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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES 
DISCIPLINA DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES 
 
 
 
 
JOSÉ LEONARDO CAVALCANTE DA PENHA - 414976 
JEFFERSON DOS SANTOS TEXEIRA - 428174 
RAISSA DE PAIVA PALHANO - 422365 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O PLANO DE MOBILIDADE DO MUNICÍPIO 
DE PONTAL DO CEARÁ REALIZADO PELA CONNECT ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2020 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3 
2 OBJETIVOS....................................................................................................... 4 
2.1 Objetivos gerais.................................................................................................. 4 
2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 4 
3 CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA.......................................... 4 
3.1 Uso e ocupação do solo....................................................................................... 5 
3.2 Contextualização de demanda.......................................................................... 5 
3.3 Identificação dos atores..................................................................................... 6 
4 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS........................................................ 6 
4.1 Árvore de problemas.......................................................................................... 9 
5 CARACTERIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA.............................................. 9 
5.1 Coleta de dados................................................................................................... 12 
5.1 Distribuição de viagens...................................................................................... 13 
6 DIAGNÓSTICO................................................................................................. 13 
7 ANO HORIZONTE........................................................................................... 17 
7.1 Evolução da problemática................................................................................. 18 
8 ALTERNATIVAS ABORDADAS..................................................................... 19 
9 CONCLUSÃO.................................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
O relatório técnico discorrido posteriormente trata-se de uma releitura, 
de análise crítica, sobre a problemática apresentada com o título de Plano de 
Mobilidade Urbana de Pontal do Ceará, consistindo de um instrumento de 
compreensão de identificação, caracterização e diagnóstico do crescimento do 
município concomitante ao seu desenvolvimento, com a intenção de minimizar 
ou extinguir possíveis problemas num plano de vinte anos subsequentes. 
Para versar tal problemática, a Connect Engenharia disponibilizou por 
meio do edital IPUP/PMPC Nº 01/2019 uma proposta de mobilidade para a 
cidade de Pontal de aproximadamente 47.211 habitantes, cujas residências 
são em sua maioria urbanas e as principais atividades econômicas da região 
são a pesca, a agricultura, o turismo e o porto da cidade. Tal proposta se aplica 
devido a finalidade de expansão, idealizada a partir do notado aumento 
populacional e, também, de investimentos, principalmente nas ações 
portuárias/ industriais. 
O plano referido, caso bem caracterizado, diagnosticado e realmente 
resolvido, condiciona uma sensação de contentamento pelo bom planejamento 
e otimização do uso das verbas públicas que serão revestidas em prol do bem 
comum, além de uma boa qualidade de vida dos Pontalenses ao passo que o 
crescimento será dentro de uma margem previamente estudada e instaurada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivos Gerais 
Analisar sob visão crítica o Plano de Mobilidade Urbana de Pontal do 
Ceará e elaborar um relatório a fim de julgar, com um parecer técnico, a 
metodologia utilizada. 
2.2 Objetivos Específicos 
 Avaliação da contextualização socioeconômica apresentada; 
 Averiguação do tópico identificação de problemas; 
 Crivo da caracterização de problemas, indicadores, variáveis e coleta; 
 Vistoria do diagnóstico da problemática; 
 Parecer sobre as alternativas elaboradas. 
 
3 CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA 
A abordagem utilizada para contextualizar os aspectos da população 
pontalense foram divididos de maneira a facilitar a compreensão e abranger o 
máximo de informações possíveis. O estudo inicia ilustrando o cenário atual da 
cidade de Pontal, de maneira sucinta, apresentando elementos como: a 
capacidade de desenvolvimento socioeconômico do local, os investimentos no 
campo laboral, uma visão de modernidade que a cidade procura alcançar, visto 
que sua base econômica é voltada à pesca e agricultura. Além disso, nota-se a 
preocupação com os detalhes, já que o uso de mapas é bem recorrente e sua 
utilização facilita o entendimento de vários dados apresentados. 
O texto desenvolve-se mostrando o município de Pontal de várias 
referências, primeiramente por zonas, utilizado principalmente para averiguar 
os locais onde há zonas de preservação, zonas de orla e zonas de ocupação. 
Depois disso, é destacado os empreendimentos da cidade e suas poucas 
alternativas de acesso, logo após, é evidenciado também a situação das vias, 
um dos problemas que podem causar a falhas na mobilidade urbana do local. 
Em seguida, o plano aborda os aspectos socioeconômicos de forma 
clara e apontando dados referentes a quantidade de população urbana e rural, 
 
