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Resumo Oncologia

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Julia Silva
CLINICA DE PEQUENOS 1
ONCOLOGIA VETERINARIA 
Introdução 
O que é o câncer? Câncer é uma doença genética onde a célula tem sucessivas mutações cumulativas no DNA que faz as células se proliferarem.
Oncogênese: genes que trabalham a favor do câncer – 
Genes supressores tumorais – que combate as células cancerígenas – 
OBS: Um desequilíbrio nesses dois genes leva ao câncer. 
REPARO DO DNA
LESÃO NO DNA
APOPTOSE ALTERAÇÃO
PROLIFERATIVA
O que causa? 
Fatores ambientais - exposição solar: Carcinoma de células escamosas, Hamangiossarcoma cutâneo (acomete regiões sem pelo, em animais com pele clara);
Viral – felv (oncovirus mutagênico torna o linfócito maligno – mediastino cranial linfonodo cranial – tem 62x mais risco de linfoma), FIV (imunossupressão – 6-7x mais riscos de linfoma), Papiloma vírus canino (papilomatose canina – imunossupressão mais comum em animais jovens);
Hormônios - tumores mamários (progesterona/estrógeno  fisiológico e iatrogênico – tumores que são receptores positivos, (testosterona – adenoma perianal em machos inteiros) 
Obesidade – tecido adiposo é um órgão endócrino que faz produção de estrógeno levando a proliferação celular aumentando o risco de tumores mamários em femeas caninas;
Medicamento – ex. há quimioterápicos que se utilizados em longo prazo causa mutações sucessivas que culminam no aparecimento de câncer; 
Sarcoma de aplicação – comum em felinos, vacina com adjuvante – OBS: Qualquer aplicação em felinos pode levar ao sarcoma. -> nódulo maior que 2cm e tempo de evolução maior que 2 meses. 
Exposição a fumaça de cigarro – carcinomas/linfomas;
Predisposição racial – sarcoma histiocitico em bernese (risco de 225 vezes maior), carcinoma de células de transição de bexiga na raça welsh terrier/ scottish terrier (risco de 18 vezes maior). 
Idade avançada – imunosenescencia (envelhecimento do sistema imunológico)
Terminologia 
	-
	BENIGNO
	MALIGNO
	CRESCIMENTO
	Lento e expansivo
	Rápido e infiltrativo
	NECROSE/ULCERAÇÃO
	Raras
	Frequentes
	DIFERENCIAÇÃO
	Bem diferenciado (lembra o tecido de origem)
	Perda de diferenciação
	METASTASE
	Ausente
	Presente
Origem Epitelial 
Benigno: sufixo OMA (ex. papiloma, adenoma)
Maligno: Carcinoma (ex. carcinoma pulmonar, carcinoma hepático, adenocarcinoma)
Hiperplasia (lesão pre-neoplasica) Benigna Maligna 
Origem Mesenquimal (conectivo) 
Benigno: sufixo OMA (ex. fibroma, hemangioma)
Maligno: Sarcoma (hemangiossarcoma, osteossarcoma)
	-
	CARCNOMAS
	SARCOMAS
	CARACTERISTICAS
	Malignos
	Malignos
	ORIGEM
	Glândula, epitélio de revestimento.
	Osso, cartilagem, musculo, tecido gorduroso, tecidos conectivos em geral
	VIA DE METASTASE
	Linfatica
	Hamatogena
Tumores de célula redonda – terminam com OMA e são MALIGNOS (ex. Linfoma, plasmocitoma, histiocitoma, mastocitoma, melanoma, Tumor venereo transmissível – mesmo não terminando com OMA é maligno e de célula redonda).
TVT
Mastocitoma
Carcinoma Pulmonar
Fibrossarcoma
Quando suspeitar de um câncer? 
· Alterações palpáveis – linfadenopatia, nódulo cutâneo, lesões de pele características, nódulos mamários, inchaços anormais, nódulo em cavidade oral.
· Alterações fisiológicas – Perda de peso, mucosas pálidas, mucosas ictéricas, diarreia/vomito crônicos, hemorragias (nasal, vaginal, oral),distensão abdominal. 
· Alterações comportamentais – aumento de agressividade, head pressing mais em cães idosos. 
OBS: Poliúria e polidipsia são diferenciais para câncer diagnostico diferencial diabetes (mellitus e insipidus), insuficiência renal, gastrite, piometra, hepatopatias graves, hiperadrenocorticismo, hipercalcemia (ocorre em algumas neoplasias como linfoma do mediastino, carcinoma de saco anal, meloma múltiplo). 
Abordagem clinica 
Resenha e Anamnese 
· Raça/idade/sexo
· Quando observou o tumor?
· Qual a velocidade de crescimento?
· Realizou algum tratamento?
