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Isaías Silvio Dutra DEZ/2015 2 A474 Alves, Silvio Dutra Isaías./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 433p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Comentário Bíblico. 3. Profecia. 4. Justificação. 5. Redenção. 6. Jesus. I. Título. CDD 230.224 3 Sumário Isaías 1.................. 6 Isaías 2.................. 14 Isaías 3.................. 19 Isaías 4.................. 23 Isaías 5.................. 26 Isaías 6.................. 34 Isaías 7.................. 41 Isaías 8.................. 48 Isaías 9.................. 54 Isaías 10................ 59 Isaías 11................ 65 Isaías 12................ 76 Isaías 13................ 78 Isaías 14................ 84 Isaías 15................ 90 Isaías 16................ 92 Isaías 17................ 95 Isaías 18................ 98 Isaías 19................ 102 Isaías 20................ 108 Isaías 21................ 110 Isaías 22................ 115 Isaías 23................ 120 Isaías 24................ 125 Isaías 25................ 130 Isaías 26................ 134 Isaías 27................ 140 Isaías 28................ 142 Isaías 29................ 149 Isaías 30................ 158 4 Isaías 31................ 167 Isaías 32................ 169 Isaías 33................ 175 Isaías 34................ 180 Isaías 35................ 187 Isaías 36................ 191 Isaías 37................ 201 Isaías 38................ 208 Isaías 39................ 214 Isaías 40................ 217 Isaías 41................ 229 Isaías 42................ 234 Isaías 43................ 243 Isaías 44................ 251 Isaías 45................ 262 Isaías 46................ 274 Isaías 47................ 278 Isaías 48................ 283 Isaías 49................ 290 Isaías 50................ 298 Isaías 51................ 304 Isaías 52................ 312 Isaías 53................ 317 Isaías 54................ 324 Isaías 55................ 330 Isaías 56................ 337 Isaías 57................ 341 Isaías 58................ 347 Isaías 59................ 356 Isaías 60................ 368 Isaías 61................ 379 Isaías 62................ 388 Isaías 63................ 396 5 Isaías 64................ 406 Isaías 65................ 414 Isaías 66................ 425 6 Isaías 1 O Culto Que Deus Não Aceita No início do primeiro capítulo do livro do profeta Isaías, Deus declara que não era conhecido pelo seu próprio povo de Israel. “2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim. 3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. 4 Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. 5 Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.” (Isaías 1.2-5) Eles haviam recebido suas leis, seus preceitos, seu amor, seus livramentos, e tinham estado por várias vezes debaixo dos seus juízos corretivos por causa do pecado, e em vez de se emendarem, mais se rebelavam contra Ele. Isto revela a obstinação da natureza humana decaída no pecado, da qual somente podemos ser livrados pela fé em Cristo, e pelo trabalho da sua graça em nossos corações, trocando-os por corações sensíveis à sua santidade, e que respondam de modo adequado à mesma. 7 Disto também se aprende que não é por se ter a doutrina verdadeira, bons líderes como Isaías, e tudo o mais que se refira às revelações de Deus, se nos faltar a presença do próprio Deus em nossa vida, porque é este o único meio pelo qual podemos ter um conhecimento real de quem Ele seja. Por isso a aparente religiosidade de Israel nos dias do profeta Isaías, mantendo o culto de adoração no templo, com apresentação de sacrifícios e cumprimento de todos os rituais prescritos na lei, não poderia agradar a Deus, e muito menos produzir um verdadeiro conhecimento do Seu caráter divino. Porque, para isto, é necessário ter o nosso próprio caráter transformado à semelhança do Seu. A consequência desta falta de verdadeira comunhão com Deus não pode ser outra senão a descrita no verso 5: “Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.”. E diante de tal condição Deus pergunta qual seria o efeito do castigo diante de uma tal deliberada rebelião? A correção se faz inócua, porque a repreensão produzirá um endurecimento ainda maior, quando se anda de modo deliberadamente contrário à Sua vontade. Em Is 1.10 Deus declara aberta e diretamente que não aceita culto, rituais, cerimoniais, enfim, qualquer forma de ato devocional, quando não há pureza no interior do coração, e quando as 8 ações externas não são de prática de amor, justiça e verdade. Ele na verdade, ordena que o povo pare com tais atos de devoção enquanto não emendar os seus caminhos. É melhor não louvar quando o coração não é reto. É melhor não ofertar quando há avareza. Deus chama a tudo isto de ofertas vãs em Is 1. 13). O aborrecimento não era propriamente com o cerimonial determinado na Lei de Moisés para vigorar nos dias do Velho Testamento, que eram ainda os dias do profeta Isaías, mas quanto à condição de coração dos “adoradores”. Quando se anda de tal forma, Deus declara que sequer ouve as nossas orações (v. 15). É um dever adorá-lO e se devotar inteiramente a Ele, mas isto deve ser feito com santidade de vida. Por isso é ordenado que o Seu povo espiritualmente se lave, se purifique, e que deixe a maldade dos seus atos, deixando de fazer o mal, e não apenas isto, mas sobretudo, aprendendo a fazer o bem e a buscar a justiça, pondo fim a toda forma de opressão e se dando especial atenção aos fracos, desamparados e necessitados, representados naquela época nos órfãos e viúvas (v. 16 a 17). O Senhor promete que se for obedecido nisto que nos tem ordenado, nossos pecados serão lavados, de modo que seremos alvejados como a pureza da brancura da neve e da lã (v. 18). 9 A consequência desta obediência será uma vida abençoada na terra (v. 19). Todavia, em caso de endurecimento na rebeldia, e na falta de arrependimento, por não se dar ouvido ao Senhor, haveria juízo (v. 20). No caso de crentes da Igreja cristã, ainda que não para uma condenação final, o juízo de Deus os visitará, tal como fizera com os crentes de Corinto, que não se examinavam a si mesmos, para não serem julgados por Deus, por causa de suas más obras. Porque caso se examinassem e emendassem o seu caminhar diante do Senhor, Eles achariam o Seu favor e misericórdia, conforme prometeu aos israelitas dos dias de Isaías, caso se arrependessem. Como se lê nas seguintes palavras que o apóstolo Paulolhes dirigiu, e que se aplicam também a nós: “31 Mas, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; 32 quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo.” (I Cor 11.31,32). Por isso o Senhor declarou por meio de Isaías, que os rebeldes do Seu povo terão a Sua mão voltada contra eles, não para abençoar com alegria, mas para corrigir com tristeza que é para arrependimento, para que sejam purificados de toda a sua escória e impureza (v. 15). Quando este trabalho for feito pelo Senhor, então Ele dará ao Seu povo pastores segundo o Seu coração, que os apascentem com 10 conhecimento e com inteligência, tal como havia prometido dar líderes justos a Israel nos dias de Isaías, em face da purificação que faria neles (v. 26). Isaías 1.1 A visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá. Isaías 1.2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque falou o Senhor: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim. Isaías 1.3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Isaías 1.4 Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Isaías 1.5 Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Isaías 1.6 Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo. Isaías 1.7 O vosso país está assolado; as vossas cidades abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença, e está devastada, como por uma pilhagem de estrangeiros. 