Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LARISSA MARCHIOLI TUTORIAL 2 – MÓDULO 7 → ASMA DEFINIÇÃO Síndrome que se caracteriza por obstrução das vias aéreas com evolução bastante variável Pacientes asmáticos → inflamação das vias aéreas → hiper-responsividade das vias aéreas e limitação ao fluxo de ar → provoca estreitamento excessivo das vias aéreas, redução do fluxo ventilatório e sinais e sintomas como sibilos, opressão torácica e tosse – particularmente à noite ou no início da manhã. dispneia EPIDEMIOLOGIA Acomete 300 milhões de pessoas no mundo; 20 milhões no Brasil. Gastos com asma grave consomem quase 25% da renda familiar dos pacientes da classe menos favorecida. A asma pode começar em qualquer idade, pico de incidência é aos 3 anos (2x mais comum no sexo masculino, mas na fase adulta se iguala); A frase “crescer e se livrar da asma” é relativa, pois pacientes podem apresentar asma na infância, nada na adolescência, mas na vida adulta reaparece em algum momento, especialmente em casos mais graves. A gravidade da asma não varia de modo significativo em um determinado paciente; os indivíduos com asma leve raras vezes progridem para as formas mais graves da doença, enquanto os pacientes com asma grave em geral têm manifestações graves desde o início da doença. FATORES DE RISCO ATOPIA Tendência hereditária a desenvolver manifestações alérgicas. Predisposição a doenças alérgicas como asma, rinite, dermatite atópica e conjuntivite. É o principal fator de risco Em indivíduos atópicos, outros fatores devem desencadear/predisporem a doença (ambiental ou genético); Alergênicos mais comuns que causam a sensibilização são proteínas com atividade de protease (derivados dos ácaros da poeira doméstica, pelos de cães e gatos, baratas, pólen, gramíneas, árvores e roedores). A atopia é causada pela produção geneticamente determinada de anticorpos IgE específicos, e muitos pacientes têm história familiar de doenças alérgicas. ASMA INTRÍNSECA (NÃO ATÓPICA) Correspondem a um percentual pequeno (cerca de 10%); Geralmente doença de início mais tardio (asma de início na vida adulta); Apresentam pólipos nasais e sensibilização a AAS (ácido acetilsalicílico); Em geral, esses pacientes apresentam doença mais grave e persistente; ↑ de produção de IgE excessiva local nas vias aéreas; enterotoxinas estafilocócicas que atuam como superantígenos. INFECÇÕES Infecções virais são fatores desencadeantes comuns das exacerbações da asma, mas não está claro se desempenham funções etiológicas. CONSIDERAÇÕES GENÉTICAS Diferentes genes podem contribuir para a asma A gravidade da doença pode ser por fatores genéticos Asma é poligênica, ou seja, vários pares de genes interagem para determinar uma característica, cada um com efeito aditivo sobre o outro. ↑ na facilidade e grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos provocativos / sensibilidade anormal a diversos estímulos 2 LARISSA MARCHIOLI FATORES AMBIENTAIS Fatores ambientais nos primeiros anos de vida podem determinar quais indivíduos atópicos serão asmáticos Hipótese da higiene: quanto mais exposto a doenças, mais imunidade cria, maior a resposta imunológica e menor a probabilidade de ter asma. Poluição do ar, como dióxido de enxofre, ozônio e partículas emanadas do diesel, podem desencadear sintomas de asma. Poluição do ar em ambientes internos: como óxidos de nitrogênio emanados do forno e fumaça de cigarro. OBESIDADE A asma ocorre com maior frequência em pessoas obesas (índice de massa corporal [IMC] > 30 kg/m2) e costuma ser mais difícil de controlar Diretriz: Nem a prevenção primária por meio de fatores ambientais nem a prevenção secundária por uso de corticoides inalatórios mostraram-se capazes de modificar a progressão da doença em longo prazo na infância. Diretriz: Principais características para prever se a sibilância recorrente irá persistir na vida adulta diagnóstico de eczema nos 3 primeiros anos de vida; pai ou mãe com asma; diagnóstico de rinite nos 3 primeiros anos de vida; sibilância sem resfriado; eosinofilia sanguínea acima de 3% na ausência de parasitoses. FISIOPATOLOGIA Asma associada com uma inflamação crônica específica na mucosa das vias aéreas inferiores. Um dos principais objetivos do tratamento é reduzir a inflamação. PATOLOGIA