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Sheila Prates – 93 Ortodontia I Mordida Cruzada Posterior Mordida cruzada posterior é quando um ou mais dentes ocupam posições anormais no sentido vestibulolingual/ transversal. A posição pode ser lingual ou vestibular com relação aos dentes antagonistas. A mordida cruzada é menor na dentição decídua, cresce na mista e volta quase ao mesmo patamar dos decíduos, ou seja, a mordia cruzada não se autocorrige, por isso precisa de intervenção assim que finalizar o diagnóstico. Tipos Lingual – dente superior está ocluindo pra lingual em relação ao dente inferior, ou seja, a maxila está mais estreita do que a mandíbula, podendo ser mais suave ou mais acentuada com cruzamento completo para lingual. É mais prevalente do que a mordida cruzada posterior vestibular. Vestibular – dente superior estão ocluindo para vestibular. Etiologia • Retenção prolongada de dente decíduo • Posicionamento da mão na face ao dormir • Sucção de chupeta e dedo • Fissuras lábio-palatais • Perda precoce de decíduos • Interposição de lingua A etilogia é multifatorial Retenção prolongada de dentes decíduos • Mudança na posição dos germes dos permanentes • Sequência de erupção inversa • Trajetória ectópica de erupção Discrepância óssea-dental – falta de espaço no arco e a miscigenação no Brasil é um fator relevante. Dicrepância esquelética ântero-posterio Max-Mand Maxila fica muito posterior a mandíbula, tanto na região anterior como na posterior. Muitas vezes a mordida cruzada posterior é relativa, ou seja, a maxila não é estreita, apenas há uma desarmonia ântero-posterio, que configura na mordida cruzada. Com os modelos de gesso, deve tentar ajustar as duas arcadas e se conseguir corrigir o problema ântero-posterior, significa que é uma mordida cruzada relativa, se não, é uma mordida cruzada verdadeira. Hábitos parafuncionais Succção de polegar – dorso do polegar em cima da lingua e digital no palato, com isso, a língua fica muito baixa e presa no assoalho bucal, deixando de exercer pressão nas paredes lateria do palato. Se a lingua não faz essa pressão, a bochecha faz, e consequentemente, a pressão lateral da bochecha, especificamente do m. bucinador, gera uma contração esquelética da maxila, acarretando em uma mordida cruzada posterior e anterior. Quebra do mecanismo do bucinador – língua está no assoalho e não pressiona a bochecha, causando um desequilíbrio dos músculos. Respiração bucal – hábito residual: com impedimentos respiratórios como rinites ou desvio de sépto. Quando o problema é tratado e a criança ainda continua respirando pela boca, mesmo não tendo mais nenhum problema, é um hábito e não dificuldade. Causa mordida aberta anterior e cruzada posterior. Fissuras lábio-palatinos • Cirurgias precoces – primeiras semanas de vida • Cicatrização – impedem o crescimento transversal e anterior da maxila • Hipodesenvolvimento Classificação • MCP Dentária • MCP Funcional – alteração muscular e desvio funcional da mandíbula e contato prematuro • MCP Esquelética – maxila é mais estreita no sentido transversal que a mandíbula Diagnóstico • Exame extraoral ✓ Deficiência zigomática ✓ Assimetria • Exame intraoral ✓ número de dentes envolvidos ✓ Alinhamento dental e rebordo vestibular ✓ Linhas medianas • Exame funcional ✓ Interferências oclusais ✓ Desvio fundional da mandíbula ✓ Alterações musculares e articulares No lado direito, o paciente apresenta uma mordida cruzada posterior e no lado esquerdo não. E ao verificar as linhas médias, a linha superior está muito desviada em relação a inferior sendo que a linha inferior está desviada para o sentido da mordida cruzada. Ao analisar o modelo de gesso e alinhar as linhas médias, é obervado que o paciente tem um desvio funcional da mandíbula, porque a mordida cruzada desapareceu do lado direito, mas há ainda a contração da maxila e a mordida está em topo nos dois lados. A mordida é de um lado só mas a correção tem que ser bilateral porque os dois lados estão contraídos. Também é possível analisar com radiografia frontal, póstero-anterior (PA) com traçados cefalométricos. A radiografia computadorizada Cone-Beam apresenta maiores detalhes e modelos