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PROCEDIMENTO ESPECIAIS

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QUESTIONARIO – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
1) Qual a natureza dos Embargos de Terceiros?
Os Embargos de Terceiro possuem natureza de ação própria, ou seja, trata-se de um processo autônomo. Trata-se de uma ação de conhecimento que tem por fim livrar da constrição judicial injusta de bens que foram apreendidos em um processo no qual o seu proprietário ou possuidor não é parte. Conforme o disposto no artigo 674, caput, do CPC.
2) A apreensão decorrente de ato administrativo permite a interposição dos Embargos de Terceiro?
 Não. Só cabem embargos de terceiro com a finalidade de desconstruir um ato de apreensão judicial ou afastar ameaça de que ele corra. Se a perda da posse decorre de outro tipo de causa, proveniente de ato particular ou da Fazenda Pública, a ação adequada será a possessória. Conforme o disposto no artigo 674, caput e 558, caput, do CPC.
3) É possível discutir em sede de Embargos de Terceiro fraude contra credores?
Não, neste caso cabe ação própria, chamada de ação pauliana ou 
revocatória que visa tornar ineficaz o ato praticado em fraude contra credores. E uma ação pessoal, dirigida contra os que participam do negócio jurídico fraudulento, e ainda terceiros adquirentes de má-fé.
 Conforme previsão na Súmula 195 STJ.
4) Qualquer pessoa que ostente a condição de terceiro em relação a demanda de onde provem a decisão judicial pode embarga de terceiro?
Em regra sim, qualquer terceiro pode opor Embargos de Terceiro, exceto aquelas pessoas previstas no artigo 790 do CPC. Há, ainda, outra ressalva. Conforme artigo 109 do CPC, “A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes”, e o parágrafo 3. diz que “estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário”. Neste caso, embora seja considerado terceiro, não pode defender seus interesses por meio de embargos de terceiro, pois comprou o bem sabendo do litígio.
5) É possível o manejamento da ação monitória se o credor detiver em mãos título com força executiva?
Sim. Segundo entendimento do STJ, já decidiu que o credor ainda que munido de título executivo extrajudicial poderá valer-se da ação monitória para obter título judicial, como se vê no REsp 1.079.338, de 15 de março de 2010. Diante dos termos do art.785 do NCPC, essa solução deverá prevalecer, contudo, o credor deverá preencher os demais requisitos. Art. 700, § 2º, incisos I, II, III e § 3º. monitoria para obter titulo judicial se detiver titulo com forca executiva, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
6) É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública? 
Sim, de acordo com a literalidade do artigo 700, § 6º, do CPC.
O tema, por muito tempo, foi controvertido, pois para muitos, seria inadmissível, já que na decisão inicial, expede-se mandado de pagamento; e não se poderia passar à fase executiva, sem duplo grau de jurisdição (remessa necessária). E, na monitória, não havendo resistência, passa-se diretamente para a fase executiva.
A controvérsia não mais se sustenta desde a edição da Súmula 339 do Superior Tribunal de Justiça, que autorizava expressamente a monitória contra a Fazenda Pública.
7) Em sendo evidente o direito do autor, em sede de Ação Monitória como deverá proceder o juiz?
O juiz deve determinar a expedição do mandado monitório, ordenando o pagamento ou a entrega da coisa, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído a causa. Importa destacar, ainda, que o mandado monitório é expedido pelo magistrado antes mesmo de ocorrer a citação do réu. Conforme o disposto no artigo 701, caput, CPC.
8) Os Embargos de Terceiro podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum?
Não, pois estes se destinam a impedir ou fazer cessar a constrição ou ameaça de constrição decorrente de ato judicial. Os embargos que podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum são os embargos à ação monitória, conforme literalidade do § 1º do artigo 702 do CPC.
9) O procedimento especial das ações de família compreende as ações de alimentos? 
 Não, pois a ação de alimentos continuam reguladas pela Lei n. 5.478/68, que prevalece sobre as normas do CPC, aplicáveis estas apenas subsidiariamente. Mas a lei especial só se aplica às ações de alimentos em que há prova pré-constituída da obrigação alimentar, isto é, prova prévia do parentesco, do casamento ou da união estável. Apenas o filho reconhecido pelo pai poderá valer-se do procedimento especial da Lei n. 5.478/68, que prevê a concessão liminar de alimentos provisórios. Se o filho não está reconhecido, o procedimento não poderá ser o da lei de alimentos, caso em que deverá ser observado o procedimento dos arts. 693 e ss. (art. 693, parágrafo único).
10) Em que consiste o procedimento especial das ações de família? 
As peculiaridades desse procedimento revelam uma particular preocupação do legislador em relação à solução consensual da controvérsia. O que há de especial no procedimento dessas ações é a recomendação de que todos os esforços sejam empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo, enquanto se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. Conforme o disposto do artigo 694, caput, e parágrafo único do CPC.
11) Quais são as formas processuais de proteção possessórias? Todas estão compreendidas pelo procedimento especial?
As formas processuais de proteção possessórias são: ação de reintegração da posse (arts. 560 a 568, CPC) ação de manutenção da posse e por meio do interdito proibitório (567 e 568 CPC). Há, ainda, outro mecanismo que discute a posse, como a ação de imissão da posse, mas essa não é tratada no procedimento especial do CPC, e as três primeiras citadas estão compreendidas pelo procedimento especial. 
12) Como diferenciar a ação de imissão na posse da ação reivindicatória”?
Na ação de imissão na posse somente se discute o direito à posse com base no documento que a concedeu. Já na ação reivindicatória se discute o domínio de forma plena.
Outra diferença importante é que na ação de imissão na posse a cognição é parcial, ao passo que na ação reivindicatória a cognição é plena. 
13) Quais as consequências processuais da previsão cumulativa disposta no artigo 555 do Cód. Proces. Civil.?
Com a cumulação de pedidos prevista no artigo 555 do CPC, o processo pode continuar somente para se discutir eventuais perdas e danos. Ou seja, o juiz pode julgar parcialmente o mérito da demanda, reconhecendo, por exemplo, a reintegração de posse, e o processo prosseguir quanto às perdas e danos. O processo pode prosseguir somente para permitir elucidação das perdas e danos. Art. 356 incisos I e II do CPC.
14) É admissível a aplicação do artigo 554 do Cód. Proces. Civil, para o recebimento de ação reivindicatória em possessória?
Não. É evidente a distinção entre os pedidos das duas ações: nas ações possessórias,(Reintegração de posse, Manutenção de posse (art. 560 a 562 CPC), Interdito proibitório (567 e 568 CPC), o pedido se fundamenta no direito de posse do autor; já a Reivindicatória de posse e a Imissão na posse 1228 CPC) o pedido é baseado no direito de propriedade.
Diante de pedidos diferentes, o artigo 554 que trata da fungibilidade das ações não alcança a ação reivindicatória.
15) O que se entende por reserva de cognição no processo possessório?
Quer dizer que não há cognição plena quando se discute uma ação possessória, já que segundo relacionando o § 2o do Art. 1.210 do código civil ao artigo 557 do CPC não se pode discutir domínio em uma ação possessória, fazendo com que haja então uma reserva de conhecimento, significando que não é uma ação que permite a mais ampla defesa.
 