A mucosa das vias respiratórias fica infiltrada por eosinófilos e linfócitos T ativados e há a ativação de mastócitos da mucosa. Essa inflamação é geralmente reduzida pelo tratamento com CI (corticosteroides inalatórios). Ocorre o espessamento da membrana basal em razão da deposição de colágeno sob o epitélio (isso é um marcador da inflamação eosinofílica das vias aéreas, pois os eosinófilos liberam mediadores fibrogênicos). Nos casos fatais, principalmente, a parede das vias respiratórias pode estar espessada e edemaciada, além de ocorre obstrução do lúmen das vias respiratórias por tampões de muco (produzido pelas células caliciformes) Ocorre vasodilatação e angiogênese (quantidades aumentadas de vasos sanguíneos), as vias aéreas ficam estreitadas, eritematosas e edemaciadas. INFLAMAÇÃO DAS VIAS AÉREAS Há inflamação da mucosa respiratória da traqueia até os bronquíolos terminais, mas com predomínio nos brônquios (vias aéreas cartilaginosas); O padrão específico da inflamação está associado à hiper-reatividade das vias respiratórias, que está correlacionada com obstrução de fluxo aéreo variável. MASTÓCITOS Importantes na iniciação das respostas broncoconstritoras agudas aos alergênicos e a vários outros estímulos indiretos. Encontrados nas superfícies das vias respiratórias e na musculatura lisa das vias aéreas (≠ dos indivíduos normais). São ativados pelos alergênicos por um mecanismo dependente da IgE e a ligação da anti-IgE específica aos mastócitos faz eles ficarem mais sensíveis à ativação. Liberam vários mediadores broncoconstritores como histamina, prostaglandina D2, leucotrienos cisteinílicos, citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento e neurotrofinas. 3 LARISSA MARCHIOLI MACRÓFAGOS E CÉLULAS DENDRÍTICAS Os macrófagos derivados dos monócitos circulantes podem trafegar nas vias aéreas dos pacientes asmáticos são ativados pelos alergênicos por meio de receptores de IgE de baixa afinidade e iniciam o processo inflamatório por liberar citocinas (mas também liberam anti-inflamatório). As células dendríticas (principais células apresentadoras de antígenos) fagocitam os alergênicos, processam-nos em peptídeos e migram para os linfonodos locais, onde apresentam os peptídeos alergênicos aos linfócitos T (TH1 normalmente é predominante, mas paciente asmático as células epiteliais liberam a citocina TSPL, conhecida como linfopoietina do estroma tímico que induz a atração de TH2 para as vias respiratórias). EOSINÓFILOS A inalação de alérgenos provoca aumento acentuado dos eosinófilos ativados nas vias aéreas na fase tardia da reação. Desenvolvimento da hiper-reatividade por meio da liberação de proteínas básicas e radicais livres (do O2). Ocorre a adesão de eosinófilos no endotélio vascular das vias respiratórias, migração para a submucosa e sua ativação. NEUTRÓFILOS Aumentados no escarro e nas vias aéreas, mas seu papel ainda não é bem definido. LINFÓCITOS T Liberam padrões específicos de citocinas, que resultam no recrutamento e sobrevivência dos eosinófilos e na manutenção da quantidade de mastócitos. O sistema imunológico virgem e o sistema imunológico dos pacientes asmáticos tendem a expressar o fenótipo TH2, enquanto as células TH1 predominam nas vias aéreas normais. As células TH2, em razão da liberação de IL-5, estão associadas à inflamação eosinofílica e, por meio da secreção de IL-4 e IL-13, estão relacionadas com a produção aumentada de IgE. CÉLULAS ESTRUTURAIS Células estruturais das vias aéreas – ex: células epiteliais, fibroblastos e células musculares lisas Fonte de mediadores inflamatórios - citocinas e mediadores lipídicos São mais numerosas que as células inflamatórias e assim, podem se transformar na principal fonte de mediadores responsáveis pela inflamação crônica das vias aéreas dos pacientes asmáticos. Importante fonte de ação de fármacos. MEDIADORES INFLAMATÓRIOS Mediadores derivados de mastócitos: Histamina, prostaglandina D2 e leucotrienos cisteinílicos → contraem a musculatura lisa, ↑ o extravasamento da microcirculação, estimulam secreção de muco e atraem células inflamatórias. CITOCINAS Citocinas TH2 → IL-4, IL-5, IL-13 participam da inflamação alérgica; Citocinas pró-inflamatórias → TNF- e IL-1β amplificam a resposta inflamatória; Linfopoietina