11 Isaías 1.8 E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada. Isaías 1.9 Se o Senhor dos exércitos não nos deixara alguns sobreviventes, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra. Isaías 1.10 Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. Isaías 1.11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Isaías 1.12 Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Isaías 1.13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembleias ... não posso suportar a iniquidade e o ajuntamento solene! Isaías 1.14 As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Isaías 1.15 Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Isaías 1.16 Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; 12 Isaías 1.17 aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Isaías 1.18 Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. Isaías 1.19 Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra; Isaías 1.20 mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse. Isaías 1.21 Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas. Isaías 1.22 A tua prata tornou-se em escória, o teu vinho se misturou com água. Isaías 1.23 Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva. Isaías 1.24 portanto diz o Senhor Deus dos exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! livrar-me-ei dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos. Isaías 1.25 Voltarei contra ti a minha mão, e purificarei como com potassa a tua escória; e tirar-te-ei toda impureza; Isaías 1.26 e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus conselheiros, como no 13 princípio, então serás chamada cidade de justiça, cidade fiel. Isaías 1.27 Sião será resgatada pela justiça, e os seus convertidos, pela retidão. Isaías 1.28 Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor serão consumidos. Isaías 1.29 Porque vos envergonhareis por causa dos terebintos de que vos agradastes, e sereis confundidos por causa dos jardins que escolhestes. Isaías 1.30 Pois sereis como um carvalho cujas folhas são murchas, e como um jardim que não tem água. Isaías 1.31 E o forte se tornará em estopa, e a sua obra em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem os apague. 14 Isaías 2 A Grande Glória Manifestada O segundo capítulo de Isaías demonstra de modo muito claro, que a profecia não se aplicava exclusivamente ao povo de Israel em seus dias, e particularmente à Judá e à Jerusalém terrenas, mas ao Israel espiritual de Deus, especialmente a partir da manifestação do Messias e da Sua glorificação, juntamente com todos os salvos, depois da restauração de todas as coisas. É disto que trata o 2º capítulo da profecia de Isaías. Presente, futuro imediato e futuro distante se misturam numa só visão, porque são como coisas já consumadas à vista de Deus. Judá se encontrava em grosseiros pecados nos dias do profeta, conforme descrito no capítulo anterior, mas aqui, é dito que de Judá, de Jerusalém, principal cidade de Judá, procederia a Lei da Nova Aliança, que atingiria a todas as nações da terra. Povos e nações viriam a Jerusalém para serem alcançados pela graça do Evangelho, e isto começou a se cumprir especialmente no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado sobre pessoas de várias nações, que se encontravam em Jerusalém, para celebrarem aquela festa judaica. A Lei do Velho Testamento havia procedido do Monte Sinai, nos dias de Moisés, mas a Lei do Novo Testamento, ou seja, a Nova Aliança, 15 procederia do Monte Sião, e é principalmente isto que se afirma no início desta profecia. Todavia, a abrangência desta profecia é mais ampla, porque será em Jerusalém que o Senhor estabelecerá o Seu governo central no período do milênio. Dali partirão para todas as nações tudo o que for ordenado a elas pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores, a partir do Seu trono em Jerusalém. Por isso se afirma logo no verso 2 que as coisas que serão ditas neste capítulo se referem àquilo que “ acontecerá nos últimos dias” em “que se firmará o monte da casa do Senhor”, ao qual “concorrerão todas as nações”. Os que restarem sobre a terra terão prazer em andarem nos caminhos do Senhor, e por isso subirão a Jerusalém, para que sejam ensinados quanto aos seus caminhos, para que andem neles (v. 3). E se diz que o Senhor “julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estesconverterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (v. 4). Esta é uma clara referência ao período do milênio, que será inaugurado depois da volta de Jesus. Mas tal período de paz e de justiça será estabelecido pela força dos juízos do Senhor contra os ímpios, conforme se descreve nos versos 6 as 22, que ocorrerão no dia da Segunda Vinda de Cristo, que será um dia de juízo e de 16 assolações terríveis contra a impiedade das nações, conforme se descreve nestes versículos. Sabemos que serão juízos voltados especialmente contra o governo do Anticristo. Isaías 2.1 A visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de Jerusalém. Isaías 2.2 Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. Isaías 2.3 Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. Isaías 2.4 E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Isaías 2.5 Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor. Isaías 2.6 Mas tu rejeitaste o teu povo, a casa de Jacó; porque estão cheios de adivinhadores do Oriente, e de agoureiros, como os filisteus, e fazem alianças com os filhos dos estrangeiros. Isaías 2.7 A sua terra está cheia de prata e ouro, e são sem limite os seus tesouros; a sua terra está cheia de cavalos, e os seus carros não tem fim. 17 Isaías 2.8 Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que os seus dedos fabricaram. Isaías 2.9 Assim, pois, o homem é abatido, e o varão é humilhado; não lhes perdoes! Isaías 2.10 Entra nas rochas, e esconde-te no pó, de diante da espantosa presença do Senhor e da glória da sua majestade. Isaías 2.11 Os olhos altivos do homem serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada, e só o Senhor será exaltado naquele dia. Isaías 2.12 Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido; Isaías 2.13 contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã; Isaías 2.14 contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados; Isaías 2.15 contra toda torre alta, e contra todo muro fortificado; Isaías 2.16 e contra todos os navios de Társis, e contra toda a nau vistosa. Isaías 2.17 E a altivez do homem será humilhada, e o orgulho dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia. Isaías 2.18 E os ídolos desaparecerão completamente. Isaías 2.19 Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e da 18 glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra. Isaías 2.20 Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem, Isaías 2.21 para se meter nas fendas das rochas, e nas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra. Isaías 2.22 Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz; porque em que se deve ele estimar? 19 Isaías 3 Juízos Preditos São descritas, no terceiro capítulo de Isaías, várias assolações sobre os judeus, que lhes sobreviriam da parte do Senhor, por causa da impiedade do Seu povo. Esta profecia teve várias aplicações ao longo da história dos judeus, desde que a profecia foi proferida, como por exemplo no cativeiro babilônico, e nas muitas assolações que eles sofreram em outras ocasiões, como a sob os romanos em 70 d.C; sob Antíoco Epifânio, no período dos Macabeus; sob Hitler e em inúmeras outras ocasiões, em que Deus visitou a soberba de Israel com os juízos descritos nesta profecia. Jerusalém foi destruída e reconstruída várias vezes, desde então. Nem com isso, os judeus se voltaram para o Senhor, e têm ainda resistido à Sua vontade, cometendo o seu maior pecado, que é o da rejeição de Cristo, o Profeta que lhes fora prometido desde os dias de Moisés, e do qual se disse que deveriam ouvir para não serem destruídos. Então é crucial não apenas ser justificado pela fé, mas andar na prática da justiça, porque a profecia soa alto e forte: “10 Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas obras. 