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Setembro de 2020 Tópico 2 - Introdução ao Método Involutivo Aplicado a Avaliação de Glebas Urbanizáveis Prof. Eng. Civil Marcos Mansour Chebib Awad Contato: marcos.mansour@validarengenharia.com.br CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Ementa/ nome 1.2 Objetivos 1.3 Bibliografia Básica e Complementar 2. CONCEITOS DA ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES APLICADOS A AVALIAÇÕES DE GLEBAS URBANIZÁVEIS E O MÉTODO INVOLUTIVO 2.1 Conceitos Iniciais 2.2 Princípio do Maior e Melhor Uso 2.3 Definições 2.4 Casos 3. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO: PRINCIPAIS FUNDAMENTOS E LEGISLAÇÕES URBANÍSTICAS, NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL E SOBRE O PROCESSO DE APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO (RESIDENCIAL) 3.1 Noções de Parcelamento do Solo 3.2 Notas sobre a Matéria Ambiental 3.3 Aprovação de loteamento 3.4 Normas e Legislações 4. MÉTODO INVOLUTIVO 4.1 Noções sobre Engenharia Econômica (Fluxo de Caixa, Taxa Interna de Retorno e Valor Presente Líquido) 4.2 Processo para o Desenvolvimento do Cálculo Avaliatório (Apresentação de Indicadores) 4.3 Método Involutivo: Estático 4.4 Método Involutivo: Dinâmico. 5. LAUDOS (conteúdo extra) 6. CONCLUSÕES Parcelamento do Solo Urbano 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Segundo Celeste Amadei e Abreu Amadei (2014), o conceito de Parcelamento do Solo urbano é baseado no fracionamento sustentável da propriedade imobiliária, sendo o mesmo um subsistema do macrossistema da cidade onde ocorre a integração de espaços públicos e privados suportando acomodações civis, urbanísticas e ambientais. Na definição de Celeste Amadei e Abreu Amadei (2014), pode-se observar a preocupação com o interesse público e privado. Segundo os autores, esta definição tem três perspectivas: ➢ ordem privada a civilista ➢ ordem pública a urbanística ➢ ordem pública a ambiental Parcelamento do Solo Urbano 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO ➢ ordem privada a civilista ➢ ordem pública a urbanística ➢ ordem pública a ambiental A perspectiva civilista, sob o prisma da ordem privada aponta para o direito de propriedade respeitando os limites legais, sendo assim direitos subjetivos do proprietário, não ilimitados nem alheios ao controle do Estado. Já a perspectiva urbanística, sob o prisma da ordem pública entende que não é possível a compreensão do conceito de Parcelamento do Solo Urbano sem o entendimento da propriedade urbana no contexto da cidade. Os limites legais que norteiam o desenvolvimento urbano contornam o direito de propriedade sendo que para qualquer desenvolvimento imobiliário é necessário o entendimento das legislações urbanísticas Sob o prisma da ordem pública, a terceira e última perspectiva é a ambiental, resguardada pelo Art. 225 da Constituição Federal (1988), que indica que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. não dá para segregar a questão ambiental do conceito do Parcelamento do Solo Urbano Parcelamento do Solo Urbano O Parcelamento do Solo Urbano é um instrumento de execução da política de desenvolvimento e expansão urbanos em sede municipal, vinculado às diretrizes do art. 2º do Estatuto da Cidade e regulado pela Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979, compreendendo normas urbanísticas, sanitárias, civis e penais visando a disciplinar a ocupação do solo e o desenvolvimento urbano, e a tutela do interesse público coletivo subsumido na defesa da coletividade adquirente dos lotes previstos no empreendimento. Fonte: Guia do Parcelamento do Solo Urbano elaborado pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de Santa Catarina em 2010 O Parcelamento do Solo Urbano no Brasil é regulado pela Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 e pelas respectivas legislações estaduais e municipais. O Parcelamento do Solo Urbano poderá ser feito mediante: • Loteamento; e • Desmembramento. 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Loteamento (Lei 6.766/79): Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Fonte: elaborado pelo autor com base em Rocha (2018) Desmembramento (Lei 6.766/79) Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Desmembramento Via Pública Via Pública 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Desdobro Município de Jundiaí (Lei Nº 7.858, de 11 de maio de 2012): “é a subdivisão de lote sem abertura de via” Município de São Bernardo do Campo (Lei Nº 6.222, de 3 de setembro de 2012): “subdivisão de lote com área máxima de 10.000,00m² (dez mil metros quadrados), em dois ou mais lotes, sem abertura, prolongamento, ampliação ou modificação de qualquer logradouro” 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Divisão de Área Município de Jundiaí (Lei Nº 7.858, de 11 de maio de 2012): “é o parcelamento do solo de gleba em glebas, sem a necessidade de doação de área pública” Fracionamento Município de Jundiaí (Lei Nº 7.858, de 11 de maio de 2012): “é o parcelamento do solo, gleba ou lote, originário de ação da municipalidade e independente da vontade do proprietário” 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO O Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001) fornece importantes diretrizes para a Política Urbana no Brasil regulamentando alguns aspectos observados na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Destaques do Estatuto da Cidade: a) Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades: I – com mais de vinte mil habitantes; II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; b) Cria instrumentos da política urbana (função social da propriedade) que devem ser regulamentados via legislações municipais: ▪ Disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; ▪ Outorga Onerosa do Direito de Construir e de alteração de uso; ▪ IPTU Progressivo no Tempo (aumento de IPTU caso o lote esteja sendo subutilizado); ▪ Operações Urbanas Consorciadas; ▪ Transferência do Direito de Construir; ▪ Entre outros. Com base no Estatuto da cidade os municípios ganham autonomia para disciplinar questões relativas ao parcelamento do solo, além da Lei 6.766/79 que é referência. 