digitais 3D também é material de análise. Mordida cruzada posterior dentária • Padrão de erupção defeituoso – ex: quando os dentes superiores posteriores inclinam com a coroa para a lingual • Inclinação incorreta de um ou mais dentes – no máximo 3 dentes • Não afeta o tamanho ou formato do osso basal Mordida cruzada posterior funcional • Manifesta-se unilateralmente (MIH) • Altemente prevalente • Desvio da mandíbula – contato prematuro do canino por exemplo • Não há alinhamento das linhas médias Tentar levar o paciente em Relação cêntrica → Linha média Em RC a mordida fica em topo bilateralmente na maioria dos casos. Em caso de dificuldade de encontrar a relação cêntrica: colocar 2 roletes de algodão na oclusal posterior do lado direito e esquerdo, pedi pro paciente morder e esperar entre 10 a 20min. Isso faz um relaxamento da musculatura facilitando o encontro da RC. Mordida cruzada posterior esquelética • Discrepência estrutural entre maxila e mandíbula, levando a uma desarmonia evidente na largura dos arcos • Pode estar associada a displasia no sentido ântero-posterior – classe III • Deficiência transversal da maxila • Aumento transversal da mandíbula associação Se a distância intermolar medir ≤ 30mm do ponto mais cervical da palatina → contração esquelética da maxila. Corrige com a expanção transversal da maxila. Maxila com ≤ 30mm de distância é considerada ATRÉSICA/HIPOPLÁSICA. Tratamento MCP DENTÁRIA 1. Elásticos intermaxilares 2. Aparelhos removíveis ✓ Com mola (s) ✓ Com parafuso expansor 3. Outros aparelhos ✓ Barra transpalatina ✓ Quadri-hélice e similares Elásticos intermaxilares • Quando o dente antagônico também está fora de posição • 1 ou 2 dentes cruzados No caso do dente posterior posicionado para lingual: coloca uma banda na palatina do dente superior e uma na vestibular do inferior, insere um elástico unindo entre os dois dente. O dente superior se desloca para vestibular e o inferior, para a lingual, causando extrusão dos dois dente. O movimento é recíproco. Ideal para tratar no momento de irrompimento dos molares, aos 6-7 anos de idade. Em casos em que só o superior está inclinado para lingual, deve-se criar um sistema de ancoragem para o dente inferior para que o efeito não ocorra e vice-versa. Pode ser usar o Botão de Nance no dente superior como ancoragem. Aparelhos removíveis com molas ou parafusos As molas são inseridas no acrílico e vão sendo ativadas e os dente se movimentam para vestibular, corrigindo a mordida cruzada posterior dentária. Aparelho removível com splint oclusal com parafuso localizado ao meio da maxila que vai sendo ativado e afastando os dentes para a vestibular. Ativação • Ativação do aparelho na consulta seguinte • 1 ou 2 quartos de volta por consulta • Avaliar a colaboração (uso) • Tratamento aproximada de 12 meses MCP FUNCIONAL 1. Aparelhos removíveis ✓ Com expansor encapsulado ✓ Com parafuso expansor ✓ Com mola Coffin 2. Aparelhos fixos ✓ Arco em W de Porter ✓ Bi-hélice ✓ Quadri-hélice 3. Ajustes oclusais – pode usar um disjuntor de Haas Quanto + fio incorpora no aparelho → mais suave e mais fisiológico é a força, sendo melhor para os dentes. ➔ Disjuntor de Haas – é mais agressivo mas expande de maneira satisfatória a maxila. Pode-se ativar com intervalor mais espaçados e não precisa da colaboração do paciente. MCP ESQUELÉTICA 1. Disjuntores palatais ✓ Haas ✓ Jyrax ✓ McNamara ✓ Outros disjuntores2. Disjunção cirúrgica 3. MARPE – miniimplantes Hyrax é considerado disjuntor higiênico porque não tem o suporte de acrílico, é dentosuportado e fica afastado do palato. McNamara também é dentosuportado, porém ao invés de o apoio ser por bandas, ele tem splint oclusal de acrílico em ambos os lados. Haas modificado – para dentição mista Faltin Jr – disjuntor com splint oclusal bilateral e a parte central do disjunto com o acrílico pode ser removido. Então o paciente desativa, remove, limpa ao escovar os dente e depois ativa novamente. Os mais utilizados são: Haas, Hyrax ou McNamara Protocolo do ativação (Haas) Até 14 anos de idade ✓ 4 quartos de volta na instalação do aparelho (1mm) - RX OCLUSAL ✓ 2 quartos de volta por dia – paciente: uma volta de manhã e uma a noite