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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES DISCIPLINA DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES JOSÉ LEONARDO CAVALCANTE DA PENHA - 414976 JEFFERSON DOS SANTOS TEXEIRA - 428174 RAISSA DE PAIVA PALHANO - 422365 ANÁLISE TÉCNICA SOBRE O PLANO DE MOBILIDADE DO MUNICÍPIO DE PONTAL DO CEARÁ REALIZADO PELA CONNECT ENGENHARIA FORTALEZA 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3 2 OBJETIVOS....................................................................................................... 4 2.1 Objetivos gerais.................................................................................................. 4 2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 4 3 CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA.......................................... 4 3.1 Uso e ocupação do solo....................................................................................... 5 3.2 Contextualização de demanda.......................................................................... 5 3.3 Identificação dos atores..................................................................................... 6 4 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS........................................................ 6 4.1 Árvore de problemas.......................................................................................... 9 5 CARACTERIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA.............................................. 9 5.1 Coleta de dados................................................................................................... 12 5.1 Distribuição de viagens...................................................................................... 13 6 DIAGNÓSTICO................................................................................................. 13 7 ANO HORIZONTE........................................................................................... 17 7.1 Evolução da problemática................................................................................. 18 8 ALTERNATIVAS ABORDADAS..................................................................... 19 9 CONCLUSÃO.................................................................................................... 21 3 1 INTRODUÇÃO O relatório técnico discorrido posteriormente trata-se de uma releitura, de análise crítica, sobre a problemática apresentada com o título de Plano de Mobilidade Urbana de Pontal do Ceará, consistindo de um instrumento de compreensão de identificação, caracterização e diagnóstico do crescimento do município concomitante ao seu desenvolvimento, com a intenção de minimizar ou extinguir possíveis problemas num plano de vinte anos subsequentes. Para versar tal problemática, a Connect Engenharia disponibilizou por meio do edital IPUP/PMPC Nº 01/2019 uma proposta de mobilidade para a cidade de Pontal de aproximadamente 47.211 habitantes, cujas residências são em sua maioria urbanas e as principais atividades econômicas da região são a pesca, a agricultura, o turismo e o porto da cidade. Tal proposta se aplica devido a finalidade de expansão, idealizada a partir do notado aumento populacional e, também, de investimentos, principalmente nas ações portuárias/ industriais. O plano referido, caso bem caracterizado, diagnosticado e realmente resolvido, condiciona uma sensação de contentamento pelo bom planejamento e otimização do uso das verbas públicas que serão revestidas em prol do bem comum, além de uma boa qualidade de vida dos Pontalenses ao passo que o crescimento será dentro de uma margem previamente estudada e instaurada. 4 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Analisar sob visão crítica o Plano de Mobilidade Urbana de Pontal do Ceará e elaborar um relatório a fim de julgar, com um parecer técnico, a metodologia utilizada. 2.2 Objetivos Específicos Avaliação da contextualização socioeconômica apresentada; Averiguação do tópico identificação de problemas; Crivo da caracterização de problemas, indicadores, variáveis e coleta; Vistoria do diagnóstico da problemática; Parecer sobre as alternativas elaboradas. 