20 11 Ai do ímpio! mal lhe irá; pois se lhe fará o que as suas mãos fizeram.” Quem quiser ver dias felizes, e viver no óleo de alegria em vez de cinzas, que Jesus veio trazer para os quebrantados de coração do Seu povo, deve viver na prática da justiça. Não basta saber que foi justificado pela fé. É preciso viver na justiça pela qual fomos justificados, se quisermos contar com a alegria do Espírito Santo em nossos corações, em nosso viver cotidiano. De Deus não se zomba. Enganosa é toda prosperidade terrena, sem o temor do Senhor no coração. Isaías 3.1 Porque eis que o Senhor Deus dos exércitos está tirando de Jerusalém e de Judá o bordão e o cajado, isto é, todo o recurso de pão, e todo o recurso de água; Isaías 3.2 o valente e o soldado, o juiz e o profeta, o adivinho e o ancião; Isaías 3.3 o capitão de cinquenta e o respeitável, o conselheiro, o artífice hábil e o encantador perito; Isaías 3.4 e dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles. Isaías 3.5 O povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre. Isaías 3.6 Quando alguém pegar de seu irmão na casa de seu pai, dizendo: Tu tens roupa, tu serás 21 o nosso príncipe, e tomarás sob a tua mão esta ruína. Isaías 3.7 Naquele dia levantará este a sua voz, dizendo: Não quero ser médico; pois em minha casa não há pão nem roupa; não me haveis de constituir governador sobre o povo. Isaías 3.8 Pois Jerusalém tropeçou, e Judá caiu; porque a sua língua e as suas obras são contra o Senhor, para afrontarem a sua gloriosa presença. Isaías 3.9 O aspecto do semblante dá testemunho contra eles; e, como Sodoma, publicam os seus pecados sem os disfarçar. Ai da sua alma! porque eles fazem mal a si mesmos. Isaías 3.10 Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas obras. Isaías 3.11 Ai do ímpio! mal lhe irá; pois se lhe fará o que as suas mãos fizeram. Isaías 3.12 Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores, e mulheres dominam sobre eles. Ah, povo meu! os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas. Isaías 3.13 O Senhor levanta-se para pleitear, e põe-se de pé para julgar os povos. Isaías 3.14 O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo, e contra os seus príncipes; sois vós que consumistes a vinha; o espólio do pobre está em vossas casas. Isaías 3.15 Que quereis vós, que esmagais o meu povo e moeis o rosto do pobre? diz o Senhor Deus dos exércitos. Isaías 3.16 Diz ainda mais o Senhor:Porquanto as filhas de Sião são altivas, e andam de pescoço 22 emproado, lançando olhares impudentes; e, ao andarem, vão de passos curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus pés; Isaías 3.17 o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez. Isaías 3.18 Naquele dia lhes trará o Senhor o ornamento dos pés, e as coifas, e as luetas; Isaías 3.19 os pendentes, e os braceletes, e os véus; Isaías 3.20 os diademas, as cadeias dos artelhos, os cintos, as caixinhas de perfumes e os amuletos; Isaías 3.21 os anéis, e as joias pendentes do nariz; Isaías 3.22 os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e os bolsos; Isaías 3.23 os vestidos diáfanos, e as capinhas de linho, e os turbantes, e os véus. Isaías 3.24 E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro, e por cinto, uma corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, cinto de cilício; e queimadura em lugar de formosura. Isaías 3.25 Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra. Isaías 3.26 E as portas da cidade gemerão e se carpirão e, desolada, ela se sentará no pó. 23 Isaías 4 Purificados Para a Vida do Céu O quarto capítulo de Isaías revela que no dia da volta do Senhor Jesus Cristo, muitos homens de Israel morrerão, porque os ímpios serão desarraigados da terra. E tal será a redução da população de homens, por causa das perseguições que eles sofrerão da parte do Anticristo, e que serão mortos na batalha do Armagedom, que os que sobrarem em Israel, serão disputados numa proporção de sete mulheres para um; e ainda que estas tenham provisões, pedirão que se casem com elas, não com todas, mas escolhendo uma dentre cada sete, para que seja retirado o opróbrio a que ficaram sujeitas em razão do terrível juízo que veio da parte do Senhor sobre o pecado do Seu povo. Dar-se-á assim cumprimento ao que foi profetizado no verso 25 do capítulo anterior: “Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra.” Então a profecia tem o propósito de alertar os judeus a emendarem o seu modo de caminhar se convertendo ao Senhor e à santidade que Lhe é devida, porque é dito que há esperança para os que restarem por causa da piedade deles, quando do retorno do Senhor, porque Ele será como um renovo cheio de beleza e de glória para eles. 24 Este remanescente que será poupado no final da Grande Tribulação será chamado de santo, porque são eleitos, e seus nomes estão inscritos no Livro da vida, e serão selados por Deus como se vê no livro de Apocalipse, para que se convertam. Isto sucederá porque serão purificados pelo espírito de justiça e de ardor, que é o Espírito Santo, que nos purifica com o Seu fogo espiritual, por causa da justiça de Cristo, que nos é atribuída e implantada (v. 4). E quando isto ocorrer, a condição não será mais de juízo, mas de bênção, sob a proteção do Senhor, que será um refúgio eterno contra toda forma de condições adversas, que posam se levantar contra o Seu povo (v. 5,6). Desde que Jesus se manifestou em carne, e tendo derramado o Espírito Santo depois de ter morrido, ressuscitado e subido ao terceiro céu, a condição de todo aquele de Israel, cujo véu de cegueira for removido de diante dos seus olhos, por causa da sua conversão a Cristo, é descrita na parte final do quarto capítulo de Isaías, que é a de se estar debaixo da glória e da proteção de Deus. Isto terá a sua culminância quando todo Israel for salvo, por ocasião da Segunda vinda de Jesus, a saber, daqueles que em Israel estão selados para a salvação. Há portanto, da parte de Deus, esperança e promessas de paz e de segurança para aqueles que verdadeiramente O temem e que se voltam 25 para Ele abandonando os seus pecados, lavando- se de sua imundície, pela fé no sangue de Jesus. Isaías 4.1 Sete mulheres naquele dia lançarão mão dum só homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos de nossos vestidos; tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio. Isaías 4.2 Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. Isaías 4.3 E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em Jerusalém, será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém; Isaías 4.4 Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor. Isaías 4.5 E criará o Senhor sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as assembleias dela, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo flamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel. Isaías 4.6 Também haverá de dia um pavilhão para sombra contra o calor, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva. 26 Isaías 5 Fazendo Mau Uso dos Tratos Culturais No quinto capítulo de Isaías o Senhor diz que plantou Israel para ser uma vinha que lhe desse bons frutos, para que os usasse no lagar que construiu para ali depositar e espremer o seu fruto. Tudo o que era necessário fazer para que a Sua vinha, que era a casa de Israel, especialmente a de Judá, foi feito por Ele. Não lhes faltou trato e cuidado. E nem chuvas de bênçãos nas épocas apropriadas. O que fizeram os israelitas com toda esta provisão que eles receberam de Deus? Não lhe deram por devolvido bons frutos, mas produziram as uvas bravas do pecado e da injustiça. Então o Senhor prometeu que destruiria aquela vinha imprestável e que produzia continuamente maus frutos. Veja o que é dito nos versos 8 e 9: “8 Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra! 9 A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores.” Eles confundiram o fruto de bênção de Deus em suas vidas com prosperidade material. 27 É este o grande problema da maior parte da Igreja de Cristo em nossos dias. Eles transformaram a glória espiritual e durável de Deus em suas vidas, por uma glória terrena e passageira. Eles amaram o mundo e não a Deus. Bem sabemos o que fazem aqueles que dispõem seus corações a enriquecer com coisas materiais, por amarem o dinheiro. Eles ficam expostos a muitas tentações, inclusive à prática de subornos e de impiedades, conforme se descreve neste capítulo, para manterem e aumentarem suas riquezas e propriedades. Não podem ficar satisfeitos somente com a graça do Senhor, porque a sua alma tem uma sede insaciável, porque o desejo de enriquecer é enganoso, porque quanto mais se tem mais se quer, porque não se pode satisfazer ao espírito com aquilo que é material e terreno. “9 Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. 