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trabalho GESTAO organização Educacional

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pedagogia A ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA ESCOLA
Instituições Auxiliares e o Conselho Escolar
A ação do Conselho Escolar compreende a construção entre democratização e educação de qualidade (lembrando que ensino de qualidade está ligado à transformação da realidade, longe de “padrões” pré-estabelecidos) e, por isso, destaca-se como um colegiado que propicia canal de participação da sociedade civil em instâncias públicas, permitindo a circulação de valores, de articulação de argumentos diferenciados e de formação de várias opiniões
É necessário chamar a comunidade para dentro dos muros escolares para participar com propósitos definidos, ou seja, essa participação deve resultar em desempenhos nítidos como: discutir o Projeto Político Pedagógico (PPP) com reais necessidades da escola; buscar uma autonomia responsável para gerir os recursos recebidos ou produzidos na própria comunidade escolar; e avaliar com clareza e capacidade os resultados obtidos pelos alunos na apropriação de seus conhecimentos, na perspectiva da inclusão etc.
Abrir a unidade escolar à comunidade, não significa desmerecer o profissional da educação, nem sua formação, mas nota-se que esses profissionais não têm respostas para todas as questões, e nem deveriam tê-las. A escola precisa se tornar um espaço “de certos gostos democráticos” (LIMA, 2000), com vistas a enfrentar um grande desafio, que é respeitar a opiniões de todos, sem deixar de garantir a perspectiva coletiva.
É preciso propiciar a abertura da escola para a conscientização de seus alunos e familiares, por meio de práticas, de exercícios efetivos de participação. Quando estes são ouvidos e dão suas opiniões dentro da escola, deixam de ser meros espectadores e passam a dialogar e argumentar sobre as questões referentes à vida escolar. Quando a instituição se propõe a realizar um trabalho com qualidade, estabelece suas finalidades na inclusão, se posicionando, assim, contra a exclusão não só pedagógica, mas também econômica, cultural, etc. Uma escola pública deve ser a síntese entre a cultura experienciada que acontece na cidade, na rua, nas praças, nos pontos de encontro, nos meios de comunicação, na família, no trabalho etc., e a cultura formal, que é o domínio dos conhecimentos, das habilidades de pensamento (LIBÂNEO, 2001).
Pensando que autonomia, liberdade e democracia são processos a serem construídos com o outro, a escola pode ser concebida como instituição que permite a aprendizagem da democracia como prática e não apenas como método. Seja por meio de Conselhos Escolares, de Colegiados, e outras instâncias, este estabelecimento de ensino permite a participação ativa de todos – professores, coordenadores, funcionários, pais e alunos, comunidade local – em processos decisórios, criando um espaço de aprendizagem democrática que refletirá em outros aspectos da vida destas pessoas.
Dessa consciência será possível obter uma instituição escolar aberta à representatividade e à participação, com caráter deliberativo, numa perspectiva de gestão democrática.
Esse exercício democrático, de participação de todos os membros da comunidade escolar, pode propiciar um espaço importante para a formação de cidadãos. Segundo Ferreira (2007), para a sociedade tornar-se fortalecida, é preciso formar pessoas reflexivas, com disponibilidade de dialogar, com consciência do quão importante é aprender a exercer a cidadania, por meio da participação em todos os âmbitos políticos. Por isso, a opção por uma gestão democrática pode ser o início deste caminho de descentralização do poder, de fala e de decisão, promovendo uma participação que muda as relações, tanto de dentro como fora da instituição.
Apesar do discurso da gestão escolar ser relacionado algumas vezes a gestão democrática, sabemos que os espaços coletivos e dialógicos ainda estão em processo de constituição. Toda uma cultura brasileira de não participação e de medo ainda se faz presente nas relações sociais. A comunidade, as famílias dos estudantes, em vários estudos, afirmam não fazer parte de sindicatos ou de ter ligações políticas (com movimentos políticos). Os tabus e preconceitos, também são significativos, principalmente com relação aos sujeitos que se manifestam ou que questionam muito, pensando em um país que permaneceu sob regime de ditadura militar e repressão por mais de vinte anos.
Na realidade brasileira, percebe-se esse forte movimento em busca da manutenção da relação de opressão, resultando em instituições assistenciais e assistencialistas anunciadas e no exercício do paternalismo como forma de domesticar as massas, refletida na postura colonialista das elites (FREIRE, 1979). Neste contexto, a participação resume-se à aceitação involuntária da ordem estabelecida, já que os sujeitos vivem em uma relação reflexa, pois não ganham o direito de reflexão diante da realidade em que se encontram. Na concepção de Freire (1979), para garantir uma gestão democrática, não basta uma mudança na ordem econômica ou apenas manter a relação de imposição normativa. Percebe-se que o desempenho dos Conselhos Escolares ainda é frequentemente obstruído pela permanência de práticas que dificultam a reflexão sobre o princípio de gestão democrática, principalmente, quando os diferentes segmentos que compõem esse colegiado ainda possuem dificuldades de compreender quais são suas influências para uma educação com maior qualidade. 