3 CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA A abordagem utilizada para contextualizar os aspectos da população pontalense foram divididos de maneira a facilitar a compreensão e abranger o máximo de informações possíveis. O estudo inicia ilustrando o cenário atual da cidade de Pontal, de maneira sucinta, apresentando elementos como: a capacidade de desenvolvimento socioeconômico do local, os investimentos no campo laboral, uma visão de modernidade que a cidade procura alcançar, visto que sua base econômica é voltada à pesca e agricultura. Além disso, nota-se a preocupação com os detalhes, já que o uso de mapas é bem recorrente e sua utilização facilita o entendimento de vários dados apresentados. O texto desenvolve-se mostrando o município de Pontal de várias referências, primeiramente por zonas, utilizado principalmente para averiguar os locais onde há zonas de preservação, zonas de orla e zonas de ocupação. Depois disso, é destacado os empreendimentos da cidade e suas poucas alternativas de acesso, logo após, é evidenciado também a situação das vias, um dos problemas que podem causar a falhas na mobilidade urbana do local. Em seguida, o plano aborda os aspectos socioeconômicos de forma clara e apontando dados referentes a quantidade de população urbana e rural, 5 faixa etária e categoria de empregos da região. Além de analisar também as divisões espaciais da população dentro do município, destacando os bairros de maior densidade demográfica, a quantidade de leitos de hospitais em cada bairro e a renda média dos domicílios. A união dessas informações são muito importantes para aferir os problemas de mobilidade urbana da região, haja vista que se um bairro apresenta uma quantidade maior de leitos de hospitais, moradores de outros locais terão que se deslocar longas distâncias para receber um tratamento médico, ou caso uma zona apresente uma concentração maior de renda, pode haver uma produção mais concentrada de viagens nessas áreas, pois se há um maior poder aquisitivo, tem uma possibilidade mais elevada de existir mais de um veículo por residência. De maneira geral isso tudo é levado em conta na identificação e caracterização da problemática da cidade. 3.1 Uso e ocupação do solo O uso do solo pode ser entendido como sendo a forma pela qual o espaço geográfico está sendo ocupado pelo ser humano e suas atividades nele e no texto esses aspectos são voltados principalmente para as atrações de viagens oferecidos pelas zonas, entre esses motivos podemos citar: as áreas institucionais, áreas comerciais, áreas industriais e quantidade de domicílio por zona. E com a análise do uso e ocupação do município podemos identificar algumas características importantes do local, bem como prever as possibilidades de atração e produção de viagens. Além disso, é sabido que esses dados são muito importantes para identificar, caracterizar e diagnosticar problemas de trânsito urbano, pois eles também são parâmetros que podem indicar o possível crescimento da cidade. 3.2 Contextualização de demanda A aplicação dessa análise pode aferir principalmente a identificação dos problemas sofridos com o uso de transporte da cidade de Pontal, onde não há transporte público, porém existe grandes distâncias geográficas. É extremamente importante contextualizar a demanda em cada área para identificar e solucionar problemas, entendendo o deslocamento da cidade, 6 pode verificar onde pode ocorrer congestionamento e entender suascausas. Ademais, o plano traça um resumo separado de cada zona, trazendo informações de atração de viagem, potencial de crescimento, entre outros, tal fato torna a análise mais completa e detalhada e facilita processos futuros. 3.3 Identificação dos atores Os atores são os indivíduos que influenciam o sistema estudado ou recebem direta ou indiretamente sua influência, portanto, é necessário identificá-los para analisar como os participantes percebem os problemas existentes. No caso do plano apresentado, a Connect resolveu separar em dois grupos para observar melhor a situação encontrada em Pontal, os motorizados e os não motorizados. Com essa divisão, eles separam as pessoas em os que utilizam moto ou carro para se deslocar e os que locomovem a pé ou de bicicleta. A utilização desses atores é de grande utilidade e engloba os participantes do sistema de transporte do local. 4 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS Para realizar o levantamento de problemas, no âmbito de mobilidade urbana, em Pontal do Ceará, foi levado em conta aspectos já destacado antes, na contextualização, como os dados obtidos para cada zona e as características que essas zonas possuem. Com isso, é demonstrada a importância de se fazer um reconhecimento da situação, pois com a análise de cada zona, os seguintes problemas foram encontrados: Não possui pavimentação adequada Baseado na análise da situação que se encontram as vias, que foi um dos pontos abordados na contextualização, foi identificado que a maioria das vias não possui pavimentação, apontando isso como um problema que ocorre em todas as zonas de Pontal. Além