 
5 
 
faixa etária e categoria de empregos da região. Além de analisar também as 
divisões espaciais da população dentro do município, destacando os bairros de 
maior densidade demográfica, a quantidade de leitos de hospitais em cada 
bairro e a renda média dos domicílios. A união dessas informações são muito 
importantes para aferir os problemas de mobilidade urbana da região, haja 
vista que se um bairro apresenta uma quantidade maior de leitos de hospitais, 
moradores de outros locais terão que se deslocar longas distâncias para 
receber um tratamento médico, ou caso uma zona apresente uma 
concentração maior de renda, pode haver uma produção mais concentrada de 
viagens nessas áreas, pois se há um maior poder aquisitivo, tem uma 
possibilidade mais elevada de existir mais de um veículo por residência. De 
maneira geral isso tudo é levado em conta na identificação e caracterização da 
problemática da cidade. 
3.1 Uso e ocupação do solo 
 O uso do solo pode ser entendido como sendo a forma pela qual o 
espaço geográfico está sendo ocupado pelo ser humano e suas atividades nele 
e no texto esses aspectos são voltados principalmente para as atrações de 
viagens oferecidos pelas zonas, entre esses motivos podemos citar: as áreas 
institucionais, áreas comerciais, áreas industriais e quantidade de domicílio por 
zona. E com a análise do uso e ocupação do município podemos identificar 
algumas características importantes do local, bem como prever as 
possibilidades de atração e produção de viagens. Além disso, é sabido que 
esses dados são muito importantes para identificar, caracterizar e diagnosticar 
problemas de trânsito urbano, pois eles também são parâmetros que podem 
indicar o possível crescimento da cidade. 
3.2 Contextualização de demanda 
 A aplicação dessa análise pode aferir principalmente a identificação dos 
problemas sofridos com o uso de transporte da cidade de Pontal, onde não há 
transporte público, porém existe grandes distâncias geográficas. É 
extremamente importante contextualizar a demanda em cada área para 
identificar e solucionar problemas, entendendo o deslocamento da cidade, 
 
 
6 
 
pode verificar onde pode ocorrer congestionamento e entender suascausas. 
Ademais, o plano traça um resumo separado de cada zona, trazendo 
informações de atração de viagem, potencial de crescimento, entre outros, tal 
fato torna a análise mais completa e detalhada e facilita processos futuros. 
3.3 Identificação dos atores 
 Os atores são os indivíduos que influenciam o sistema estudado ou 
recebem direta ou indiretamente sua influência, portanto, é necessário 
identificá-los para analisar como os participantes percebem os problemas 
existentes. No caso do plano apresentado, a Connect resolveu separar em dois 
grupos para observar melhor a situação encontrada em Pontal, os motorizados 
e os não motorizados. Com essa divisão, eles separam as pessoas em os que 
utilizam moto ou carro para se deslocar e os que locomovem a pé ou de 
bicicleta. A utilização desses atores é de grande utilidade e engloba os 
participantes do sistema de transporte do local. 
 
4 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS 
 Para realizar o levantamento de problemas, no âmbito de mobilidade 
urbana, em Pontal do Ceará, foi levado em conta aspectos já destacado antes, 
na contextualização, como os dados obtidos para cada zona e as 
características que essas zonas possuem. Com isso, é demonstrada a 
importância de se fazer um reconhecimento da situação, pois com a análise de 
cada zona, os seguintes problemas foram encontrados: 
 Não possui pavimentação adequada 
Baseado na análise da situação que se encontram as vias, que foi um 
dos pontos abordados na contextualização, foi identificado que a maioria das 
vias não possui pavimentação, apontando isso como um problema que ocorre 
em todas as zonas de Pontal. Além disso, a análise realizada pela empresa 
define um ponto relevante para a identificação da problemática, o impacto que 
o problema traz, que essa adversidade causa dificuldades de locomoção 
segura por tais vias, tanto para locomoção por meios motorizados, dando 
destaque para os carros e caminhões de grande porte, quanto para meios não 
 
