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CURSO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICO DE CAPACITAÇÃO PARA GUARDA CIVIL METROPOLITANO 3ª CLASSE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS MEIRE CRISTINA DE SOUZA CHIRI ELTON MARIO O. CARVALHO ÂNGELA S. FERREIRA VIVIANE ORLANDA O. DAMACENO MARTA HONORATO DE OLIVEIRA RINALDO LUIZ DE LIMA São Paulo 2014 2 Índice Apresentação .................................................................................................................... 3 Legislação Específica ........................................................................................................ 7 Alfabeto Manual Ou Datilologia.......................................................................................... 8 Calendário / Dias da Semana .......................................................................................... 11 Meses do Ano.................................................................................................................. 12 Ano.................................................................................................................................. 12 Pessoas / Família ............................................................................................................ 13 Palavras e Verbos ........................................................................................................... 16 Pronomes ........................................................................................................................ 18 Lugares............................................................................................................................ 19 Perguntas e Respostas.................................................................................................... 20 Referência Bibliográfica ................................................................................................... 21 3 Apresentação Este material é fruto de um trabalho árduo e de amor que teve inicio em 2005, sendo a GCM de São Paulo, pioneira das instituições fardadas a utilizar e ministrar o curso de LIBRAS: "Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa. Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos. Quando eu aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, e é importante ter sempre em mente que o surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ensiná-los, ajudá-los, mas temos que permitir-lhes ser surdo “ Terje Basilier Os educadores, ao longo do tempo, foram aprimorando em conhecimentos e sem que conhecêssemos uns aos outros o tempo nos uniu, no propósito de montar esse trabalho, com o intuito de servir com honra e presteza a comunidade e munícipe surdo. O desejo que nos move é o de que todo integrante da instituição Guarda Civil Metropolitana - GCM utilize em seu dia a dia a LIBRAS como segunda língua, não somente para contato com surdos, mas também como forma de comunicação alternativa e diálogos paralelos que envolvam ocorrências e situações, das quais nos deparamos em serviço. 4 Introdução A transmissão de mensagens pela fala é natural para o entendimento entre as pessoas, porém, quando o meio de comunicação de alguns não se enquadram nos padrões considerados “normais”, a tendência é a rejeição e exclusão do indivíduo pelo grupo. No intuito de facilitar a interação e integração da pessoa surda à sociedade, esse trabalho foi desenvolvido com seriedade e respeito frente à necessidade de disseminar o maior número de servidores e interessados possíveis a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), podendo assim, atuar com excelência, no auxílio à comunicação entre surdos e ouvintes. Os integrantes educadores têm diversas formações, entre elas: curso de Libras em diversos níveis, com ensino superior em diversas áreas, bem como alguns pós- graduados, todos integrantes da Guarda Civil Metropolitana com experiência de trabalho em rua e atendimento ao munícipe, cidadão, surdo ou ouvinte. O presente trabalho contém: gramática, semântica, morfologia, datilologia, classificador, etc., uma variedade de vocabulários selecionados com situações de interação, sempre com prática, no propósito de um curso dinâmico e o mais próximo da realidade operacional e comunitária. Aliada, protetora e amiga também dos surdos é o lema da GCM de São Paulo! Obs .:Todas as imagens contidas nessa apostila foram citadas na referência bibliográfica. 