disso, a análise realizada pela empresa define um ponto relevante para a identificação da problemática, o impacto que o problema traz, que essa adversidade causa dificuldades de locomoção segura por tais vias, tanto para locomoção por meios motorizados, dando destaque para os carros e caminhões de grande porte, quanto para meios não 7 motorizados, dando destaque para as bicicletas, devido a sua fragilidade comparada a outros meios, e apontando que essa dificuldade contribui para a desestimulação e enfrentamento de problemas de locomoção pelo município. A Connect destacou também que a falta de transporte público e o não acesso a um meio motorizado, dois fatores importantes para ser considerado no problema em questão, fazem com que os moradores optem pela utilização de meios não motorizados, que foi apontado pela empresa como um dos grandes problemas enfrentados pela cidade. Grandes congestionamentos e possíveis aglomerações no entorno É importante ressaltar que a empresa baseou suas análises em pontos que foram abordados na contextualização, notando a importância de fazer a sondagem detalhada sobre o cenário encontrado na cidade. Diante disso, a identificação do problema foi realizada pela análise da divisão espacial de Pontal e características das zonas, destacando a zona 2, que possui a maior ofertas de serviço, por ser a Região Central, é observado que há uma grande fluxo em torno dessa região, devido a grande migração de residentes das zonas vizinhas para a zona 2, em busca de tais serviços ofertados. Tomando como análise tais fatos, foi determinado que por conta dessa busca muito grande pelos serviços, é fator causante de uma desorganização e congestionamentos na área. Vale salientar que há sempre uma preocupação com os atores do sistema, visto que a empresa destaca a falta de segurança de veículos não motorizados nesse ambiente, por conta da desorganização e o não cumprimento das leis de trânsito. Atividades concentradas em uma única zona Novamente, o problema foi identificado a partir da análise das características de cada zona e dados obtidos na contextualização, dessa vez, sendo observado a divisão espacial de atividades e estruturas. Ao realizar a análise, foi observado que houve uma concentração dessas atividades estruturas em determinadas zonas, e levando em conta as consequências sofridas pelos atores, foi apontado que os moradores que vivem em zonas mais distantes são obrigados a realizarem grandes deslocamentos. É 8 importante observar que a Connect busca apontar a gravidade dos problemas mostrando como o problema afeta aos usuários de meios não motorizados, grande maioria, que devem realizar grandes trajetos com a limitação imposta por esse meio de transporte não motorizado. Planejamento e infraestrutura ineficiente para veículos não motorizados Na contextualização, foi realizada uma exposição dos estados das vias, o que foi importante para a análise da problemática por situar um fator a ser analisado para a problemática, sendo observado que a maioria das vias não contam com pavimentação e somente as vias pavimentadas possuem passeios adequados. Isso influenciou na análise realizada pela empresa, que determinou esse problema como uma falta de planejamento da infraestrutura para a cidade. Nota-se que há novamente uma preocupação com os usuários de transportes não motorizados, sendo destacados os usuários de bicicletas, já que as vias de Pontal não contam com ciclo faixas, apontando isso como um fator causador de insegurança para os ciclistas, que são obrigados a dividir espaço com veículos de porte maior. Grandes distâncias percorridas a pé e por veículos não motorizados Analisando a divisão espacial feita na contextualização, foi identificado esse problema, para qual a Connect realizou uma conexão entre o problema identificado, de que se percorrem grandes distâncias a pé e por veículos não motorizados, com a concentração de atividades em determinadas zonas. E de fato, há uma correlação entre os problemas, já que há uma grande distância entres as zonas de partida para as zonas em que há a concentração de atividades, e como foi destacado, também há a ausência de meios de transporte alternativos, logo, o deslocamento deve ser realizado a pé ou por meios de transporte não motorizados, um fator muito importante, visto que está correlacionado com mais de um dos problemas identificados, que recebe destaque por parte da empresa. 