 
7 
 
motorizados, dando destaque para as bicicletas, devido a sua fragilidade 
comparada a outros meios, e apontando que essa dificuldade contribui para a 
desestimulação e enfrentamento de problemas de locomoção pelo município. A 
Connect destacou também que a falta de transporte público e o não acesso a 
um meio motorizado, dois fatores importantes para ser considerado no 
problema em questão, fazem com que os moradores optem pela utilização de 
meios não motorizados, que foi apontado pela empresa como um dos grandes 
problemas enfrentados pela cidade. 
 Grandes congestionamentos e possíveis aglomerações no entorno 
É importante ressaltar que a empresa baseou suas análises em pontos 
que foram abordados na contextualização, notando a importância de fazer a 
sondagem detalhada sobre o cenário encontrado na cidade. Diante disso, a 
identificação do problema foi realizada pela análise da divisão espacial de 
Pontal e características das zonas, destacando a zona 2, que possui a maior 
ofertas de serviço, por ser a Região Central, é observado que há uma grande 
fluxo em torno dessa região, devido a grande migração de residentes das 
zonas vizinhas para a zona 2, em busca de tais serviços ofertados. Tomando 
como análise tais fatos, foi determinado que por conta dessa busca muito 
grande pelos serviços, é fator causante de uma desorganização e 
congestionamentos na área. Vale salientar que há sempre uma preocupação 
com os atores do sistema, visto que a empresa destaca a falta de segurança 
de veículos não motorizados nesse ambiente, por conta da desorganização e o 
não cumprimento das leis de trânsito. 
 Atividades concentradas em uma única zona 
Novamente, o problema foi identificado a partir da análise das 
características de cada zona e dados obtidos na contextualização, dessa vez, 
sendo observado a divisão espacial de atividades e estruturas. Ao realizar a 
análise, foi observado que houve uma concentração dessas atividades 
estruturas em determinadas zonas, e levando em conta as consequências 
sofridas pelos atores, foi apontado que os moradores que vivem em zonas 
mais distantes são obrigados a realizarem grandes deslocamentos. É 
 
 
8 
 
importante observar que a Connect busca apontar a gravidade dos problemas 
mostrando como o problema afeta aos usuários de meios não motorizados, 
grande maioria, que devem realizar grandes trajetos com a limitação imposta 
por esse meio de transporte não motorizado. 
 Planejamento e infraestrutura ineficiente para veículos não 
motorizados 
Na contextualização, foi realizada uma exposição dos estados das vias, 
o que foi importante para a análise da problemática por situar um fator a ser 
analisado para a problemática, sendo observado que a maioria das vias não 
contam com pavimentação e somente as vias pavimentadas possuem passeios 
adequados. Isso influenciou na análise realizada pela empresa, que determinou 
esse problema como uma falta de planejamento da infraestrutura para a 
cidade. Nota-se que há novamente uma preocupação com os usuários de 
transportes não motorizados, sendo destacados os usuários de bicicletas, já 
que as vias de Pontal não contam com ciclo faixas, apontando isso como um 
fator causador de insegurança para os ciclistas, que são obrigados a dividir 
espaço com veículos de porte maior. 
 Grandes distâncias percorridas a pé e por veículos não 
motorizados 
Analisando a divisão espacial feita na contextualização, foi identificado 
esse problema, para qual a Connect realizou uma conexão entre o problema 
identificado, de que se percorrem grandes distâncias a pé e por veículos não 
motorizados, com a concentração de atividades em determinadas zonas. E de 
fato, há uma correlação entre os problemas, já que há uma grande distância 
entres as zonas de partida para as zonas em que há a concentração de 
atividades, e como foi destacado, também há a ausência de meios de 
transporte alternativos, logo, o deslocamento deve ser realizado a pé ou por 
meios de transporte não motorizados, um fator muito importante, visto que está 
correlacionado com mais de um dos problemas identificados, que recebe 
destaque por parte da empresa. 
 
 
 
9 
 
 Número significativo de transportes motorizados em zonas 
específicas 
Para a determinação desse problema, foi realizada uma análise dos 
fatores socioeconômicos expostos na contextualização, seguindo o padrão 
adotado, e foi perceptível que há uma concentração de renda em determinadas 
áreas, ao qual foi considerada que pessoas que possuem tal renda são mais 
propensas a possuírem veículos motorizados, devido ao seu poder aquisitivo, 
porém, a empresa não apresentou uma divisão espacial por número de 
veículos, o que seria um fator mais significativo para a definição da 
problemática, visto que seria uma determinação mais exata. 
4.1 Árvore de problemas 
Para a construção da árvore de problemas, a empresa buscou ter uma 
melhor visão da problemática identificada, destacando que os problemas 
apresentados necessitam de uma caracterização, diagnóstico e posteriormente 
de um prognóstico. A Connect também tomou como necessário determinar 
uma a sequência de problemas, um leva ao outro, se interligando, até se 
chegar ao problema principal, que foi definido como mobilidade comprometida. 
Tendo em vista esses critérios para análise, foi montada a árvore de 
problemas, de forma sucinta. 
5 CARACTERIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA 
 Na caracterização dos problemas é importante lembrar que a partir das 
apresentação e percepção dos atores através de dados, tem que ser possível 
expressar os problemas encontrados, utilizando suas características. Com isso, 
procura-se buscar o mais próximo da situação real do local estudado. 
Primeiramente, a Connect engenharia apresenta sua proposta para 
caracterizar a problemática, dispondo de indicadores e variáveis usados como 
parâmetro da análise do cenário atual e uma projeção do futuro(20 anos), 
onde é possível ter uma noção do se o problema agravou, permaneceu igual 
ou diminuiu. 
O plano inicia com a proposição de indicadores e variáveis para analisar 
o problema mais detalhadamente. As variáveis entram com a função de 
 