Para se ter uma gestão democrática é preciso mais do que garantir em termos legais a participação da comunidade escolar e local nas decisões da escola: é preciso promover na prática essas ações. Portanto, há a necessidade de todos os segmentos conhecerem a organização do CE e entenderem sua real função para não fazer dele uma tarefa a mais para ser cumprida, mas uma causa importante para a democratização do ensino. Assim, em meio a progressos e percalços, nota-se que o Conselho Escolar ainda deve percorrer um longo caminho para efetivamente superar as práticas autoritárias e as ações de faz-de-conta. Espaço em que a participação da comunidade deva ser em processos decisórios, superando a concepção anterior de comunidade como usuária da escola. Será sempre necessário abordar as situações e os problemas da organização escolar nos seus aspectos internos e externos, isto é, nas relações entre o infra-escolar e o extra-escolar, entre a micro e a macro-estrutura.
 De acordo com esse entendimento, os objetivos e práticas escolares não se limitam ao espaço escolar, às suas condições internas de funcionamento. Eles dependem, também, das condições externas, isto é, dos fatores econômicos, sociais e políticos, das expectativas e interesses sociais dos grupos e classes sociais, das várias culturas que atravessam a escola, dos condicionantes impostos por valores morais e ideológicos, das políticos educacionais e diretrizes oficiais para o sistema escolar; das condições materiais de vida e de trabalho dos professores, alunos, pais.
 Isso significa que cada situação escolar analisada, cada atividade, cada ocorrência cotidiana, precisam ser analisadas na sua contextualização mais ampla. Em termos práticos, nenhum problema da organização escolar pode ser enfocado isoladamente; antes, deve ser tratado sob múltiplos aspectos, procurando detectar suas características dominantes em cada momento. Essa forma de ver a dinâmica da vida da escola leva a considerar a organização escolar como uma instituição aberta, cuja estrutura e processos de organização e gestão são constantemente construídos pelos que nela trabalham (diretor, coordenadores, pedagogos, professores e 14 funcionários) e pelos seus usuários (alunos, pais, comunidade próxima).
APM
A Associação de Pais e Mestres (APM) é uma das formas de participação da comunidade na administração escolar, ou seja, uma ferramenta de gestão democrática, assim com os Grêmios Estudantis e os Conselhos de Escola. A Associação de Pai e Mestres (APM) é uma das formas de participação da comunidade na administração escolar, ou seja, uma ferramenta de gestão democrática, assim como os Grêmios Estudantise os Conselhos de Escola, ainda é fundamental para fortalecer o entrosamento entre pais, responsáveis e professores e pode ainda colaborar para a programação de atividades culturais, de lazer e saúde envolvendo toda a comunidade.
GREMIO ESTUDATIL
Um espaço de debate trabalho em grupo e novas ideias, os Grêmios Estudantis proporcionam ao aluno a oportunidade de estimular outros estudantes a participar da vida escolar e também da rotina da comunidade. , por meio de projetos. Ele é formado por estudantes, que são responsáveis pelo desenvolvimento de atividades culturais, esportivas, sociais e de cidadania. Atualmente, a rede estadual paulista conta com mais de três mil agremiações formadas por estudantes.
Além de desenvolver projetos em diversas áreas, nas áreas de comunicação, cultura, esporte, social e política, os grupos colaboram também para a gestão das escolas, auxiliando diretores e coordenadores pedagógicos a aprimorar a gestão e o aprendizado em sala de aula.
Modelo de Estatuto do Grêmio Estudantil 
O Estatuto do Grêmio Estudantil é um documento que estabelece as normas sob as quais o Grêmio vai funcionar, explicando como serão as eleições, a composição da Diretoria, como a entidade deve atuar em certos casos. Lembre-se de que o Grêmio vai existir por muito tempo, inclusive depois que a chapa eleita já tiver saído da Escola, novas diretorias precisam seguir certas regras e rituais para que o Grêmio continue funcionando. Para facilitar, preparamos um modelo básico, que pode ser modificado de acordo com as necessidades de sua Escola. 
ESTATUTO DO GRÊMIO ESTUDANTIL (NOME DO GRÊMIO) 
CAPÍTULO I 
Da denominação, Sede e Objetivos Art. 1º O Grêmio Estudantil _________________ é o órgão máximo de representação dos estudantes do Colégio
______________________________________ localizado na cidade de____________ e fundado em ______________ com sede neste Estabelecimento de Ensino. Parágrafo Único - As atividades do Grêmio reger-se-ão pelo presente Estatuto aprovado em Assembleia Geral convocada para este fim.
