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A importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino da geografia; um olhar voltado às escolas públicas da cidade de Piranhas - AL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CAMPUS SERTÃO 
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA 
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
CÍCERO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO TEORIA-
PRÁTICA NO ENSINO DA GEOGRAFIA: UM OLHAR VOLTADO ÀS ESCOLAS 
PÚBLICAS DA CIDADE DE PIRANHAS/AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELMIRO GOUVEIA/AL 
SETEMBRO DE 2019 
CÍCERO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO TEORIA-
PRÁTICA NO ENSINO DA GEOGRAFIA: UM OLHAR VOLTADO ÀS ESCOLAS 
PÚBLICAS DA CIDADE DE PIRANHAS/AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao 
Curso de Geografia como requisito parcial para obtenção 
do grau de licenciado em Geografia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELMIRO GOUVEIA/AL 
SETEMBRO DE 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na fonte 
Universidade Federal de Alagoas 
Biblioteca do Campus Sertão 
Sede Delmiro Gouveia 
Bibliotecária responsável: Renata Oliveira de Souza – CRB-4/2209 
 
 S586i Silva Júnior, Cícero Ferreira da 
 
 A importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no 
 ensino da geografia: um olhar voltado às escolas públicas da cidade 
 de Piranhas - AL / Cícero Ferreira da Silva Júnior. – 2019. 
 46 f. : il. 
 
 Orientação: Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima. 
 Monografia (Licenciatura em Geografia) – Universidade 
 Federal de Alagoas. Curso de Geografia. Delmiro Gouveia, 2019. 
 
1. Geografia. 2. Turismo pedagógico. 3. Ensino e aprendizagem. 
 4. Educação. 5. Piranhas – Alagoas. I. Título. 
 
 
 CDU: 911.375:338.48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus; à minha filha Clarice que sempre estará presente 
em meu coração e em minha memória; à minha mãe Josete, 
que é a principal responsável por essa conquista; à Carine, 
minha futura esposa que foi uma excelente mãe e 
continuará sendo; à minha família, ao meu eterno 
amigo/irmão Emanuel Lima; aos meus amigos e a todos que 
me apoiaram em todos os momentos dessa caminhada e que 
me incentivaram a persistir nessa importante etapa da 
minha vida. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, por ser meu refúgio nas horas difíceis e não me deixar fraquejar ou 
desistir durante todos os momentos da minha vida. 
Ao meu orientador Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima por contribuir para este 
momento sempre com humildade e atenção. 
À minha família, em especial à minha mãe Josete Gomes Pedroza, por sempre me 
incentivar nos estudos e me dar tudo o que precisei durante minha vida. Ao meu irmão Jadson 
Gomes, por tudo. Aos meus tios, tias, primos, primas e cunhadas. 
À minha futura esposa, Carine Francisca Alves, por sempre estar comigo, me apoiando 
nos momentos felizes e difíceis da minha vida. 
Aos meus amigos: Emanuel Lima, que está com Deus neste momento; Lino, que além 
de amigo é primo/irmão; André, minha dupla do início ao fim do curso; Wilton, um dos maiores 
exemplos que sigo na vida; Kako, pela parceria de sempre; Baca, por sempre me apoiar; Rilleby, 
pela consideração de sempre. Também aos grandes amigos Dinho, Gleiton, Sidney, Girlânio, 
Lucas, João e Claudionor pela parceria e união de sempre durante e após o curso; ao meu 
parceiro Kel, por sempre me ajudar pegando livros na biblioteca. 
Aos professores e colegas da Universidade Federal de Alagoas (Campus Sertão) que 
fizeram parte da minha trajetória acadêmica. 
E a todos aqueles que, apesar de não terem sido citados, direta ou indiretamente 
contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento dos meus conhecimentos e para 
realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O processo de ensino e aprendizagem na geografia é bastante complexo, por isso é necessário 
que os professores busquem meios que possibilitem relacionar teoria e prática, para que assim 
os alunos possam compreender melhor os conteúdos ensinados em sala de aula com exemplos 
presentes no cotidiano, o que irá contribuir diretamente na formação dos mesmos enquanto 
cidadãos. Por isso, enfatizamos a importância do turismo pedagógico como mediador e 
intensificador da relação teoria-prática na geografia. Este trabalho foi pensado também na 
realidade local, por isso objetiva compreender a importância do turismo pedagógico na relação 
teoria-prática no ensino de geografia e apresentar áreas que podem ser exploradas para 
contribuir na aprendizagem de alunos na cidade de Piranhas/AL. Elaborado a partir de pesquisas 
bibliográficas em livros, artigos científicos, dissertações e pesquisa de campo a partir de 
entrevistas com professores e alunos, em 2019. Nele também há o intuito de destacar a 
importância do turismo pedagógico no processo de ensino e aprendizagem na geografia. 
 
Palavras-chaves: Turismo Pedagógico; Geografia; Ensino; Aprendizagem; Piranhas/AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The process of teaching and learning in geography is quite complex, so it is necessary for 
teachers to look for ways to relate theory and practice, so that students can better understand 
the contents taught in the classroom with examples present in everyday life. which will 
contribute directly to their formation as citizens. Therefore, we emphasize the importance of 
pedagogical tourism as a mediator and intensifier of the theory-practice relationship in 
geography. This work was also thought about the local reality, so it aims to understand the 
importance of pedagogical tourism in the theory-practice relationship in the teaching of 
geography and to present areas that can be explored to contribute to the learning of students in 
the city of Piranhas/AL. Prepared from bibliographical research in books, scientific articles, 
dissertations and field research from interviews with teachers and students, in 2019. It also aims 
to highlight the importance of pedagogical tourism in the process of teaching and learning in 
geography. 
 
Keywords: Pedagogical Tourism; Geography; Teaching; Learning; Piranhas/AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Mapa de localização do município de Piranhas/AL............................................... 29 
Figura 2 – Centro Histórico de Piranhas/AL........................................................................... 30 
Figuras 3, 4, 5, 6 – As quatro principais escolas da Cidade de Piranhas/AL.......................... 31 
Figura 7 – Rio São Francisco................................................................................................... 37 
Figura 8 – Casas do Centro Histórico...................................................................................... 38 
Figura 9 – Museu do Sertão..................................................................................................... 39 
Figura 10 – Torre do Relógio................................................................................................... 40 
Figura 11 – Mirante Secular..................................................................................................... 41 
Figura 12 – Pedra do Sino........................................................................................................ 41 
Figura 13 – Grota do Angico................................................................................................... 42 
Figura 14 – Cânion do Xingó...................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................11 
2 GEOGRAFIA E TURISMO PEDAGÓGICO: UMA RELAÇÃO 
NECESSÁRIA.........................................................................................................................14 
2.1 Geografia e turismo.......................................................................................................14 
2.2 Turismo Pedagógico: conceito, características e sua importância................................16 
2.3 Espaço e Paisagem no turismo pedagógico: conceitos e relação..................................20 
3 TEORIA-PRÁTICA E PROFESSOR-ALUNO NO TURISMO 
PEDAGÓGICO......................................................................................................................23 
3.1 A importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo 
turismo pedagógico.................................................................................................................. 23 
3.2 Professor-aluno: competências e desafios impostos na prática do turismo 
pedagógico............................................................................................................................... 26 
4 TURISMO PEDAGÓGICO EM PIRANHAS/AL: PROFESSORES, ALUNOS E 
ÁREAS QUE PODEM SER EXPLORADAS PARA FORTALECER A RELAÇÃO 
TEORIA-PRÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA........................................................29 
4.1 O município de Piranhas/AL: breve introdução...........................................................29 
4.2 A perspectiva dos professores de geografia em relação ao turismo pedagógico em suas 
escolas de ensino..................................................................................................................... 31 
4.3 Alunos e suas opiniões e experiências em relação ao turismo pedagógico..................34 
4.4 Áreas do município de Piranhas/AL que podem ser exploradas como fontes de ensino 
e aprendizagem através do turismo pedagógico.......................................................................37 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................45 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Sabendo que o ensino e a aprendizagem podem se desenvolver de diversas formas por 
meio de métodos, técnicas e práticas de ensino, buscamos aqui destacar o turismo pedagógico 
enquanto ferramenta potencializadora no processo de construção de conhecimento através da 
prática no ensino de geografia. 
Em meio ao processo de evolução constante que a sociedade vem sofrendo, as escolas 
também precisam evoluir e possibilitar aos alunos maneiras diferenciadas de aprender para que 
possam compreender melhor os seus respectivos cotidianos. Por isso, Matos (2012, p. 03), 
afirma que 
 
A escola deve e pode produzir conhecimento que vai além das teorias, 
da retórica e da aula puramente expositiva para que os aprendizes 
possam enfrentar a sociedade de forma a transformá-la de fato com a 
ideia de que, o acúmulo de conhecimentos oriundos de um processo 
caracterizado por ensino que o coloca como sujeito das ações 
educacionais, é o principal elemento de sua cidadania. 
 