 
10 
 
representar os valores quantitativos dos indicadores, que por sua vez são os 
fatores que serão analisados. 
No plano, a equipe apresentou os seguintes pontos: 
Problema: Má distribuição de renda entre as zonas. 
Indicador: Renda per capta (renda média domiciliar*domicílios/ /número 
de hab); 
Variável: Renda per capta em cada uma das zonas. 
 
Problema: Má Distribuição de equipamentos escolares e de saúde. 
Indicador: Tempo da zona domiciliar até o equipamento; 
Variável: Minutos. 
 
Problema: Insuficiência de pavimentação adequada. 
Indicador: Vias asfaltadas/total de vias*100; Vias não 
pavimentadas/total de vias*100 e Vias de bloco intertravado/total de 
vias*100; 
Variável: Porcentagens encontradas para cada um dos indicadores. 
 
Problema: Grandes distâncias de deslocamentos por meios não 
motorizados. 
Indicador: Km; 
Variável: Distâncias percorridas. 
 
 
 
11 
 
Problema: Insuficiência da estrutura que auxilia os deslocamentos não 
motorizados. 
Indicador: Vias asfaltadas/total de vias*100; Vias não 
pavimentadas/total de vias*100; Vias de bloco intertravado/total de 
vias*100 e Número de Ciclofaixas/total de vias*100 
Variável: Porcentagens encontradas para cada um dos indicadores. 
 
Problema: Número significativo de transportes motorizados em zonas 
específicas. 
Indicador: Percentual de transportes motorizados por zona; 
Variável: Número de carros e motos por zonas. 
 
Problema: Ocorrência de congestionamento. 
Indicador: Veículos/tempo; 
Variável: Quantidade de veículos que passam por cada uma das vias 
analisadas. 
 
Problema: Tempo de viagem mais longo. 
Indicador: Minuto; 
Variável: Tempo necessário para que ocorra a viagem. 
 
Então a cada problema apresentado é colocado um indicador e uma 
variável que possa mensurar de maneira correta essa mazela, logo após, ainda 
há uma explicação do porquê da utilização de cada indicador e sua relevância 
 
 
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para entender o problema em questão. Essa maneira de expor os indicadores 
facilita o entendimento posterior e torna o estudo bem mais conciso, além de 
evidenciar os critérios de seleção dos indicadores e variáveis, ponto importante 
para o processo de caracterização da problemática. 
5.1 Coleta de dados 
 Para esse processo foi utilizado os dados de censo e dados de viagens 
com algumas alterações e ajustes por conta da diferença de anos de cada um. 
Logo em seguida, foi dada uma explicação de como iria ocorrer esse 
procedimento. Através de análises de correlações e usando regressões para 
ter uma boa calibração e simular as situações de geração de viagens. Diante 
disso, as variáveis escolhidas foram nomeadas em X1, X2 ... Xn, para cada 
situação de viagens, seja produção ou atração, e analisado a correlação de 
cada uma em relação a Y(geração), além de expor o nível de confiança do 
método utilizado (95%). 
 Para a determinação foi empregado índices como o R² (um parâmetro 
que indica a regressão que mostra a relação entre as variáveis, quanto mais 
próximo de 1 melhor), F (se < 0,05 indica que a regressão é representativa com 
as variáveis indicadas) e o valor-P (quanto mais próximo de 0 indica que os 
coeficientes encontrados para a regressão estão bem indicados). 
 Na coleta foi buscado dados de crescimento populacional, matrículas 
escolares, leitos hospitalares, número de empregos , variação de renda per 
capita, produção de viagem por motivo de trabalho, atração por motivo de 
trabalho, atração por motivo de estudo e produção e atração por outros 
motivos, sendo esse último estudado pelo método do fator de expansão, pois 
não foi possível através de correlação de variáveis e regressão linear. Todos 
esses dados tiveram seus procedimentos e cálculos de ajustes bem explicados 
no plano, tomando cuidado para um fator extremamente importante: ser ou não 
ser representativo. 
 Outro ponto relevante foi a projeção de produção e atração de viagem, 
que teve que passar por um fator de correção, haja vista que para haver um 
equilíbrio os números de produção e atração devem ser iguais, porém no 
 
