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PRINCIPÍO DA INSIGNIFICANCIA NO DIREITO PENAL

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PRINCIPÍO DA INSIGNIFICANCIA NO DIREITO PENAL
Professora: Lidiane Moura Lopes
Aluna: Stefany Amorim Monteiro 
Matricula:201902529944 
E-mail: stefanyamorim11@gmail.com
Princípio da Insignificância
 O princípio da insignificância, ou também chamado crime de bagatela, ocorre quando uma ação tipificada como crime, praticada por determinada pessoa, não tem relevância de modo que possua inexistência de periculosidade social do ato, não causando qualquer lesão à sociedade, ao ordenamento jurídico ou à própria vítima. Onde a atuação estatal com a incidência de um processo e de uma pena seria injusto, por uma lesão tão ínfima
· Origem 
 Até hoje a controvérsias quanto à origem do Princípio da Insignificância. Para alguns estudiosos, o surgimento desse princípio se deu com o Direito Romano, tempo em que o pretor cuidava da criminalidade de bagatela, já para outros, foram os humanistas que o criaram, através da máxima de minimis non curat praetor.
 Após a Segunda Guerra Mundial. Devido às dificuldades econômicas enfrentadas na Alemanha, houve um maior índice de criminalidade em Bagatela, e assim surgiu a expressão alemã “bagatelledelikte” que se referia a criminalidade de Bagatela. Assim, inicialmente o Princípio da Insignificância esteve ligado aos delitos patrimoniais.
 A sistematização do princípio foi elaborada por Claus Roxin, com a publicação de artigo em 1964, no qual pregou-se o Princípio da Insignificância como causa de excludente de tipicidade. Para Roxin, o princípio permite excluir a tipicidade da maioria dos tipos cujo dano seja insignificante, ou seja, não apenas os patrimoniais. O autor buscou esclarecer que, tanto a adequação social, quanto o Princípio da Bagatela devem ser usados como auxiliares interpretativos para restringir o teor literal da lei, trazendo nova interpretação.
 Para Luiz Regis Prado atribui a formulação histórica deste princípio a Claus Roxin, ou seja de acordo com o princípio da insignificância, formulado por Claus e relacionado com o axioma mínima non cura praeter, enquanto a manifestação contraria ao uso excessivo da sansão criminal, devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que afetem infimamente a um bem jurídico-penal. 
 Nas palavras de Fernando Capez, o princípio da insignificância é:
[...] originário do Direito Romano, e de cunho civilista, tal princípio funda-se no conhecimento brocardo de minimis non curat praetor. Em 1964 acabou sendo introduzido no sistema penal por Claus Roxin, tendo em vista sua utilidade na realização dos objetos sociais traçados pela moderna política criminal
· Definição doutrinaria
 O ordenamento jurídico brasileiro é inspirado em teorias positivistas e baseia-se, sobretudo, nas normas elaboradas pelo poder legislativo. Apesar disso, é preciso se perguntar se todos os fatos por ela regidos devem gerar a consequência jurídica prevista. Perante isso, surge o princípio da insignificância, que é bastante relevante, principalmente, para o Direito Penal.
 A aceitação doutrinária e jurisprudencial do princípio da insignificância só foi possível em razão da compreensão de que a tipicidade penal não é meramente formal, na visão mais atual, ainda é preciso acrescentar à tipicidade material o caráter conglobante ou seja, o corretivo da tipicidade legal, uma vez que pretende excluir da esfera da tipicidade certas condutas que, pela doutrina tradicional, são tratadas como excludentes da ilicitude. 
 Desse modo, se a conduta for permitida, provocada ou determinada por qualquer ramo do ordenamento jurídico, não haverá tipicidade penal.
 O confronto valorativo, no caso concreto, entre a conduta formalmente típica e o grau da lesão jurídica causado é que permite inferir se há ou não necessidade de intervenção penal e, portanto, se é possível aplicar o princípio da insignificância.
 É preciso analisar se o reconhecimento do princípio da insignificância deve ser feito unicamente pelo nível ínfimo da lesão sofrida, ou seja, pelo desvalor do resultado ou se, juntamente com o nível da lesão, devem ser analisadas se as circunstâncias judiciais, como a culpabilidade do agente, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos do crime, consequências, e circunstâncias são favoráveis.
· Requisitos Exigidos pelo STF
 O Supremo Tribunal Federal (STF), procura tornar compatível a aplicação do Princípio da Insignificância, que privilegia outros princípios do Direito Penal, como o Princípio da Intervenção Mínima, o Princípio da Fragmentariedade e o Princípio da lesividade, com o Princípio da Legalidade, que elege os bens jurídicos que merecem tutela estatal prévia
1) A mínima ofensividade da conduta do agente: 
 Este requisito não trata do dano sofrido pela vítima, o que importa fundamentalmente é saber o grau de ofensividade da conduta praticada pelo agente. Somente se justifica a intervenção estatal em termos de repressão penal se houver efetivo e real ataque a um interesse socialmente relevante, que represente no mínimo, perigo concreto ao bem jurídico tutelado
2) Nenhuma periculosidade social da ação;
 Em análise ao segundo requisito exigido para que haja a configuração do princípio da insignificância, analisaremos agora seu aspecto, partindo da premissa de que a sociedade não pode sofrer nenhum risco. Assim, deverá ser verificada a ausência de periculosidade social da ação, sendo analisada a conduta do agente e sua ocasional descriminalização na sociedade
3) Grau de reprovabilidade do comportamento 
 De acordo com este terceiro requisito, o comportamento do agente deve ser considerado inexpressível diante da mínima caracterização da aceitação de sua conduta, de modo que seus atos sejam suscetíveis de compreensão e de não reprovabilidade.
4) inexpressividade da lesão jurídica provocada.
 Em análise ao último requisito para a concessão da aplicação do princípio bagatela, está à inexpressividade da lesão jurídica provocada, onde, para que haja seu reconhecimento, este não deverá ofender ao interesse jurídico tutelado
· Crimes incompatíveis com o Princípio da Insignificância
 O STF considera alguns crimes como incompatíveis com o Princípio da Insignificância e, por isso, não o terão aplicado. Os crimes incompatíveis são aqueles em que ocorra violência ou grave ameaça à pessoa, crimes de falsificação e tráfico de drogas.
· Casos de estudo:
· HC 138134 / BA – BAHIA
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento:  07/02/2017           Órgão Julgador:  Segunda Turma
Publicação
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Ementa:
 HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. DESENVOLVIMENTO CLANDESTINO DE ATIVIDADE DE TELECOMUNICAÇÃO. CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REQUISITOS PRESENTES NA ESPÉCIE: IRRELEVÂNCIA DA CONDUTA PRATICADA PELO PACIENTE. MATÉRIA QUE DEVERÁ SER RESOLVIDA NAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. ORDEM CONCEDIDA. I - Embora o presente habeas corpus tenha sido impetrado em substituição a recurso extraordinário, esta Segunda Turma não opõe óbice ao seu conhecimento. II - A Suprema Corte passou a adotar critérios objetivos de análise para a aplicação do princípio da insignificância. Com efeito, devem estar presentes, concomitantemente, os seguintes vetores: (i) mínima ofensividade da conduta; (ii) nenhuma periculosidade social da ação; (iii) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada. III - Ante a irrelevância da conduta praticada pelo paciente e da ausência de resultado lesivo, a matéria não deve ser resolvida na esfera penal e sim nas instâncias administrativas. IV – Ordem concedida.
Decisão
A Turma, por votação unânime, concedeu a ordem de habeas corpus para absolver o paciente em face da aplicação do princípio da insignificância, nos termos do voto do Relator. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. 2ª Turma, 7.2.2017.
 