O ensino de geografia é bastante complexo, já que a disciplina engloba uma imensa 
gama de conteúdos. Com isso, é essencial buscar meios que possibilitem aos alunos uma forma 
de aprendizado diferenciado, que facilite o entendimento e complemente os conhecimentos 
obtidos em sala de aula. Para isso, se faz necessário relacionar teoria-prática e é justamente isso 
que o turismo pedagógico proporciona, já que o mesmo possibilita aos alunos uma maneira 
diferente compreender o conteúdo ensinado em sala de aula na prática, como exemplo, analisar 
os aspectos sociais e naturais presentes em qualquer região, fator que possui grande relevância 
na construção do conhecimento e na formação dos alunos enquanto cidadãos ativos na 
sociedade. 
Diante disso, podemos afirmar que o turismo pedagógico é a prática turística 
introduzida no âmbito escolar com o intuito de promover a relação teoria-prática para que os 
alunos possam complementar os conhecimentos adquiridos teóricos adquiridos em sala de aula 
através da atividade prática extraclasse realizada fora do ambiente escolar. Onde, professores 
juntamente com a escola contratam agências de turismo com guias especializados para explorar 
locais e áreas específicos para proporcionar aos alunos um processo de aprendizado dinâmico 
e prático. Entretanto, 
 
É importante destacar que para o turismo pedagógico atender aos 
objetivos do projeto pedagógico da escola, torna-se imperativo 
12 
 
apresentar aos alunos um sentido significativo às aulas extraclasse, 
entendendo-as como uma perspectiva aberta de compreensão da 
realidade, através de referências reais e tangíveis. (NAKAMURA, 
MACHADO, 2012, p. 06). 
 
Por isso, é importante que os professores sejam capazes de incentivar os alunos a 
perceberem e realizar essa prática não apenas como simples alunos, mas como “alunos-
turistas”, assim, as chances da prática se tornar bem-sucedida serão bem maiores, já que os 
mesmos irão com interesse de conhecer e aprender no destino definido pelo professor. Vale 
ressaltar que essa prática possui fundamental importância para o desenvolvimento do processo 
de ensino-aprendizagem de diversas disciplinas, com destaque para a geografia. É atrelado a 
tudo isso que o objetivo deste trabalho se encontra. Aqui buscaremos pensar o turismo 
pedagógico voltado à realidade local do município de Piranhas/AL, pensando-o inserido no 
âmbito escolar, ampliando os olhares, às áreas e pontos turísticos que têm potencial para que se 
possa relacionar teoria-prática, contribuindo assim, no processo de ensino-aprendizagem. Em 
outras palavras, nosso objetivo geral é compreender a importância do turismo pedagógico na 
relação teoria-prática no ensino de geografia e apresentar áreas que podem ser exploradas e 
contribuir na aprendizagem de alunos na cidade de Piranhas/AL. 
Já os objetivos específicos destinam-se a abordar teoricamente o turismo pedagógico 
e evidenciar a sua importância no ensino de geografia através da relação teoria-prática; analisar 
a atual situação das escolas públicas da cidade de Piranhas/AL no que diz respeito a relação 
teoria-prática proporcionada pelo turismo pedagógico no ensino de geografia. E por fim, 
apresentar áreas, dentro do munícipio de Piranhas, que podem ser utilizadas como fontes de 
ensino-aprendizagem na geografia por meio do turismo pedagógico. 
Para elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, 
artigos científicos, dissertações e pesquisa de campo a partir de entrevistas com professores e 
alunos das principais escolas públicas da cidade. 
A construção deste trabalho concentra-se em três capítulos. No primeiro capítulo 
discutiremos a relação e os conceitos de geografia, turismo, turismo pedagógico, espaço e 
paisagem, destacando a importância destes, etc. No segundo capítulo destacaremos a 
importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo turismo 
pedagógico, como também a relação professor-aluno e os desafios e competências na prática 
do turismo pedagógico. 
E no terceiro e último capítulo faremos uma breve introdução sobre o município de 
Piranhas/AL para nos situarmos e discutiremos a perspectiva dos professores em relação ao 
13 
 
turismo pedagógico em suas escolas de ensino, como também a opinião de alunos e suas 
experiências em relação ao turismo pedagógico, informações essas que foram adquiridas 
através de entrevistas semiestruturadas. E para concluir, destacaremos áreas do município dePiranhas/AL que podem ser exploradas como fontes de ensino-aprendizagem através do 
turismo pedagógico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 GEOGRAFIA E TURISMO PEDAGÓGICO: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA 
 
Este capítulo aborda a relação entre geografia, turismo e turismo pedagógico 
destacando conceitos, características, importância, etc. Tudo isso com objetivo de reforçar a 
importância da prática no ensino de geografia, destacando também, conceitos importantes como 
espaço e paisagem. 
 
2.1 Geografia e turismo. 
 
Para discutir o turismo pedagógico, suas respectivas características e importância no 
processo de ensino-aprendizagem de geografia, é preciso, antes disso, compreender a geografia 
e o turismo discutindo sobre seus respectivos conceitos, enfatizando a relação entre estes. 
Entretanto, salientamos que nosso objetivo é discutir e compreender a importância do turismo 
pedagógico na relação teoria-prática no ensino de geografia. Com isso, é preciso entender como 
elas se relacionam. 
A geografia é uma ciência que passou por bastantes mudanças até se tornar o que ela 
é hoje. Esta, desde sempre foi um campo de muita polêmica, pois sofreu diversas mudanças 
referentes ao seu objetivo, ao seu objeto de estudo, e isso resultou em diferentes definições ao 
longo do tempo, são elas: o estudo da superfície terrestre, o estudo da paisagem, o estudo da 
individualidade dos lugares, estudo da diferenciação de áreas, o estudo do espaço e for fim o 
estudo da relação entre a sociedade e a natureza (MORAES, 2007). Daí nota-se as diversas 
alterações que a mesma sofreu ao longo do tempo. 
Toda essa carência em sua epistemologia implicou em várias lacunas nessa ciência ao 
longo dos anos, inclusive em entender o seu real sentido, a sua definição enquanto ciência. 
Hoje, de acordo com Moraes (2007), a geografia é entendida como a relação entre sociedade e 
natureza, entre o homem e o meio. Entretanto, segundo Moraes (2007), há algumas visões 
diferentes sobre essa relação, pois alguns estudiosos definem que essa relação é imposta pela 
natureza, que influencia diretamente no desenvolvimento da humanidade, ou seja, o ser humano 
é um mero elemento passivo dentro dessa concepção. Além disso, há aqueles que afirmam que 
é o homem que atua transformando a natureza diante de suas necessidades, considerando-o um 
ser ativo; e também há aqueles que afirmam que essa relação entre sociedade e natureza se dá 
de forma igualitária. Vale salientar que tudo isso é fruto da crise epistemológica que a ciência 
geográfica enfrenta ao longo da sua história, fator que gera muitas críticas para a mesma. 
15 
 
Também é importante ressaltar que a geografia chama atenção pelo seu objeto de 
estudo e suas diversas categorias de análises, que são: o espaço; o território, a região, a paisagem 
e o lugar. Essas categorias são utilizadas em diferentes tipos de discussões ligadas à área física 
e à área humana da mesma. 
Ao pensar em geografia, é possível pensar em sua gama de possibilidades, em sua 
interdisciplinaridade, pois é possível relacioná-la com diferentes ciências. Diante disso, é 
essencial mostrar sua relação com o turismo, já que ambos envolvem a relação do homem com 
o meio; da sociedade com a natureza; da apropriação e consumo do espaço, do território, do 
lugar, etc. 
Entender o conceito de turismo antes de se aprofundar no conceito de turismo 
pedagógico é essencial para observar a diferença entre eles de forma mais cristalina. Mesmo 
com muitos estudos, o conceito de turismo ainda não foi definido de forma concreta, já que há 
divergência em opiniões e conceituações entre seus estudiosos. Entretanto, podemos enfatizar 
a definição dada pela Organização Mundial de Turismo (OMT), que segundo Cruz (2003), se 
trata de uma modalidade que proporciona deslocamento espacial por meio de transportes onde 
há, no mínimo, um pernoite no destino, deslocamento esse que pode ter como motivo uma 
diversidade de razões seja a trabalho, lazer, saúde e os mais variados motivos. Deixando claro 
que não há motivos exatos para que uma viagem seja ou não considerada turismo. 
Cruz (2003) define o turismo enquanto prática social, prática essa que tem em seu 
cerne envolver o deslocamento de pessoas pelo território geográfico, tendo o espaço como seu 
objeto principal de consumo. Diante disso, fica perceptível a sua relação com a geografia, já 
que a mesma é responsável por “[..] oferecer o campo da oferta turística: o espaço geográfico.” 
(Becker, 2014, p. 55), fator primordial para o desenvolvimento do turismo e sua consolidação. 
 Daí nota-se que, querendo ou não, geografia e turismo andam juntos ou, talvez, o 
turismo dependa da geografia pelo o campo que a mesma oferece “o espaço”. O fato é que essa 
é uma discussão bastante complexa e que ainda será debatida por bastante tempo, mas o que 
podemos afirmar é que a ligação destas duas são de suma importância para o desenvolvimento 
pessoal e intelectual do homem e do seu entendimento do mundo e suas relações. Além disso, 
para BECKER (2014, p. 55) o turismo e a geografia, 
 
Apesar de serem classificados como ciências sociais e humanas, ambos 
mantêm fortes ligações com as ciências naturais, O espaço geográfico 
é um suporte na vida dos indivíduos e dos grupos independentes dos 
estágios de desenvolvimento tecnológico. Ele resulta da ação humana 
que interfere na realidade natural e cria paisagens humanas e 
humanizadas. 
16 
 