 
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estudo a atração superou a produção. sendo assim, para encontrar esse fator 
foi feito uma divisão do maior pelo menor valor e logo após o resultado deve 
ser multiplicado pelo valor do menor para igualar os valores. 
5.2 Distribuição das viagens 
 A Connect Engenharia utilizou o modelo gravitacional para a análise de 
distribuição de viagens, com a justificativa de como não havia uma pesquisa 
OD detalhada e para a análise de prospecções futuras é essencial para 
analisar variações muito significativas. Porém apesar desse modelo ser uma 
ótima forma de entender a distribuição de viagens, ele apresenta algumas 
desvantagens que podem trazer problemas para o plano de mobilidade de 
Pontal, pois, para um resultado satisfatório é necessário muitos ajustes e 
manipulações, além disso, não há garantia de que os fatores socioeconômicos 
e os relacionados ao tempo de viagem serão válidos no futuro. 
6 DIAGNÓSTICO 
Para realizar o diagnóstico da problemática, a empresa seguiu 
mantendo um padrão de organização adotado previamente, com detalhamento 
e explicação do que se foi realizado na análise feita pela mesma. 
Para a elaboração de um diagnóstico, a Connect determinou que 
deveria ser estimado parâmetro de uma possível situação desejada, para que 
fosse possível realizar a comparação da situação ideal com a situação atual, e 
assim, realizar de forma clara e detalhada a análise da problemática. E sendo 
assim, foi montada uma tabela elencando os problemas identificados, os 
indicadores determinados para esses problemas, e os parâmetros de uma 
situação ideal proposta, que é de extrema importância para realizar as 
comparações entres as situações ideal e desejada, além do delta (situação 
ideal – situação atual). 
Sendo importante ressaltar, que a empresa realizou algumas 
considerações, como o fato de não poder haver um diagnóstico para o 
problema de má distribuição de renda, visto que esse não é um problema de 
mobilidade, e o uso de um programa para dividir as vias por trechos, que 
impossibilitaria o uso do indicador de tempo, então foi necessário haver a troca 
 
 
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de tempo por distância, além da correlação dos problemas de concentração de 
transportes motorizados com congestionamentos, antes de se realizar o 
diagnóstico para cada problema identificado, situando o leitor acerca do que 
será realizado. 
Problema 2 - Má distribuição de equipamentos escolares e de saúde 
Para o diagnóstico do problema da má distribuição de equipamentos 
escolares e de saúde, foi realizado uma análise da divisão desses serviços por 
zonas, realizada na contextualização, e foi apontado que há uma má 
distribuição desses serviços. Para permitir uma melhor visualização, foi 
montada uma tabela, mostrando as zonas que possuem tais serviços. 
Após fazer essa análise, foi determinado pela Connect que é necessário 
haver uma análise da distância das zonas de partidas (zonas que não possuem 
esses serviços), para as zonas que possuem equipamentos escolares e de 
saúde, isso ajuda a entender se isso é, ou não, um problema grave, visto que 
se houver muitas zonas de partida com distâncias muito grandes é um 
problema sério. Para isso, foi montada outra tabela para organizar essas 
distâncias, destacando que a distância entre uma zona para ela mesma é de 0 
km, unidade adotada para a análise. 
Em seguida, se baseando no “Estudo sobre a localização de unidades 
básicas de saúde na cidade de Sorocaba”, foi determinado que o parâmetro de 
distância ideal de uma zona de partida para uma zona que possuem esses 
equipamentos é menor ou igual a5 km. Como foi um parâmetro determinado a 
partir de um outro estudo, têm um grau de confiabilidade para a análise 
realizada pela Connect. 
Realizando a análise, foi diagnosticado que um grande número de zonas 
possui uma distância superior a 5 km para esses serviços, concluindo, de 
forma clara e sucinta, o diagnóstico para o problema. 
 