16) quando é possívelaplicar-se o procedimento especial às ações possessórias”?
É necessário que a posse seja considerada nova, ou seja, a turbação ou o esbulho à posse deve ser de menos de 1 ano e dia. Caso a posse não seja considerada nova, mais de 1 ano e dia, deve-se utilizar o procedimento comum, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
17) O procedimento previsto no artigo 599 e seguintes do Cód. Proces. Civil, são aplica-se a dissolução total de sociedade?
Não, para a dissolução Total da Sociedade aplica-se o procedimento comum. 
18) Quais são as hipóteses de exclusão de sócios?
A exclusão de sócios pode ser feita de forma extrajudicial ou judicial.
Extrajudicialmente, quando a maioria dos sócios entender que um ou mais sócios estiverem pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los, mas deve-se ter previsão de justa causa no Contrato Social da empresa.
Judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, pode-se excluir o sócio por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. Arts.1028 a 1030 do CPC.
19) A quem é atribuída a legitimidade para a Ação de Dissolução de Sociedade? 
A legitimidade é da sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial e do sócio excluído. Segundo o artigo Art. 600, do CPC, são ainda legitimados o espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar na sociedade; os sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido; a sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do contrato social; o sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver sido providenciada, pelos demais sócios, a alteração contratual consensual formalizando o desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do exercício do direito.
20) Qual o fenômeno jurídico criado pelo artigo 601 parágrafo único do Cód. Proces. Civil, ao dispensar a citação da sociedade na referida demanda? 
O fenômeno jurídico é uma legitimidade extraordinária, já que os sócios funcionam como substitutos processuais da sociedade, pois embora seja ré no processo, dispensa-se a citação da sociedade, por que já ocorreu as dos sócios. Entretanto, os efeitos da decisão e da coisa julgada também a ela atinge.
Atenção: todas as respostas devem ser devidamente fundamentadas.

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