 
Diante disso, fica perceptível a importância da geografia para o turismo, já que esta 
ciência fornece meios que contribuem para o avanço do estudo do turismo e do 
desenvolvimento do mesmo, facilitando assim, uma melhor compreensão em meio à sua 
complexidade conceitual e epistemológica, ficando explícito a intensa ligação entre espaço e 
paisagem na base da relação Geografia x Turismo, fator que merece atenção por ser basilar e 
imprescindível nesta relação. 
Apesar de ser objeto de estudo da geografia, fica evidente que o espaço geográfico 
também se faz importante no turismo por ser objeto do consumo do mesmo. Quando falamos 
em “objeto de consumo” faz-se necessário entender como esse consumo pode se manifestar até 
porque “por ser uma prática social, o turismo é fortemente marcado pela cultura.” (CRUZ, 2003, 
p. 05). Com isso, é preciso entender o porquê dessas características e em quê as mesmas estão 
fundamentadas. Para isso, Cruz (2003), expõe conceitos importantes dentro do turismo que são 
fundamentais para se chegar a um entendimento. Como conceito de lugar turístico, que é 
definido através da apropriação da prática social do turismo e lugares que possuem determinado 
potencial turístico. Quanto ao conceito de atrativo turístico, Cruz (2003), afirma que lugares 
turísticos são inventados culturalmente, interligando o momento atual da valorização de 
recursos naturais e culturais valorizados pela prática social na criação do mesmo. Também 
define o conceito de paisagem turística como criação cultural, uma vez que a paisagem, por ser 
a parcela visível do espaço geográfico, contribui na potencialização turística de terminado lugar. 
 
2.2 Turismo Pedagógico: conceito, características e sua importância. 
 
Não é difícil ouvir que a prática do turismo pedagógico é considerada nova por boa 
parte dos autores, mas há quem associe o mesmo com práticas reproduzidas há séculos. 
Segundo Milan (2007), em meados do século XVI, na França, surgiu o Grand Tour que era 
uma modalidade de viagem de lazer que se estendia por diferentes países e com o passar do 
tempo as classes nobres e média começaram a fazer para ganhar experiência profissional e, 
principalmente, complementar seus conhecimentos, pois na época eram fatores importantes 
tendo em vista as exigências impostas pela sociedade. Com o passar do tempo, 
 
Logo, o propósito do Grand Tour eraeducacional, voltado para visitas 
a lugares culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes 
das nações estrangeiras. Tratava-se de fazer com que os jovens 
vivenciassem aquilo que já conheciam por meio de fontes literárias. Dos 
17 
 
textos, partir-se-ia para o conhecimento visual e palpável dos 
monumentos remanescentes, em especial do Império Romano. 
(MILAN, 2007, p. 20). 
 
Diante disso, nota-se que essas viagens já tinham relação com o processo de 
aprendizagem, fator que contribui na afirmativa de que o Grand Tour tenha sido antecessor do 
que hoje é definido com turismo pedagógico. 
O turismo pedagógico é de extrema importância no desenvolvimento do processo de 
ensino-aprendizagem, visto que o mesmo tem a capacidade de unir teoria e prática no ensino 
de diversas disciplinas. Entretanto, nosso objetivo aqui é pensá-lo inserido no ensino de 
geografia, enfatizando o seu conceito, as suas características e sua importância para a mesma. 
Em meio a dinamicidade do mundo atual e aos modelos de ensino considerados 
ultrapassados, é natural que surjam novas formas de ensino e de aprendizado. Apesar das 
práticas não terem sido constantes na trajetória escolar de muitos, é óbvio que boa parte de 
estudantes e ex-estudantes já tenham ouvido falar sobre trabalho de campo, estudo do meio ou 
algum outro termo semelhante. Ambos, são termos que possuem características semelhantes 
com o turismo pedagógico, fator que causa curiosidade e escancara um fato importante que é a 
pequena quantidade de pesquisas e trabalhos nessa área e que, consequentemente, só contribui 
para que o mesmo seja confundido com outros métodos ou até mesmo desconhecido por muitos. 
O trabalho de campo, o estudo do meio e o turismo pedagógico possuem suas 
semelhanças, mas não são totalmente iguais. Em uma breve contextualização podemos destacar 
a importância de ambos no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem 
interdisciplinar. No trabalho de campo ligado ao ensino escolar “[..] o conhecimento é 
trabalhado de maneira integrada, oferecendo aos alunos vivências em situações mais amplas - 
ambientes naturais, exposições, apresentações teatrais ou musicais - relacionadas ao assunto de 
estudo do grupo.” (GOMES, 2009, P.44). Esse conjunto de fatores contribuem na 
potencialização de situações numa outra perspectiva, onde indaga o aluno aprender de forma 
diferente da convencional. Para Milan (2007, p.13), o Estudo do Meio se trava de 
[...] uma atividade que permite aos alunos estabelecerem relações ativas 
e interpretativas, relacionadas diretamente com a produção de novos 
conhecimentos, envolvendo pesquisas localizadas em contextos vivos 
e dinâmicos da realidade. 
 
Com isso, pode-se afirmar que o Estudo do Meio possibilita estabelecer a relação 
teoria-prática incentivando o aluno continuar a aprender aquilo que foi explicado em sala de 
18 
 
aula de forma direta no contexto ao qual o mesmo está inserido, seja ele social ou natural. Já 
quanto ao turismo pedagógico, Scremin e Junqueira (2012, p. 33), afirmam que o mesmo 
 
[...] consiste em envolver o homem com o espaço seja ele, (físico, 
geográfico, ecológico, etc). Proporcionando uma nova visão sobre os 
conteúdos abordados em sala. Pela óptica da inovação na área da 
educação, aos poucos o turismo educacional, também chamado de 
turismo pedagógico, vem ganhando espaço no âmbito escolar, 
incentivando novas oportunidades de conhecimento. 
 
Sendo assim, nota-se que aos poucos essa prática vem ganhando força dentro das 
escolas, onde muitas mantêm contato com agências de turismo especializadas para que a prática 
seja realizada da melhor forma possível. Em outras palavras, podemos dizer que o turismo 
pedagógico consiste na complementação de conhecimento através da prática unida à teoria 
promovida por atividade extraclasse com o auxílio de guias de turismo e professores. 
O turismo pedagógico tem como finalidade, 
 
[...] conduzir os alunos à atividade educativa de forma diferenciada da 
qual vivenciam em seu dia-a-dia, via experiências turísticas por meio 
de viagens, o que torna a educação um elemento motivador nos mais 
diversos saberes e realidades. Com esse objetivo, as escolas procuram 
agências especializadas na área, contando, portanto, com o incentivo de 
professores e com o auxílio de guias e de monitores capacitados para a 
prática das atividades e a teoria dada em sala de aula. (NAKAMURA, 
MACHADO, 2012, p. 12-13). 
 
Sendo assim, fica ainda mais explícito a sua importância dentro do processo de ensino-
aprendizagem. É necessário salientar que um dos desafios dessa prática é transformar o aluno 
em “aluno-turista” para que assim se crie perspectivas e visões diferentes que possam 
proporcionar interesse e estimular o aluno a um comportamento ativo, comprometido com a 
prática. 
Para Milan (2007), as características do turismo pedagógico não estão centradas 
somente em viagens, mas em suas motivações na intenção de se adquirir mais conhecimento. 
Para se alcançar resultados positivos é necessário ter alguns cuidados, pois promover viagens 
com alunos exige cautela por parte do corpo docente em qualquer nível escolar. Alcançar 
resultados positivos nesse tipo de prática exige orientação, exige transformar o olhar do aluno 
antes, durante e após a prática, fazer com que ele incorpore o espírito de aluno-turista, fator 
importante para levar a prática a sério e usufruir ao máximo da mesma. 
Pensar em turismo pedagógico é pensar em planejamento. Realizar atividades 
diferentes e fora da sala de aula tem se tornado cada vez mais comum, pois em meio ao mundo 
19 
 
moderno fica cada vez mais difícil tornar aulas interessantes aos olhos dos alunos. A 
importância do turismo pedagógico se encaixa nessa perspectiva, já que fazer uso de práticas 
que possibilitem a complementação no processo de aprendizagem do aluno é muito importante. 
Vinha (2005, p. 02), enfatiza que 
 
Um dos principais sentidos das atividades ligadas ao Turismo 
Pedagógico está na possibilidade de ampliação das demandas dos 
estudantes, pois a escola em geral, centra suas atividades nas demandas 
dos professores, esquecendo-se que os estudantes precisam de 
envolvimento ativo para a construção do conhecimento e da formação 
da cidadania. 
 
