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Resumo Cirurgia de Grandes Animais Classificação da Cirurgia · Segundo a perda de sangue 1. Cruenta: há perda sanguínea 2. Incruenta: não há ou há pouca perda sanguínea · Segundo a técnica empregada 1. Conservadora: conserva o tecido ou órgão afetado 2. Mutiladora: quando há necessidade de remoção total ou parcialmente o órgão. 3. Reparadora: quando se faz a reparação do tecido ou órgão afetado. · Segundo a finalidade 1. Curativas ou necessidade · Operação de extrema urgência: visa salvar a vida do paciente. · Operações de urgência relativa: pouco tempo para preparar o paciente, melhorando seu estado geral para a cirurgia. (ex: obstrução esofágica) · Operações em pacientes com graves alterações funcionais: necessário o tratamento da afecção cirúrgica e o da alteração funcional secundária. 2. De conveniência: são realizadas em pacientes saudáveis. 3. Experimentais: realizadas para a realização de exames. · Segundo o resultado 1. Paliativa: quando não ocorre cura total. 2. Radical: quando há cura total. · Segundo o prognóstico 1. Bom 2. Reservado 3. Ruim · Segundo o campo de ação 1. Geral (ex: feridas, lacerações) 2. Especial (ex: otorrinolaringologia, oftalmologia, plástica) · Segundo a presença de microorganismos 1. Asséptica: sem contaminação. 2. Séptica ou contaminada: com contaminação em área determinada ou conhecida. (Ex: Enterotomia) 3. Potencialmente séptica (Ex: Sinusites bacterianas, Pleurites.) Tempos Fundamentais da Cirurgia · Diérese (incisão; divulsão (separação do musculo da pele)(pode ser instrumental ou manual) · Classificação · Cruenta ou incruenta · Curetagem · Feita com cureta · Elimina tecidos indesejáveis · Ativa cicatrização · Debridamento · Feito com tesoura ou bisturi · Remove bridas (aderências) (tecido conjuntivo). · Divulsão ou deslocamento · Afasta tecidos sem secção · Feito com tesoura (entra fechado e abre) ou manual. · Escarificação · Superficial · Bisturi ou cureta · Exérese ou ressecação · Eliminação de determinada estrutura · Formação de fístula · Comunicação órgão oco com meio externo (ex: esogastomia) · Osteotomia · Fraturas causadas propositalmente para corrigir desvios ósseos. · Incisão · Feita em um só tempo, sem trocar a direção da lâmina e evitando corte biselado (com a lâmina obliqua à pele) · Bisturi elétrico · Vantagens 1. perda sanguínea 2. tempo cirúrgico 3. material cirúrgico no local de incisão · Desvantagens 1. Retardo na cicatrização 2. Aumento de chances de infecção devido à necrose e isquemia · Contraindicações 1. Éter 2. CiclopropanoInflamáveis 3. Álcool 4. Gases intestinais · Hemostasia manual ou instrumental · Métodos 1. Temporária (compressão, ligadura ou pinçamento transitório, garrote ou torniquete, posição anti-hemorrágica, distenção de tecidos) 2. Definitiva (ligaduraou transfixação com fios de sutura, pinçamento ou torção com pinças hemostáticas, coagulação térmica, substancias de aplicação local. · Consequências 1. Ameaça à vida ou a pronta recuperação do paciente 2. Dificulta a visualização das estruturas 3. Retarda a cicatrização 4. Favorece infecção * Coagulação elétrica · Artérias até 1mm · Veias até 2mm · Síntese Instrumentação Cirúrgica · Instrumentos de Diérese 1. Tesouras Curvas Retas Metzenbaum (não tem o “degrauzinho”) · Instrumentação de Preensão 1. Pinças Anatômica Dente de Rato · Instrumentação de hemostasia 1. Pinças hemostáticas Crile Kelly Mosquito Kocher · Instrumentação de exposição 1. Pinça Allis 2. Afastadores de Farabeuf · Instrumentos especiais 1. Pinça Backhaus 2. Pinça de Foerster 3. Pinça de coprostase ou intestinal · Instrumentos de síntese 