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Reflexões Iniciais sobre a Alfabetização

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03/04/2019 01. Reflexões Iniciais sobre a Alfabetização
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Introdução
Todos os problemas de alfabetização começaram
quando se decidiu que escrever não era uma
profissão, mas uma obrigação, e que ler não era uma
marca de sabedoria, mas de cidadania. Emilia Ferreiro,
2009.
Neste capítulo iremos propor algumas reflexões iniciais sobre a
Alfabetização. Iniciaremos refletindo sobre o nosso próprio processo de
alfabetização. A seguir estudaremos sobre o Analfabetismo no Brasil e
analisaremos os principais resultados do INAF – Indicador Nacional de
Alfabetismo no Brasil e suas implicações com a alfabetização.
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Pensando em voz alta... 
Todos que estão realizando este curso e fazendo esta disciplina foram
alfabetizados. Eu gostaria de propor neste momento que cada um
fizesse uma viagem no tempo e tentasse trazer a memória os seus
anos iniciais de escolarização. Com que idade entrou na escola? Como
foi essa experiência? Você consegue lembrar-se do primeiro livro que
leu? Ou da primeira palavra que escreveu? Lembra-se da sua
professora? E do seu caderno? (alguém ainda tem um exemplar
guardado). E dos livros? Como eram os livros usados na escola.
(lembra-se do nome de algum). E sobre o seu nome. Você sabe por
que ganhou este nome? Quem lhe deu? Qual o significado! Se ainda
não souber esta é uma ótima oportunidade de descobrir.
E na sua família quando era criança existia o hábito da leitura. Alguém
lia para você? E hoje, você lê para os seus filhos e/ou sobrinhos. Ao
refletirmos sobre o nosso próprio processo de alfabetização muitas
coisas nos veem a mente e passamos a ter presente que este foi um
momento de muitas expectativas e muito marcante nas nossas vidas e
ainda é hoje para todos aqueles estão em processo de alfabetização.
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Nos filmes estrangeiros sobre qualquer temática observamos que
sempre que uma criança vai dormir alguém lê para ela (o pai, a mãe, a
tia, a avó, o padastro, etc). Ou seja, essas crianças têm modelos de
leitores e escritores. Se os nossos filhos não nos veem como modelos
de leitores e escritores eles não darão importância para isso. O que
nós lemos diariamente? Jornais, revistas, e-mail, folhetos, etc. Qual o
nosso livro mais marcante? Temos um livro de cabeceira? O que
escrevemos diariamente?
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Mapa do Analfabetismo no Brasil
Estudaremos este assunto a partir de um documento que foi produzido
pelo INEP que apresenta um pouco da história do Brasil em relação à
alfabetização, assim como vários indicadores. Sabemos que o Brasil é
um país plural, com muitas diferenças regionais e intra-regionais.
Existiram várias propostas de combate ao analfabetismo de cunho
“salvacionistas” que geralmente fracassaram. Infelizmente este é um
problema que possui uma longa história no nosso País. No Brasil
colônia havia um grande número de comerciantes ricos que não
sabiam ler (ALMEIDA: 2000, p.37). Vamos apresentar e uma tabela
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com a taxa de analfabetismos da população de 15 anos ou mais no
período de 1900 a 2000. 
 Analfabetismo na faixa de 15 anos ou mais – Brasil
1900-2000 
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira. 
Mapa do Analfabetismo no Brasil:
http://www.oei.es/quipu/brasil/estadisticas/analfabetismo2003.pdf 
Analisando essa tabela observa-se que a taxa de analfabetismo na
população de 15 anos ou mais caiu continuamente ao longo do século
passado, saindo de um patamar de 65,3% em 1900 para chegar a
13,6% em 2000, mas ainda temos um longo caminho para erradicar o
analfabetismo no Brasil. Percebemos que o Brasil tem atualmente
plenas condições (recursos econômicos e qualificação docente) para
enfrentar o desafio de alfabetizar quase 13 milhões de analfabetos. E
também precisamos estar atentos ao conceito de analfabetismo, o
mesmo sofreu alterações ao longo desse período. 
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
http://www.ibge.gov.br
Outro dado que as pesquisas revelam é que no Brasil, 35% dos
analfabetos já frequentaram a escola. Entre as razões para o fracasso
nesta área temos escolas de baixa qualidade, trabalho precoce, baixa
escolarização dos pais, despreparo da rede de ensino para lidar com
essa população, etc.
http://www.ibge.gov.br/
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Esse grande número de experiências nos indica que a erradicação do
analfabetismo é uma meta possível, mas que exigirá um grande
esforço nacional, a exemplo do que ocorreu em outros países,
inclusive mais pobres que o Brasil e que conseguiram extingui-lo.
Sabemos também que hoje no Brasil, há um grande número de
experiências que com metodologias diversificadas tem tido sucesso na
alfabetização de seus jovens e adultos. Não podemos deixar de nos
referir também à difusão do método criado por Paulo Freire, nas
décadas de 1960 e 1970, que ajudou a erradicar o analfabetismo no
mundo.
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Mais recentemente o governo federal vem propondo o Pacto Nacional
da Alfabetização na Idade Certa. Esta iniciativa surgiu a partir do
compromisso do Plano de Desenvolvimento da Educação, O PDE
2007, firmado por todos os estados e municípios com o governo
federal e meta do novo Plano Nacional de Educação. O Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido
pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios
de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito
anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.
INAF – Indicador Nacional de Alfabetismo
Funcional
O INAF - Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional pesquisa os
níveis de alfabetismo funcional da população brasileira adulta. Tem
como objetivo principal oferecer informações qualificadas sobre as
habilidades e práticas de leitura, escrita (letramento) e matemática
(numeramento) dos brasileiros entre 15 e 64 anos de idade. O
indicador foi criado em 2001 e pesquisa a capacidade de leitura,
escrita e cálculo da população brasileira adulta. A partir de 2007, a
pesquisa passou a ser bienal, trazendo simultaneamente as
habilidades de letramento e numeramento e mantendo a análise da
evolução dos índices a cada dois anos.
A definição de analfabetismo vem, ao longo das últimas décadas,
sofrendo revisões significativas como reflexo das próprias mudanças
sociais. Em 1958, a UNESCO definia como alfabetizada uma pessoa
capaz de ler e escrever um bilhete simples, relacionado à sua vida
diária. Vinte anos depois, a UNESCO sugeriu a adoção dos conceitos
de analfabetismo e alfabetismo funcional. Portanto, é considerada
alfabetizada funcionalmente a pessoa capaz de utilizar a leitura e
escrita e habilidades matemáticas para fazer frente às demandas de
seu contexto social e utilizá-las para continuar aprendendo e se
desenvolvendo ao longo da vida.
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Dividido em quatro níveis o INAF classifica a população brasileira de
acordo com suas habilidades em leitura/escrita (letramento) e em
matemática (numeramento).
[colocar num quadro como importante o conceito e as ilustrações] Os
níveis de alfabetismo funcional são: · Analfabeto- Corresponde à
condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que
envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes
consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.);
[imagens para ilustrar o conceito analfabeto podem ser colocadas lado
a lado números de telefone e encarte com preços de alimentos]
Rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma
informação explícita em textos curtos e familiares (como um
anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e
realizar operações simples, como manusear dinheiro para o
pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de
comprimento usando a fita métrica;
Básico - As pessoas classificadas neste nível podem ser
consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e
compreendem textos de média extensão, localizam informações
mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, leem
números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo
uma sequência simples de operações e têm noção de
proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as
operações requeridas envolvem maior número de elementos,
etapas ou relações;
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Pleno - Classificadas neste nível estão às pessoas cujas
habilidades não mais impõem restrições para compreender e
interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos,
analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam
informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e
sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem
maior planejamento e controle, envolvendo percentuais,
proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla
entrada, mapas e gráficos. 
 