Com isso, podemos destacar que proporcionar momentos que possibilitem ao aluno 
experiências novas através da prática, onde seja possível associar, aprender e complementar 
aquilo que foi visto na aula é de importância imensurável quando se pensa em desenvolvimento 
cognitivo, social e, principalmente, na formação do aluno e em sua capacidade crítico-reflexiva 
proporcionada pelo turismo pedagógico. 
Pensando no conceito de forma literal e em suas semelhanças com outras práticas, 
surgem algumas dúvidas. Dúvidas essas que muitas vezes não são esclarecidas e acabam por 
deixar lacunas no entendimento desta prática, como: qual o diferencial do turismo pedagógico 
em relação às outras práticas consideradas semelhantes ou iguais por muitos? Para isso, é 
necessário esclarecer alguns fatores importantes que são primordiais para notarmos as 
peculiaridades em relação às outras práticas. 
Sabe-se que o trabalho de campo pode ser realizado em qualquer ambiente, até mesmo 
dentro da escola como em apresentações teatrais, sem precisar se deslocar para longe. E sabe-
se também que o Estudo do Meio proporciona a relação teoria-prática focando em determinado 
objeto de estudo para se dar continuidade no processo de aprendizagem do alunado que foi 
iniciado em aula (MILAN, 2007). Evidenciando, assim, a ausência de necessidade em tornar o 
aluno um turista. 
No turismo pedagógico há a necessidade de tornar o aluno um aluno-turista, pois é 
preciso usar meios que possibilitem a mudança de visão e interesse pela prática. Outra 
característica importante está na complementação do conteúdo que foi aplicado em aula, já que 
isso proporcionaaprendizados mútuos e específicos para cada aluno que ali se faz presente. 
Entretanto, para que isso ocorra com sucesso surge a necessidade de contratar empresas 
especializadas, com guias, etc. Já que isso fará com que a prática se torne ainda mais rica e que 
o aluno, automaticamente, note que ele está ali não apenas como aluno, mas como aluno-turista 
20 
 
e passe a valorizar tudo que lhe é ensinado na prática. Isso, de certa forma, contribui no 
desenvolvimento social e cognitivo do aluno, fazendo com que o mesmo não cresça apenas no 
âmbito escolar, mas também no âmbito social. 
Vale ressaltar que contratar empresas especializadas na prática do turismo pedagógico 
possui muita importância, principalmente quando os alunos e professores encontram-se em 
ambientes até então desconhecidos pessoalmente, já que a capacidade informativa será grande 
e bem detalhada, contribuindo assim, no desenrolar da prática. Consequentemente, uma 
atividade desse tipo com auxílio de guias e professores se torna muito importante para os alunos, 
uma vez que os mesmos têm, na prática, diferentes fontes de conhecimento e diferentes formas 
de aprender, questionar e complementar o conhecimento daquilo que está sendo estudado. 
 
2.3 Espaço e Paisagem no turismo pedagógico: conceitos e relação. 
 
Não é difícil notar a importância do espaço e da paisagem na geografia, no turismo e 
no turismo pedagógico. Com isso, faz-se necessário entender melhor esses conceitos e como 
eles se relacionam dentro dessas ciências. 
O espaço, hoje tido como objeto de estudo da geografia, é a base da mesma, pois é a 
partir dele que a geografia se faz presente, se manifesta. Daí, nota-se a importância de entendê-
lo mais a fundo. Milton Santos define o conceito de espaço e suas características de forma 
bastante complexa, segundo ele 
 
O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável, de que 
participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos 
naturais e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, 
ou seja, a sociedade em movimento.” (SANTOS, 2012, p. 30-31). 
 
Diante disso, nota-se que há relação direta entre sociedade e natureza, ambas em 
constante movimento e evolução. Pensar no espaço é pensar em evolução, já que é nele que 
ocorre constantes transformações, inclusive as transformações feitas pela sociedade ao longo 
da história. 
Para entendê-lo é preciso ter conhecimento de uma série de variáveis que implicam 
em sua definição. Santos, em sua obra “Natureza do Espaço: técnica e tempo. Razão e emoção”, 
além de definir o espaço como conjunto indissociável, afirma que o mesmo é 
 
[...] solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas 
de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no 
qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por 
21 
 
objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por 
objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois, 
cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar 
como uma máquina. (SANTOS, 2006, p. 39). 
 
Desse modo, Santos (2006), trata esses sistemas de objetos como a agregação das 
forças produtivas e os sistemas de ações seriam a agregação das relações sociais produtivas, 
entretanto, ambos interagem entre si. Já que, 
 
De um lado, os sistemas de objetos condicionam a forma como se dão 
as ações e, de outro lado, o sistema de ações leva à criação de objetos 
novos ou se realiza sobre objetos preexistentes. É assim que o espaço 
encontra a sua dinâmica e se transforma.” (SANTOS, 2006, p.39). 
 
Partindo desse pressuposto, fica explícito a importância desses sistemas de objetos e 
de ações no cerne do conceito de espaço, pois, são eles, que possibilita-o encontrar sua 
dinamicidade e, consequentemente, sua transformação. Tudo isso, evidentemente, gerado pela 
relação da sociedade com a natureza. 
Além do espaço geográfico, a paisagem também é importante nesta discussão, já que 
ambas se relacionam e possuem grande relevância quando o assunto é geografia. De acordo 
com Santos (2012, p. 79), 
 
A paisagem é diferente do espaço. A primeira é a materialização de um 
instante da sociedade. Seria, numa comparação ousada, a realidade de 
homens fixos, parados como uma fotografia. O espaço resulta do 
casamento da sociedade com a paisagem. O espaço contém o 
movimento. Por isso, paisagem e espaço são um par dialético. 
Complementam-se e se opõem. 
 
Diante disso, notamos que ambas se complementam e se opõem, entretanto, não são 
iguais. Para entender melhor, é preciso se aprofundar mais nas definições de Milton Santos, 
autor fundamental na definição desses conceitos. Para o mesmo, paisagem e espaço são 
resultados de “[...] movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de 
funcionamento unitário, um mosaico de relações, de forma, funções e sentidos.” (SANTOS, 
2012, p. 67). Com isso, nota-se que ambos se materializam através de ações da sociedade e 
estão conectadas por agregações de relações que variam por uma diversidade de motivos. 
Segundo Santos (2012, p. 67), “tudo o que nós vemos, o que nossa visão abarca, é a 
paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca.”. Esta, 
além de ser formada por volumes, também é formada por movimentos, cores, odores, sons e 
tudo aquilo que a compõe. Como se dá a paisagem? Se dá por meio da percepção. Isso mesmo, 
22 
 
é através da nossa percepção que definimos a paisagem. Por estar em constante movimento, a 
paisagem se transforma a cada instante e como cada pessoa possui uma percepção diferente das 
coisas, a mesma parcela vista por diferentes pessoas será interpretada de formas diferente. 
Santos (2012), destaca isso de forma muita clara, segundo ele, a dimensão da paisagem se dá a 
partir da dimensão da percepção, percepção essa que é definida como processo seletivo de 
apreensão, que é o fato de cada pessoa interpretar determinada parcela do espaço de maneira 
particular, onde irá selecionar aquilo que define como importante dentro do seu campo de visão. 
A paisagem também possui suas especificidades já que é um 
 
[...] conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por 
frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou 
por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. 
(SANTOS, 2012, 71). 
 
As paisagens naturais e artificiais possuem ligação direta na relação entre sociedade e 
natureza. As paisagens naturais são aquelas que nunca foram tocadas/alteradas pelas 
intervenção antrópica e nos dias atuais quase não existem, já as paisagens artificiais estão cada 
vez mais presentes no dia a dia, uma vez que com o passar do tempo a evolução humana vai se 
aperfeiçoando e alterando ainda mais as paisagens para suprir suas necessidades. 
Vale salientar que com o conceito de paisagem artificial contribui na criação de outros 
conceitos criados por diferentes autores. Para exemplificar podemos destacar o conceito de 
paisagem urbana. Segundo Carlos (2009, p. 35), 
 
A paisagem urbana aparece como um “instantâneo”, registro de um 
momento determinado, datado no calendário. Enquanto manifestação 
formal, tende a revelar uma dimensão necessária da produção espacial: 
aquela do aparente, do imediatamente perceptível, representação, 
dimensão do real que cabe intuir. 
 
Com isso, podemos associar este conceito ao conceito de paisagem artificial, já que 
ambos são frutos da intervenção humana ao longo dos anos com o objetivo de suprir 
necessidades em determinados momentos. No geral, podemos dizer que o conceito de paisagem 
urbana é uma ramificação do conceito de paisagem artificial, já que o primeiro, evidentemente, 
está incluso na definição conceitual do segundo, ambos totalmente dependentes da relação entre 
sociedade e natureza. Além disso, salientamos que a paisagem éclaro objeto de mudança 
(SANTOS, 2012). Esta, sempre estará em constante transformação, fator que possibilita 
diferentes significados e percepções da mesma em diferentes épocas. 
23 
 
Quando pensamos em espaço e paisagem no turismo pedagógico, pensamos nas 
diferentes formas que esses conceitos podem se manifestar através dessa prática no ensino de 
geografia. Por estarem interligados e possuírem importância tanto no conceito de geografia 
quanto no conceito de turismo e turismo pedagógico, não há como não os inserir nesta prática. 
A relação destes dois conceitos com o turismo pedagógico se dá de forma natural, já 
que o turismo pedagógico possibilita aos alunos estarem presentes em diferentes espaços e a 
observarem diferentes paisagens, seja elas naturais ou artificiais, uma vez que esta prática pode 
ser realizada em diferentes ambientes. 
Com isso, conclui-se que tanto o espaço quanto a paisagem são fundamentais no cerne 
do turismo pedagógico, já que possuem imensa importância na realização desta prática, 
independentemente de onde a mesma seja realizada. 
Concluída esta discussão que teve como objetivo entender a relação entre geografia e 
turismo pedagógico. Cabe a nós entender importância da relação teoria-prática e entre professor 
e aluno no turismo pedagógico, destacando as competências e desafios que são impostos 
durante a realização desta prática. Tudo isso será discutido no capítulo seguinte com o objetivo 
de esclarecer ainda mais pontos importantes que devem ser levados em conta para que evite 
erros e se obtenha êxito nessa prática. 
 