 
 
Problemas 3 e 5 - Insuficiência da pavimentação adequada e insuficiência 
da estrutura que auxilia os deslocamentos não motorizados 
 
 
15 
 
Visto os problemas que vias não pavimentadas trazem, a Connect 
determinou que o não é recomendado que a cidade ainda conte com as vias 
não pavimentadas, e tomou como parâmetro que se deve ter uma porcentagem 
de 0% nas vias não pavimentadas, um parâmetro ideal para ser adotado para 
uma cidade em desenvolvimento. Para organizar a análise, foi montada duas 
tabelas, uma com os quilômetros e outra com o percentual de vias 
pavimentadas, com blocos intertravados e vias não pavimentadas. 
Logo, o problema foi evidenciado pela porcentagem de vias não 
pavimentadas, que foi de 40%. Para se ter uma dimensão maior do problema, 
a empresa tomou como necessário verificar a quantidade de pessoas que 
realiza o seu deslocamento por essas vias, visto que a verificação traz uma 
dimensão mais aprofundada do problema em questão. 
Para realizar essa análise, foi definido como parâmetro que até 8% das 
viagens realizadas com meios de transporte motorizados por vias não 
pavimentadas seria considerado um problema não grave, entre 8% e 10% um 
problema para ser analisado, visto que poderia causar problemas no futuro, e 
acima de 10% um problema gravíssimo, parâmetro consideráveis, visto que é 
considerado o uso de transporte motorizado. Depois de realizada a análise, se 
determinou que o problema é gravíssimo, devido a alta porcentagem, de 20% 
das viagens ocorrem por trechos não pavimentados em horário de pico. 
Buscando ainda mais uma profundidade do problema, foi analisado 
também a porcentagem de viagens realizadas com meios de transporte não 
motorizados por vias não pavimentadas. Com isso, foi definido como parâmetro 
que a porcentagem de viagens até 5% não seria considerado um problema 
grave, de 5% a 7% seria um problema a ser observado, e superior a 7% seria 
considerado um problema gravíssimo. 
Ao realizar a análise, foi determinado que é um problema gravíssimo, 
com a porcentagem e viagens por vias não pavimentadas utilizando veículos 
não motorizados de 39%, um número considerado pela Connect como 
alarmante. Tendo em vista os indicadores adotados para a análise, e as 
porcentagens obtidas no diagnóstico do problema, é possível perceber a 
discrepância entre o real e o ideal, o que foi considerado pela empresa como 
 
 
16 
 
um fator preocupante, como de fato é, pois há uma evidência de um problema 
grave dentro dos parâmetros estabelecidos. 
Vale ressaltar que a empresa demonstra preocupação com quem realiza 
o deslocamento por meios não motorizados, como os usuários de bicicleta, 
destacando que a cidade não possui nenhuma ciclovia, salientando ainda que 
a maioria das viagens são realizadas por vias não pavimentadas, considerando 
um agravante do problema. 
Problema 4 - Grandes distâncias de deslocamento por meios não 
motorizados 
Para se diagnosticar o problema de grandes distâncias de deslocamento 
por meios não motorizados, foi determinado que era necessário fazer a análise 
das matrizes de distância de cada zona OD, e também foram feitas algumas 
considerações de que não seria necessário realizar alterações na matriz, 
buscando esclarecer o processo realizado, pois o indicador analisado é dado 
em percentual. 
Não sendo especificado uma base, a Connect definiu como parâmetro 
que as viagens com distâncias abaixo de 5 km foram realizadas a pé, e acima 
de 5 km por bicicleta. Não houve uma explicação por parte da empresa sobre o 
motivo de ter sido determinado esse valor para o parâmetro, e também não foi 
dito se foi considerado o mesmo parâmetro de distância que foi considerado 
para o problema 2, gerando dúvidas de como foi obtido tal valor para o 
parâmetro de distância. 
Em seguida, foi realizada a análise dos dados, e foi percebido que das 
viagens realizada a pé, apenas 11% são realizadas para distâncias abaixo de 
1,3 km, os outros 89% realizam viagens a pé por uma distância superior a 1,3 
km, distância ideal definida. 
Também foi realizada a análise para distâncias percorridas por 
bicicletas, e foi percebido que 15% das viagens de bicicleta são abaixo de 9,5 
km, e os outros 85% são acima de 9,5 km, distância definida como ideal. 
Após realizar essa análise, a empresa dá ênfase ao fato de que esse 
problema ser tratado como urgente, já que as porcentagens de pessoas que se 
 