9 Número significativo de transportes motorizados em zonas específicas Para a determinação desse problema, foi realizada uma análise dos fatores socioeconômicos expostos na contextualização, seguindo o padrão adotado, e foi perceptível que há uma concentração de renda em determinadas áreas, ao qual foi considerada que pessoas que possuem tal renda são mais propensas a possuírem veículos motorizados, devido ao seu poder aquisitivo, porém, a empresa não apresentou uma divisão espacial por número de veículos, o que seria um fator mais significativo para a definição da problemática, visto que seria uma determinação mais exata. 4.1 Árvore de problemas Para a construção da árvore de problemas, a empresa buscou ter uma melhor visão da problemática identificada, destacando que os problemas apresentados necessitam de uma caracterização, diagnóstico e posteriormente de um prognóstico. A Connect também tomou como necessário determinar uma a sequência de problemas, um leva ao outro, se interligando, até se chegar ao problema principal, que foi definido como mobilidade comprometida. Tendo em vista esses critérios para análise, foi montada a árvore de problemas, de forma sucinta. 5 CARACTERIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA Na caracterização dos problemas é importante lembrar que a partir das apresentação e percepção dos atores através de dados, tem que ser possível expressar os problemas encontrados, utilizando suas características. Com isso, procura-se buscar o mais próximo da situação real do local estudado. Primeiramente, a Connect engenharia apresenta sua proposta para caracterizar a problemática, dispondo de indicadores e variáveis usados como parâmetro da análise do cenário atual e uma projeção do futuro(20 anos), onde é possível ter uma noção do se o problema agravou, permaneceu igual ou diminuiu. O plano inicia com a proposição de indicadores e variáveis para analisar o problema mais detalhadamente. As variáveis entram com a função de 10 representar os valores quantitativos dos indicadores, que por sua vez são os fatores que serão analisados. No plano, a equipe apresentou os seguintes pontos: Problema: Má distribuição de renda entre as zonas. Indicador: Renda per capta (renda média domiciliar*domicílios/ /número de hab); Variável: Renda per capta em cada uma das zonas. Problema: Má Distribuição de equipamentos escolares e de saúde. Indicador: Tempo da zona domiciliar até o equipamento; Variável: Minutos. Problema: Insuficiência de pavimentação adequada. Indicador: Vias asfaltadas/total de vias*100; Vias não pavimentadas/total de vias*100 e Vias de bloco intertravado/total de vias*100; Variável: Porcentagens encontradas para cada um dos indicadores. Problema: Grandes distâncias de deslocamentos por meios não motorizados. Indicador: Km; Variável: Distâncias percorridas. 11 Problema: Insuficiência da estrutura que auxilia os deslocamentos não motorizados. Indicador: Vias asfaltadas/total de vias*100; Vias não pavimentadas/total de vias*100; Vias de bloco intertravado/total de vias*100 e Número de Ciclofaixas/total de vias*100 Variável: Porcentagens encontradas para cada um dos indicadores. Problema: Número significativo de transportes motorizados em zonas específicas. Indicador: Percentual de transportes motorizados por zona; Variável: Número de carros e motos por zonas. Problema: Ocorrência de congestionamento. Indicador: Veículos/tempo; Variável: Quantidade de veículos que passam por cada uma das vias analisadas. Problema: Tempo de viagem mais longo. Indicador: Minuto; Variável: Tempo necessário para que ocorra a viagem. Então a cada problema apresentado é colocado um indicador e uma variável que possa mensurar de maneira correta essa mazela, logo após, ainda há uma explicação do porquê da utilização de cada indicador e sua relevância 12 para entender o problema em questão. Essa maneira de expor os indicadores facilita o entendimento posterior e torna o estudo bem mais conciso, além de evidenciar os critérios de seleção dos indicadores e variáveis, ponto importante para o processo de caracterização da problemática. 5.1 Coleta de dados Para esse processo foi utilizado os dados de censo e dados de viagens com algumas alterações e ajustes por conta da diferença de anos de cada um. Logo em seguida, foi dada uma explicação de como iria ocorrer esse procedimento. Através de análises de correlações e usando regressões para ter uma boa calibração e simular as situações de geração de viagens. Diante disso, as variáveis escolhidas foram nomeadas em X1, X2 ... Xn, para cada situação de viagens, seja produção ou atração, e analisado a correlação de cada uma em relação a Y(geração), além de expor o nível de confiança do método utilizado (95%). Para a determinação foi empregado índices como o R² (um parâmetro que indica a regressão que mostra a relação entre as variáveis, quanto