3 TEORIA-PRÁTICA E PROFESSOR-ALUNO NO TURISMO PEDAGÓGICO 
 
Neste capítulo é abordado a importância da teoria e da prática no ensino de geografia 
que o turismo pedagógico proporciona. Como também a relação entre professor e aluno nesta 
prática, destacando a os desafios que são impostos e as competências necessárias para que esta 
prática seja executada com êxito. 
 
3.1 A importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo 
turismo pedagógico. 
 
Não é novidade que no ensino de geografia há a necessidade de relacionar teoria e 
prática, isso porque uma ciência que está diretamente ligada ao nosso cotidiano não pode se 
prender somente à teoria, mas também deve estar ligada à prática para que seja possível 
entender determinados fenômenos que nela são discutidos. Até porque “o objetivo da prática 
em geografia é de formar cidadão com consciência do espaço das coisas, dos fenômenos que 
elas vivenciam ou não, é definir o espaço ocupado por nós e pelas coisas na prática saindo da 
24 
 
teoria.” (FERREIRA; RODRIGUES; JESUS, 2011, p. 03). É dentro desse objetivo que se nota 
a importância do turismo pedagógico como facilitador e fortalecedor dessa relação. 
No âmbito escolar, mais precisamente no ensino de geografia, é preciso que o 
professor pense teoria e prática em conjunto, sempre buscando meios que proporcionem a 
interação entre ambas. Além disso, é importante salientar que o professor deve estar atento às 
possibilidades de aliá-las sempre que possível, pois assim, o processo de ensino e aprendizagem 
se tornará mais interativo e, consequentemente, mais prazeroso. 
O ensino de geografia necessita desse diferencial, já que é a partir dessa relação que o 
mesmo se fortifica. Essa necessidade se torna evidente uma vez que 
 
O ensino da geografia não pode ser um ato mecânico, resumido ao ato 
de informar, no qual o professor dá atividades e o aluno realiza. Tem 
que ser um ato muito mais complexo, no qual a discussão, o debate, a 
reflexão sejam estimulados constantemente, contribuindo assim, para a 
construção das competências sócio-político-culturais (GROU; 
AVELINO JÚNIOR, 2009, p. 05). 
 
É a partir disso que podemos perceber a necessidade de o turismo pedagógico ser 
inserido no ensino de geografia, já que com ele é possível atingir essas metas e contribuir não 
somente no processo de ensino-aprendizagem do aluno dentro do ambiente escolar, mas 
também na formação desse aluno enquanto pessoa e cidadão ativo na sociedade. 
Associar teoria e prática não é tão simples como se imagina, por isso, é necessário que 
o professor seja qualificado para conseguir ensinar associando ambas nos mais diversos 
conteúdos. Diante disso, salientamos que 
 
A prática de ensino é fundamental ao currículo do professor, pois é na 
prática que ele vai ter a oportunidade de vivenciar as experiências, 
realizar na prática o conhecimento adquirido teoricamente, poder passar 
a teoria e comprovar na prática. (FERREIRA; RODRIGUES; JESUS, 
2011). 
 
Sendo assim, percebe-se que a prática não é apenas importante para os alunos, mas 
também para o professor. Já que ao conseguir relacioná-la junto com a teoria, acaba se 
consolidando como um profissional mais qualificado e seus alunos conseguem ampliar os 
conhecimentos que adquiriram na teoria com mais facilidade. 
É importante destacar que a prática não precisa ser exercida somente durante o turismo 
pedagógico, mas que o professor também pode fazer uso da mesma dentro da sala de aula, seja 
dando algum exemplo do dia a dia ou até mostrando vídeos, imagens ou utilizando qualquer 
outra maneira que possibilite isso, apesar que esta sendo aplicada durante o turismo pedagógico 
25 
 
seja muito mais atraente e eficaz. Consequentemente, por ser uma ferramenta necessária para 
um melhor desenvolvimento do ensino-prendizagem ela é relevante em qualquer ambiente. 
Para Ferreira, Rodrigues e Jesus (2011, p. 03), 
 
A prática de ensino tem uma importância fundamental na hora de 
trabalhar os conteúdos, pois ela auxilia o professor na hora de ministrar 
suas aulas, fazendo com que ele confronte os conceitos que trazemos 
do dia a dia com os conceitos científicos. 
 
 Evidentemente, a prática quando aliada à teoria não somente auxilia o professor, mas 
facilita o processo de ensino-aprendizagem e proporciona um maior interesse dos alunos sobre 
o assunto. Estas juntas, proporcionam ao professor uma gama maior de possibilidades de 
trabalhar determinados conteúdos que estão presentes no ensino de geografia, tanto na área 
humana quanto na área física. 
 
No ensino de Geografia, teoria e prática, é a base para o 
desenvolvimento do conhecimento eficiente do professor. É por meio 
da influência teórica que o professor obtém do meio social, 
determinados conhecimentos específicos, sejam eles empíricos ou 
científicos, que os ajudam em sua prática. Conferindo através de ações 
seguras, capacidades de se recriar e aprender frente a essa função 
multidisciplinar que a educação geográfica confere ao jogo social das 
experiências humanas. (CARVALHO, CHAVES, ANDRADE, 2015, 
p. 11). 
 
Portanto, é de suma importância que o professor de geografia durante e após sua 
formação trabalhe buscando relacioná-las sempre que for possível e necessário. Pois, além 
dessa relação contribuir em sua formação, contribui também na sua forma de trabalhar e ensinar, 
possibilitando aos alunos a construção de conhecimento mais lúdica, mais ativa, enriquecendo 
as aulas dentro e fora da sala de aula. 
Quando discutimos turismo pedagógico em ensino de geografia, devemos destacar que 
o professor enquanto “[...] mediador necessário para que o aluno construa o seu conhecimento 
sobre as formas de organização do espaço, da sociedade e do universo.” (ARAÚJO, et al., 2014, 
p. 04), deve despertar no aluno o interesse em realizar tal prática. Para isso, é necessário que 
ambos tenham uma boa relação, onde o aluno entenda, se interesse pela prática e, 
principalmente, respeite o professor e tenha consciência da importância daquilo lhe está sendo 
ensinado. Com isso, na sequência, iremos discutir a importância da relação professor-aluno 
dentro da prática do turismo pedagógico. 
 
26 
 
3.2 Professor-aluno: competências e desafios impostos na prática do turismo pedagógico. 
 
Um dos grandes problemasé saber o que fazer, como fazer e quais os desafios que 
podemos encontrar durante a prática do turismo pedagógico no ensino de geografia. Sendo 
assim, é necessário destacar detalhadamente alguns aspectos considerados relevantes para esta 
discussão. Para isso, neste momento, discutiremos aspectos relevantes que encontramos ao 
longo do levantamento bibliográfico para a realização deste trabalho. 
Independentemente do nível de escolaridade é necessário que haja boa relação entre 
professor e aluno para que determinadas atividades sejam realizadas com êxito. No ensino de 
geografia, através do turismo pedagógico, não é diferente. Por isso, é necessário discutir de 
forma clara e objetiva para que se entenda a importância dessa relação no turismo pedagógico 
e, consequentemente, no processo de ensino-aprendizagem na geografia. 
Evidentemente, o sucesso no processo de ensino-aprendizagem possibilita os alunos 
crescerem enquanto seres humanos e cidadãos, mas a relação entre esses com seus respectivos 
professores é muito importante para isso se torne possível. Visto que sempre há entraves dentro 
e fora de se sala de aula que dificultam ou melhoram essa relação, é necessário entender 
primeiramente o papel do professor e sua importância no desenvolvimento do aprendizado dos 
alunos para, posteriormente, entender a relevância do turismo pedagógico no desenvolvimento 
destes em diferentes aspectos. 
A relação entre professor e aluno é muito importante, o problema é que há muitos 
professores que não se dão conta disso e focam apenas em aplicar o conteúdo em sala de aula 
e não mantêm diálogo com seus alunos. De acordo com Lopes (2008, p. 03). 
 
Mudar essa realidade é necessário para que uma nova relação entre 
professores e alunos comece a existir dentro das escolas. Para tanto, é 
preciso compreender que a tarefa docente tem um papel social e político 
insubstituível, e que no momento atual, embora muitos fatores não 
contribuam para essa compreensão, o professor necessita assumir uma 
postura crítica em relação a sua atuação recuperando a essência do ser 
“educador”. 
 
Com isso, notamos a importância do professor enquanto ser educador, aquele que 
preza pela educação social e política, que possui boa relação e afinidade com seus alunos para 
discutir sobre os mais diversos temas. Isso irá contribuir diretamente no processo de ensino-
aprendizagem tornando os alunos mais conhecedores da realidade local e cidadãos informados 
com considerável senso crítico. 
Essa relação entre professor e aluno é de suma importância, já que 
27 
 
 
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a 
mediação do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se 
dizer que a interação professor-aluno é imprescindível para que ocorra 
o sucesso no processo ensino aprendizagem. (LOPES, 2008, p. 04). 
 