10 Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (I Tim 6.9-11). Jesus diz à Igreja morna, cega, pobre, miserável e nua de Laodiceia, que está a ponto de vomitá- 28 la da Sua boca, porque não é rica da graçade Deus, mas somente dos recursos deste mundo, e que diz portanto que é rica e abençoada pela falsa evidência destes bens que possui, porque não é na quantidade de bens que uma pessoa possua que se encontra o verdadeiro valor da sua vida diante de Deus. Em Sua longanimidade, amor e bondade o Senhor convoca tal Igreja ao arrependimento, mas não remove a ameaça, ante a falta do mesmo. As coisas que sobrevieram e que ainda têm sobrevindo a Israel, e que ainda sobrevirão nos dias do Anticristo, deveriam servir de alerta para a Igreja do Senhor, que tem vivido especialmente nestes dias em que a sociedade pensa somente em acumular riquezas materiais, segurança e conforto. Há uma missão de se evangelizar todo o mundo debaixo das aflições do evangelho, e dificilmente poderá se entregar a tal missão todo aquele, cujo coração estiver no tesouro terreno e não no celestial. Então, quando o Senhor manifestar o Seu terrível juízo sobre toda a terra, e quando o de coração perverso deixar este mundo, para quem será tudo o que acumulou? Quem habitará em suas casas desertas da presença deles, conforme o Senhor pergunta no verso 9? Não será por falta de aviso da Palavra de Deus que o homem errará o caminho no qual deve andar, porque são descritos de modo muito 29 claro e vívido, não somente a condição perversa do coração, como também são nomeados muitos dos pecados nos quais, os que vivem na soberba da vida, costumam cometer, como se vê especialmente nos versos 18 a 29. Quando Deus trouxer Seus juízos sobre os soberbos da terra, então os justos acharão repouso e paz, conforme está prometido no verso 16. O Senhor será exaltado por causa do juízo que trará sobre os que vivem impiamente (v. 17), porque isto revelará que apesar de ser bondoso, amoroso e longânimo, é o Deus do juízo, que dá a cada um conforme as Suas obras, ainda que lhes dê muito tempo para que se arrependam, por causa da sua longanimidade, tal como vinha fazendo com a sua vinha de Israel, cuidando dela, e fazendo a chuva de graça ser derramada do céu, mas em vez de usarem a graça para produzirem bons frutos, a desprezaram para produzirem uvas bravas. Isaías 5.1 Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado uma canção de amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía uma vinha num outeiro fertilíssimo. Isaías 5.2 E, revolvendo-a com enxada e limpando-a das pedras, plantou- a de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas bravas. 30 Isaías 5.3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Isaías 5.4 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? e por que, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas? Isaías 5.5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, e será devorada; derrubarei a sua parede, e sera pisada; Isaías 5.6 e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiro; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Isaías 5.7 Pois a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas eis aqui derramamento de sangue; justiça, e eis aqui clamor. Isaías 5.8 Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra! Isaías 5.9 A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores. Isaías 5.10 E dez jeiras de vinha darão apenas um bato, e um hômer de semente não dará mais do que uma efa. Isaías 5.11 Ai dos que se levantam cedo para correrem atrás da bebida forte e continuam até a noite, até que o vinho os esquente! 31 Isaías 5.12 Têm harpas e alaúdes, tamboris e pífanos, e vinho nos seus banquetes; porém não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das mãos dele. Isaías 5.13 Portanto o meu povo é levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres estão morrendo de fome, e a sua multidão está seca de sede. Isaías 5.14 Por isso o Seol aumentou o seu apetite, e abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descem a glória deles, a sua multidão, a sua pompa, e os que entre eles se exultam. Isaías 5.15 O homem se abate, e o varão se humilha, e os olhos dos altivos se abaixam. Isaías 5.16 Mas o Senhor dos exércitos é exaltado pelo juízo, e Deus, o Santo, é santificado em justiça. Isaías 5.17 Então os cordeiros pastarão como em seus pastos; e nos campos desertos se apascentarão cevados e cabritos. Isaías 5.18 Ai dos que puxam a iniquidade com cordas de falsidade, e o pecado como com tirantes de carros! Isaías 5.19 E dizem: Apresse-se Deus, avie a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o propósito do Santo de Israel, para que o conheçamos. Isaías 5.20 Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo! Isaías 5.21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu próprio conceito! 32 Isaías 5.22 Ai dos que são poderosos para beber vinho, e valentes para misturar bebida forte; Isaías 5.23 dos que justificam o ímpio por peitas, e ao inocente lhe tiram o seu direito! Isaías 5.24 Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a palha se desfaz na chama assim a raiz deles será como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porque rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do santo de Israel, Isaías 5.25 Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e o Senhor estendeu a sua mão contra ele, e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus cadáveres eram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. Isaías 5.26 E ele arvorará um estandarte para as nações de longe, e lhes assobiará desde a extremidade da terra; e eis que virão muito apressadamente. Isaías 5.27 Não há entre eles cansado algum nem quem tropece; ninguém cochila nem dorme; não se lhe desata o cinto dos lombos, nem se lhe quebra a correia dos sapatos. Isaías 5.28 As suas flechas são agudas, e todos os seus arcos retesados; os cascos dos seus cavalos são reputados como pederneira, e as rodas dos seus carros qual redemoinho. Isaías 5.29 O seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de leão; sim, rugem e agarram a presa, e a levam, e não há quem a livre. Isaías 5.30 E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar; e se alguém olhar para 33 a terra, eis que só verá trevas e angústia, e a luz se escurecerá nas nuvens sobre ela. 34 Isaías 6 Profetizada a Causa do Endurecimento de Israel ao Evangelho No sexto capítulo de Isaías nós temos o registro do modo pelo qual Deus o chamou para o exercício do seu ofício profético. Foi-lhe dado ver o Senhor assentado em seu alto e sublime trono, com as orlas de suas vestes enchendo o santuário em que está situado o Seu trono. João afirmou em seu evangelho que foi a Jesus em Sua glória celestial que Isaías viu, antes da encarnação do Senhor neste mundo (Jo 12.41). Ao redor do trono havia serafins, que são seres angelicaiscom aparência de fogo, porque a palavra seraf, no hebraico, significa fogo. Como estavam diante do trono do Senhor, estes serafins possuíam seis asas, para cobrirem com duas suas faces, e com duas seus pés, em sinal de reverência diante da glória dAquele que estava assentado no trono, e com as duas asas restantes, voavam. Foi permitido a Isaías ouvir o que estes serafins clamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.” (v. 3). Os judeus pensavam que a glória de Deus se limitaria para sempre a se manifestar somente no território de Israel, mas os serafins revelaram profeticamente no seu clamor que toda a terra seria cheia da glória do Senhor, e 35 isto apontava certamente para os dias do evangelho. Tão poderosa era a voz do Senhor que as bases dos limiares se moviam e a casa se enchia de fumaça, que é a manifestação visível da glória de Deus (v. 4). Diante da visão da majestade e santidade do Senhor, e de toda a glória celestial