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Obrigações Introdução

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OBRIGAÇÕES 
INTRODUÇÃO
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
1 - CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
1) Quanto ao tipo de prestação:
- Positiva – dar (coisa certa ou incerta) e fazer.
- Negativa: não fazer.
POSITIVA:
a)Obrigação de Dar
É aquela que tem por objeto a prestação de uma coisa, podendo-se
entender juridicamente o verbo dar em 3 sentidos básicos:
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
a) Dar no sentido de transferir propriedade: venda de carro.
b) Dar no sentido de transferir a posse da coisa: contrato de
locação.
c) Dar no sentido de devolver a coisa: contrato de depósito no
estacionamento do Shopping.
Regras: 1) Tradição: No Brasil o contrato não transfere a
propriedade. Para os bens móveis é necessária a tradição. E para
os imóveis o registro junto ao RI (art. 1.267).
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
2) A coisa perece para o dono. Res Perit domino.
3) O credor e o devedor aqui é da coisa, e não de dinheiro. Na
obrigação de dar o devedor é o dono da coisa. Na obrigação de
restituir o devedor é aquele que esta na posse da coisa. Ex: o
comodatário e o locatário são devedores da coisa.
A Obrigação pode ser de dar coisa certa e coisa incerta
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OBRIGAÇÕES
a.1) Dar Coisa Certa:
- Dar coisa certa;
- restituir coisa certa.
A obrigação de dar coisa certa é disciplinada a partir do art. 233.
Tem por objeto coisa individualizada, descrita, determinada, a
exemplo do que se dá na compra de um apartamento.
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OBRIGACÕES
Regras:
Na coisa certa, o negócio jurídico, inclui os seus acessórios embora
não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das
circunstâncias do caso (art. 233). “o acessório segue o principal”.
(frutos, produtos e benfeitorias).
Há acessórios que não seguem o principal.
Regra do Salvo-se: - pertenças: art. 83
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OBRIGACÕES
1) ENTREGA DA COISA CERTA
1.1 - PERDA DA COISA CERTA.
Temos duas hipóteses:
- sem culpa do devedor (caso fortuito ou força maior) – a obrigação se
resolve e as partes retornam ao estado anterior.
Não há que se falar em perdas e danos, mas deve-se devolver o dinheiro.
Apagam-se os efeitos do contrato; se o comprador já pagou o preço o
vendedor deve restituir este valor.
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OBRIGAÇÕES
Em teoria geral das obrigações, em regra, o pagamento das perdas
e danos pressupõe a culpa do devedor.
- com culpa do devedor – se a perda resultar de culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos. (art. 234)
- sem culpa do devedor - antes da tradição, ou pendente a
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes;
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OBRIGAÇÕES
2) DETERIORAÇÃO DA COISA
A coisa ainda é útil mas tem valor reduzido.
- sem culpa:
Não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que
perdeu (art. 235 do CC).
Ou desfaz o negócio ou aceita o bem e abate o preço.
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OBRIGAÇÕES
- por culpa:
Cuidado! Se a coisa certa se deteriora, sendo o devedor culpado,
poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
estado em que se acha com direito em qualquer dos casos a
reclamar indenização por perdas e danos.
Ou seja, só haverá obrigação de perdas e danos se houver culpa do 
devedor. 
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OBRIGAÇÕES
Obs: Vale lembrar que, por princípio, especialmente aplicado na
obrigação de dar coisa certa, o credor não esta obrigado a receber
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. (art.
313)
UMA REGRA GERAL DA OBRIGAÇÃO: SÓ HÁ DEVER DE
INDENIZAR (PAGAMENTO DAS PERDAS E DANOS) SE
HOUVER CULPA DO DEVEDOR.
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OBRIGAÇÕES
NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE UMA VACA LEITEIRA 
JOÃO SE COMPROMETEU-SE A ENTREGAR UMA VACA 
LEITEIRA EM DUAS SEMANAS. APÓS A VENDA, ANTES DA 
TRADIÇÃO DESCOBRIU-SE QUE ELA ESTÁ PRENHA. 
O vendedor poderá exigir o valor do bezerro já que vendera apenas 
a vaca? 
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OBRIGAÇÕES
Até a tradição, a coisa pertence ao devedor com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento do
preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a
obrigação.
Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes.
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OBRIGAÇÕES
3) RESTITUIÇÃO DA COISA
está no comodato, na locação, no depósito, o usufrutuário.
3.1 - Perda da coisa:
- sem culpa do devedor:
Antes da tradição, sofrerá o credor a perda e a obrigação se
resolverá, ressalvados os seus direitos até a data da perda.
- por culpa do devedor:
- responderá este pelo equivalente mais perdas e danos.
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3.2 - Deterioração:
- sem culpa –
Se a coisa restituível deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o
credor no estado em que se encontre sem direito à indenização;
- Com culpa -
O devedor arcará ele com o equivalente e perdas e danos.
Regra: a coisa perde para o dono. 
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Se a coisa restituível em poder do devedor sofrer melhoramento ou
acréscimo, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor
desobrigado de indenização.
Se ao contrário, o devedor arcar com o melhoramento ou acréscimo, quer
com despesas ou esforços, o caso se regulará pelas normas do CC
atinentes às benfeitorias realizadas por possuidor de boa-fé.
Quanto aos frutos percebidos, observará estas mesmas regras.
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Nos contratos de consumo é nula a cláusula que impõem ao consumidor
responsabilidade pelo fortuito e pela força maior (art. 51 do CDC), pois os
riscos da atividade são do fornecedor.

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