 
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deslocam por grandes distâncias utilizando meios não motorizados deu um 
valor superior ao ideal, concluindo a análise de forma clara e sucinta. 
Problema 6 e 7 - Número significativo de transporte motorizado em zonas 
específicas e ocorrência de congestionamento 
O diagnóstico realizado para os problemas de número significativo de 
transportes em zonas específicas e a ocorrência de congestionamentos, foi 
analisado de forma breve. Para a análise, foi destacada duas imagens, sendo 
uma delas a representação das vias do município, mencionando que as cores 
laranja e vermelha indicam congestionamentos significativos. 
A empresa determinou como o parâmetro de análise um fator 
denominado V/C, que relaciona o fluxo com a capacidade da via, que foi tido 
como valor ideal 1, acima disso, é indicado que a via receberá a cor laranja, 
que indica número significativo de congestionamento. Também foi considerado 
que os valores 125, 250 e 500 veículos por horas, para as vias não 
pavimentadas, vias de blocos intertravados, e vias pavimentadas, 
respectivamente. Não foi explicado pela empresa o porquê de ser adotado 
esses valores para as determinadas vias, tornando o diagnóstico para esse 
problema difícil de se compreender. 
A Connect concluiu o diagnóstico do problema considerando o fator V/C 
igual a 1 como um valor arriscado, apesar de indicar um projeto perfeito, 
quaisquer alterações no fluxo iriam gerar uma brusca alteração no fator, logo, 
há uma contradição, pois o fator considerado ideal é sensível a mudanças, o 
tornando inviável para aplicação pela falta de confiabilidade. 
7 ANO HORIZONTE 
Foi destacado pela Connect a importância de se realizar uma análise 
para os problemas 20 anos depois do ano base, visto que tem a possibilidade 
dos problemas identificados na análise de problemas se tornarem mais graves, 
ou brandos, dependendo da análise das variáveis das regressões estimadas 
durante a caracterização. A forma coisa foi realizada essa análise pela 
Connect, seguiu o padrão de organização adotado na elaboração do plano, 
detalhando o que está sendo apresentado. Logo, para iniciar a análise para 20 
 
 
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anos após o tempo base, foi montada uma linha do tempo dos futuros 
empreendimentos e investimentos que serão feitos na cidade e que poderia 
gerar impactos na problemática identificada no ano base, o que é importante 
para observar como se dá a evolução da problemática já identificada. Cada um 
desses investimentos e empreendimentos foram analisados individualmente, 
destacando os impactos que irão gerar em Pontal, o que é de suma 
importância para que haja um planejamento adequado e a cidade não entre em 
colapso. 
7.1 Evolução da problemática 
Para a evolução da problemática, a empresa começou realizando a 
análise para os problemas de má distribuição de equipamentos escolares e de 
saúde, insuficiência de pavimentação adequada e insuficiência da estrutura 
que auxilia os deslocamentos não motorizados. De início, é considerado que 
não houve investimentos significativos para a resolução dos problemas 
apontados no levantamento de problemas até 20 anos após o ano base,e ao 
realizar a análise, foi determinado que os problemas não irão sofrer alterações, 
se mantendo o mesmo desde o ano base. A mesma consideração foi realizada 
para o problema de grandes distâncias de deslocamentos por meios não 
motorizados e foi considerado que os problemas de ocorrência de 
congestionamentos e tempo de viagem mais longo sofreram um agravamento. 
Apesar das análises realizadas, a empresa só mostrou um lado da 
evolução da problemática, a de que não haveria investimentos para a solução 
dos problemas, não considerando se houvesse tais investimentos e uma 
melhoria como consequência, então, tendo em vista tal consideração, a análise 
realizada pela Connect para 20 anos depois do ano base se torna incompleta, 
visto que a cidade também poderia passar por melhorias, e ter uma outra visão 
acerca da problemática nesses 20 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
8 ALTERNATIVAS ABORDADAS 
Após a realização do diagnóstico, e a análise para duas décadas depois do 
ano base, a Connect Engenharia propôs alternativas a serem implementadas 
para a resolução das problemáticas identificadas, que tem tamanha 
importância para se alcançar a situação ideal proposta para Pontal. Para tal 
análise das alternativas propostas, foi realizada uma análise de custo-benefício 
para cada uma dessas alternativas, sendo o custo analisado mediante valores 
aproximados e padronizados do mercado atual, e os benefícios que a aplicação 
de tal alternativa proporciona. A empresa se preocupou em realizar essa 
análise para determinar a hierarquização das melhores alternativas, aquelas 
que apresentarem os melhores custo-benefício. Tal medo adotado pela 
empresa para a análise das alternativas é de extrema relevância para que não 
haja um gasto excessivo para resolução de um problema que não trará muitos 
benefícios, e realizando isso de forma clara e concisa. 
 