estromal do timo (TSLP) → citocina inicial secretada pelas células epiteliais dos pacientes; asmáticos e coordena a liberação das quimiocinas que atraem seletivamente as células TH2. IL-10 e IL-12 → anti-inflamatórias e podem estar deficientes na asma. QUIMIOCINAS Responsáveis por atrair as células inflamatórias provenientes da circulação brônquica para as vias aéreas; Eotaxina (CCL11) – expressa pelas células epiteliais de asmáticos → atrai eosinófilos por meio do CCR3; CCL17 (TARC), CCL22 (MDC) liberadas por meio de células epiteliais atraem TH2 por meio do CCR4. ESTRESSE OXIDATIVO Células inflamatórias (macrófagos, eosinófilos e neutrófilos) ativadas produzem espécies reativas do O2; Estresse oxidativo aumentado está relacionado com a gravidade da doença, pode amplificar a resposta inflamatória e diminuir a atividade de corticoides. 4 LARISSA MARCHIOLI ÓXIDO NÍTRICO (NO) Produzido por células epiteliais e macrófagos; Existe ↑ na [NO] do ar exalado pelos pacientes asmáticos → relacionada com a inflamação eosinofílica; FATORES DE TRANSCRIÇÃO NFKB e AP-1 coordenam a expressão de diversos genes inflamatórios. EFEITOS DA INFLAMAÇÃO EPITÉLIO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS Desprendimento do epitélio: perda de função protetora na barreira para permitir a entrada de alergênicos; perda de enzimas que decompõe os mediadores inflamatórios; perda de um fator relaxante; exposição dos nervos sensoriais que pode desencadear efeitos neurais reflexos → contribui para HRVA FIBROSE Membrana basal espessada em função da fibrose subepitelial com deposição de colágeno tipo III e V abaixo da membrana basal verdadeira. Associada à infiltração por eosinófilos. Em pacientes graves há fibrose dentro das paredes das vias respiratórias. MUSCULATURA LISA Geralmente não mostra reatividade exacerbada aos agentes constritores; Reatividade reduzida aos β-agonistas, mas o número de receptores é normal, logo, os mediadores inflamatórios podem alterar o grau de excitabilidade celular. Ocorre hipertrofia e hiperplasia resultantes de fatores de crescimento liberados por células inflamatórias. RESPOSTAS VASCULARES Fluxo sanguíneo aumentado resulta em estreitamento das vias aéreas; Como tem mais vasos sanguíneos devido a angiogênese, um extravasamento microvascular pode causar edema e exsudação plasmática para dentro do lúmen. HIPERSECREÇÃO DE MUCO Aumento de células caliciformes, hiperplasia de glândulas submucosas, IL-13 induzem mais secreção de muco o que forma mais tampão de muco. REGULAÇÃO NEURAL Via colinérgica Ach receptores muscarínicos broncoconstrição Produtos da inflamação podem sensibilizar as terminações dos nervos sensoriais do epitélio das vias respiratórias, de modo que os nervos ficam hiperalgésicos (sensibilidade excessiva à dor) REMODELAMENTO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS Várias alterações estruturais das vias respiratórias são típicas da asma, e isso pode acarretar seu estreitamento irreversível. Existem algumas evidências sugestivas de que o tratamento precoce com CI possa reduzir o declínio da função pulmonar. As alterações estruturais características são reduções da musculatura lisa, fibrose, angiogênese e hiperplasia da mucosa das vias respiratórias. FISIOLOGIA Broncoconstrição + Edema de Vias Respiratórias + Congestão Vascular + Extravasamento de exsudato → Redução do fluxo ventilatório. Isso provoca reduções do volume expiratório forçado em um segundo (VEF1), da relação VEF1/capacidade vital forçada (CVF) e do fluxo expiratório de pico (FEP), além de aumentar a resistência nas vias respiratórias. O fechamento precoce das vias respiratórias periféricas causa hiperinsuflação pulmonar nos pacientes com asma grave persistente. Na asma mais grave, a ventilação reduzida e o fluxo sanguíneo pulmonar aumentado causam desproporção entre ventilação e perfusão e hiperemia (↑ do fluxo sanguíneo) brônquica. A insuficiência ventilatória é muito rara, mesmo nos pacientes com asma grave, e a PCO2 arterial tende a ser baixa em razão da ventilação aumentada. 