ao redor do Seu trono, Isaías sentiu a sua pequenez e foi convencido da sua miséria diante de um Ser tão magnífico e santo. E pôde perceber não apenas a sua própria pequenez e miséria, como também a impureza de todo o povo de Israel, que sendo povo de Deus, nada refletia daquela glória que Isaías havia visto. Cremos que Isaías já era um homem piedoso ao ter recebido tal visão, e foi exatamente por isto que o Senhor o chamou daquela maneira gloriosa para que fosse convencido sobre a necessidade de uma total consagração e santidade para que se possa servir ao Deus que é um fogo consumidor. Por causa da confissão da sua pequenez, insuficiência, miséria e indignidade, Isaías achou favor da parte de Deus, porque se manifesta aos quebrantados de coração e pobres de espírito. E fizera isto com Isaías não para convertê-lo, porque cremos que já era convertido, mas para chamá-lo a uma maior consagração de vida, e dar-lhe o revestimento de poder necessário para o cumprimento do ministério para o qual 36 seria convocado, não por obrigação, mas pelo constrangimento da pergunta, quando ouviu a voz do Senhor perguntando: “A quem enviarei, e quem irá por nós?” (entendemos que este “nós” se refere à trindade divina). Mas Isaías só ouviu esta voz do Senhor depois de ter sido purificado e renovado com o poder do Espírito Santo, quando foi tocado por uma brasa viva que um dos sefarins trazia na mão, que tirara do altar com uma tenaz, e com a qual tocou os lábios de Isaías dizendo que a sua iniquidade havia sido tirada e perdoado o seu pecado. O processo da chamada para o uso consagrado para o serviço do Senhor não tem mudado, porque Ele sempre primeiro santificará aqueles que enviará a seu serviço, e o fará pelo revestimento de poder do Espírito Santo, depois que estes vasos escolhidos se humilharem diante dEle, reconhecendo a sua inabilidade e impureza. Somente depois da consagração e santificação, que Isaías ouviu o chamado para um atendimento voluntário, ao qual ele respondeu afirmativamente dizendo: “Eis-me aqui, envia- me a mim.”. Ele é conhecido como o profeta evangélico, porque profetizaria mais do que qualquer outro sobre a pessoa de Cristo e o período da Igreja cristã, do milênio e da glória futura dos santos. Ele viu o Senhor Jesus na Sua glória em sua chamada, porque Sua grande missão seria a de 37 falar do ministério e glória do Messias, e que somente nEle havia esperança, não somente para Israel, como para todas as nações da terra. Então não é para se estranhar que não tenha sido chamado para convocar e confrontar os israelitas de seus dias, ao arrependimento, durante o tempo do seu longo ministério, mas ao contrário, revelar aos israelitas que eles permaneceriam endurecidos à recepção do Messias e do evangelho por um longo período, porque por causa do seu endurecimento no pecado, o profeta lhes diria o que sucederia a Israel durante o período de formação da Igreja de Cristo. Eles ouviriam o evangelho, mas não entenderiam. Veriam os sinais realizados por Cristo e pela Igreja mas não perceberiam a mão de Deus agindo, porque o seu coração se tornaria insensível, e seus ouvidos ficariam endurecidos à voz do Espírito, e seus olhos fechados para verem a verdade da Palavra do evangelho (v. 9, 10). Sobretudo porque a justiça do evangelho é o próprio Cristo sendo oferecido como meio da nossa justificação simplesmente pela fé, e os judeus estavam habituados à ideia da justificação pelas obras da lei, e da justiça própria. Isaías falaria portanto, de coisas relativas ao evangelho, mas eles não se converteriam a Deus por ouvirem as coisas que seriam reveladas a Isaías para serem profetizadas. 38 Ao contrário, a mensagem profética de Isaías lhes endureceria o coração, fecharia os seus olhos, para que não vissem com os olhos e ouvissem com os ouvidos a mensagem da verdade, e assim, não podendo entender com o coração, não se converteriam e não seriam sarados por Deus. A propósito, ao longo do livro de Isaías, foi-lhe revelado pelo Senhor o caráter da justiça que se manifestaria com a vinda de Cristo ao mundo, para morrer no lugar do pecador. Isaías perguntou ao Senhor até quando duraria tal endurecimento de Israel ao evangelho, e a resposta divina foi a seguinte: “Até que sejam assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada, e o Senhor tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos os lugares abandonados no meio da terra.”. A remoção do endurecimento de Israel ocorreria somente, conforme do conhecimento do Senhor em Sua onisciência, e como revelou a Isaías, somente depois que a terra de Israel fosse assolada, e as suas cidades e casas ficassem sem habitantes e moradores e a sua terra totalmente assolada. Isto ocorreria no cativeiro babilônico, e na diáspora causada pelos romanos em 70 d. C., mas o grande cumprimento da profecia aponta para o tempo das assolações que serão realizadas pelo Anticristo. 39 Apenas um remanescente seria objeto da remoção do endurecimento e se converteria ao Senhor, mas é identificado como sendo menos da décima parte da população que seria poupada. E este remanescente foi chamado de santa semente, e comparado ao toco de um carvalho que é deixado na terra, depois que este é derrubado (v. 13). Isaías 6.1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Isaías 6.2 Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. Isaías 6.3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. Isaías 6.4 E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Isaías 6.5 Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! Isaías 6.6 Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 40 Isaías 6.7 e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Isaías 6.8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-mea mim. Isaías 6.9 Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Isaías 6.10 Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado. Isaías 6.11 Então disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que sejam assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada, Isaías 6.12 e o Senhor tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos os lugares abandonados no meio da terra. Isaías 6.13 Mas se ainda ficar nela a décima parte, tornará a ser consumida, como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco. A santa semente é o seu toco. 41 Isaías 7 O Sinal do Rei para o Rei Acaz Há no sétimo capítulo de Isaías uma conexão da promessa de livramento de Judá da destruição, e do intento de uma coligação da Síria com o reino do Norte, para assumir o governo de Judá, com a revelação da futura vinda de Emanuel (Deus conosco, no hebraico – uma referência à pessoa de Cristo), porque é a Ele que pertence o governo eterno de Judá, e até que Ele se manifestasse, nenhum poder terreno poderia impedir que os judeus continuassem em sua própria terra, para que se cumprisse o propósito de Deus, de dar o Messias ao mundo através de Israel, nascendo em Belém de Judá. De igual modo, importa que nosso Senhor retorne em sua segunda vinda para Israel na terra que ocupam presentemente, e que lhe foi dada por herança, por Deus, conforme promessa que fizera a Abraão. Mesmo o período em que o povo fosse deportado para Babilônia, isto seria sob a permissão do Senhor, mas não para a sua destruição, mas para serem purificados da idolatria. Então a promessa de livramento que foi feita ao rei Acaz em Is 7 , não foi por causa da piedade deste rei, que era um rei ímpio, e nem por causa da fidelidade de Judá, que não andava em retidão diante do Senhor, mas por causa do desígnio predeterminado de Deus, de trazer a 42 sua salvação ao mundo, pelo advento do Messias, através dos judeus. A iniquidade do Reino do Norte (Israel) havia crescido muito e a sua medida estava madura e completada para enfrentar o juízo, especialmente em razão do culto aos bezerros de ouro de Dã e Betel, que eles vinham mantendo desde a criação do Reino do Norte, com o seu primeiro rei, Jeroboão, que havia sido servo de Salomão. Eles não sabiam que Deus já estava preparando a Assíria para desolar o Reino do Norte, e a força da Síria também seria quebrada pelo poder dos assírios. O propósito de