mais próximo de 1 melhor), F (se < 0,05 indica que a regressão é representativa com as variáveis indicadas) e o valor-P (quanto mais próximo de 0 indica que os coeficientes encontrados para a regressão estão bem indicados). Na coleta foi buscado dados de crescimento populacional, matrículas escolares, leitos hospitalares, número de empregos , variação de renda per capita, produção de viagem por motivo de trabalho, atração por motivo de trabalho, atração por motivo de estudo e produção e atração por outros motivos, sendo esse último estudado pelo método do fator de expansão, pois não foi possível através de correlação de variáveis e regressão linear. Todos esses dados tiveram seus procedimentos e cálculos de ajustes bem explicados no plano, tomando cuidado para um fator extremamente importante: ser ou não ser representativo. Outro ponto relevante foi a projeção de produção e atração de viagem, que teve que passar por um fator de correção, haja vista que para haver um equilíbrio os números de produção e atração devem ser iguais, porém no 13 estudo a atração superou a produção. sendo assim, para encontrar esse fator foi feito uma divisão do maior pelo menor valor e logo após o resultado deve ser multiplicado pelo valor do menor para igualar os valores. 5.2 Distribuição das viagens A Connect Engenharia utilizou o modelo gravitacional para a análise de distribuição de viagens, com a justificativa de como não havia uma pesquisa OD detalhada e para a análise de prospecções futuras é essencial para analisar variações muito significativas. Porém apesar desse modelo ser uma ótima forma de entender a distribuição de viagens, ele apresenta algumas desvantagens que podem trazer problemas para o plano de mobilidade de Pontal, pois, para um resultado satisfatório é necessário muitos ajustes e manipulações, além disso, não há garantia de que os fatores socioeconômicos e os relacionados ao tempo de viagem serão válidos no futuro. 6 DIAGNÓSTICO Para realizar o diagnóstico da problemática, a empresa seguiu mantendo um padrão de organização adotado previamente, com detalhamento e explicação do que se foi realizado na análise feita pela mesma. Para a elaboração de um diagnóstico, a Connect determinou que deveria ser estimado parâmetro de uma possível situação desejada, para que fosse possível realizar a comparação da situação ideal com a situação atual, e assim, realizar de forma clara e detalhada a análise da problemática. E sendo assim, foi montada uma tabela elencando os problemas identificados, os indicadores determinados para esses problemas, e os parâmetros de uma situação ideal proposta, que é de extrema importância para realizar as comparações entres as situações ideal e desejada, além do delta (situação ideal – situação atual). Sendo importante ressaltar, que a empresa realizou algumas considerações, como o fato de não poder haver um diagnóstico para o problema de má distribuição de renda, visto que esse não é um problema de mobilidade, e o uso de um programa para dividir as vias por trechos, que impossibilitaria o uso do indicador de tempo, então foi necessário haver a troca 14 de tempo por distância, além da correlação dos problemas de concentração de transportes motorizados com congestionamentos, antes de se realizar o diagnóstico para cada problema identificado, situando o leitor acerca do que será realizado. Problema 2 - Má distribuição de equipamentos escolares e de saúde Para o diagnóstico do problema da má distribuição de equipamentos escolares e de saúde, foi realizado uma análise da divisão desses serviços por zonas, realizada na contextualização, e foi apontado que há uma má distribuição desses serviços. Para permitir uma melhor visualização, foi montada uma tabela, mostrando as zonas que possuem tais serviços. Após fazer essa análise, foi determinado pela Connect que é necessário haver uma análise da distância das zonas de partidas (zonas que não possuem esses serviços), para as zonas que possuem equipamentos escolares e de saúde, isso ajuda a entender se isso é, ou não, um problema grave, visto que se houver muitas zonas de partida com distâncias muito grandes é um problema sério. Para isso, foi montada outra tabela para organizar essas distâncias, destacando que a distância entre uma zona para ela mesma é de 0 km, unidade adotada para a análise. Em seguida, se baseando no “Estudo sobre a localização de unidades básicas de saúde na cidade de Sorocaba”, foi determinado que o parâmetro de distância ideal de uma zona de partida para uma zona que possuem esses equipamentos é menor ou igual a5 km. Como foi um parâmetro determinado a partir de um outro estudo, têm um