 
 Construção de uma unidade básica de saúde e educação na zona 7 
Contempla a má distribuição e carência de unidades de saúde e educação. 
O fato de a construção ser na zona 7, facilita o uso por parte de habitantes 
tanto dessa zona quanto das zonas 2, 5 e 6, pela pouca distância. Deve-se 
lembrar também que é uma zona com baixo número de viagens, por exemplo, 
o que é importante quando se trata de locomoção, diminuindo assim chances 
de congestionamentos. Em relação a valores, está numa média satisfatória 
para a ocasião. 
 
 Construção de escola ou creche na zona 5 
Também contemplando a educação, porém dessa vez a básica, é uma 
proposta válida tendo em vista que beneficia outras cinco zonas (1, 2, 4, 6 e 7) 
além de si. O valor da construção é significativamente pequeno, se tratando da 
importância da obra. 
 
 Análise do transporte público 
É certo afirmar que o uso do transporte coletivo é muito mais sustentável do 
que o uso de transportes particulares, cisto o número de usuários de cada um. 
 
 
20 
 
Além desse fato, a diminuição de veículos nas vias, melhorando a mobilidade e 
por consequência uma menor probabilidade de acidentes. Pode-se citar 
também o fato de haver muitas pessoas que não contam com veículos 
motorizados, o que a longas distâncias, facilita o deslocamento dessa parte da 
população. O custo disso é viável levando em consideração a tarifa do ônibus, 
por exemplo, ajudando a arcar com as despesas intrínsecas ao veículo, além 
da construção e manutenção adequada das vias. 
 
 Ampliação da capacidade das vias 
Nesse ponto, um sistema misto de vias (asfaltadas e intertravadas) é válido 
para Pontal, sabendo dos pontos positivos do piso intertravado e da velocidade 
conferida pelo asfaltado. Além da qualidade é importante ressaltar possíveis 
alargamentos para evitar os congestionamentos ocasionados por grandes 
tráfegos em determinadas regiões. Apesar do alto investimento e retorno quase 
nulo, é extremamente necessário para uma cidade desenvolvida ter uma boa 
malha viária. 
 
 Implementação de ciclo faixas 
É alternativa para a o grande número de veículos não motorizados 
existentes no município. Visa sustentabilidade e ajuda aos motoristas de 
veículos motorizados a conduzir com um maior cuidado. O valor de 
investimento é justo para a importância da ação adotada. 
 
 Avaliação do sistema de transporte público 
As mudanças feitas foram boas tendo em vista a abrangência das linhas, 
que, no novo formato, foi melhorada à disposição dos ônibus pelo município. 
 
 Implantação do Connect APP 
A implantação do aplicativo visa compartilhamento de viagens e 
consequentemente a diminuição da frota de veículos, logo outro ponto positivo 
subsequente é a sustentabilidade, menor poluição jogada na atmosfera pela 
queima do combustível. 
 
 Implantação da Multa Positiva 
 
 
21 
 
A ideia de uma multa para mudar os hábitos da população não se 
encaixa no cenário ideal para o município de Pontal. Pois seria uma 
cobrança muito alta para os pontalenses, além de que essa multa é 
utilizada principalmente em países de primeiro mundo como Cingapura e 
Coreia do Sul, circunstância bem diferente da realidade da população 
brasileira. Nessa situação a melhor solução pode ser o incentivo a 
implantação e utilização do transporte público com tarifas com um custo 
benefício que atraiam mais usuários e que diminuam o fluxo de veículos nos 
horários de pico. 
 
 
 
 
 
9 CONCLUSÃO 
 Portanto, após uma análise detalhada no plano de mobilidade do 
município de Pontal do Ceará feito pela Connect Engenharia, é possível 
concluir que no geral foi realizado uma boa análise da identificação, 
caracterização e diagnóstico dos problemas do local. Além disso, um ponto 
bastante positivo foi uma boa exposição e explicação dos indicadores, variáveis 
e métodos de coleta utilizados. Porém, alguns pontos não foram bem 
esclarecidos, como por exemplo, a determinação do ano base, que foi 
determinado em alguns tópicos como 2018 e outros como 2019, ou a utilização 
do modelo gravitacional para um longo período de tempo. Ademais, a empresa 
apresentou uma ótima abordagem para o problema, com soluções dentro da 
proposta da problemática, e também demonstrando uma preocupação acerca 
do bem estar dos cidadãos que residem no município de Pontal, dando 
destaque para aqueles que se utilizam meios não motorizados para se 
locomover em longas distâncias por vias não pavimentadas, além de propor 
saídas compatíveis com desejo de evolução da região.

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