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Doenças Vasculares Pulmonares Tromboembolismo Pulmonar · Obstrução de vasos pulmonares de modo que essa obstrução pode ocorrer por trombos: · Venosos (tromboembolismo). · Ar. · Gordura. · Líquido amniótico · Costumam afetar mais as bases pulmonares, Tromboembolismo Pulmonar (TEP) · Consiste na obstrução aguda da circulação arterial pulmonar pela instalação de coágulos sanguíneos, geralmente oriundos da circulação venosa sistêmica com redução ou cessação do fluxo sanguíneo pulmonar na área afetada. · Essas condições inter-relacionadas constituem o tromboembolismo venoso (TEV) na qual a: · TVP é o evento básico. · TEP a principal complicação aguda. · Os conceitos de risco do TEC/TEP são aqueles que proporcionam as condições básicas de trombogênese venosa (Tríade de Virchow). Imagem: Tríade de Virchow na trombose. A integridade endotelial é o fator mais importante. As anormalidades dos procoagulantes e anticoagulantes podem fazer pender a balança em favor da trombose. O fluxo sanguíneo anormal (estase ou turbulência) pode levar à hipercoagubilidade direta e também indiretamente através da disfunção endotelial. Fatores de Risco · Fatores maiores de risco – Risco relativo de 5 a 20: · Cirurgias: · Cirurgia abdominal ou pélvica. · Prótese de joelho ou quadril. · Necessidade pós-operatória de UTI. · Obstétricos: · Gravidez tardia · Parto Cesária, pré-eclâmpsia, multiparidade. · Puerpério. · Membros inferiores: · Fratura. · Varizes. · Neoplasias malignas: · Abdominal ou pélvica. · Avançada ou metastática. · Diminuição da mobilidade: · Hospitalização. · Institucionalização. · Outros: episódio prévio de TEV. · Fatores menores de risco – Risco relativo de 2 a 4: · Cardiovascular: · Insuficiência cardíaca congestiva. · Doenças cardíacas congênitas. · Hipertensão arterial sistêmica. · Trombose venosa superficial. · Cateter venoso central. · Estrógenos: · Contraceptivo oral. · Terapia de Reposição Hormonal. · Outros: · DPOC. · Incapacidades de origem neurológicas. · Tumores ocultos. · Doenças trombóticas. · Viagens de longa distância. · Obesidade. · Doença intestinal inflamatória. · Sindrome nefrótica. · Diálise. · Doenças mieloproliferativas. Fisiopatologia · Esse trombo irá normalmente para os lobos inferiores do pulmões: · Devido a maior distribuição do sangue. · Pela posição ortostática do paciente. · É gerada a isquemia do tecido que é vascularizado pelo vaso embolizado Consequências Respiratórias Imediatas: · Efeito espaço morto alveolar (não ocorre trocas gasosas): gera dispneia. · A isquemia gera liberação de mediadores inflamatórios gerando constrição das vias aéreas e ductos alveolares. · A tendência é o paciente ter uma resposta de aumento da FR. Consequências Respiratórias Tardias (+18h): · Redução de surfactante que gera colapso alveolar levando a atelectasia e edema alveolar. · Pode evoluir para uma atelectasia hemorrágica: hipoxemia arterial e dispneia. · Comum o paciente ter tosse seca com expectoração de um líquido rosado. · Igualmente terá aumento da FR como mecanismo compensatório. Consequências Hemodinâmicas: · São mais significativas quando a embolia ocorre por grandes êmbolos, em que áreas grandes pulmonares são afetadas. · A obstrução do leito vascular pulmonar, gerando aumento da resistência vascular e aumento da pressão na artéria pulmonar pode levar a uma hipertensão pulmonar que passa a exigir maior trabalho de forma aguda do coração direito aumentando a FC na tentativa de compensar. · Esse aumento gera aumento do consumo energético cardíaco de modo que o coração passa a falhar - falência ventricular direita. · Isso diminui o volume circulante, podendo levar a um choque circulatório. Sinais e sintomas · Geralmente a sintomatologia é inespecífica. · Os sinais e sintomas dependem, fundamentalmente, da localização e tamanho do trombo e do estado cardiorrespiratório prévio do paciente. · Êmbolos Pulmonares Pequenos: · Geralmente não são reconhecidos: por uma compensação a partir do recrutamento