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Seminário II Thiago

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO
MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Seminário II
Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário, Mandado de Segurança e Liminares
ALUNO: THIAGO LUIS BERNARDES
Agosto de 2018.
Questões
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa “exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos? (Vide anexo I a IV). 
O termo exigibilidade previsto no art. 151 do CTN tem a ver com a possibilidade do Fisco realizar os atos de cobrança.
Essa exigibilidade surge com a lavratura do auto de infração e imposição de multa.
A suspensão da exigibilidade, portanto, impede a cobrança do tributo e/ou da multa, posto que o Fisco fica impedido de realizar os atos de cobrança. Não há, todavia, impedimento para que o Fisco realize o lançamento, que deve ser feito no prazo de 05 (cinco) anos para evitar a decadência.
Suspensa a exigibilidade, o Fisco fica autorizado a realizar o lançamento, mas não pode realizar a inscrição na dívida ativa, bem como propor ação de execução fiscal.
2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa por desrespeito aos deveres instrumentais)? 
Nos termos previstos no art. 142 do CTN, o lançamento tem como objetivo constituir o crédito tributário e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Assim, o lançamento tem função dúplice, constituir o crédito tributário (obrigação principal) e propor a aplicação da penalidade cabível, ainda que materializada no mesmo documento, via de regra, auto de infração e imposição de multa.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário, via de regra, poderia tão somente impedir os atos de cobrança da obrigação principal, haja vista que a multa por desrespeito aos deveres instrumentais não se enquadra no conceito de crédito tributário, haja vista a existência de duas regras matrizes (uma para o tributo e outra para a aplicação da penalidade).
Esse entendimento tem suporte em Fabiana Tomé[footnoteRef:1], que assim estabelece: [1: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: AMPLITUDE E EFEITOS DE SUA SUSPENSÃO. ] 
Ademais, peca o art. 142 ao relacionar, como um dos objetos do lançamento, a propositura da aplicação de penalidade cabível. Com tal estipulação, coloca no mesmo plano o ato de aplicação da regra-matriz de incidência tributária e das normas sancionatórias pela ausência de pagamento do tributo e pelo descumprimento de deveres instrumentais. Explica Estevão Horvath9 que, desse modo, têm-se englobados, sob um
mesmo nome, dois atos distintos e inconfundíveis: o ato de lançamento propriamente dito e o ato de aplicação de sanção, normalmente denominado auto de infração, os quais, embora geralmente plasmados no mesmo documento, são realidades jurídicas diversas.
Contudo, na prática do Direito, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário acaba por congregar as multas por descumprimento de obrigação acessória ou deveres instrumentais, além da obrigação principal.
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas? (Vide anexo V ).
Entendo que sim. Isto porque o art. 146 da Constituição da República estabelece que compete à Lei Complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre crédito tributário, dentre outros.
Referida definição foi feita pelo Código Tributário Nacional que estabelece, no art. 151 as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, tanto que para ampliação das causas de suspensão, o legislador se utilizou de nova Lei Complementar, 104/2001, para incluir, por exemplo, o parcelamento como causa suspensiva da exigibilidade.
O entendimento por mim adotado tem suporte em Marcos Rogério Lyrio Pimenta, citado por Leandro Paulsen[footnoteRef:2], que estabelece: [2: PAULSEN, Leandro. Direito tributário : Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 17 ed. – Porto Alegre : Livraria do Advogado Editora; 2015, pag. 1.013.] 
... somente lei complementar, como o Código Tributário Nacional – veículo introdutor de normas gerais – pode dispor sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, dirigindo essa norma igualmente aos entes tributantes. Tanto é assim que o legislador, quando desejou aumentar o rol das causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário previstas no artigo 151... o fez expressamente através de lei complementar (LC nº 104/2001). ... o art. 141 do Código Tributário Nacional aponta para o caráter taxativo da enumeração do seu artigo 151, não admitindo, portanto, outros fatos suspensivos da exigibilidade do crédito tributário que não os disciplinados no sobredito dispositivo legal.
Ainda que o Anexo V nos leve à conclusão de que a consulta formulada antes do lançamento tenha o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário e de eventual multa imposta pelo ente fazendário, esta interpretação, a meu ver, encontra-se à margem do que dispõe a legislação tributária sobre o tema.
Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se: 
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, de dinheiro à fiança bancária e ao seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN? 
Não, posto que o disposto no §2º, do art. 835 do CPC/15 tem lugar na execução que tem regramento próprio. Quando o CPC equipara dinheiro à fiança bancária e ao seguro garantia, ele o faz como garantia à execução, ou seja, qualquer uma das formas acima apresentadas suspendem a execução e não o crédito tributário.
O mesmo aplica-se à execução fiscal, que tem o condão de suspender a execução quando da apresentação de garantia idônea, seja depósito em dinheiro, fiança bancária e/ou seguro garantia.
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? 
Entendo que sim, posto que pela força compulsória, mandamental das decisões judiciais e tendo em vista a previsão legal contida no inciso V, do art. 151 do CTN, as espécies de tutela provisória, seja de urgência, seja de evidência, antecedente ou incidental têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito tributário, pergunta-se: Trata-se de faculdade do contribuinte? Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e a prestação de caução? O levantamento do depósito judicial pelo contribuinte vincula-se ao êxito (com trânsito em julgado) da ação pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento do depósito? (Vide anexos VI). 
O depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória é faculdade do contribuinte, não havendo que se falar em autorização judicial para sua realização. Diz-se tratar de direito potestativo.
Há diferença entre o depósito judicial para fins do art. 151, II, que tem por consequência a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e a caução prestada para que o juiz defira o pedido liminar, este que terá o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Ambos têm o mesmo objetivo, suspender a exigibilidade, contudo o depósito judicial suspende “automaticamente” e a caução garante o juízo para que ele defira o pedido liminar que aí sim terá o condão de suspender a exigibilidade.
Entendo que o levantamento do depósito judicial pelo contribuinte está vinculado ao êxito da ação, posto que o depósito judicial se equipara a pagamento, enquanto não definido pelo judiciário que o tributo é ilegal ou inconstitucional.
Nesse sentido, somente se o contribuinte vencer é que poderá levantaro depósito, não havendo possibilidade de ele levantar estes valores no trâmite da ação.
Esta foi a conclusão que obtive a leitura da decisão colacionada no Anexo VI.
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como prevêm os arts. 294 e 311. Pergunta-se: 
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
As tutelas antecipadas e cautelares pertencem ao grupo das tutelas de urgência, cuja previsão encontra lugar no art. 294 do Código de Processo Civil. Por serem do mesmo grupo possuem os mesmos requisitos para sua concessão: (i) probabilidade do direito, (ii) perigo de dano e (iii) risco ao resultado útil do processo. Na tutela antecipada, após a sua concessão, o autor devera aditar a inicial confirmando o pedido de tutela em 15 dias e após o réu será citado para contestar. Na tutela cautelar o réu será citado para contestar em 05 dias e após o autor terá 30 dias para formular o pedido principal.
Entendo não ser possível a utilização a tutela provisória antecipada em Mandado de Segurança em razão de que neste meio processual, há expressa definição de quais meios disporão os litigantes para antecipar os efeitos de eventual decisão. 
 