grau de confiabilidade para a análise realizada pela Connect. Realizando a análise, foi diagnosticado que um grande número de zonas possui uma distância superior a 5 km para esses serviços, concluindo, de forma clara e sucinta, o diagnóstico para o problema. Problemas 3 e 5 - Insuficiência da pavimentação adequada e insuficiência da estrutura que auxilia os deslocamentos não motorizados 15 Visto os problemas que vias não pavimentadas trazem, a Connect determinou que o não é recomendado que a cidade ainda conte com as vias não pavimentadas, e tomou como parâmetro que se deve ter uma porcentagem de 0% nas vias não pavimentadas, um parâmetro ideal para ser adotado para uma cidade em desenvolvimento. Para organizar a análise, foi montada duas tabelas, uma com os quilômetros e outra com o percentual de vias pavimentadas, com blocos intertravados e vias não pavimentadas. Logo, o problema foi evidenciado pela porcentagem de vias não pavimentadas, que foi de 40%. Para se ter uma dimensão maior do problema, a empresa tomou como necessário verificar a quantidade de pessoas que realiza o seu deslocamento por essas vias, visto que a verificação traz uma dimensão mais aprofundada do problema em questão. Para realizar essa análise, foi definido como parâmetro que até 8% das viagens realizadas com meios de transporte motorizados por vias não pavimentadas seria considerado um problema não grave, entre 8% e 10% um problema para ser analisado, visto que poderia causar problemas no futuro, e acima de 10% um problema gravíssimo, parâmetro consideráveis, visto que é considerado o uso de transporte motorizado. Depois de realizada a análise, se determinou que o problema é gravíssimo, devido a alta porcentagem, de 20% das viagens ocorrem por trechos não pavimentados em horário de pico. Buscando ainda mais uma profundidade do problema, foi analisado também a porcentagem de viagens realizadas com meios de transporte não motorizados por vias não pavimentadas. Com isso, foi definido como parâmetro que a porcentagem de viagens até 5% não seria considerado um problema grave, de 5% a 7% seria um problema a ser observado, e superior a 7% seria considerado um problema gravíssimo. Ao realizar a análise, foi determinado que é um problema gravíssimo, com a porcentagem e viagens por vias não pavimentadas utilizando veículos não motorizados de 39%, um número considerado pela Connect como alarmante. Tendo em vista os indicadores adotados para a análise, e as porcentagens obtidas no diagnóstico do problema, é possível perceber a discrepância entre o real e o ideal, o que foi considerado pela empresa como 16 um fator preocupante, como de fato é, pois há uma evidência de um problema grave dentro dos parâmetros estabelecidos. Vale ressaltar que a empresa demonstra preocupação com quem realiza o deslocamento por meios não motorizados, como os usuários de bicicleta, destacando que a cidade não possui nenhuma ciclovia, salientando ainda que a maioria das viagens são realizadas por vias não pavimentadas, considerando um agravante do problema. Problema 4 - Grandes distâncias de deslocamento por meios não motorizados Para se diagnosticar o problema de grandes distâncias de deslocamento por meios não motorizados, foi determinado que era necessário fazer a análise das matrizes de distância de cada zona OD, e também foram feitas algumas considerações de que não seria necessário realizar alterações na matriz, buscando esclarecer o processo realizado, pois o indicador analisado é dado em percentual. Não sendo especificado uma base, a Connect definiu como parâmetro que as viagens com distâncias abaixo de 5 km foram realizadas a pé, e acima de 5 km por bicicleta. Não houve uma explicação por parte da empresa sobre o motivo de ter sido determinado esse valor para o parâmetro, e também não foi dito se foi considerado o mesmo parâmetro de distância que foi considerado para o problema 2, gerando dúvidas de como foi obtido tal valor para o parâmetro de distância. Em seguida, foi realizada a análise dos dados, e foi percebido que das viagens realizada a pé, apenas 11% são realizadas para distâncias abaixo de 1,3 km, os outros 89% realizam viagens a pé por uma distância superior a 1,3 km, distância ideal definida. Também foi realizada a análise para distâncias percorridas por bicicletas, e foi percebido que 15% das viagens de bicicleta são abaixo de 9,5 km, e os outros 85% são acima de 9,5 km, distância definida como ideal. Após realizar essa análise, a empresa dá ênfase ao fato de que esse problema ser tratado como urgente, já que as porcentagens de pessoas que se 17 deslocam por grandes distâncias utilizando meios não