1. Agulhas 2. Porta agulhas Montagem da Mesa Cirúrgica Síntese Especiais Exposição Diérese Preensão Hemostasia Cirurgião Instrumentador As pontas do instrumento devem ser estar viradas o instrumentador. Feridas · Fases da Reparação das Feridas 1. Fase Vascular 2. Fase Inflamatória 3. Fase de Preenchimento · Quimiotaxia para fibroblastos que depositam colágeno. · Formação do tecido de granulação (barreira mecânica contra antigenos) 4. Fase de Reepitelização 5. Fase de Contração 6. Fase de Remodelamento · Avaliação do paciente · Exame físico completo · Situações de urgência: hemorragia, ventilação inadequada, desequilíbrio circulatório de dor intensa · Inspeção da ferida e determinação da profundidade da lesão, tecidos acometidos, e estruturas vizinhas que oferecem risco. · Avaliação da ferida · Feridas são naturalmente contaminadas, mas não se deve aumentar o nível de contaminação · Avaliar comprometimento de estruturas sensoriais, motoras e vasculares. · Corpos estranhos perfurantes · Exames complementares: RX, US, citologia, microbiologia · Biomecânica da Ferida · Preparo da Ferida 1. Antissepsia · Tricotomia · Antisséptico (não irritante, de rápida ação, amplo espectro e efetivo em uma única aplicação) 2. Debridamento · Fator mais importante relacionado ao tratamento de feridas infeccionadas. · Usado na persistência da infecção em tecidos desvitalizados. 3. Antimicrobianos · A via e o tipo do antimicrobiano dependem da região da ferida, aparência da ferida (fibrina, pus), se há sujeira ou contaminação, extensão da lesão, tempo de evolução, perda tecidual. 4. Drenagem · Via direta, com continua remoção de sangue, pús e debris celulares. · Tempo de permanência: 48 a 72 horas · Cicatrização · Fechamento primário · Indicado para feridas cirúrgicas ou induzidas naturalmente, não complicadas. · Baixo nível de contaminação · Sutura sem tensão excessiva · Por inibir algumas fases da cicatrização, causa supressão dos mecanismos naturais de defesa. · Cicatrização por segunda intenção · Quando o fechamento primário não pode realizado · Depende de neovascularização e de remodelamento do tecido de base. · Fechamento primário tardio · União do fechamento primário e por segunda intenção. · Sutura realizada após a formação do tecido de granulação (de 4 a 7 dias após a indução da lesão). Neoplasias · Sarcoide equino · Neoplasia benigna, localmente agressiva, alto índice de recidiva · Classificações: oculto, verrugoso, fibroblástico, nodular ou misto · Tratamento: · BCG: imunomodulador · Papiloma vírus: aciclovir / antiviral · Excisão cirúrgica / criocirurgia · Eletroquimioterapia · Quimioterápicos tópicos · Melanoma · Neoplasia originada dos melanócitos · Geralmente benigna · Nódulos cutâneos pigmentados · 90% cutânea, mas também pode acometer mucosas · Tratamento: cimetidina (anti H2, imunomodulador) · Carcinoma de células escamosas · Pele despigmentada · Prevalência aumenta devido a exposição a luz solar · Mais comum em pálpebras, vulva e prepúcio · Papilomatose · Papiloma vírus · Lesões verrucosas disseminadas pelo corpo · Grandes e pequenos ruminantes · Auto limitante, benigno, infectocontagioso · Hematúria enzoótica bovina Afecções cirúrgicas em região de pescoço #O esôfago fica do lado esquerdo da traqueia Obstrução esofágica · Causas: comportamental, pós-treino ou prova, pós anestesia, pobre mastigação, corpos estranhos, neoplasia, estenose. · Sinais clínicos: sialorreia, disfagia, tosse, regurgitação de água e alimento pela boca e narinas, dor moderada, agitação durante regurgitação, anorexia e desidratação, sudorese · Diagnóstico · Sinais clínicos, distensão esofágica cranial à