Além dessa interação social que o turismo pedagógico proporciona, é necessário 
salientar a importância do professor enquanto mediador desta prática, pois é a partir dele que 
as ações tomam rumo durante a atividade. Um professor que tem uma relação boa entre os 
alunos, se qualificado, poderá executar a atividade prática como muita facilidade, alcançando 
assim, todos os objetivos traçados antes, durante e após a atividade. 
A boa relação entre professor e aluno, consequentemente, implicará na vontade do 
aluno em participar da atividade prática com mais prazer. Isso é importante porque, como a 
prática do turismo é uma atividade extraclasse, é preciso que haja envolvimento total de ambas. 
O professor mediando a atividade com o auxílio de guias e os alunos dedicados com a visão de 
“aluno-turista” empenhados na atividade, contribuirá diretamente no processo de ensino-
aprendizagem, já que os alunos se sentirão mais à vontade para tirar dúvidas e fazer colocações 
durante a atividade. 
Vale salientar que essa relação deve ser dosada para evitar problemas durante a 
atividade. E antes mesmo de realizá-la, o professor deve estar em constante diálogo com os 
alunos para indagá-los ao interesse sobre o conteúdo aplicado em sala de aula que 
posteriormente será complementado na prática. 
 
Assim, quanto mais o professor compreender a dimensão do diálogo 
como postura necessária em suas aulas, maiores avanços estará 
conquistando em relação aos alunos, pois desse modo, sentir-se-ão mais 
curiosos e mobilizados para transformarem a realidade. Quando o 
professor atua nessa perspectiva, ele não é visto como um mero 
transmissor de conhecimentos, mas como um mediador, alguém capaz 
de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os a 
refletir sobre seu entorno, assumindo um papel mais humanizador em 
sua prática docente. (LOPES, 2008, p. 05). 
 
É dentro dessa perspectiva que se encaixa a necessidade da prática do turismo 
pedagógico. É nela que há o interesse dos alunos, o aprendizado e o ensino de forma lúdica e 
diferenciada e a aproximação entre alunos e professores numa atividade extraclasse que 
necessita do envolvimento e seriedade de todos para que seja realizada com sucesso. Por isso, 
há a necessidade do diálogo, pois é a partir dele que o professor poderá mostrar aos alunos qual 
o verdadeiro objetivo da atividade, o porquê da sua necessidade e também mostrar que a prática 
28 
 
por meio do turismo de pedagógico não é uma viagem de lazer, mas sim um momento de 
aprendizado e complementação daquilo que foi ensinado em sala de aula, fator bastante 
importante para evitar desvio de finalidade por parte dos alunos. 
Sabe-se que “o educador deve auxiliar os educandos a utilizar os conhecimentos que 
adquiriram, por isso, deve utilizar estratégias para que eles contem coisas pessoais e opinem 
sobre os acontecimentos.” (BELOTTI, 2010, p. 06). Com isso, nota-se a importância do turismo 
pedagógico para realização de tal feito, já que essa prática proporciona aos alunos o contato 
com a realidade local na prática, fator que gerará dúvidas, perguntas e comentários que 
contribuirão de forma efetiva no ensino e na aprendizagem dos mesmos. 
Sabendo que o turismo pedagógico é importante na relação professor-aluno e vice-
versa, cabe a nós compreender quais os benefícios que essa prática traz para os alunos que nela 
se inserem. Para isso, Milan (2007) destaca quatro aspectos importantes que contribuem na 
aprendizagem dos alunos. O primeiro é o aspecto psicológico, já que tantos as vivências e 
comportamentos estão sujeitos a alterações devido a influência do turismo, alterando fatores 
como valores, motivações, preferências e comportamento na sociedade; o segundo aspecto é o 
sociológico, pois proporciona novas experiências e interação entre alunos, professores e a 
comunidade local; o terceiro é o aspecto cultural, já que há o contato com culturas diferentes 
tornando a experiência ainda mais interessante; e o quarto e último aspecto é o ambiental, uma 
vez que a observação provoca a conscientização da preservação das características histórico-
culturais de determinada localidade. 
Sendo assim, fica clara a importância do turismo pedagógico no processo de ensino-
aprendizagem na geografia. Entretanto, se faz de fundamental importância prezar pela relação 
teoria-prática como também pela boa relação professor-aluno para que todos os objetivos sejam 
alcançados antes, durante e após a prática, já que os conteúdos podem ser discutidos em 
diferentes momentos. 
Para complementar, é necessário entender a realidade local do munícipio de 
Piranhas/AL em relação a turismo pedagógico praticado pelas suas respectivas escolas públicas, 
como também entender a opinião de alunos e professores sobre essa prática e, por fim, destacar 
algumas áreas que podem ser usadas como fonte de ensino e aprendizagem na geografia dentro 
deste município, o que será discutido no capítulo subsequente. 
 
 
29 
 
4 TURISMO PEDAGÓGICO EM PIRANHAS/AL: PROFESSORES, ALUNOS E 
ÁREAS QUE PODEM SER EXPLORADASPARA FORTALECER A RELAÇÃO 
TEORIA-PRÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA. 
 
Neste capítulo, iremos refletir sobre entrevistas realizadas com alunos e professores de 
geografia das escolas públicas da cidade de Piranhas/AL, evidenciando os desafios e os aspectos 
positivos e negativos que envolvem a prática do turismo pedagógico nessas escolas. Ao fim, 
destacaremos áreas que podem ser utilizadas como fonte de ensinado e aprendizagem através 
da prática do turismo pedagógico. 
 
4.1 O município de Piranhas/AL: breve introdução. 
 
O município de Piranhas/AL (figura 1) se localiza no sertão alagoano e se destaca no 
cenário nacional pelo seu potencial turístico devido às suas belas paisagens, história, arquitetura 
do Centro Histórico e também por ser banhado pelo Rio São Francisco. 
 
 Figura 1: Mapa de localização do município de Piranhas/AL. 
 
Fonte: Adaptado pelo autor, 2019. 
30 
 
 
Marcado na história nacional por ser o local onde as cabeças de Lampião, Maria Bonita 
e seu bando foram expostas, o seu Centro Histórico (Figura 2) é um dos principais pontos 
turísticos da região. Por isso, recebe estudantes de várias partes do Brasil, como também 
pesquisadores de diferentes partes do mundo. Isso mostra que o município é bastante usado 
como fonte de ensino e aprendizagem atualmente. 
 
 
 
 
 Figura 2: Centro Histórico de Piranhas/AL. 
 
Fonte: www.matraqueando.com.br1 
 
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) obtidos 
no último censo (2010)2, o município de Piranhas/AL possuía uma população num total de 
23.045 habitantes, com densidade demográfica de 56,47 hab/km². Atualmente, estima-se que a 
população seja superior a 24.891 pessoas. 
Quando se fala em educação podemos destacar quatro escolas presentes na cidade. A 
primeira é a Escola Estadual de Xingó – I (EEX-I) (figura 3), localizada na Vila Alagoas, no 
 
1 Disponível em: <https://www.matraqueando.com.br/piranhas-alagoas-a-cidade-que-virou-referencia-para-a-
historia-do-cangaco> Acesso em: Junho de 2019. 
2 Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/piranhas/panorama> Acesso em: Julho de 2019. 
https://www.matraqueando.com.br/piranhas-alagoas-a-cidade-que-virou-referencia-para-a-historia-do-cangaco
https://www.matraqueando.com.br/piranhas-alagoas-a-cidade-que-virou-referencia-para-a-historia-do-cangaco
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/piranhas/panorama
31 
 
Bairro Xingó; a segunda é a Escola Estadual de Xingó – II (EEX-II) (figura 4), localizada no 
Bairro Nossa Senhora da Saúde; a terceira é a Escola de Educação Básica Prof. Ivan Fernandes 
Lima (figura 5), localizada na Vila Alagoas, no Bairro Xingó; e a quarta é o Instituto Federal 
de Alagoas (IFAL) (figura 6), localizado na Vila Sergipe, no Bairro Xingó. 
 
Figuras 3, 4, 5, 6 – As quatro principais escolas da Cidade de Piranhas/AL. 
 
 
 Fonte: O autor, 2019. 
 
Nessas escolas encontram-se alunos dos mais variados bairros, da zona rural e até de 
diferentes cidades como é o caso do IFAL. A partir de entrevistas semiestruturadas com 
professores e alunos dessas respectivas escolas, foi possível perceber a realidade de cada escola 
em relação a prática turismo pedagógico no ensino de geografia, o que iremos discutir na 
sequência deste trabalho. 
 
4.2 A perspectiva dos professores de geografia em relação ao turismo pedagógico em suas 
escolas de ensino. 
 
Para entrevistar os professores, foram elaboradas três perguntas consideradas 
primordiais para discutir o assunto, onde a partir delas fosse possível abrir um diálogo com os 
professores. Vale salientar que nosso objetivo aqui é apenas discutir sobre a prática do turismo 
pedagógico, por isso, não citaremos nomes das escolas e nem de seus respectivos professores. 
Vale salientar que o número de perguntas foi elaborado também pensando no pouco tempo que 
os professores têm para poder discutir sobre o assunto, já que as entrevistas foram realizadas 
nas escolas durante os intervalos das aulas. 
32 
 
As três perguntas foram pensadas com o intuito de observar o conhecimento dos 
professores sobre a prática do turismo pedagógico, sua frequência de utilização durante o ano 
letivo – se é que é utilizada -, entender os principais obstáculos que encontram e os benefícios 
da mesma no processo de ensino e aprendizagem. São elas: 
1. O que você entende sobre turismo pedagógico? 
2. Quais os principais obstáculos que você encontra para realizar esta prática e 
adquirir êxito? 
3. Para você, quais os benefícios que o turismo pedagógico proporciona no processo 
de ensino e aprendizagem? 
 
