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identidade de gênero, orientação e sexo biologico

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PROFª Chinaira Raiazacc
▪ Conteúdo da aula:
▪Gênero;
▪Sexo;
▪Sexualidade;
▪ Categorias do debate contemporâneo
RELEMBRANDO CONCEITOS
▪O que significa cada 
uma destas categorias?
• O que seria a “natureza” humana? Para o dicionário AULETE:
• 1. Todo o mundo material ao redor do homem e no qual ele está 
inserido, mas independente dele;
• 2. Conjunto composto pelos seres vivos e seus cenários originais 
(mares, florestas, montanhas, rios etc.);
• 3. A força criadora universal;
• 4. Caráter, temperamento, soma de traços principais (natureza 
humana; natureza felina; natureza das palmeiras);
• 5. Tipo, qualidade, espécie;
• 6. Condição do homem antes da civilização; Estilo de vida rústico, 
desprovido de civilização.
▪ Natureza humana: O conjunto de atributos e características (físicas,
psicológicas, comportamentais, espirituais etc.) comuns aos seres humanos e
que os definem.
CULTURA : o que seria? De acordo com o jurista Miguel Reale:
• A cultura é um conjunto de tudo aquilo o que o homem constrói modificando a natureza.
• No conceito está incluído não apenas objetos materiais, como também objetos espirituais, como 
comportamentos, crenças e manifestações artísticas.
• Diferentemente dos naturais, os bens culturais, presidiem da participação humana. Sem o humano 
não há cultura.
• Podemos resumir assim: a natureza é um DADO, enquanto a cultura é um CONSTRUÍDO.
E a sexualidade humana é parte da natureza ou da cultura?
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, cap. III a V
▪ O conceito é mutável e vem se alterando ao longo do tempo,
acompanhando as transformações históricas e sociais;
▪ Sexualidade compreende as nossas relações com as pessoas,
nossas emoções, nossos costumes, nossos desejos;
▪ É a energia que nos motiva a ir ao encontro ao contato e a
intimidade com o outro, em um processo que se constrói passo a
passo, desde que nascemos.
▪ Há no senso comum, há uma certa confusão entre o conceito de
sexualidade com o sexo propriamente dito.
▪ Sexualidade não é apenas o ato sexual em si, mas sim um longo e
contínuo processo que vai desde a descoberta das primeiras
sensações físicas.
▪ O que mais se recordam sobre esta categoria?
▪Descreve as características anatômicas
básicas, internas ou externas ao corpo,
que são vistas como diferenciando
homens e mulheres. Essas distinções
anatômicas são dadas ao nascimento.
▪ Temos uma definição popular que significa o
sexo, como ato/relação sexual.
▪ Temos a palavra sexo para descrever o sexo
biológico: as características anatômicas básicas,
internas ou externas ao corpo, que são vistas
como diferenciando homens e mulheres. Essas
distinções anatômicas são dadas ao nascimento.
▪Definição:
Conjunto de informações cromossômicas, 
órgãos genitais, capacidades reprodutivas 
e características fisiológicas secundárias 
que distinguem “machos” e “fêmeas”.
▪ Perpectiva Biológica: HAC
▪ Pensar a intersexualidade, ou seja, qualquer indefinição de gênero
neste contexto, nos provoca a dimensionar o impacto em todos
envolvidos: o próprio sujeito, sua família, a equipe que o trata e todas
as instituições que os cercam. O/A psicólogo/a certamente será
um/a profissional de grande auxílio neste processo.
▪A transgressão aos regimes de verdade no que se
refere à intersexualidade ganhou força na década de
1980, quando pessoas que foram submetidas à cirurgia
quando crianças passaram a contestá-la . Estas
narrativas em primeira pessoa se apresentavam como
desafios ao saber/poder biomédico ao colocarem em
xeque a necessidade de realização da cirurgia de
“correção” da genitália ambígua o mais precocemente
possível.
▪ Alguns ativistas reivindicam a autonomia em relação à decisão sobre a
realização da cirurgia e escolha do sexo e, neste sentido, são contrários
à realização da cirurgia em neonatos e crianças pequenas, mas não se
opõem necessariamente à escolha de um sexo e à submissão de
procedimentos tecnológicos para concretizar a “adequação do sexo”.
Este ponto de vista é respaldado pela Associação Americana de
Psicologia (APA) 8 (p. 2), que refere que “em geral não é medicamente
necessária a imediata realização de cirurgia [na genitália] de modo
a torná-la reconhecidamente masculina ou feminina”
▪Atualmente, se adiciona ao movimento LGBT a letra I,
correspondente aos intersexuais. A intersexualidade é termo
amplo em que cabe toda uma gama de sujeitos com DSD
(diferenças no desenvolvimento sexual) resultando em sujeitos
nem “puramente” masculinos nem “totalmente” femininos. A
existência destes sujeitos problematiza a norma que divide os
sujeitos entre extremos: macho e fêmea.
▪ Thaís Emília, mãe de um bebê intersexo e membra da Associação
Brasileira de Intersexos, considera discriminação o fato de seu filho
ter ficado dois meses sem certidão de nascimento pelo fato de ela
não ter podido definir naquele momento se o bebê tinha sexo
masculino ou feminino. Sem o registro, não foi possível acessar uma
série de serviços públicos. Embora a conscientização sobre os
direitos das pessoas intersexo tenha aumentado com o trabalho de
defensores e defensoras de direitos humanos, apenas alguns países
adotaram medidas concretas para defender seus direitos e protegê-
las de violações de direitos humanos.
