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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP ENFERMAGEM 5º e 6º SEMESTRE PROPEDÊUTICA PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROFESSORA IVÂNIA NASCIMENTO AULA PRÁTICA Consulta de enfermagem em criança- Exame Físico A sequência do exame físico em crianças, assim como no adulto, deve ser céfalo-caudal. Em determinados momentos, essa sequência poderá ser alterada de acordo com a necessidade e o comportamento da criança. Deverá atentar-se para os principais critérios da avaliação, de acordo com a idade cronológica e as características do desenvolvimento do processo de pensamento de cada fase etária (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). Carteira da criança. MS. Carteira do adolescente. MS. Antes de iniciar o exame físico: Lavar as mãos. Preparar o ambiente e o material (adequado à idade da criança). Local iluminado e aquecido e deve proporcionar privacidade; Examinador – tom de voz agradável; Mãos e instrumentais previamente aquecidos; Posicionar criança de modo confortável; Realizar o exame físico respeitando a faixa etária da criança; Examinar áreas sensíveis e dolorosas por último. Habilidades: Inspeção; Percussão; Palpação e Ausculta. Materiais Fonte: autoria própria (UNIP) Régua antropométrica; Fita métrica; Balança; Estetoscópio; Esfigmomanômetro; Abaixador de língua; Lanterna. Exame físico observação do aspecto geral Avaliar alinhamento das pernas e dos pés enquanto a criança caminha; Avaliar aquisição da fala, a visão, a capacidade auditiva e a interação social; Mensurar peso e estatura. Capacidade de comunicar-se; Sua interação com os pais e o examinador; Habilidades motoras grossas e finas; Avaliar marcha, salto, postura sentada e em pé; O exame físico deve ser realizado de forma objetiva, rápida, levando em consideração a temperatura do ambiente, a segurança da criança e a presença do responsável (pai, mãe, cuidador). No caso de atendimento aos adolescentes, deve ser avaliada e assegurada a privacidade no atendimento. O enfermeiro deve identificar o momento em que a criança está preparada para iniciar o exame (BRASIL, 2012; HOCKENBERRY; WILSON, 2014). Medidas fisiológicas: Pressão arterial (PA). Frequência cardíaca (FC). Frequência respiratória (FR). Temperatura (T). Dor. Os fatores estressantes, como medo, dor e choro, influenciam nos valores das medidas fisiológicas. Após verificar os sinais vitais da criança, o enfermeiro deve considerar essas informações em seus registros. Inclusive se a criança estava acordada ou dormindo. Pressão arterial (PA): Material: esfigmomanômetro e estetoscópio. Manguito: adequado à idade. Medida da distância entre o acrômio e o olécrano: 18 cm (exemplo aleatório). Divida esse valor por dois: 9 cm. Marque esse ponto (9 cm) no braço da criança. Meça a circunferência do braço nesse ponto: 20 cm. Calcule 40% desse valor: 8 cm. (Como não há manguitos com 8 cm de largura no mercado, a largura do manguito a ser escolhido é de 9 cm). Os locais para se verificar a PA são: parte superior do braço, parte inferior do braço e antebraço, coxa, panturrilha ou tornozelo (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). Quanto menor for a criança, menores serão os valores de PA (mínima e máxima). Valores de referência de normalidade para a PA, estarão de acordo com a idade, gênero e altura. Existem vários instrumentos desenvolvidos com essas referências: em forma de gráficos, tabelas, quadros, entre outros. Ex.: referência de PA (percentis 90 e 95 e 99) de acordo com o gênero masculino, de acordo com o percentil para a altura e a idade (adaptada de BRASIL, 2012). Frequência Cardíaca (FC): Antes de verificar a FC, certificar-se de que a criança esteja tranquila. Alguns fatores que podem alterar a frequência cardíaca: hipóxia, hipertermia, hipovolemia, dor, ansiedade, choro e atividade física. Quanto menor for a criança, maiores serão os valores de FC. É comum observar as arritmias sinusais em que a FC aumenta com a inspiração e diminui com a expiração, principalmente em crianças menores. Locais de verificação da FC: Menores de 2 anos: ausculta direta, com estetoscópio (foco mitral), 4º espaço intercostal, 4º espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda. Maiores de 2 anos: ausculta apical ou mediante a palpação do pulso periférico. Valores de referência para FC: * muitos prematuros precisam de Ventilação Pulmonar Mecânica (VPM), tornando a frequência respiratória espontânea menos relevante. Adaptado de: Behrman, Kliegmane Jenson (apud BOWDEN; GREENBERG, 2005). Frequência Respiratória (FR): Deve ser avaliada com criança em repouso ou dormindo Contagem por 1 minuto Avaliar a coloração da criança, a profundidade das respirações, a presença dos batimentos da asa de nariz, roncos, retrações e de qual tipo, se há ou não uso dos músculos acessórios, ritmo das respirações, a posição que a criança assume ao respirar (exemplos: sentada, reta ou inclinada para a frente),ortopneia; agitação e ansiedade. Avaliar se há presença de aumento do esforço durante ciclo respiratório Quanto menor a idade da criança, maiores serão as referências de valores para a FR. No lactente e recém-nascido prematuro: movimentos respiratórios podem ser irregulares, arrítmicos, intermitentes e ainda com alternância da profundidade. Neonatos e lactentes: predomínio de movimentos abdominais e os movimentos torácicos para as crianças maiores. Observar a profundidade e o padrão das respirações. Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. –Brasília :Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il.–(Cadernos de Atenção Básica,nº33), p. 65. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf Temperatura (T): A temperatura corporal da criança deve ser mantida dentro dos padrões de normalidade (normotermia) para atender às funções metabólicas, inclusive a basal. Hipertermia ou hipotermia devem ser corrigidas de imediato. Interferências: temperaturas de ambiente e vestuário –adequados ao clima • Oral: 35,8 °C a 37,2 °C (0,5 °C maior que a axilar). • Retal: 36,2 °C a 38 °C (0,5 a 1 °C maior que a axilar). • Axilar: 36 °C a 37 °C. • Bucal: 0,5 °C maior que a axilar. Dor: Nenhum profissional da saúde deve negligenciar a dor em nenhuma criança desde seu nascimento, pois é sabido que, embora não tenham o desenvolvimento e a maturidade (de acordo com a fase que se encontra) para pedir verbalmente que a dor seja amenizada, não quer dizer que a sensação da dor não exista (OLIVEIRA, 2005). Dor, medo e ansiedade: Doenças como a enterocolite, traumas e fraturas, doenças oncológicas, diversos tipos de pós- operatórios e procedimentos invasivos (Ex.: intubação, ventilação pulmonar mecânica, punções venosas e arteriais, redução de fraturas), além de dolorosos, causam medo, ansiedade e estresse e, portanto, devem ser evitados e tratados com a analgesia e a sedação sempre que necessário e possível (OLIVEIRA, 2005). Dor: Estratégias não farmacológicas do manejo da dor: o toque, o aconchego e o ambiente acolhedor devem fazer parte das unidades do ambiente e da rotina de atendimento (PERENCIN; RIBEIRO, 2011). Para se identificar a dor, sabendo que ela é subjetiva, o enfermeiro pode utilizar ferramentas muito úteis, denominadas de escalas da avaliação da dor. Ao escolher a escala de dor que será utilizada, deve-se verificar se é validada, a idade da criança, pois devem ser aplicadas de acordo com as diferentes idades, desde o nascimento