Israel (chamado na profecia de Efraim, porque era a tribo principal do Reino do Norte, onde se situava a capital daquele reino, Samaria) em coligação com a Síria é declarado no verso 6: “Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeel.” Eles queriam dissolver portanto, o reino de Judá, mas isto não poderia acontecer pelas razões que comentamos anteriormente. Então a resposta de Deus através de Isaías ao rei de Judá, Acaz, que estava muito atemorizado pela iminente ameaça foi: “Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.” (v. 7). Não somente foi profetizado o livramento de Judá por sua intervenção divina, como também foi revelado que Israel deixaria de ser reino 43 dentro de 65 anos, a contar da data do anúncio desta profecia de Isaías a Acaz, como de fato ocorreu. Deus tinha Judá em Sua mão, e faria distinção entre o Reino do Sul (Judá), e o do Norte (Israel) não por causa da piedade de Judá, mas porque o Messias procederia de Judá, e Judá deveria portanto, permanecer. Além disso, a esperança de segurança de Israel não consistiria em alianças políticas ou em poderio militar, senão no menino que lhes seria dado (Jesus), e por isso foi ordenado a Isaias, pelo Senhor, antes que se apresentasse ao rei Acaz, que levasse juntamente consigo o seu filho ainda menino, de nome Sear-Jasube (v. 3), de maneira a servir de sinal e confirmação da profecia que seria dada a Acaz do nascimento virginal de Cristo. “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” (v. 14) A mensagem inicial do profeta a Acaz, no verso 4, não foi para consolar o rei, mas para glorificar o nome do Senhor, perante ele, de maneira que lhe foi ordenado que se acautelasse e se aquietasse e não temesse os reis de Israel e da Síria, a quem o Senhor chamou de dois pedaços de tições fumegantes, por causa do ardor da ira deles contra Judá. Eles seriam consumidos pelo próprio fogo da sua ira, desfazendo-se em cinzas e fumaça. Então não havia o que temer. 44 Mas como Acaz não era um rei piedoso, e sabendo o Senhor que havia incredulidade no seu coração quanto ao que lhe fora proferido através do profeta, mandou então o rei lhe pedir um sinal para que confirmasse que era verdadeira a Sua palavra na boca de Isaías, porque foi ameaçado de perder o reino caso não desse crédito à Palavra proferida pelo profeta. Então o rei temeu este desafio, especialmente por causa da ameaça de perder a coroa, e disse que não pediria nenhum sinal para não colocar à prova o Senhor. Ainda que isto não consistisse numa declaração de fé e de temor procedente de um coração genuinamente piedoso, foi, no entanto, uma declaração de alguém que se encurvou diante de Deus, e por isso Deus mesmo disse que lhe daria um sinal. Mas o sinal que foi dado não foi imediato e não seria visto por Acaz, porque apontava para dias ainda muito distantes, contudo era uma maravilha que uma virgem viesse a conceber uma criança para possibilitar que o próprio Deus se fizesse homem, para habitar entre os homens, porque este é o significado da palavra hebraica Emanuel. Este era o sinal de que Judá seria preservado da destruição e não havia um outro melhor e maior, porque a garantia da existência e permanência de Judá era devida à promessa de que o Messias deveria proceder de Judá, e reinar para sempre em Jerusalém. 45 Isaías 7.1 Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas não a puderam conquistar. Isaías 7.2 Quando deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o coração do seu povo, como se agitam as árvores do bosque à força do vento. Isaías 7.3 Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube, ao encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina superior, na estrada do campo do lavandeiro, Isaías 7.4 e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim e da Síria, e do filho de Remalias. Isaías 7.5 Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo: Isaías 7.6 Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando- o para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeel. Isaías 7.7 Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. Isaías 7.8 Pois a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco é Rezim; e dentro desessenta e cinco anos Efraim será quebrantado, e deixará de ser povo. 46 Isaías 7.9 Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria, e o cabeça de Samaria o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer. Isaías 7.10 De novo falou o Senhor com Acaz, dizendo: Isaías 7.11 Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima nas alturas. Isaías 7.12 Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei nem porei à prova o Senhor. Isaías 7.13 Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os homens, que ainda afadigareis também ao meu Deus? Isaías 7.14 Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. Isaías 7.15 Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. Isaías 7.16 Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será desolada a terra dos dois reis perante os quais tu tremes de medo. Isaías 7.17 Mas o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá, isto é, fará vir o rei da Assíria. Isaías 7.18 Naquele dia assobiará o Senhor às moscas que há no extremo dos rios do Egito, e às abelhas que estão na terra da Assíria. Isaías 7.19 E elas virão, e pousarão todas nos vales desertos e nas fendas das rochas, e sobre todos os espinheirais, e sobre todos os prados. 47 Isaías 7.20 Naquele dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, que está além do Rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e até a barba arrancará. Isaías 7.21 Sucederá naquele dia que um homem criará uma vaca e duas ovelhas; Isaías 7.22 e por causa da abundância do leite que elas hão de dar, comerá manteiga; pois manteiga e mel comerá todo aquele que ficar de resto no meio da terra. Isaías 7.23 Sucederá também naquele dia que todo lugar, em que antes havia mil vides, do valor de mil siclos de prata, será para sarças e para espinheiros. Isaías 7.24 Com arco e flechas entrarão ali; porque as sarças e os espinheiros cobrirão toda a terra. Isaías 7.25 Quanto a todos os outeiros que costumavam cavar com enxadas, para ali não chegarás, por medo das sarças e dos espinheiros; mas servirão de pasto para os bois, e serão pisados pelas ovelhas. 48 Isaías 8 A Esperança dos Gentios O oitavo capítulo de Isaías e os quatro imediatamente seguintes, são a continuação da profecia dada no capítulo anterior quanto às assolações que viriam sobre o Reino de Israel, e as opressões que seriam permitidas que a Assíria trouxesse a Judá, por causa da infidelidade dos judeus. Contudo, se vê ainda aqui a conexão com o reinado do Messias, como sendo a causa da explicação de Deus continuar sendo o Deus de Israel, apesar das infidelidades dos israelitas. A glória de Deus viria a encher toda a terra a partir de Jerusalém, conforme se vê no sexto capítulo. Logo, a par de todas as assolações que o povo de Israel deveria experimentar (tanto o Reino do Norte, quanto o do Sul), não havia razão para temer um completo desamparo da parte de Deus, e temerem as ameaças das nações inimigas de Israel, como se afirma no verso 12: “Não chameis conspiração a tudo quanto este povo chama conspiração; e não temais aquilo que ele teme, nem por isso vos assombreis.” Em vez de temer o poder do homem, das nações inimigas, o povo do Senhor deveria temer unicamente ao Seu Deus, em demonstração prática pela santificação de suas vidas, porque é assim fazendo que Ele se torna um santuário para aqueles que assim o temem. 