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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E AGRÁRIAS – CURSO DE FARMÁCIA Cálculos Farmacêuticos I Prof. Thiago de Souza Claudino I EMAIL: tclaudino@unicruz.edu.br Campus Universitário Dr. Ulysses Guimarães - Rodovia Municipal Jacob Della Méa, km 5.6 – Parada Benito. CRUZ ALTA/RS - CEP- 98005-972 I UNICRUZ.EDU.BR FUNDAMENTOS DOS CÁLCULOS FARMACÊUTICOS Os Cálculos Farmacêuticos incluem os cálculos realizados por farmacêuticos em sua prática profissional, como o cálculo de: Pureza química, características físicas e atividade biológica de fármacos e outras substâncias farmacêuticas; Dados de testes e ensaios físicos e químicos para o controle de qualidade de medicamentos; Parâmetros relacionados à farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo e excreção); Formulações farmacêuticas e produção de lotes de diferentes quantidades; Prescrições, que requerem ou não a manipulação magistral; Dosagem de fármacos, regimes de dosagem, taxas de administração de medicamentos e adesão ao tratamento pelo paciente. Tabela 1: Alguns símbolos comuns empregados em farmácia. Um numeral é uma palavra, um sinal ou um grupo de palavras que expressa um número, como por exemplo 3, 6 e 48. Os numerais podem ser arábicos (0, 1, 2, 3, 4...) ou romanos (ss, I ou i, V ou v, X pou x...). Um número é uma quantidade total ou quantidade de unidades, como por exemplo, 3, 6 e 48 representam, respectivamente, 3, 6 e 48 vezes a unidade 1. Os números podem ser abstratos (puros – 4, 8 e 12) ou concretos (denominados – 4 gramas, 8 litros, 12 metros). Frações Uma fração comum é formada por um numerador e um denominador ⁄ ⁄ ⁄ : ⁄ O valor da fração é o quociente, isto é, resultado da divisão do numerador pelo denominador. Se o numerador for menor do que o denominador, a fração é própria e seu valor é menor do que 1; se o numerador e o denominador forem iguais, seu valor é igual a 1; se o numerador for maior do que o denominador, a fração é imprópria e seu valor é maior do que 1. Dois princípios devem ser compreendidos para o cálculo com frações comuns: Primeiro princípio: multiplicando-se o numerador, o valor da fração aumenta; multiplicando-se o denominador, o valor da fração diminui; multiplicando-se o numerador e o denominador pelo mesmo número, o valor da fração não se altera. Este princípio permite deduzir o menor denominador comum; Segundo princípio: dividindo-se o numerador, o valor da fração diminui; dividindo-se o denominador, o valor da fração aumenta; dividindo-se o numerador e o denominador pelo mesmo número, o valor da fração não se altera. Este princípio permite deduzir o maior divisor comum. mailto:tclaudino@unicruz.edu.br Menor denominador comum: Ex: ⁄ ⁄ ⁄ Maior divisor comum: Ex: ⁄ Para a realização de operações com frações, é necessário seguir duas regras: Antes de executar qualquer operação aritmética, reduzir todo número misto a uma fração imprópria; Ao executar uma operação aritmética, expressar (ou visualizar) o número inteiro como uma fração com denominador igual a 1. Adição de Frações: Ex: ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ Subtração de Frações: Ex: ⁄ ⁄ Multiplicação de Frações: Ex: ⁄ Divisão de Frações: Ex: ⁄ Uma fração decimal é aquela cujo denominador é 10 ou qualquer potência de 10, sendo que este não é escrito, pois a vírgula decimal indica o valor de posicionamento dos numerais ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ A porcentagem, representada pelo termo por cento (%) significa “por uma centena” ⁄ . As frações comuns podem ser convertidas em porcentagem multiplicando seu valor por 100 ( ⁄ ) As frações decimais podem ser convertidas em porcentagem multiplicando elas por 100 Expoentes e Logaritmos Os expoentes são as potências às quais um número é elevado. Existem algumas regras para expoentes: ( ) ⁄ √ O logaritmo de um número é o expoente da potência (logaritmo, b) até a qual uma determinada base (base, a) precisa ser elevada a fim de equivaler àquele número (logaritmando, c). Para um logaritmo, o dígito à esquerda da vírgula é chamado de característica e o dígito à direita da vírgula é chamado de mantissa. Quando 10 é a base utilizada, temos os logaritmos comuns ou