5 LARISSA MARCHIOLI HIPER-REATIVIDADE DAS VIAS AÉREAS (HRVR) HRVR = anormalidade fisiológica característica da asma Refere-se à resposta broncoconstritora exagerada a vários estímulos desencadeantes inalados, que não produziriam qualquer efeito nas vias respiratórias normais. A acentuação da HRVR está relacionada com a frequência dos sintomas de asma e, por essa razão, um dos principais objetivos do tratamento é reduzir essa hiper-reatividade. A reatividade broncoconstritora exacerbada é observada com broncoconstritores diretos (como histamina e metacolina), que contraem a musculatura lisa das vias respiratórias, mas em geral também ocorre com alguns estímulos indiretos que liberam mediadores broncoconstritores dos mastócitos ou ativam os nervos sensoriais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sinais e os sintomas típicos da asma são sibilos, dispneia e tosse com intensidade variável; Os sintomas podem piorar à noite, e os pacientes muitas vezes acordam nas primeiras horas da manhã; A tosse é outro sintoma particularmente comum que acompanha o quadro, em particular à noite ou nas primeiras horas da manhã, com expectoração esbranquiçada. Os pacientes podem referir dificuldade para encher os pulmões de ar. Alguns pacientes têm produção exagerada de muco, que em geral é espesso e difícil de expectorar; Pode haver hiperventilação e utilização dos músculos acessórios da respiração. DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico da asma exige a presença de sintomas compatíveis, caracteristicamente episódicos, e com algum grau de resposta ao tratamento padrão. A presença de sintomas episódicos melhora espontânea ou com medicações específicas para asma (broncodilatadores, corticosteroides), 3 ou mais episódios de sibilância no último ano, variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia são sugestivos do diagnóstico. Eventualmente, o paciente percebe o que desencadeia os sintomas: exposição a alérgenos (como mofo) e a irritantes (como produtos de limpeza), sintomas dispépticos ou rinossinusais, estresse emocional, medicamentos (como β-bloqueadores), sendo este um dado importante na confecção do diagnóstico. Ao exame físico, o achado que valoriza o diagnóstico de asma é a presença de sibilos. Entretanto, em pacientes com manifestação leve da doença, e fora de exacerbações, o exame físico pode ser normal. Deformidades torácicas, ou estigmas de hiperinsuflação, não são habituais. PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR/ESPIROMETRIA Presença de distúrbio ventilatório obstrutivo (relação VEF1/CVF menor que 0,75), ↓ do fluxo ventilatório com diminuições do VEF1, da relação VEF1/CVF e do PFE (pico de fluxo expiratório). Melhora após broncodilatador (↑ do VEF1 de 7%/12% em relação ao valor previsto ou de 200mL em valor absoluto, após inalação de beta-2-agonista de curta duração). Entretanto, a ausência de obstrução ou de respostaao broncodilatador não exclui o diagnóstico, já que pacientes com doença leve, ou aqueles com remodelamento brônquico, podem não apresentar tais achados. TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO As medidas de hiper-responsividade refletem a sensibilidade ou a facilidade com que as vias aéreas reagem aos estímulos externos que podem causar sintomas de asma, Os resultados do teste são usualmente expressos como a concentração (ou dose) provocadora da substância utilizada para causar uma queda significativa no VEF1 (por convenção ≥20%). MEDIDAS DE FLUXO EXPIRATÓRIO Com o uso de um medidor de PFE (pico de fluxo expiratório), o diagnóstico de asma pode ser obtido se: PFE aumentar + que 15% cerca de 15 e 20 min após a inalação de um β-2-agonista de ação rápida; PFE variar + que 20% entre a medida após acordar, e realizada 12h depois em pacientes usando um broncodilatador (+ que 10% em asmáticos que não estiverem usando um broncodilatador); PFE diminui mais que 15% após 6 minutos de corrida ou de exercício; O controle por longo prazo do PFE é útil. 6 LARISSA MARCHIOLI MANEJO DO PACIENTE AMBULATORIAL CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA A asma pode ser classificada como: Intermitente; Persistente leve; Persistente moderada; Persistente grave CLASSIFICAÇÃO DE CONTROLE DA ASMA PROGRAMAÇÃO DO TRATAMENTO DA ASMA 7 LARISSA MARCHIOLI FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA ASMA A via inalatória é muito uti lizada para o tratamento da asma. BETA-2-ADRENÉRGICOS terapêutica imediata mais importante