5 EPISTEMOLOGIA - A origem e história da surdez no mu ndo Para melhor compreensão da trajetória que a pessoa surda passou no decorrer dos tempos, dividiremos o assunto em 04 partes: Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. • Idade Antiga - Os gregos e romanos não consideravam o surdo como ser humano, uma vez que para eles a fala era resultado do pensamento e na sua ausência não era possível se formular o pensamento. A exclusão era em todas as áreas: social, escolar, cultural e civil. • Idade Média - A igreja católica discrimina o surdo, colocando-o a margem da sociedade, uma vez que, segundo ela o homem teria sido criado à imagem e semelhança de Deus, ”perfeito”, e tudo o que fugisse dessa ótica não era considerado humano. Entretanto, na impossibilidade de obter um controle total, ocorriam muitos casamentos entre parentes próximos, o que acabava gerando várias crianças surdas. Nessa época inicia-se um pequeno movimento com objetivo de se educar os surdos. A educação ocorria através dos monges (preceptores dos surdos na educação) que haviam feito o Voto do Silêncio. Era o início do processo de educação dos surdos. • Idade Moderna - o processo de integração da criança surda dá seus primeiros passos. A medicina e a igreja voltam seus olhares para o surdo, contudo, ambos com interesses particulares velados, tais como pesquisa, promoção social, etc. No início do sec. XIV, Pedro Ponce de Leon (1510-1584), monge beneditino e optante pelo voto do silêncio ensina as crianças surdas a Língua de Sinais. Nessa época chegou- se a conclusão de que a compreensão da ideia não dependia da audição, consenso que chocou muito os conservadores da época, uma vez que, toda teoria tida como absoluta via suas estruturas abaladas. A Idade Moderna é considerada um dos períodos mais ricos da educação dos surdos, com a criação de várias escolas, o que propiciou o domínio de diversos assuntos em várias áreas da sociedade, assim como em inúmeras profissões ,oportunidades que não ocorriam antes da utilização da Língua de Sinais. 6 • Idade Contemporânea - Charles-Michel de L´Epée (1712-1789) educador filantrópico francês, conhecido como o “pai dos surdos” e defensor do uso da Língua de Sinais, foi substituído por Abbé Secard (1742-1822), que ocupou a cadeira de diretor do Instituto Nacional de surdos-mudos, publicando dois livros, um de gramática geral e outro sobre um relato detalhado de como havia ocorrido o treinamento de Jean Massieu. A Idade Contemporânea é marcada pela passagem de vários estudiosos com olhares diferentes e objetivos reprovados pela sociedade. Em 1878 em Paris, ocorreu o I Congresso Internacional de surdos-mudos que instituiu o melhor método para a educação dos surdos, baseada na articulação com leitura labial e uso de gestos nas séries iniciais. Entretanto, em 1880 essa modalidade seria substituída no II Congresso Mundial de surdos-mudos, ficando determinado que a fala era superior aos sinais e que o método “oralista” deveria ser o preferencial ao “método combinado”. Era a submissão do público alvo perante a sociedade dominante da época, todas as conquistas e evolução, até então alcançadas, tornavam-se nulas. Admitiu-se o uso da Linguagem de Sinais somente a partir de 1970, em que a comunicação total preconizava o uso em conjunto da linguagemoral e dos sinais. Hoje o bilinguismo é o método mais usado, trabalhando em conjunto com a Língua Brasileira de Sinais (como língua materna) e a Língua Portuguesa escrita (como a segunda língua). 7 Legislação Específica A Lei Federal 7.853 de 24 de outubro de 1989 estabelece os direitos básicos das pessoas com deficiência. Além dessa Lei, o Decreto 3.956 de 08 de outubro de 2001, promulga a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Crimes previstos na Lei Federal 7.853/89 com referência as pessoas portadoras de deficiência Segundo seu artigo 8º, constitui crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa: a) Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência. b) Impedir o acesso a qualquer cargo público, porque é portador de Deficiência. c) Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência. d) Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatorial, quando possível, a pessoa portadora de deficiência. Direito à educação pública e gratuita assegurada por lei, preferencialmente na rede regular de ensino e, se for o caso, à educação adaptada às suas necessidades em escolas especiais, conforme estabelecido nos artigos 58 e seguintes da Lei Federal 9.394 de 20 de dezembro de 1996, art. 24 do Decreto 3.298/99 e art. 2º da Lei 7.853/89. O § 1º do art. 58 da Lei Federal 9.394/96, o poder público, havendo necessidade, é obrigado a equipar a escola, visando ao atendimento eficaz da pessoa com deficiência. Lei Federal 10.436 de 24 de abril de 2002 reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais, devendo ser garantidas as formas de apoiar seu uso e a difusão, além de prever atendimento e tratamento adequado às pessoas com deficiência auditiva, por parte das instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos. 8 Art.1º - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único - Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual- motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Conforme decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Art. 26 - A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras – Língua Portuguesa, realizado por servidores e empregado capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004. § 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras. Alfabeto Manual Ou Datilologia É usado para: 1. Representar palavras (especialmente nomes de pessoa ou de localidades) que não têm sinal equivalente; Exemplo : Epaminondas, Paranapiacaba. 