Macabéa seguiu os conselhos da colega e procurou madama Carlota.
Carlota fala sobre o estrangeiro.
Assim que deixou a casa da cartomante, a protagonista já se sentia diferente. (ler um trecho)
pppppppppppppppppppp
Características modernistas
Podemos destacar em “A Hora da Estrela”:
Metaficção: apesar da história não ser baseada em fatos reais, a narrativa é verossímil. Macabéa não é uma pessoa de verdade, mas sua história representa a trajetória de milhares de brasileiros. O Rodrigo S.M sabe disso tudo. Sabe também, inclusive, que ele próprio é “inventado”.
Fluxo de consciência: representação não-linear do pensamento.
Análise psicológica das personagens.
Intimismo.
Denúncia social
A obra trata de uma denúncia social. Clarice aponta o aspecto da vida miserável que tantos migrantes brasileiros levam. Nordestinos mudam de estado em busca de melhores condições de vida e emprego nos principais cidades do país. 
Clarice faz uma crítica às pessoas que se apropriam do discurso das outras. Isso sem terem tido as mesmas vivências. Rodrigo S.M é intelectual, homem, de classe média que vai narrar a história de uma moça que tem uma situação de vida completamente oposta a dele. Esse posicionamento também não deixa de ser uma crítica a própria autora, que também já agiu da mesma forma que Rodrigo S.M em trabalhos anteriores.
Curiosidades
Clarice escreveu junto com uma amiga um "conto que nunca acabava".
Ao ser questionada sobre quando efetivamente decidiu assumir a carreira profissional de escritora, ela respondeu: "Eu não sou uma profissional,eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora."
Por um descuido, Clarice acabou entre a vida e a morte por três dias, após causar um incêndio em seu quarto ao dormir com um cigarro aceso.
A mãe de Clarice Lispector tinha um diário e escrevia poemas e ela só descobriu isso pouco tempo antes de morrer.
Referencias bibliográficas
http://www.livreando.com.br/2014/03/autor-em-destaque-clarice-lispector.html
https://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok

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