no manejo de broncoespasmo no pronto- -socorro e deve ser prescrito assim que o paciente chega à emergência. Curta duração (de 4 a 6 horas): fenoterol, salbutamol e terbutalina; Longa duração (12 horas): formoterol e salmeterol; Modo de ação: agonistas, ligam-se ao receptor beta-2- adrenérgico, havendo aumento da produção de adenilciclase e, consequentemente, de AMP cíclico, promovendo a broncodilatação; Efeitos colaterais: taquicardia, tremores, hipocalemia e midríase (devido à especificidade não ser total aos receptores beta-2). CORTICOIDES INALATÓRIOS (CIS) São utilizados na redução da sintomatologia e do processo inflamatório. Prefere-se a via inalatória em razão do menor número de efeitos colaterais, em comparação à via sistêmica. Os principais CIs utilizados são, em ordem crescente de potência: Efeitos colaterais (via inalatória): rouquidão e candidíase de orofaringe (locais); adelgaçamento da pele, equimose e, raramente, supressão adrenal (altas doses diárias). ANTICOLINÉRGICOS Curta duração (de 4 a 6 horas): brometo de ipratrópio; Longa duração (24 horas): tiotrópio (sem evidências suficientes para uso em asma); Modo de ação: atuam, preferencialmente, no antagonismo aos receptores M1 e M3, impedindo a broncoconstrição desencadeada pela acetilcolina ao ligar-se a esses receptores; Efeitos colaterais: a xerostomia é o efeito colateral mais significativo (e mais frequente). METILXANTINAS Curta duração (8 horas): aminofilina; Longa duração (12 horas): teofilina; Modo de ação: atuam na adenilciclase, mas não têm receptor específico. Apresentam menor poder broncodilatador que das outras classes citadas; Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, agitação, rebaixamento do nível de consciência, convulsão e arritmias. As metilxantinas só podem ser utilizadas por via sistêmica, e seu uso é reservado aos pacientes que não respondem ao uso dos agentes de 1ª escolha (maior poder broncodilatador). MEDICAÇÕES ASSOCIADAS Estão disponíveis, no mercado, formulações que combinam fármacos de diferentes classes, com maior praticidade (e melhora da adesão): Beta-2-agonistas + CIs: Formoterol (12μg) + budesonida (400μg); Salmeterol + fl uti casona. Beta-2-agonistas + anti colinérgicos: Salbutamol + ipratrópio; Fenoterol + ipratrópio. OUTRAS MEDICAÇÕES BAMBUTEROL (BETA-AGONISTA DE AÇÃO PROLONGADA POR VIA ORAL) Pró-droga da terbutalina oral c/ ação broncodilatadora prolongada, permitindo a administração 1x/dia. É útil principalmente aos pacientes com asma noturna. A comparação do bambuterol com o salmeterol mostrou equivalência no controle dos sintomas da asma, sendo alternativa para crianças e idosos com dificuldades no uso de medicações inalatórias. Pode ser administrado a partir de 2 anos na dose de 10mg (10mL), 1x/dia. Para crianças com idade superior a 6 anos, a dose pode ser aumentada para 20mg/dia. ↓ produção de saliva pelas glândulas salivares 8 LARISSA MARCHIOLI OMALIZUMABE Anticorpo monoclonal recombinante humanizado específico anti -IgE. Sua principal característica é inibir a ligação da IgE com o seu receptor de alta afinidade (FceRI). Ocasiona inibição da broncoconstrição induzida por alérgeno tanto na fase precoce como tardia da inflamação, levando à diminuição da hiper-responsividade das vias aéreas. IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA COM ALÉRGENOS Administração de doses progressivamente maiores de alérgenos específicos em pacientes sensibilizados, objetivando a indução do estado de tolerância. Indicada apenas àqueles que sofrem de asma com evidência importante de alergia, demonstrada pela presença de anticorpos IgE para alérgenos do ambiente, principalmente ácaros, pólens, fungos e insetos. Para pacientes em terapia farmacológica, antes de administrar a injeção, é importante verificar VEF1 ou PFE acima de 70% do previsto. Asmáticos leves ou muito graves devem ser excluídos. ANTILEUCOTRIENOS Fármacos que bloqueiam a síntese (zileutona) ou a interação dos leucotrienos com seus receptores (montelucaste e zafirlucaste). TRATAMENTO PREFERENCIAL DE CONTROLE DA ASMA Leucotrienos cisteínicos causam inflamação brônquica 9 LARISSA MARCHIOLI 10 LARISSA MARCHIOLI MANEJO DAS EXACERBAÇÕES RESUMO REFERÊNCIAS Medicina interna de Harrison - 20. ed. MEDCEL
Compartilhar