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n. 12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
Entendo que não, dado que no Mandado de Segurança existe disposição específica na Lei nº 12.016/09, assim, aplica-se o primado de que a lei especial aplica-se em detrimento da lei geral quando há confluência entre elas.
7. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se: 
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (Vide anexo VII). 
Entendo que não, ainda que na regra geral o recebimento da Apelação tenha sido no duplo efeito, devolutivo e suspensivo e por isso teria o condão de suspender a decisão recorrida, há expressa previsão no art. 1.012, V, do Código de Processo Civil, que estabelece que a sentença começa a produzir efeitos imediatamente se referir-se a confirmação, concessão ou revogação de tutela provisória.
Ainda que o caso tenha sido de liminar em mandado de segurança, para fins de apelação, aplica-se o Código de Processo Civil, pelo que, não haveria que se falar em restauração dos efeitos da liminar “cassada” pela sentença de denegação da segurança pelo simples recebimento do Recurso de Apelação.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (Vide anexos VIII e IX)
Nos termos do § 2º, do art. 63, da Lei nº 9.430/96, após a cassação da liminar, o contribuinte tem o prazo de 30 (trinta) dias para recolhimento do tributo com incidência apenas de correção monetária, sem a incidência de multa.
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.  
Na hipótese da liminar ser concedida depois do vencimento do tributo, entendo que a multa incidirá durante o tempo em que o tributo esteve vencido até a data da concessão da liminar e, neste caso, deverá ser pago junto com o tributo, no prazo previsto no art. 63, § 2º, da Lei nº 9.430/96, acima mencionado.

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