Com isso, foi possível extrair bastante informação relevante sobre o assunto em cada 
escola. E como as entrevistas foram realizadas durante o intervalo, foi possível conversar com 
todos os professores de geografia que estavam presentes, fator que contribuiu bastante para 
fazer um apanhado geral sobre a realidade de cada escola com relação a prática do turismo 
pedagógico no ensino de geografia. Para evitar transtornos, como foi pedido pela maioria dos 
professores, não será citado nem os seus nomes e nem os nomes das escolas. Por isso, para 
discutir sobre os resultados obtidos nas entrevistas, as escolas serão referenciadas como A, B, 
C e D, na sequência. 
Nas escolas A e B, foi possível perceber que alguns professores ainda não possuem 
conhecimento sobre o conceito de turismo pedagógico. Entretanto, ao discutir sobre o conceito 
houve entendimento por parte de todos. O que chamou atenção foram as semelhanças entre 
essas escolas, ambas não fazem tanto uso dessa prática por diversos motivos, são eles: a falta 
de recursos, a falta de tempo para planejamento e deslocamento para outros lugares e a falta de 
motivação e apoio do órgão responsável por ambas as escolas. Esses foram os principais 
motivos evidenciados por eles. Com relação aos benefícios, a maior parte dos professores 
destacou a forma diferente em aprender e ensinar que a prática proporciona. O grande problema 
que foi possível perceber nessas duas escolas foi a falta da prática durante o período letivo, que 
é quase nenhuma. Muitos justificaram que fazem uso dessa prática explorando apenas o próprio 
município, fator bastante complicado, uma vez que é muito complicado fazer que os alunos 
despertem o interesse como “aluno-turista”, já que por ser no ambiente em que residem não 
cause tanto interesse nos mesmos. Pelo jeito, isso implica bastante no rendimento dos alunos, 
já que boa parte possui dificuldades em determinados conteúdos presentes na geografia. 
Já na escola C os problemas são ainda maiores. Segundo professores, as dificuldades 
não se limitam apenas nos recursos que a escola recebe, mas também na questão de empenho 
33 
 
dos alunos. Segundo os professores, esta escola mal faz uso da prática do turismo pedagógico, 
isso porque, além do órgão responsável não oferecer suporte suficiente para que os alunos 
possam viajar com tudo incluso, a maioria deles não têm condições financeiras para arcar com 
os gastos que há durante uma viagem. Por isso, quando a prática é feita, ocorre pelas 
proximidades, mas são bem raras de acontecer e não há projetos consolidados durante o ano 
letivo para realiza-la. Além dessas dificuldades, os professores também se mostraram confusos 
sobre a definição do conceito de turismo pedagógico, entretanto, como os professores das 
escolas anteriores, conseguiram assimilar bem a sua definição e características. Ambos 
destacaram a importância da prática no ensino de geografia como principal benefício do turismo 
pedagógico, porém destacaram que as dificuldades impendem um melhor desenvolvimento no 
aprendizado dos alunos que, assim como os alunos das escolas anteriores, também possuem 
muitas dificuldades em diversos conteúdos de geografia, sem falar que muitos não percebem a 
importância dessa disciplina para o cotidiano, mesmo com os professoressalientando a sua 
importância. 
Com isso, pode-se perceber que o turismo pedagógico, por mais benéfico que seja, 
ainda é uma realidade distante de ser consolidada no ambiente escolar dessa e das escolas 
anteriores citadas, pois os problemas estão além do alcance dos professores, já que estão 
totalmente interligados com questões financeiras e pela falta de interesse e empenho dos órgãos 
responsáveis por essas escolas. 
Já na escola C, podemos dizer que é bastante diferente. Mesmo com os problemas 
financeiros que vêm acontecendo nos últimos anos em todo o território nacional, há escolas que 
conseguem, ao menos, realizar diversas aulas práticas fora do ambiente escolar, como é o caso 
dessa. Nesta escola foi bastante perceptível a diferença, primeiro que ao conversar com os 
professores ficou claro que todos ou quase todos tinham certo conhecimento sobre prática do 
turismo pedagógico e da sua importância no processo de ensino-aprendizagem na geografia, 
isso porque ambos conseguiram argumentar e também tirar algumas dúvidas sobre o a definição 
do conceito dessa prática e suas características, além disso, mostraram interesse em intensificar 
ainda mais a utilização da mesma nos conteúdos ensinados na disciplina geografia aos seus 
alunos ao longo do ano letivo. Outro fator que chamou atenção foi de haver planejamento 
específico para que essa prática seja aplicada para que os alunos possam vir a complementar os 
conhecimentos adquiridos em aula. 
O empenho dessa escola em unir teoria e prática é bastante visível, fator que 
consequentemente a torna uma das mais bem avaliadas da região. Tudo isso deve-se ao 
planejamento e aos recursos que a mesma recebe. Nessa escola os alunos recebem auxílio 
34 
 
alimentação, possuem ônibus próprio, ganham bolsas, etc. Além disso, como nem todos 
possuem condições financeiras para viajar, há casos em que alunos até recebem um valor para 
arcar com os gastos da viagem. Tudo isso, claro, influência diretamente no processo de ensino-
aprendizagem desta escola. É notável o empenho dos alunos, que por sinal são muito 
participativos e possuem bastante conhecimento sobre diversos conteúdos presentes na 
disciplina geografia. Também é notável é o empenho dos professores e demais funcionários, 
até porque recebem bastante recursos e apoio para isso. 
Ao questionar sobre as principais dificuldades que encontram na prática do turismo 
pedagógico, notamos que estão baseadas na preocupação deles com os alunos em notar a 
importância de tal atividade para que consigam progredir ainda mais na disciplina de geografia 
e em seus respectivos conteúdos. Quanto aos benefícios, destacaram a importância da interação 
do aluno com um ambiente diferente e com pessoas diferentes, o fortalecimento da relação entre 
professores e alunos, como também entre os próprios alunos, já que muitos se aproximam mais 
em momentos como este e também a forma diferente de aprender e entender como determinados 
fenômenos ocorrem em seu cotidiano, fator esse que contribui também no fortalecimento da 
geografia dentro e fora do ambiente escolar, umas vez que esses alunos notam a importância da 
mesma e aprendem muito mais sobre os conteúdos que são apresentados em sala de aula. 
Diante disso, nota-se que mesmo dentro de um mesmo município, há diferenças 
bastante evidentes em relação a escola A, B, C e D em relação a prática do turismo pedagógico, 
desafios, dificuldades e planejamento. Entretanto, foi possível notar que a escola que têm o 
turismo pedagógico como prática comum no ensino de geografia se sobressai sobre as demais, 
o que se nota na diferença de desempenho dos alunos desta sobre os alunos das outras escolas. 
Salientamos que as entrevistas foram feitas em conjunto com os professores durante o intervalo 
das aulas, por isso, destacamos informações obtidas de maneira mais ampla, abarcando os 
principais pontos que foram discutidos por eles durante o momento de conversa. Contudo, as 
entrevistas realizadas com os professores foram de suma importância para entender como esta 
prática se dá nas principais escolas públicas do município e conhecer a realidade de cada uma 
delas. Para complementar, também foi necessário entrevistar alunos para conhecer a real 
situação destes em relação ao turismo pedagógico no ensino de geografia. 
 
4.3 Alunos e suas opiniões e experiências em relação ao turismo pedagógico. 
 
Após entrevistar os professores, buscamos entrevistar alunos das escolas A, B, C e D 
para entender quais os posicionamentos, conhecimentos e experiência deles em relação ao 
35 
 
turismo pedagógico. Fazendo uso de entrevistas semiestruturadas, buscou-se manter o diálogo 
mais simples possível para extrair o máximo de informações durante cada entrevista. Como 
feito anteriormente, detalharemos as entrevistas evidenciando os pontos mais relevantes das 
conversas de forma geral. 
Para as entrevistas realizadas com os alunos também foram elaboradas três perguntas, 
são elas: 
1. O que entende por turismo pedagógico? 
2. Já participou de aulas práticas desse modelo quantas vezes? 
3. Com qual frequência você vê o turismo pedagógico ser aplicado em sua escola? 
 