motorizados deu um valor superior ao ideal, concluindo a análise de forma clara e sucinta. Problema 6 e 7 - Número significativo de transporte motorizado em zonas específicas e ocorrência de congestionamento O diagnóstico realizado para os problemas de número significativo de transportes em zonas específicas e a ocorrência de congestionamentos, foi analisado de forma breve. Para a análise, foi destacada duas imagens, sendo uma delas a representação das vias do município, mencionando que as cores laranja e vermelha indicam congestionamentos significativos. A empresa determinou como o parâmetro de análise um fator denominado V/C, que relaciona o fluxo com a capacidade da via, que foi tido como valor ideal 1, acima disso, é indicado que a via receberá a cor laranja, que indica número significativo de congestionamento. Também foi considerado que os valores 125, 250 e 500 veículos por horas, para as vias não pavimentadas, vias de blocos intertravados, e vias pavimentadas, respectivamente. Não foi explicado pela empresa o porquê de ser adotado esses valores para as determinadas vias, tornando o diagnóstico para esse problema difícil de se compreender. A Connect concluiu o diagnóstico do problema considerando o fator V/C igual a 1 como um valor arriscado, apesar de indicar um projeto perfeito, quaisquer alterações no fluxo iriam gerar uma brusca alteração no fator, logo, há uma contradição, pois o fator considerado ideal é sensível a mudanças, o tornando inviável para aplicação pela falta de confiabilidade. 7 ANO HORIZONTE Foi destacado pela Connect a importância de se realizar uma análise para os problemas 20 anos depois do ano base, visto que tem a possibilidade dos problemas identificados na análise de problemas se tornarem mais graves, ou brandos, dependendo da análise das variáveis das regressões estimadas durante a caracterização. A forma coisa foi realizada essa análise pela Connect, seguiu o padrão de organização adotado na elaboração do plano, detalhando o que está sendo apresentado. Logo, para iniciar a análise para 20 18 anos após o tempo base, foi montada uma linha do tempo dos futuros empreendimentos e investimentos que serão feitos na cidade e que poderia gerar impactos na problemática identificada no ano base, o que é importante para observar como se dá a evolução da problemática já identificada. Cada um desses investimentos e empreendimentos foram analisados individualmente, destacando os impactos que irão gerar em Pontal, o que é de suma importância para que haja um planejamento adequado e a cidade não entre em colapso. 7.1 Evolução da problemática Para a evolução da problemática, a empresa começou realizando a análise para os problemas de má distribuição de equipamentos escolares e de saúde, insuficiência de pavimentação adequada e insuficiência da estrutura que auxilia os deslocamentos não motorizados. De início, é considerado que não houve investimentos significativos para a resolução dos problemas apontados no levantamento de problemas até 20 anos após o ano base,e ao realizar a análise, foi determinado que os problemas não irão sofrer alterações, se mantendo o mesmo desde o ano base. A mesma consideração foi realizada para o problema de grandes distâncias de deslocamentos por meios não motorizados e foi considerado que os problemas de ocorrência de congestionamentos e tempo de viagem mais longo sofreram um agravamento. Apesar das análises realizadas, a empresa só mostrou um lado da evolução da problemática, a de que não haveria investimentos para a solução dos problemas, não considerando se houvesse tais investimentos e uma melhoria como consequência, então, tendo em vista tal consideração, a análise realizada pela Connect para 20 anos depois do ano base se torna incompleta, visto que a cidade também poderia passar por melhorias, e ter uma outra visão acerca da problemática nesses 20 anos. 19 8 ALTERNATIVAS ABORDADAS Após a realização do diagnóstico, e a análise para duas décadas depois do ano base, a Connect Engenharia propôs alternativas a serem implementadas para a resolução das problemáticas identificadas, que tem tamanha importância para se alcançar a situação ideal proposta para Pontal. Para tal análise das alternativas propostas, foi realizada uma análise de custo-benefício para cada uma dessas alternativas, sendo o custo analisado mediante valores aproximados e padronizados do mercado atual, e os benefícios que a aplicação de tal alternativa proporciona. A empresa se preocupou em realizar essa análise para determinar a hierarquização das melhores alternativas, aquelas que apresentarem os melhores custo-benefício. Tal medo adotado pela empresa