2. Para dar ênfase a uma palavra desconhecida ou de difícil entendimento. Exemplo : Itaquaquecetuba, atenciosamente; 3. Sinais não compreendidos; 4. Sinais novos, não conhecidos na comunidade surda; 9 10 Números 11 Calendário / Dias da Semana 12 Meses do Ano Ano 13 Pessoas / Família 14 15 16 Palavras e Verbos 17 (Não) 18 Pronomes 19 Lugares 20 Perguntas e Respostas 21 Referência Bibliográfica Albres , Neiva de Aquino De Sinal em Sinal Comunicação em LIBRAS para educad ores Ed. Duas Mãos Carvalho, Elton Mário Oliveira Parâmetros para atuação do Guarda Civil, ante as pe ssoas com necessidades especiais – São Paulo, 2011 Monografia elaborada como requisito parcial do curso Pós-Graduação Lato Sensu Educação Especial Inclusiva da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza Carvalho, Elton Mário Oliveira Libras em Foco, conhecimentos necessários aos educa dores . – São Paulo, 2008 Trabalho de conclusão de curso (TCC), para obtenção do grau de licenciatura plena em Pedagogia – ISES. Faculdade Sumaré. Curso de Pedagogia, 2008 Curso Básico de Língua de Sinais – LIBRAS – Evangelizando com amor os surdos – Módulo 1 Damaceno, Viviane Orlanda Oliveira Inclusão de Libras, Aplicação em sala de aula . – São Paulo, 2010 Trabalho de conclusão de curso (TCC), para obtenção do grau de licenciatura plena em Pedagogia – Faculdade Unopar – Faculdade Flamingo. Curso de Pedagogia, 2010 DICIONÁRIO: ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO TRILÍNGUE - LÍN GUA DE SINAIS BRASILEIRA (2 VOLUMES) FERNANDO CESAR CAPOVILLA - WALKIRIA DUARTE RAPHAEL – IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO (IMESP) DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO TRILÍNGUE : LÍNG UA DE SINAIS BRASILEIRA FERNANDO CÉSAR CAPOVILLA; WALKIRIA DUARTE RAPHAEL – EDUSP 22 ENCICLOPÉDIA DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA VOL. 3: MUNDO DO SURDO EM LIBRAS. FAMÍLIA E RELAÇÕES FAMILI ARES E CASA FERNANDO CÉSAR CAPOVILLA; WALKIRIA DUARTE RAPHAEL - EDUSP ENCICLOPÉDIA DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA VOL. 8 : O MUNDO DE SURDO EM LIBRAS. PALAVRAS DE FUNÇÃO GRAMATICAL FERNANDO CÉSAR CAPOVILLA; WALKIRIA DUARTE RAPHAEL - EDUSP Felipe, Tânia A. Libras em Contexto; Curso Básico Livro do Estudante / Tânia A. Felipe 8ª Edição – Riode Janeiro ; WalPrint Gráfica e editora 2007 Honora, Márcia Livro ilustrado de Língua Brasileira de Sinais: desvendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez / Márcia Honora, Mary Lopes Estevez Frizanco. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009. Kojima, Catarina Kiguti Libras: Língua Brasileira de Sinais: a imagem do pensamento , volumes 1, 2, 3, 4 e 5 / Catarina Kiguti Kojima, Sueli Ramalho Segala. – São Paulo: Editora Escala, 2008. Linguagem de Sinais – Ed. Escala Moraes, Ângela Simone Ferreira de Aceitação ou rejeição? A dificuldade da comunicação do surdo com a família – São Paulo, 2011 Artigo elaborado como requisito do curso pós-graduação Lato Sensu em LIBRAS da Universidade Nove de Julho (Uninove) Pimenta, Nelson / Quadros, Ronice Mullher – Curso de Libras Vol. 1 e 2 LSB Video. 23 Sites: http://blog.cancaonova.com/maosqueevangelizam/category/dicas-de-libras/ Dia 19.11.2013 às 08h37 http://danianepereira.blogspot.com.br/2012/07/jeus-datilologia.html Dia 19.11.2013 às 08h40 http://proaiseartedeeducar.blogspot.com.br/2013/01/atividades-em-libras.html Dia 19.11.2013 às 08h46 http://lulibras.wordpress.com/ Dia 19.11.2013 às 08h57 ACESSIBILIDADE BRASIL http://www.acessobrasil.org.br/ INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS http://www.ines.org.br/Index.asp FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS SURDOS: http://www.feneis.com.br/ LIBRAS É LEGAL http://www.libraselegal.com.br/index1.php http://proportoseguro.blogspot.com.br/2008/12/profisses-em-libras.html Acesso em 16-04-2012 às 09h23 http://amigasdaedu.blogspot.com.br/2011/04/meios-de-transportes-em-libras.html Acesso em 16-04-2012 às 09h37 http://tiadacreche.blogspot.com.br/2011/09/cartaz-alimentos-em-libras.html Acesso em 16.04.2012 às 10h43 http://libraseducandosurdos.blogspot.com.br/ Acesso em 16.04.2012 às 12h00 24 http://pt.scribd.com/doc/6720591/Evangelico-Apostila-de-Libras-lingua-Dos-Surdos-Com- Sinais-Biblicos-e-Orientacao-Para-Mini Acesso em 18.04.2012 às 11h41 http://comunicardicionariolibras.blogspot.com.br/p/libras-1-breve.html Acesso em 18-04-2012 às 11h30 http://www.slideshare.net/CLAUDIARAVAIANO/apostila-libras-bsico-8495712 Acesso em 18.04.2012 às 16h00 http://libraseducandosurdos.blogspot.com.br/2010/01/sinais-da-familia.html Acesso em 18-04-2012 às16h00 http://www.feneis.org.br/arquivos/As_Diferentes_Identidades_Surdas.pdf Acesso em 18.04.2012 às 17h00 http://www.ecs.org.br/site/Interna/Cur_reflexao.aspx Acesso em 20.04.2012 às 10h30 Redatora : Tatiana Araújo de Albuquerque Formatação : Elton Mário Oliveira Carvalho
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