obstrução, timpanismo ruminal, sondagem oro ou nasogástrica para avaliar a presença e localização da obstrução #Em ruminantes os principais sintomas são sialorreia e posição ortopneica · Tratamento · Conservativo (quando há certeza que a obstrução é causada por alimento) · Manipulaçãocom a sonda + massagem externa · Relaxante muscular (após hidratar o animal): xilazina, acepromazina, atropina, ocitocina · Cirúrgico: traqueostomia (emergência), esofagostomia (cervical) ou toracotomia com ressecção de costela (torácico) Perfuração esofágica · Causas: trauma externo, feridas perfurantes, infecções adjacentes ao esôfago, obstrução crônica (evolução da obstrução esofágica) · Sinais clínicos: fistula com drenagem de saliva e ingesta, edema, enfisema subcutâneo. Sem drenagem = flegmão / infecção local · Tratamento · Menos de 12h: fechamento primário · Mais de 12h: abertura ventral à lesão – drenagem · Alimentação por sonda nasogástrica ou esofágica · ATB, anti-inflamatórios, curativo · Complicação: estenose ou divertículos esofágicos Traqueostomia · Procedimento emergencial ou eletivo · Pode ser feito com animal em pé ou deitado · Feita na transição entre terço cranial e o terço médio traqueal · Incisão de pele e subcutâneo sobre a linha média ventral: 10 cm · Pós-operatório: limpeza da ferida e do traqueotubo Cirurgias de Cabeça Mochação · Objetivo: diminuir fraturas e comportamento agressivo, facilitar manejo · Definição: destruição das células queratogênicas ainda não fundidas ao crânio · Vantagens: mais fácil, menor risco de infecção e sinusite, sem hemorragia · Cauterização química · Ideal até 1 semana · Tricotomia, proteção da pele · Pasta caustica sobre o botão cornual · Acompanhar durante 30 min Cauterização térmica · Idade ideal: 1 a 2 semanas · Tricotomia, antissepsia, anestesia · Pressão do ferro incandescente com movimentos circulares · Cauterização da pele ao redor do botão (epitélio germinativo) e remoção da pele central para evitar complicações #Bezerros de 1 a 4 meses: mochador de barnes Descorna Plástica / Cosmética · Sedação, bloqueio do nervo cornual, cordão anestésico infiltrativo · Pode ser feito com animal deitado ou em pé · Tricotomia e assepsia · Incisão de pele em formato de elipse, com pontas alongadas · Amputação de corno feito com cabo e fio serra de giglis · Cirurgia cruenta · Pós-operatório · 2, 12 e 24h após a cirurgia · Curativo local · ATB tópico e sistêmico · AINES Enucleação do Globo Ocular · Remoção cirúrgica das margens das pálpebras, membrana nictante, conjuntiva e globo ocular · Indicações: cegueira associada à dor, neoplasia intraocular, traumatismos não operáveis em globo ocular, infecções intraoculares severas, exposições à irritantes químicos e miíase · Fazer bloqueio locorregional no pré cirúrgico · Animal pode ser mantido deitado ou em estação · Técnicas · Transpalpebral · Tarsorrafia + cantotomia lateral · ATB sistêmico (7 dias), AINES (3 dias), profilaxia para tétano, curativo · Retirar pontos de 2 a 3 semanas · Cirurgia muito cruenta · Pode causar bradicardia · Subconjuntival · Mais rápida e com menos sangramento · Indicado para afecções que acometem somente o globo ocular Afecções Cirúrgicas do Trato Respiratório Neuropatia Laríngeana Recorrente · Alteração do nervo laríngeo recorrente, que faz com que diminua a abdução da aritenóide · Uni ou bilateral · Predisposição genética: atrofia progressiva da musculatura intrínseca · Fazer exames na hora da compra de puros sangue · Não tem tratamento, apenas medidas paliativas · Diagnóstico: chiado inspiratório, queda de performance, intolerância ao exercício, palpação, endoscopia · Ventriculectomia: impede