▪ Mais exercícios no AVA
▪
▪ Para Schirmer (2016):
O sexo do ponto de vista biológico, reduzido à característica
anatômica: há pênis ou vagina? A biologia certamente abarca muito
mais do que isto, mas os caracteres sexuais secundários
decorrentes, por exemplo, da ação hormonal, têm quase sempre
sua importância suprimida pela existência ou não do pênis,
primeiro marcador da sexualidade
* Homofobia, véu do real. Tese defendida. PUC/SP. 2016. Disponível em:
https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/18835
▪Em termos genéticos, o processo de diferenciação
sexual acontece no momento da fecundação, em que
o cromossomo sexual “X” presente no óvulo irá se
unir com outro cromossomo sexual, que poderá ser
“X” ou “Y”, presente no espermatozoide.
▪A formação genética “XX” dará origem a um indivíduo
do sexo feminino e a formação “XY” ao sexo
masculino.
▪ Antônio Quinet (2013), nos lembra que, na
contemporaneidade mesmo o corpo “natural“ é um
incógnita, pois pode ser alterado por toda uma gama
de tecnologias e cirurgias disponíveis.
▪ Formulado nos anos 1970, o conceito de gênero foi criado para
distinguir a dimensão biológica da dimensão social. Embora a
biologia divida a espécie humana entre machos e fêmeas, a maneira
de ser homem e de ser mulher é expressa pela cultura. Assim,
homens e mulheres são produtos da realidade social e não
decorrência direta da anatomia de seus corpos. É a diferenciação
social entre homens e mulheres.
▪ São os significados sociais, culturais e históricos dados às diferenças
anatômicas entre homens e mulheres.
▪Sexo é biológico, Gênero é construção social!
▪O emprego da palavra gênero para representar as
diferenças entre homens e mulheres é recente.
▪ Surgiu a partir segunda metade do século XX, com o movimento 
social feminista. A partir dos anos 1970/1980, cresce o número de 
estudos em torno da problemática da condição feminina na 
sociedade. 
▪Os estudos sobre gênero surgiram dentro
desse movimento social, em oposição ao
papel da mulher na sociedade até então.
▪ Desde 1960, a mulher aparece no cenário
social como sujeito inconformado com o seu
papel na sociedade, reivindicando direitos
políticos, trabalhistas, educacionais e sociais.
▪ Uma vez se trata de uma construção social o Gênero é variável pela época,
pelas condições políticas, classe-social, influências regionais, familiares e de
outras influências da cultura:
▪ Uma mulher do século XIX é a mesma da contemporaneidade? Será a mesma
em 2050?
▪ “Paraíba masculina, mulher macho sim senhor”/ “Vai no cabeleireiro, no
esteticista, malha o dia inteiro, vida de artista, burguesinha”. Percebam a
definição de tipos de mulheres obedecem os marcadosacima.
▪ Schirmer (2016) corrobora dizendo que:
“Da constatação do órgão genital, vem em
resposta o marcador de gênero. Junto com
este, os planos, os anseios e os desejos
depositados pelos pais e parentes, muitas
vezes enquanto o indivíduo ainda é feto.”
▪ O Gênero não parte apenas do
corpo do sujeito, mas de antes
ainda: dos desejos da família. É a
diferenciação social entre homens
e mulheres. São os significados
sociais, culturais e históricos dados
às diferenças anatômicas entre
homens e mulheres.
▪ Trata-se de símbolos, significados, valores e códigos que são atribuídos à
universos distintos: Masculinos versus Feminino.
▪ É o comportamento social, culturalmente determinado e historicamente
circunscrito, esperado para homens e mulheres.
▪ “comportamento masculino” X “comportamento feminino”.
▪ Espera-se que meninos gostem de azul, brinquem com carrinhos e que
meninas gostem de rosa e brinquem com bonecas.
▪ Espera-se que mulheres sejam sensíveis e usem cabelos compridos e que
homens sejam fortes e não chorem.
▪ Estes comportamentos são construídos culturalmente, variam de acordo com a
sociedade e não são “naturais”, ou seja, não nascem com a pessoa.
▪ O imaginário popular costuma reatualizar e transmitir uma ideia de que
homens e mulheres são de universos distintos. Que vão da concepção de uma
“natureza feminina” versus uma “natureza masculina”.
▪ Traduzidas por cores (azul/rosa), roupas (vestidos/terno), caraterísticas
psicológicas (sensibilidade/ brutalidade).
▪ Trata-se uma ideologia transmitida inclusive por parte da psicologia em livros
como “homens são de Marte, mulheres são de vênus, obra de Jonh Gray, best-
seller de 1997.
▪ Percebam: um uma relação entre anatômica que vai atribuir ao sujeito um
gênero. Então, repetindo a questão de Simone de Beauvoir: anatomia é destino?
▪
▪
▪
IGUALDADE 
DE GÊNERO: 
UMA LUTA 
POSSÍVEL E 
NECESSÁRIA
▪ ESPAÇO DEBATE

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