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Evolução do Indicador de alfabetismo da população de
15 a 64 anos (2001-2002 a 2011)
Os níveis analfabeto e rudimentar são considerados analfabetos
funcionais. E os níveis básico e pleno são considerados
funcionalmente alfabetizados. Desse modo podemos observar que o
índice de analfabetos funcionais da população de 15 a 64 anos vem
diminuindo: em 2001 representava 37% da população e em 2011
representa 27% da população. Enquanto que o índice dos
funcionalmente alfabetizados vem crescendo em 2001 era de 61% e
em 2011 é de 73%. Entretanto isto ainda é muito preocupante, pois,
somente 26% da população brasileira de 15 a 64 anos é considerada
plenamente alfabetizada.
Se passarmos a olhar os índices mundiais a situação também é muito
preocupante. A humanidade ingressou no século XXI com um bilhão
de analfabetos no mundo (enquanto em 1980 eram 800 milhões).
Segundo os dados da UNESCO temos 960 milhões de analfabetos,
dos quais dois terços são mulheres; mais de 100 milhões de crianças –
das quais 60 milhões são meninas sem acesso a educação básica no
mundo.
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ALMEIDA, José Ricardo Pires de. História da Instrução Pública no
Brasil, 1500-1889. SãoPaulo: PUC. Brasília: MEC-Inep 2000, (Edição
original em francês de 1889).
BRASIL ALFABETIZADO. http://portal.mec.gov.br/par?id=12280
CURTO, Lluís Maruny. Alfabetização: pensamento e diversidade. In:
Pátio: Revista Pedagógica. Ano 4. nº 14 ago/out 2000. p.19-20.
FERREIRO, Emilia. Passado e Presente dos Verbos Ler e Escrever.
3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1987.
INAF - Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional.
http://www.ipm.org.br/pt-br/contato/duvidasfrequentes/Paginas/dúvidas-
frequentes-INaf.aspx
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=86&id=12280&option=com_content
http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.00.00&ver=por
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INEP/ MEC – Mapa do Analfabetismo no Brasil.
http://www.oei.es/quipu/brasil/estadisticas/analfabetismo2003.pdf
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
 http://pacto.mec.gov.br/
TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 3. ed. São Paulo: Cia.
Editora Nacional, 1971.
http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7B3D805070-D9D0-42DC-97AC-5524E567FC02%7D_MAPA%20DO%20ANALFABETISMO%20NO%20BRASIL.pdf
http://pacto.mec.gov.br/

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