 Art. 2º O Grêmio tem por objetivos: I- Representar condignamente o corpo discente; II - Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do Colégio; III - Incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros; IV- Promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no trabalho Escolar buscando seus aprimoramentos; V- Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional, assim como a filiação às entidades gerais UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), UPES (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas) e UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas); VI - Lutar pela democracia permanente na Escola, através do direito de participação nos fóruns internos de deliberação da Escola. CAPÍTULO II Do Patrimônio, sua Constituição e Utilização 
Art. 3º O patrimônio do Grêmio se constituirá por: I- Contribuição voluntária de seus membros; II- Contribuição de Terceiros; III- Subvenções, juros, correções ou dividendos resultantes das contribuições; IV - Rendimentos de bens móveis e imóveis que o Grêmio venha a possuir; V- Rendimentos auferidos em promoções da entidade. 
Art. 4° A Diretoria será responsável pelos bens patrimoniais do Grêmio e responsável por eles perante as instâncias deliberativas. § 1° Ao assumir a diretoria do Grêmio, o Presidente e o Tesoureiro deverão assinar um recibo para o Conselho Fiscal, discriminando todos os bens da entidade. § 2° Ao final de cada mandato, o CF conferirá os bens e providenciará outro recibo que deverá ser assinado pela nova Diretoria. § 3° Em caso de ser constatada alguma irregularidade na gestão dos bens, o CF fará um relatório e o entregará ao CRT e à Assembleia Geral para serem tomadas as providências cabíveis. § 4° O Grêmio não se responsabilizará por obrigações contraídas por estudantes ou grupos sem ter havido prévia autorização da Diretoria. CAPÍTULO III Da Organização do Grêmio Estudantil 
Art. 5 ° São instâncias deliberativas do Grêmio: a) Assembleia Geral dos Estudantes; b) Conselho de Representantes de Turmas (CRT); c) Diretoria do Grêmio.
Estatuto Padrão da Associação de Pais e Mestres
SEÇÃO II
Da Natureza e Finalidade
Artigo 2º - A APM, instituição auxiliar da escola, terá por finalidade colaborar no aprimoramento do processo educacional, na assistência ao escolar e na integração família-escola-comunidade.
Artigo 3º - A APM, entidade com objetivos sociais e educativos, não terá caráter político, racial ou religioso e nem finalidades lucrativas.
Artigo 4º - Para a consecução dos fins a que se referem os artigos anteriores, a Associação se propõe a:
I- colaborar com a direção do estabelecimento para atingir os objetivos educacionais propostos pela escola;
II- representar as aspirações da comunidade e dos pais de alunos junto à escola;
III- mobilizar os recursos humanos, materiais e financeiros da comunidade, para auxiliar a escola, no que diz respeito a:
a) a melhoria do ensino;
b) o desenvolvimento de atividades de assistência ao escolar carente, nas áreas socio-econômica e de saúde;
c) a conservação e manutenção do prédio, máquinas e equipamentos e das instalações técnicas;
d) programação de atividades culturais e lazer que envolvam a participação conjunta de pais, professores e alunos;
e) a execução de pequenas obras de construção no prédio escolar, que deverá ser acompanhada e fiscalizada pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE.
IV- colaborar na programação do uso do prédio da escola pela comunidade, principalmente nos períodos ociosos;
V- favorecer o entrosamento entre pais e professores;
VI- prestar serviços à comunidade, oferecendo cursos, de formação inicial e continuada de trabalhadores, promovendo eventos e outras atividades mediante retribuição financeira, através de convênios, parcerias, termo de cooperação ou de iniciativa própria.
Artigo 5º - As atividades a serem desenvolvidas para alcançar os objetivos especificados nos incisos do artigo anterior, deverão integrar a Proposta Pedagógica.
Regimento Escolar Colégio Bandeirantes
Título VIII: Das Instituições Complementares 
Art. 60 O Colégio Bandeirantes incentivará o funcionamento do Grêmio Estudantil e de outras instituições escolares que forem de interesse pedagógico, os quais terão estatuto próprio.
Regimento Escolar Colégio São Luís
CAPÍTULO VI – DOS ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS SEÇÃO I – DO GRÊMIO ESTUDANTIL
 Art. 46 – O Grêmio Estudantil é o órgão de representação dos alunos do Colégio São Luís e do Colégio São Luís – Unidade II, diretamente ligado ao Diretor-Geral, regido por Estatuto próprio, em consonância com as normas deste Regimento e com a legislação vigente. 
Art. 47 – Compete ao Grêmio Estudantil: I. representar os alunos junto a quaisquer órgãos, pessoas ou poderes do Colégio São Luís, do Colégio São Luís – Unidade II e da sociedade; II. garantir aos associados espaços e oportunidades de atuação que lhes permitam aprimoramento pessoal, social e cultural, desde que haja parecer favorável do Diretor-Geral.

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