A partir dessas perguntas conseguimos compreender o que esses alunos entendem por 
turismo pedagógico, quantas vezes já participaram de práticas como essa e com qual frequência 
percebem o uso dessa prática no ensino de geografia nas suas respectivas escolas. 
Na escola A, poucos alunos dialogaram durante as entrevistas. Foi perceptível que a 
maioria dos alunos não sabem do que se trata o turismo pedagógico. Por isso, foi preciso 
explicar com detalhes para que os mesmos entendessem e pudessem responder as demais 
perguntas. A maioria deles afirmaram já terem feito uso dessa prática em algum momento ao 
longo dos anos de estudo, porém, a maioria afirmou que as viagens nunca duraram mais de um 
dia. Quanto a frequência, notou-se que a maior parte afirmou que a frequência é mínima e que 
muitos nem se lembram da última vez que viram outros alunos participarem de tal prática no 
ensino de geografia, além disso, também afirmaram que eles não têm aulas práticas há um bom 
tempo. Como já era de se esperar, com base nas entrevistas feitas com os professores 
anteriormente, conclui-se que nesta escola a prática do turismo pedagógico está bastante escassa 
e que diversos fatores – já citados anteriormente - favorecem isso. 
A escola B, assim como a escola A, apresentou problemas semelhantes. A maioria dos 
alunos tiveram bastante dificuldades em responder a primeira pergunta e, em todas as 
entrevistas, foi preciso explicar o que é o turismo pedagógicos para que as entrevistas fluíssem 
e as outras perguntas fossem respondidas. Ao conversar com alunos do ensino fundamental 2 e 
médio dessa escola, notou-se que a maioria afirmou já ter feito alguma prática no ensino de 
geografia, porém, boa parte deles afirmaram que já faz bastante tempo que não vivenciam a 
prática no ensino de geografia, também comentaram que – talvez pela falta prática – não gostam 
da disciplina geografia e que têm dificuldades em alguns conteúdos. A falta de frequência desta 
prática no processo de ensino e aprendizagem, consequentemente, implica na falta de interesse 
dos alunos nessa disciplina. 
36 
 
A escola C, entre todas, é a que mais apresenta dificuldades. Assim como os 
professores, os alunos afirmaram que não veem viagens para realização de atividade extraclasse 
acontecer há muito tempo. Alguns, inclusive, afirmaram que nunca fizeram nada do tipo. 
Durante as entrevistas, ao perguntar sobre o que entendem sobre turismo pedagógico muitos 
ficaram envergonhados, outros até tentaram responder, mas as dificuldades são imensas. Além 
dos problemas estruturais, a escola apresenta problemas organizacionais imensos, não somente 
no ensino da disciplina geografia, mas em outras também. Foram pouquíssimos alunos que 
afirmaram já terem participado deaulas práticas no ensino de geografia há pouco tempo, a 
maioria afirmou que raramente a escola juntamente com os professores organizam aulas 
práticas fora do ambiente escolar. Alguns até ironizaram afirmando que foram apenas conhecer 
alguns pontos da cidade e nada mais. Enfim, foi possível notar que essa situação está bastante 
longe de ser mudada. 
Por fim, a escola D é a única que possui mais pontos positivos do que negativos quando 
o assunto é turismo pedagógico no ensino de geografia na mesma. Ao perguntar o que os alunos 
entendem por turismo pedagógico boa parte respondeu com argumentos suficientes para que se 
entenda como a mesma funciona, além disso, foi possível estabelecer uma maior diálogo 
durante as entrevistas - o que não foi possível nas outras escolas -, já que esses alunos se 
mostraram bastante atenciosos e com uma capacidade argumentativa bastante considerável. Ao 
perguntar se eles já participaram de aulas práticas através do turismo pedagógico, a maioria 
respondeu que sim, com exceção dos alunos dos primeiros anos, pois nem todos vieram de boas 
escolas anteriormente. A maioria afirmou que na escola isso é uma prática bastante comum e 
frequente quando comparada com as demais escolas do município e da região, além disso, 
afirmaram que o apoio que recebem da escola e de seus funcionários é fundamental, uma vez 
que boa parte recebe auxílio transporte, bolsas, etc. Contudo, fica explícita a organização da 
escola e o empenho dos professores de geografia em buscar manter a relação teoria-prática 
através do turismo pedagógico durante o ano letivo, fator que contribui diretamente no empenho 
dos alunos e no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. 
Diante do que foi exposto, conclui-se que mesmo nos dias atuais as disparidades entre 
as escolas A, B, C e D são imensas. E que a prática proporcionada pelo turismo pedagógico 
ainda está longe de ser valorizada e consolidada na maioria das escolas. Entretanto, o lado 
positivo é que já há escola que reconhece a importância da prática no ensino de geografia e 
pode servir de exemplo para as demais escolas, além disso, mesmo com toda a diferença 
orçamentária e estrutural, é possível que a partir desta as demais escolas possam se espelhar e 
tentar, ao menos, fazer algo próximo do que está sendo feito na escola D. 
37 
 
Por fim, é importante destacar pontos turísticos e áreas que podem servir como fonte 
de ensino e aprendizagem na geografia dentro do município de Piranhas/AL. Portanto, faz-se 
necessário apresentá-las na sequência. 
 
4.4 Áreas do município de Piranhas/AL que podem ser exploradas como fontes de ensino 
e aprendizagem através do turismo pedagógico. 
 
Sabendo do potencial turístico que o município de Piranhas/AL, é de suma importância 
mostrar pontos turísticos e áreas que podem ser exploradas dentro do mesmo como fonte de 
ensino-aprendizagem. Diante disso, destacaremos locais que podem servir como fonte de 
ensino-aprendizagem tanto para a geografia quanto para outras disciplinas. 
O primeiro destaque é o Rio São Francisco (figura 7), que é o responsável pela divisa 
entre Alagoas e Sergipe, neste caso específico, entre o município de Piranhas/AL e Canindé de 
São Francisco/SE. 
 
Figura 7 - Rio São Francisco. 
 
Fonte: O autor, 2019. 
 
Quando pensando no âmbito escolar, esse rio possui grande potencial como fonte de 
ensino-aprendizagem tanto na geografia quanto em outras ciências. Não à toa, é bastante 
38 
 
explorado por professores que buscam associar a teoria com a prática através do turismo 
pedagógico e por vários pesquisadores do Brasil. 
No Centro Histórico (figura 8), que chama atenção por suas casas coloridas e 
arquitetura antiga, vários aspectos chamam atenção e há vários locais que servem como fonte 
de ensino-aprendizagem. 
 
Figura 8 - Casas do Centro Histórico. 
 
 
 
Fonte: O autor, 2019. 
 
Além da arquitetura antiga que chama atenção de todos que visitam a cidade, também 
há bastante história. Fator que deixa evidente há possibilidade como campo fonte de ensino-
aprendizagem quando pensado no âmbito escolar. O que também é possível notar visitando o 
Museu do Sertão (figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Museu do Sertão. 
 
 
Fonte: O autor, 2019. 
 
Neste museu é possível conhecer boa parte da história da cidade, como também 
conhecer a história do cangaço que há envolve, já que foi na mesma que as cabeças dos 
cangaceiros do bando de Lampião e Maria Bonita foram expostas. 
Logo em frente ao Museu do Sertão há a Torre do Relógio (figura 10), onde atualmente 
funciona como ponto de encontro devido ao famoso Café da Torre. Essa torre abrigava a antiga 
caixa d’água para irrigar toda área da estação com a horta e o pomar, além do relógio que 
marcava o horário de todo o complexo antigamente. Hoje se destaca pela sua estrutura e traços 
arquitetônicos bem peculiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 Figura 10 - Torre do Relógio. 
 
 
 Fonte: O autor, 2019. 
 
Outro ponto de destaque é o Mirante Secular (figura 11). Construído no alto da serra 
no final do século XIX, aproveitado como como farol que serve de ponto guia para os 
navegantes, hoje ele se destaca pelo fato de proporcionar uma bela vista do alto do centro 
histórico, onde é possível observar a geografia, a paisagem, a geomorfologia da área e muito 
mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 11 - Mirante Secular. 
 
 
Fonte: O autor, 2019. 
 
Entre os atrativos naturais destacamos a Pedra do Sino (figura 12), formação rochosa 
complexa com um formato semelhante ao de um sino que se formou através do empilhamento 
natural das rochas e possui sonoridade semelhante ao soar dos sinos. Além disso, segundo a 
história local, o local serviu de esconderijo para os cangaceiros e de via de acesso para a 
primeira parte povoada da cidade conhecida por Piranhas de Baixo. 
 
Figura 12 - Pedra do Sino. 
 
 
Fonte: O autor, 2019. 
42 
 
 
Por fim, mesmo sendo mais afastado do Centro Histórico, não podemos deixar de 
destacar dois pontos turísticos importantes. O primeiro é a Grota do Angico (figura 13), local 
onde os cangaceiros foram executados. Para chegar nesse ponto, é preciso seguir a famosa Rota 
do Cangaço que tem início no atracadouro do Centro Histórico de Piranhas/AL com o embarque 
dos turistas e permite os mesmos fazerem o percurso que a volante fez para conseguir executar 
o bando de Lampião. 
 
Figura 13 - Grota do Angico. 
 
 
Fonte: www.matraqueando.com.br3 
 
Por fim, o segundo ponto turístico importante é o Cânion do Xingó (figura 14), que 
surgiu após a construção da Usina Hidrelétrica do Xingó, na divisa entre Sergipe e Alagoas. Os 
cânions possuem formações rochosas com características peculiares e são alvos da intensa visita 
de turistas e pesquisadores do Brasil e de diversos países. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Disponível em: <https://www.matraqueando.com.br/rota-do-cangaco-o-passeio-que-leva-voce-a-historia-do-
sertao-nordestino-piranhas-al> Acesso em: Junho de 2019. 
https://www.matraqueando.com.br/rota-do-cangaco-o-passeio-que-leva-voce-a-historia-do-sertao-nordestino-piranhas-al
https://www.matraqueando.com.br/rota-do-cangaco-o-passeio-que-leva-voce-a-historia-do-sertao-nordestino-piranhas-al
43 
 
 
 
Figura 14 - Cânion do Xingó. 
 
 
Fonte: www.misscheck-in.com4 
 
Diante disso, nota-se que o município de Piranhas/AL e região além de ser importante 
para o turismo regional, é também fonte de ensino-aprendizagem quando seus pontos turísticos 
e determinadas áreas são exploradas com o intuito pedagógico. Onde o turismo pedagógico 
utilizado no ensino de geografia e outras disciplinas, aliado com o empenho de professores e 
guias de turismo, juntamente com alunos e a comunidade escolar, é primordial para

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