para a análise das alternativas é de extrema relevância para que não haja um gasto excessivo para resolução de um problema que não trará muitos benefícios, e realizando isso de forma clara e concisa. Construção de uma unidade básica de saúde e educação na zona 7 Contempla a má distribuição e carência de unidades de saúde e educação. O fato de a construção ser na zona 7, facilita o uso por parte de habitantes tanto dessa zona quanto das zonas 2, 5 e 6, pela pouca distância. Deve-se lembrar também que é uma zona com baixo número de viagens, por exemplo, o que é importante quando se trata de locomoção, diminuindo assim chances de congestionamentos. Em relação a valores, está numa média satisfatória para a ocasião. Construção de escola ou creche na zona 5 Também contemplando a educação, porém dessa vez a básica, é uma proposta válida tendo em vista que beneficia outras cinco zonas (1, 2, 4, 6 e 7) além de si. O valor da construção é significativamente pequeno, se tratando da importância da obra. Análise do transporte público É certo afirmar que o uso do transporte coletivo é muito mais sustentável do que o uso de transportes particulares, cisto o número de usuários de cada um. 20 Além desse fato, a diminuição de veículos nas vias, melhorando a mobilidade e por consequência uma menor probabilidade de acidentes. Pode-se citar também o fato de haver muitas pessoas que não contam com veículos motorizados, o que a longas distâncias, facilita o deslocamento dessa parte da população. O custo disso é viável levando em consideração a tarifa do ônibus, por exemplo, ajudando a arcar com as despesas intrínsecas ao veículo, além da construção e manutenção adequada das vias. Ampliação da capacidade das vias Nesse ponto, um sistema misto de vias (asfaltadas e intertravadas) é válido para Pontal, sabendo dos pontos positivos do piso intertravado e da velocidade conferida pelo asfaltado. Além da qualidade é importante ressaltar possíveis alargamentos para evitar os congestionamentos ocasionados por grandes tráfegos em determinadas regiões. Apesar do alto investimento e retorno quase nulo, é extremamente necessário para uma cidade desenvolvida ter uma boa malha viária. Implementação de ciclo faixas É alternativa para a o grande número de veículos não motorizados existentes no município. Visa sustentabilidade e ajuda aos motoristas de veículos motorizados a conduzir com um maior cuidado. O valor de investimento é justo para a importância da ação adotada. Avaliação do sistema de transporte público As mudanças feitas foram boas tendo em vista a abrangência das linhas, que, no novo formato, foi melhorada à disposição dos ônibus pelo município. Implantação do Connect APP A implantação do aplicativo visa compartilhamento de viagens e consequentemente a diminuição da frota de veículos, logo outro ponto positivo subsequente é a sustentabilidade, menor poluição jogada na atmosfera pela queima do combustível. Implantação da Multa Positiva 21 A ideia de uma multa para mudar os hábitos da população não se encaixa no cenário ideal para o município de Pontal. Pois seria uma cobrança muito alta para os pontalenses, além de que essa multa é utilizada principalmente em países de primeiro mundo como Cingapura e Coreia do Sul, circunstância bem diferente da realidade da população brasileira. Nessa situação a melhor solução pode ser o incentivo a implantação e utilização do transporte público com tarifas com um custo benefício que atraiam mais usuários e que diminuam o fluxo de veículos nos horários de pico. 9 CONCLUSÃO Portanto, após uma análise detalhada no plano de mobilidade do município de Pontal do Ceará feito pela Connect Engenharia, é possível concluir que no geral foi realizado uma boa análise da identificação, caracterização e diagnóstico dos problemas do local. Além disso, um ponto bastante positivo foi uma boa exposição e explicação dos indicadores, variáveis e métodos de coleta utilizados. Porém, alguns pontos não foram bem esclarecidos, como por exemplo, a determinação do ano base, que foi determinado em alguns tópicos como 2018 e outros como 2019, ou a utilização do modelo gravitacional para um longo período de tempo. Ademais, a empresa apresentou uma ótima abordagem para o problema, com soluções dentro da proposta da problemática, e também demonstrando uma preocupação acerca do bem estar dos cidadãos que residem no município de Pontal, dando destaque para aqueles que se utilizam meios não motorizados para se locomover em longas distâncias por vias não pavimentadas, além de propor saídas compatíveis com desejo de evolução da região.
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