· HC 155347 / PR - PARANÁ
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLIJulgamento:  17/04/2018           Órgão Julgador:  Segunda Turma
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Ementa
EMENTA Habeas corpus. Penal. Crime de descaminho (CP, art. 334). Trancamento da ação penal. Pretensão à aplicação do princípio da insignificância. Incidência. Valor inferior ao estipulado pelo art. 20 da Lei nº 10.522/02, atualizado pelas Portarias nº 75 e nº 130/2012 do Ministério da Fazenda. Preenchimento dos requisitos necessários. Ordem concedida. 1. No crime de descaminho, o Supremo Tribunal Federal tem considerado, para a avaliação da insignificância, o patamar de R$ 20.000,00, previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002 e atualizado pelas Portarias nº 75 e nº 130/2012 do Ministério da Fazenda. Precedentes. 2. Na espécie, como a soma dos tributos que deixaram de ser recolhidos perfaz a quantia de R$ 19.750,41 e o paciente, segundo os autos, não responde a outros procedimentos administrativos fiscais ou processos criminais, é de se afastar a tipicidade material do delito de descaminho com base no princípio da insignificância. 3. Ordem concedida para se restabelecer o acórdão de segundo grau, no qual se manteve a sentença absolutória proferida com base no art. 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
Decisão
A Turma, por votação unânime, conheceu da impetração e concedeu a ordem de habeas corpus para restabelecer o acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que, nos autos da Apelação nº 0007321-05.2008.404.7002/PR, manteve a sentença de primeiro grau, que absolveu sumariamente o paciente, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal, nos termos do voto do Relator. Presidência do Ministro Edson Fachin. 2ª Turma, 17.4.2018.
· HC 112563 / SC - SANTA CATARINA
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. CEZAR PELUSO
Julgamento:  21/08/2012           Órgão Julgador:  Segunda Turma
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1265351 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Ementa
EMENTA: AÇÃO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camarões e rede de pesca, em desacordo com a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34, parágrafo único, II, da Lei nº 9.605/98. Rei furtivae de valor insignificante. Periculosidade não considerável do agente. Crime de bagatela. Caracterização. Aplicação do princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. Voto vencido. Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento.
Decisão
A Turma, por maioria, concedeu a ordem para absolver o paciente, nos termos do art. 386, III, do Código Penal, vencido o Relator, que a denegava. Redigirá o acórdão o Senhor Ministro Cezar Peluso. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 21.08.2012.

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