com intervalo de 12h ✓ 2 a 4 quartos de volta no retorno semanal ✓ Duração aproximada de 2 a 3 semanas (RX OCLUSAL) – até atingir e expansão desejada e um pouco mais (sobrecorreção) ✓ Contenção por 6 meses (RX OCLUSAL) – o disjunto separa a sutura palatina mediana, se tirar a aparelho e não colocar contenção, a abertura volta imediatamente. O prazo é de 6 meses para que o novo osso seja formado e não cause recidiva RX OCLUSAL: 1ª antes de cimentar o aparelho, para ter certeza que a sutura palatina mediana pode ser aberta, que não esteja fusionada (pouco provável e crianças), verificar linha radiolúcida da sutura; 2ª para verificar a separação da sutura; 3ª antes de remover a contenção para confirmar se novo osso foi formado. A sutura palatina mediana abre em formato de “V” ou de cunha, em maior proporção na região anterior do que na posterior e mais na região inferior (próx. a cervical dos centrais) do que na superior. Isso é devido que na posterior e superior possuem maior resistência óssea. A maxila também se expande inclinando as paredes laterais, não é de forma uniforme. Diastema é um sinal de sucesso da abertura da maxila. Radiografia o A sutura começa a se abrir depois de 5 dias após o acúmulo de força o 15 dias depois a abertura já está no seu máximo o 1 mês já é visível um pouco de formação óssea o 3 meses já tem um pouco mais de formação imatura do osso – sutura não está formada, por isso não pode ser removido o disjuntor o E com 6 meses há formação óssea madura – sutura formada. Disjuntor de McNamara – controle vertical Devido ao splint oclusal, o paciente que tem padrão de crescimento vertical, evita que a mandíbula sofra uma rotação para baixo e para trás, no sentido horário. Ao ocluir no splint, impede que a maxila e os desloquem para baixo, esse deslocamento que ocorre com a maxila devido a expansão rápida, promove o giro da mandíbula para baixo e para trás e o splint imperde essa rotação. O incoveniente é que precisa de muito cimento para colar o disjuntos devido aos 2 splints, umas 8 porções, enquanto que no Haas precisa apenas de 2 porções. Além disso, o cimento escoa no sulco gengival podendo causar inflamação. O pior é quando for remover, acabar removendo os dentes decíduos. Também precisa moldar o arco inferior para que o splint oclua corretamente com os dentes antagonistas. ADULTO Disjunção cirúrgia ou SARPE O paciente é encaminhado para a cirurgia com o disjuntor já aderido ao palato, o cirurgião faz algumas osteotomias, faz a separação da sutura palatina mediana mas não cortando a sutura e sim abrindo com um cinzel na região da espinha nasal anterior e assim, continua ativando o aparelho depois do procedimento cirúrgico. O cirurgião quebra áreas de resistência da maxila que impediram a expansão transversal e o ortodontista vai alargando com o disjuntor Técnica cirúrgica – incisão no fundo de sulco bilateral expondo a cortical, osteotomia da abertura piriforme até a placa pterigóidea. Com cinzel, causam uma fratura em “galho verde” (?) na espinha nasal anterior. No momento da cirurgia é aberto o disjuntor dando 8 voltas (2mm) para ter certeza que a fratura foi suficiente. Termina a cirurgia. Uma semana depois começa a ativação e o paciente adulto faz 2 ativações de manhã e 2 a noite. A cirurgia geralmente é feita em ambiente hospitar por ser mais confortável para o paciente devido a anestesia geral, mas pode ser feita em ambiente ambulatorial. Indicações Homens – 18 anos Mulheres – 16 anos • Adultos com deficiência transversal maxilar • Largo corredor bucal • Apinhamento superior • Falha na expansão rápida da maxila MARPE – miniimplantes que favorecem a abertura da sutura palatina madiana Funciona melhor em paciente entre 18 a 25 anos de idade, mas serve para qualquer idade. O parafuso vai encostado no palato respeitando a sutura (parasuturais), pararosqueia os miniimplantes e com o auxílio dos parafusos a maxila vai sendo separada/quebrada, causando dor e até inflamação, mas com 21 dias já aparece o resultado. Conclusões o Identificar a causa das mordidas cruzadas o Tipo de mordida cruzada posterior o Tratamento imadiato e adequado
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