49 Contudo, este temor verdadeiro seria visto em muito maior proporção entre os gentios do que entre os próprios israelitas, porque se para estes Jesus seria a pedra eleita e preciosa na qual são edificados, no entanto, para as duas casas de Israel, a saber o Reino do Norte e do Sul, ele seria uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e uma armadilha e laço para os moradores de Jerusalém (v. 13). Foi profetizado também que seriam muitos os que tropeçariam, cairiam e seriam quebrados, enlaçados e presos entre os israelitas (v. 14,15). Isto apontava para a futura rejeição de Jesus pelos israelitas por tentarem ser justificados pelas obras da lei, e não pela fé nEle, como sendo de fato a única esperança não somente de Israel, mas de todas as nações da terra, para se ter acesso à glória de Deus, e escapar do Seu juízo de condenação eterna. Por isso foi ordenado ao profeta que atasse o testemunho e selasse a lei (v. 16), não entre todos os israelitas, senão somente entre os discípulos do Senhor, porque somente estes poderiam confirmar a lei, por causa da sua fé. Enquanto os israelitas tropeçariam em Cristo, por causa da sua incredulidade. Então, à luz de tal revelação o profeta declara que esperaria no Senhor e aguardaria a ele, ao Senhor que esconde o seu rosto da casa de Jacó. No verso 18 há uma declaração proferida pelo Messias, relativa à Sua reunião em glória com o povo que foi por Ele redimido no monte Sião. 50 Israel visitava os feiticeiros para consultarem os mortos, por temerem o futuro. Eles se preocupavam apenas com o seu futuro imediato neste mundo. Que resposta poderiam os mortos darem aos vivos? Que segurança e esperança eterna poderiam garantir os mortos? Quão grande ignorância e insensatez é desprezar a revelação de uma salvação eterna e segura, garantida pelo temor a Deus, expressado por uma fé viva e operante pela comprovação de uma vida santificada pelo Messias prometido, do que dar ouvidos aos feiticeiros (que alegam falar pelos mortos), que nada entendem dos projetos eternos de Deus. As ameaças para aqueles que insistem em não temer a Deus e a santificarem suas vidas, por deixarem de dar crédito a esta Palavra afirmada pela Lei e pelo testemunho dos profetas, são desoladoras como se vê nos versos 20 a 22: “20 A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva. 21 E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e, tendo fome, se agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, olhando para o céu em cima; 22 e para a terra em baixo, e eis aí angústia e escuridão, tristeza da aflição; e para as trevas serão empurrados.” 51 Isaías 8.1 Disse-me também o Senhor: Toma uma tábua grande e escreve nela em caracteres legíveis: Maer-Salal-Has-Baz; Isaías 8.2 tomei pois, comigo fiéis testemunhas, a Urias sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. Isaías 8.3 E fui ter com a profetisa; e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz. Isaías 8.4 Pois antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão as riquezas de Damasco, e os despojos de Samaria, diante do rei da Assíria. Isaías 8.5 E continuou o Senhor a falar ainda comigo, dizendo: Isaías 8.6 Porquanto este povo rejeitou as águas de Siloa, que correm brandamente, e se alegrou com Rezim e com o filho de Remalias, Isaías 8.7 eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras; Isaías 8.8 e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará até o pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. Isaías 8.9 Exasperai-vos, ó povos,e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de terras longínquas; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços; 52 Isaías 8.10 Tomai juntamente conselho, e ele será frustrado; dizei uma palavra, e ela não subsistirá; porque Deus é conosco. Isaías 8.11 Pois assim o Senhor me falou, com sua forte mão deitada em mim, e me admoestou a que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo: Isaías 8.12 Não chameis conspiração a tudo quanto este povo chama conspiração; e não temais aquilo que ele teme, nem por isso vos assombreis. Isaías 8.13 Ao Senhor dos exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro. Isaías 8.14 Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e de rocha de escândalo, às duas casas de Israel; de armadilha e de laço aos moradores de Jerusalém. Isaías 8.15 E muitos dentre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos. Isaías 8.16 Ata o testemunho, sela a lei entre os meus discípulos. Isaías 8.17 Esperarei no Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei. Isaías 8.18 Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor; são como sinais e portentos em Israel da parte do Senhor dos exércitos, que habita no monte Sião. Isaías 8.19 Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não 53 consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? Isaías 8.20 A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva. Isaías 8.21 E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e, tendo fome, se agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o seu Deus, olhando para o céu em cima; Isaías 8.22 e para a terra em baixo, e eis aí angústia e escuridão, tristeza da aflição; e para as trevas serão empurrados. 54 Isaías 9 Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz No final do capítulo oitavo de Isaías, Deus revelou pelo profeta que haveria trevas para aqueles que permanecessem na impiedade. Mas no início do nono capítulo é dito que estas trevas poderão ser dissipadas pela fé nAquele que foi dado também como luz para os gentios, além de ter sido dado também para Israel, que o rejeitaria. Por isso continuam as conexões de promessas de bênçãos para os que crerem no Messias, que também é prometido neste capítulo como alguém que seria dado a Israel como um menino, que traria sobre os seus ombros a responsabilidade de governar o povo do Senhor, certamente não como um menino, mas pela perfeita humanidade e divindade que seria manifestada naquele menino, que cresceria em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens, e que por isso recebe um nome divino múltiplo de Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. O menino que foi dado como Salvador do povo de Deus é também o Deus Forte, o Pai Eterno, o Príncipe da Paz, e é também Maravilhoso, porque não é um governante distante, mas um governante que vive como Conselheiro garantindo a paz daqueles que se colocam 55 voluntariamente debaixo do Seu governo amoroso, pela fé nEle. Por isso o destino do seu governo e da paz deste governo é ser eterno, e regerá sobre o trono de Davi, que era da tribo de Judá, para estabelecer e fortificar o reino em retidão e em justiça, para todo o sempre (v. 7). Deus faria isto por causa do Seu zelo em cumprir a Sua Palavra, especialmente em razão da promessa que fizera aos patriarcas, especialmente a Abraão de abençoar no seu descendente (Cristo) todas as nações da terra. A consequência da rejeição deste Governante divino não poderia ser outra senão as ameaças que são descritas na parte final de Isaías 9, particularmente para aqueles que o rejeitariam em Israel, a quem cabia recebê-lO, porque veio primeiro para eles, por serem o povo de Deus na Antiga Aliança, e no entanto, eles não o receberiam, e daí as ameaças que lhes são dirigidas não somente no nono capítulo, como também em várias outras passagens do livro do profeta Isaías. Isaías 9.1 Mas para a que estava aflita não haverá escuridão. Nos primeiros tempos, ele envileceu a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios. Isaías 9.2 O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz. 56 Isaías 9.3 Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos. Isaías 9.4 Porque tu quebraste o jugo da sua carga e o bordão do seu ombro, que é o cetro do seu opressor, como no dia de Midiã. Isaías 9.5 Porque todo calçado daqueles que andavam no tumulto, e toda capa revolvida em sangue serão queimados, servindo de pasto ao fogo. Isaías 9.6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Isaías 9.7 Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso. Isaías 9.8 O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em Israel. Isaías 9.9 E todo o povo o saberá, Efraim e os moradores de Samaria, os quais em soberba e altivez de coração dizem: Isaías 9.10 Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se os sicômoros, mas por cedros os substituiremos. Isaías 9.11 Pelo que o Senhor suscita contra eles os adversários de Rezim, e instiga os seus inimigos, 57 Isaías 9.12 os sírios do Oriente, e os filisteus do Ocidente; e eles devoram a Israel à boca escancarada. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. Isaías 9.13 Todavia o povo não se voltou para quem o feriu, nem buscou ao Senhor dos exércitos. Isaías 9.14 Pelo que o Senhor cortou de Israel a cabeça e a cauda, o ramo e o junco, num mesmo dia. Isaías 9.15 O ancião e o varão de respeito, esse é a cabeça; e o profeta que ensina mentiras, esse e a cauda. Isaías 9.16 Porque os que guiam este povo o desencaminham; e os que por eles são guiados são devorados. Isaías 9.17 Pelo que o Senhor não se regozija nos seus jovens, e não se compadece dos seus órfãos e das suas viúvas; porque todos eles são profanos e malfeitores, e toda boca profere doidices. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. Isaías 9.18 Pois a impiedade lavra como um fogo que devora espinhos e abrolhos, e se ateia no emaranhado da floresta; e eles sobem ao alto em espessas nuvens de fumaça. Isaías 9.19 Por causa da ira do Senhor dos exércitos a terra se queima, e o povo é como pasto do fogo; ninguém poupa ao seu irmão. Isaías 9.20 Se colher da banda direita, ainda terá fome, e se comer da banda esquerda, ainda não se fartará; cada um comerá a carne de seu braço. 58 Isaías 9.21 Manassés será contra Efraim, e Efraim contra Manassés, e ambos eles serão contra Judá. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.59 Isaías 10 O Senhor de Todas as Nações Deus havia levantado a Assíria para ser o seu instrumento de juízo contra as nações idólatras, tal como faria através de Babilônia, depois dela, que a propósito, foi o poder usado por Ele para derrubar o domínio dos assírios. No entanto, os reis assírios não receberam a comissão que lhes fora dada por Deus com temor, mas se engrandeceram contra Ele, esquecendo que eram apenas um machado nas Suas mãos. Eles se elevaram em sua soberba a ponto de atribuírem as assolações sobre Israel como demonstrações de um poder maior do falso deus deles do que o do Deus de Israel, sem levarem em conta que foi pelo desígnio do Senhor, que eles haviam sido levantados para levarem o Reino do Norte para o cativeiro. Mas nenhuma ordem lhes fora dada pelo Senhor para fazerem o mesmo com o Reino do Sul (Judá). Portanto, um dos principais objetivos da profecia deste capítulo foi o de fortalecer a confiança de Judá, que não seria permitido pelo Senhor, que os assírios assolassem a terra de Emanuel. No entanto, Deus continuaria usando os assírios para cumprirem os seus propósitos, mas prometeu dar a devida paga à sua arrogância, no tempo oportuno. 60 Judá seria livrada das assolações dos assírios, mas a iniquidade dos judeus seria também visitada no tempo oportuno, de modo que as promessas de segurança eterna são dirigidas apenas a um pequeno remanescente (v. 20 a 23), que seria deixado a Israel pela eleição da graça e misericórdia do Senhor. Como temos visto, esta é uma afirmação profética que se vê por repetidas vezes em Isaías. Afinal, lhe foi revelado que haveria endurecimento em Israel ao governo do Messias. Este endurecimento culminaria na própria rejeição da grande maioria dos israelitas pelo Senhor; porque Ele não pode honrar aqueles que não Lhe honram. Isaías 10.1 Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades; Isaías 10.2 para privarem da justiça os necessitados, e arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos! Isaías 10.3 Mas que fareis vós no dia da visitação, e na desolação, que há de vir de longe? a quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa riqueza? Isaías 10.4 Nada mais resta senão curvar-vos entre os presos, ou cair entre os mortos. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. 61 Isaías 10.5 Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos. Isaías 10.6 Eu a envio contra uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor lhe dou ordem, para tomar o despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos pés, como a lama das ruas. Isaías 10.7 Todavia ela não entende assim, nem o seu coração assim o imagina; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações. Isaías 10.8 Pois diz: Não são meus príncipes todos eles reis? Isaías 10.9 Não é Calnó como Carquêmis? não é Hamate como Arpade? e Samaria como Damasco? Isaías 10.10 Do mesmo modo que a minha mão alcançou os reinos dos ídolos, ainda que as suas imagens esculpidas eram melhores do que as de Jerusalém e de Samaria. Isaías 10.11 como fiz a Samaria e aos seus ídolos, não o farei igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos? Isaías 10.12 Por isso acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela arrogância do seu coração e a pomba da altivez dos seus olhos. Isaías 10.13 Porquanto diz ele: Com a força da minha mão o fiz, e com a minha sabedoria, porque sou entendido; eu removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati os que se sentavam sobre tronos. 62 Isaías 10.14 E achou a minha mão as riquezas dos povos como a um ninho; e como se ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei toda a terra; e não houve quem movesse a asa, ou abrisse a boca, ou chilreasse. Isaías 10.15 Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? ou se engrandecerá a serra contra o que a maneja? como se a vara movesse o que a levanta, ou o bordão levantasse aquele que não é pau! Isaías 10.16 Pelo que o Senhor Deus dos exércitos fará definhar os que entre eles são gordos, e debaixo da sua glória ateará um incêndio, como incêndio de fogo. Isaías 10.17 A Luz de Israel virá a ser um fogo e o seu Santo uma labareda, que num só dia abrasará e consumirá os seus espinheiros e as suas sarças. Isaías 10.18 Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil, desde a alma até o corpo; e será como quando um doente vai definhando. Isaías 10.19 E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco que um menino as poderá contar. Isaías 10.20 E acontecerá naquele dia que o resto de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu; antes se estribarão lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel. Isaías 10.21 Um resto voltará; sim, o resto de Jacó voltará para o Deus forte. Isaías 10.22 Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um resto dele 63 voltará. Uma destruição está determinada, trasbordando de justiça. Isaías 10.23 Pois uma destruição, e essa já determinada, o Senhor Deus dos exércitos executará no meio de toda esta terra. Isaías 10.24 Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: ç povo meu, que habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão a maneira dos egípcios; Isaías 10.25 porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação, e a minha ira servirá para os consumir. Isaías 10.26 E o Senhor dos exércitos suscitará contra ela um flagelo, como a matança de Midiã junto à rocha de Orebe; e a sua vara se estenderá sobre o mar, e ele a levantará como no Egito. Isaías 10.27 E naquele dia a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será quebrado por causa da gordura. Isaías 10.28 Os assírios já chegaram a Aiate, passaram por Migrom; em Micmás deixam depositada a sua bagagem; Isaías 10.29 já atravessaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba; Ramá treme, Gibeá de Saul já fugiu. Isaías 10.30 Clama com alta voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Responde-lhe, ó Anatote! Isaías 10.31 Já se foi Madmena; os moradores de Gebim procuram refúgio. Isaías 10.32 Hoje mesmo parará em Nobe; sacudirá o punho contra o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém. 64 Isaías 10.33 Eis que o Senhor Deus dos exércitos cortará os ramos com violência; e os de alta estatura serão cortados, e os elevados serão abatidos. Isaías 10.34 E cortará com o ferro o emaranhado da floresta, e o Líbano cairá pela mão de um poderoso. 65 Isaías 11 O Reino Pacífico do Messias A par de todo o endurecimento de Israel, o grande amor e misericórdia do Senhor, daria ao remanescente fiel daquela nação que não estivesse mais debaixo do governo de reis ímpios, mas sob o reinado pacífico e justo do Messias, conforme prometido no 11º capítulo de Isaías. O Messias não seria procedente de um rei descendente de Davi, que estivesse reinando em pompa e glória, mas de um rebento que surgiria do que restou da árvore genealógica de Jessé, pai de Davi, que seriam pobres e sem qualquer notoriedade em Judá, a saber José e Maria, que eram descendentes