vascular. · De modo que êmbolos repetidos podem causar hipertensão pulmonar. · Êmbolos Pulmonares Médios: · O paciente as vezes refere: · Dor pleurítica. · Dispneia. · Hipertermia leve. · Expectoração com raias de sangue. · Pode haver atrito pleural. · RX pode ser normal. · Cintilografia mostra regiões não perfundidas. · Embolia Pulmonar Maciça: · Colapso hemodinâmico com: · Choque. · Palidez. · Dor torácica. · Hipotensão com: · Pulso acelerado. · Turgência venosa jugular. · É fatal em 30% dos casos. Investigação – Escore de Wells D-dímeros · Dímero-D (DD) é um produto da degradação da fibrina pela plasmina. · Sua determinação é útil no diagnóstico: · Da trombose venosa profunda (TVP). · Do tromboembolismo pulmonar (TEP). · Nestes pacientes, a fibrinólise endógena leva à formação do DD, que é detectado uma hora após formação do trombo e permanece elevado, em média por 7 dias. Sequência de eventos no TEP · Diminuição do surfactante → 2 a 3h. · Perda do surfactante → 15 a 16h. · Congestão pulmonar, hemorragia alveolar, pneumoconstrição → 24 a 48h. · Infarto pulmonar → 1 a 7 dias. · Resolução da hemorragia → 7 a 10 dias. · Resolução do infarto → 2 a 3 semanas. Tratamento · Tratar a condição base e entrar com anticoagulante. Hipertensão Pulmonar · Dezembro de 2018 foi publicado o consenso resultante do 6o Simpósio Mundial de Hipertensão Pulmonar, redefinindo HP para a situação na qual: · A PAPm é superior a 20mmHg. · A resistência vascular pulmonar maior ou igual a 3 unidades Wood (> 240 dinas por segundo por cm-5). · Costuma ser idiopática. Classificação · Grupo 1: Hipertensão Arterial Pulmonar. · Grupo 2: Hipertensão Pulmonar por doença cardíaca esquerda. · Grupo 3: Hipertensão Pulmonar por doença pulmonar e ou Hipóxia. · Grupo 4: Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica e outras Obstruções da Artéria Pulmonar. · Grupo 5: Hipertensão Pulmonar por mecanismos desconhecidos Multifatoriais. Causas · Aumento da pressão atrial esquerda. · Aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. · Aumento da resistência vascular pulmonar: gera edema pulmonar e hipertensão pulmonar. Características · O aumento da resistência vascular na circulação gera: · Vasoconstrição. · Remodelamento. · Uma das características da hipertensão pulmonar é o espessamento de estruturas pulmonares como: · Muscularização precoce da parede alveolar. · Espessamento fibroso da camada adventícia. · Hipertrofia da túnica média dos vasos pulmonares Sinais e sintomas 1. Cansaço progressivo na execução de tarefas corriqueiras, fraqueza. 2. Dor no peito. 3. Tosse persistente. 4. Edema MMII. 5. Tontura e desmaio. 6. Cor pulmonale. Cor Pulmonale Doença cardíaca direita secundária à doença pulmonar estabelecida · Costuma estar ligada a hipertensão pulmonar, em que para compensar esse aumento da pressão no pulmão ocorre: · Estágios iniciais: · Dilatação discreta das artérias pulmonares. · Dilatação discreta do átrio direito. · Hipertrofia ventricular direita. · Estágios médios/moderados a avançados: · Dilatação moderada das artérias pulmonares e do átrio direito. · Dilatação ventricular direita discreta. · Hipertrofia ventricular direita acentuada. · Estágios avançados: · Dilatação acentuada e tortuosidades das artérias pulmonares. · Dilatação acentuada do átrio direito. · Insuficiência pulmonar e tricúspide acentuada. · Remodelagem ventricular direita com predomínio da dilatação Clínica 1. Fadiga. 2. Aumento da pressão venosa periférica. 3. Ascite. 4. Aumento do fígado e baço. 5. Veias jugulares distendidas. 6. Anorexia e problemas TGI. 7. Ganho de peso. 8. Edema dependente. · O aumento da musculatura cardíaca direita com o aumento da pressão das câmaras direitas do coração acaba por afetar o retorno venoso do resto do corpo. · Com a alteração da entrada do sangue no coração, há turgência jugular e represamento de sangue em fígadoe baço tornando-os aumentados. · Também é comum ocorrer edema generalizado, mas em especial nos MMII, devido a diminuição do fluxo sanguíneo venoso.