o “ronco” · Remoção do ventrículo · Cirurgia contaminada – fechamento por segunda intenção · Ventriculocordectomia: remoção do ventrículo + cordas vocais · Cricoaritenopexia: fixa a cricoide na aritenóide (não contaminada, pois não chega na luz da laringe) Sistema Reprodutor Masculino Parafimose · Incapacidade do pênis de voltar ao prepúcio Orquiectomia · Cirurgia de convencia ou não · Indicações: orquite, hidrocele, traumas, hérnia inguino-escrotal Criptorquidismo · Testículo ectópico: inguinal ou abdominal · Tratamento testículo abdominal: laparoscopia para retirada Reprodutor Masculino Ruminantes Preparo Rufião · Seleção de animais: sadios, alta libido, prepúcio curto, 18 meses. · Técnicas cirúrgicas (interrompem a emissão de sptz) · Vantagens: simples, pouco material usado, não alteram a libido · Desvantagens: não impedem ato sexual · Deferentectomia: remoção de porção do ducto deferente. Pós-cirúrgico: ATB por 5 dias e espermograma por 3 semanas · Epididimectomia: ressecção caudal do epidídimo. Pós-cirúrgico: ATB 5 dias e espermograma. · Técnicas cirúrgicas que impedem a cópula · Desvantagens: alteram a libido = dor no momento da cobertura por aproximadamente 6 meses · Fixação flexura sigmoide · Desvio lateral do pênis e prepúcio: feito em animais de 6 a 12 meses de idade. Trato Reprodutivo Feminino Prolapso Vaginal · Uma das principais afecções associadas ao terço final da gestação e puerpério · Predisposição: genética, presença de múltiplos fetos, traumas prévios na região perineal, piso do estábulo excessivamente inclinado, cistos ovarianos, alimentação rica em estrógenos e a obesidade · Sinais clínicos: inquietação, retenção urinária, prolapso retal secundário ao tenesmo, desvitalização da estrutura prolapsada, vulvite, vaginite, cervicite e, nas fêmeas gestantes, é possível observar abortamento ou morte fetal · Tratamento: limpeza, ATB, anti-inflamatório, cervicopexia. · Pós-cirúrgico: limpeza da ferida com clorexidine, rifamicina, pomada antibiótica 2x ao dia, ATB sistêmico e anti-inflamatório Laceração Perineal · Em partos distócicos, a apresentação ou tamanho do feto em relação à égua podem contribuir para a laceração perineal · Lesões de primeiro grau envolvem apenas a mucosa do vestíbulo e a pele da comissura dorsal da vulva · Lesões de segundo grau envolvem, além da mucosa, a submucosa e músculos do períneo, porém não envolvem esfíncter anal ou reto · Lesões de terceiro grau ocorrem interrupção completa entre o reto e o vestíbulo, desde a parede dorsal da vagina até o assoalho retal, incluindo reto, corpo perineal e esfíncter anal · Quando a ruptura é parcial, são classificadas como fístulas reto-vaginais · Sinais clínicos: fezes dentro da vulva e perda da anatomia normal · Prognóstico: bom para a égua e de reservado a ruim para o sistema reprodutivo · Tratamento: ATB e anti-inflamatórios . As lesões de primeiro grau não necessitam de cirurgia, porem a técnica de Caslick pode ser aplicada quando necessário. As lacerações de segundo grau necessitam de correção e a técnica de Caslick e a reconstrução do corpo perineal devem ser realizados. Se o corpo perineal não for reconstruído, a égua poderá desenvolver pneumovagina e acúmulo de urina devido ao afundamento do períneo, o que levaria a outros problemas reprodutivos futuros. As lacerações de terceiro grau requerem tratamento cirúrgico, que deve ser realizada após três ou quatro semanas, ou até que os tecidos lesados cicatrizem. · Pré-cirúrgico: dieta ajustada para amolecer as fezes e evitar constipação no pós-cirúrgico (fezes muito liquidas também não são ideais)
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