Brigssianos, representados apenas como log (sem identificação da base), enquanto que o número 2,71828..., designado como e, é utilizado para logaritmos naturiais ou Neperianos, representados como ln. Existem algumas regras para logaritmos: √ Tem-se também o antilogaritmo, representado como antilog, que é o número que corresponde a um logaritmo dado, ou seja, é o inverso do cálculo do logaritmo. É formado pela base (a), o expoente (b) e o argumento (c). Ex: Determine o valor dos logaritmos e antilogaritmos abaixo. ( ) Notação Exponencial A notação exponencial, ou potências de 10, são empregadas para controlar números muito grandes ou muito pequenos (121 = 1,21 102; 1.210 = 1,21 103; 0,0121 = 1,21 10-2; 0,00121 = 1,21 10-3). O expoente representa o número de casas que a vírgula decimal foi movida (positivo à esquerda e negativo à direita). Na adição e subtração de exponenciais, as expressões devem ser alteradas para a mesma potência de 10. Na multiplicação, os expoentes são somados, enquanto que na divisão os expoentes são subtraídos. Adição de Exponenciais: Ex: (1,4 104) + (5,1 103) Subtração de Frações: Ex: (1,4 104) – (5,1 103) Multiplicação de Frações: Ex: (2,5 102) (2,5 104) Divisão de Frações: Ex: (7,5 105) (2,5 103) Razão, Proporção e Variação A razão é a magnitude relativa de duas quantidades, ou seja, o quociente de dois números. Quando duas quantidades estão sendo comparadas, o quociente é sempre expresso como uma fração ⁄ ⁄ . Todas as regras válidas para frações comuns também se aplicam a uma razão. Os termos de uma razão devem ser do mesmo tipo, podendo ser números abstratos ou números concretos da mesma denominação A proporção é a expressão da igualdade entre duas razões, podendo ser expressas assim: . A razão pode ser lida como “a está para b assim com c está para d”. Os termos a e d são chamados extremos (“membros externos”) e os termos b e c são as médias (“mebros medianos”). É importante nomear as unidades em cada posição, assegurando a relação apropriada entre as razões da proporção. Ex: Se 3 comprimidos contêm 975 mg de aspirina, quantos miligramas existem em 12 comprimidos? Ex: Se 3 comprimidos contêm 975 mg de aspirina, quantos comprimidos deverão conter 3.900 mg? A variação envolve relações inversamente proporcionais Ex: Se 10 mL de uma solução a 5% são diluídas a 40 mL, qual é a porcentagem de concentração após a diluição? Algarismos Significativos Algarismos significativos são os números mínimos de algarismos necessários para escrever um determinado valor sem perda da exatidão. Um algarismo significativo é formado por todos os dígitos certos mais o primeiro dígito incerto. Para os algarismos significativos, algumas regras são válidas: Qualquer número diferente de zero deve ser considerado significativo; Zero é significativo quando se encontrano meio de um número ou no final do número, do lado direito da vírgula decimal; Zero à esquerda do primeiro dígito nunca é significativo. Ex: Determine o número de algarismos significativos. 12,5 0,5 0,05 0,65 0,0605 0,06050 Durante o trabalho com algarismos significativos, deve-se também observar as regras de arredondamento: Se o dígito a ser eliminado é menor do que 5, o dígito precedente é mantido. Ex: 2,43 para 2,4; Se o dígito a ser eliminado é maior do que 5, o dígito precedente é aumentado em uma unidade. Ex: 2,46 para 2,5; Se o dígito a ser eliminado é igual a 5, deve se arredondar para o número par mais próximo (dígito precedente par é mantido, dígito precedente ímpar é aumentado em uma unidade). Ex: 0,625 para 0,62; 61,555 para 6,56. No cálculo com algarismos significativos, também há regras a serem obedecidas: Para adição e subtração, o resultado deve conter o mesmo número de casas decimais do número com menor número de casas decimais. Ex: 3,4 + 0,020 + 7,31 = 10,7; Para multiplicação e divisão, o resultado deve conter o mesmo número de algarismos significativos do número com menor número de algarismos significativos. Ex: (24 4,02)/100,0 = 0,96. Referências ANSEL. H. C. Cálculos Farmacêuticos. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. SINKO, P. J. Martin: físico-farmácia e ciências farmacêuticas. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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