· Outros sinais clínicos - Síndromes paraneoplásicas
· Status reprodutivo do animal - neoplasia mamaria
· Exposição solar - carcinoma de células escamosas
· Acesso à rua - TVT
Exame clínico 
· Tamanho do tumor – estadiamento da neoplasia
· Mobilidade – se este aderido ou não
· Presença de ulceração – fator prognostica negativo;
· Palpação de linfonodos – presença de metástase 
· Palpação abdominal
· Auscultação torácica – crepitação, abafamento ou deslocamento dos sons cardíacos e pulmonares.
Abordagem diagnostica 
· Ex 1: Paciente com nódulo ulcerado Citologia aspirativa 
· Ex 2: Paciente com ascite (liquido abdominal) e presença de massa abdominal Analise de liquido (paracentese, lavado abdominal).
· Biopsia – Incisional (um fragmento) e excisional (toda massa), biopsia óssea. 
· Histopatológia – arquitetura do tecido, importante para graduar o tumor. 
· Raio-x: latero lateral esquerdo, direito, dorsal 
· Ultrassom 
Estadiamento - o tratamento escolhido depende do estadiamento
TNM – Tamanho tumor, estados nodal (linfonodos) e metástase a distancia. Para melhor estadiamento é necessário palpar linfonodos, raio-X torácico, ultrassom abdominal e realizar PBA (biopsia/citologia aspirativa). 
Neoplasias frequentes em cães e gatos 
Cães: Neoplasia mamaria, neoplasias cutâneas (mastocitoma, CEC, sarcomas de tecido mole) e linfomas 
Gatos: Linfomas, neoplasias cutâneas (CEC, sarcomas de aplicação), neoplasias mamarias. 
Tratamento
O tratamento de doenças oncológicas são um tanto complexas, deve se levar em conta o paciente com relação à expectativa de vida (eu tratamento vai melhorar a expectativa de vida desse animal?), se possui comorbidades (outras doenças), o comportamento do tumor (se é mais agressivo ou não) e a capacidade funcional (pacientes mais idosos), deve-se avaliar numa conversa franca as condições do tutor como aspectos culturais, poder aquisitivo, estilo de vida, disciplina em cuidar do animal e grau de ligação do tutor com o animal. 
Alguns tratamentos mais usados são:
· Cirurgia: procedimento cirúrgico, avaliar os riscos do procedimento anestésico, adaptação pós-cirúrgica, risco de morte e a qualidade de vida após o tratamento – cirurgia deve fazer margem de segurança de 2 a 3cm lateral e pelo menos um plano profundo. 
Ex 1: Cão, 13 anos, rottweiler, com adenoma perianal (neoplasia benigno de glândula perianal), doente renal crônico IV (creatinina acima de 5) – o que fazer? Por ser uma neoplasia benigna, que não fara metástase, e o paciente é um doente renal crônico, é mais indicado uma anestesia local ou epidural.
Ex 2: Cão de grande porte, 9 anos, com osteossarcoma em membro torácico, apresentando muita dor – o que fazer? Exames de diagnostico por imagem para delimitação do tumor, estadiamento – se indicado amputação fazer avaliação ortopédica, avaliando a mobilidade do animal por cirúrgico, sua qualidade de vida pós-cirúrgico, chegando a conclusão que o animal não ira andar indicado tratamento paliativo com radioterapia. 
· Quimioterapia: Neoadjuvante (usada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor - citorredução), adjuvante (após a cirurgia para supressão de metástase) e paliativa (apenas para controle de metástase – não auxilia na redução/tratamento local, tumores que não conseguem ser retirados).
· Monoquimioterapia: utilização de apenas um fármaco;
· Poliquimioterapia: associação de diferentes fármacos;
OBS: Se a quimioterapia não estiver fazendo efeito PARE, se estiver fazendo efeito CONTINUE não interrompa nesse caso no meio do tratamento. 
· Radioterapia: tratamento de doença local tem alto custo e necessita sempre de anestesia, 
· Crioterapia: resfriamento lento causando morte celular, indicado para nódulos pequenos de ate 1cm;
· Eletroquimioterapia: combinação de choques elétricos e quimioterapia – eletroporação (os poros se fecham e aprisiona o quimioterápico na célula causando apoptose) - efeito local; 
· Imunoterapia: ainda experimental – substancia que estimula o organismo a reconhecer o câncer como doença não própria e combate-lo;
· Tratamento paliativo: controle da dor (Aines, opioides e acupuntura), cuidados nutricionais (sondas esofágicas e nutriçãoparenteral);
· Eutanásia: indicado quando não há perspectiva de melhora e qualidade de vida do animal – decisão tomada em conjunto com o proprietário. 
OBS: É importante ressaltar que na escolha do tratamento seja levado em consideração comobirdades do animal, pois afetam diretamente no resultado do tratamento.

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