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO COMENTÁRIOS/ DICAS ▪ A revisão da Lei 6.766/79 extinguiu os percentuais mínimos de doação e os delegou aos municípios. Na falta de parâmetros, a grande maioria dos municípios permanece adotando os percentuais definidos nesta lei, qual seja, 35%. Segue transcrição do parágrafo 1º o artigo 4º da Lei 6.766/79: ▪ § 1º - A percentagem de áreas públicas prevista no inciso I deste artigo não poderá ser inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da gleba, salvo nos loteamentos destinados ao uso industrial cujos lotes forem maiores do que 15.000 m² (quinze mil metros quadrados), caso em que a percentagem poderá ser reduzida. ▪ § 1o A legislação municipal definirá, para cada zona em que se divida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. ▪ Recomenda-se também a solicitação da Certidão de Uso e Ocupação do Solo do imóvel objeto de avaliação. Tal certidão é emitida pela Prefeitura e contém os parâmetros de uso e ocupação do solo (zoneamento) do imóvel em análise. 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Restrições de parcelamento impostas pela Lei 6.766/79 e Lei 9.785/99: “Art. 3º Somenteserá admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.” 3.1 NOÇÕES DE PARCELAMENTO DO SOLO Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de 25 de maio de 2012 - “Código Florestal”) “Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: I – (…) II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; ” 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de 25 de maio de 2012 - “Código Florestal”) Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de maio de 2012 - “Código Florestal”) Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de maio de 2012 - “Código Florestal”) Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: (…) V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de maio de 2012 - “Código Florestal”) Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Áreas de Preservação Permanente (Lei Nº 12.651 de maio de 2012 - “Código Florestal”) Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. § 1o Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. . 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL É proibida a supressão de vegetação Primária (mínima intervenção antrópica) de Mata Atlântica. Para a vegetação Secundária, considera-se o seguinte: Para áreas inseridas em perímetro urbano antes da data de vigência da lei (2006): ▪ Supressão de 100% de vegetação em estágio inicial de desenvolvimento; ▪ Supressão de até 30% da área de vegetação em estado médio de desenvolvimento; ▪ Supressão de até 50% da área de vegetação em estágio avançado de desenvolvimento. Para áreas inseridas em perímetro urbano após da data de vigência da lei (2006): ▪ Supressão de 100% de vegetação em estágio inicial de desenvolvimento; ▪ Supressão de 50% da área de vegetação em estado médio de desenvolvimento; ▪ Proibida a supressão de vegetação em estágio avançado de desenvolvimento. Restrições quanto à ocupação - Vegetação (Lei Nº 11.428/2006 - “Bioma da Mata Atlântica”) 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições quanto à ocupação - Vegetação Mapa dos Biomas Brasileiros: Fonte: IBGE 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Restrições de parcelamento e ocupação - COMENTÁRIOS/ DICAS ▪ Para estimar aproveitamento de uma gleba normalmente considera-se que é permitida a supressão de Eucalipto e Pinus; ▪ Para ter maior precisão do aproveitamento da gleba (e consequentemente do seu valor), recomenda-se a realização de um Diagnóstico Ambiental, cujo principal produto é o Mapa de Viabilidade Ambiental que aponta as áreas possíveis de ocupação e as de restrição ambiental; ▪ Alguns municípios permitem computar as Áreas de Preservação Permanente (APP) no cálculo da área verde a ser doada em função do parcelamento; ▪ Em uma estimativa de ocupação da gleba é importante observar que a variação de cores da vegetação pode indicar estágio avançado de desenvolvimento, o que possivelmente implica em não possibilidade de supressão. 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL CONCEITO DE MAIOR E MELHOR USO? FONTE: https://support.google.com/earth/answer/168344?hl=pt-BR IMPORTANTE UTILIZAR O GOOGLE EARTH PRO PARA MAIOR APROVEITAMENTO DOS CONCEITOS APRESENTADOS A SEGUIR 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Imagem via satélite – Google Earth – Eucalipto/ APP Restrições de parcelamento e ocupação - COMENTÁRIOS/ DICAS 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Imagem via satélite – Google Earth – Eucalipto/ APP Restrições de parcelamento e ocupação - COMENTÁRIOS/ DICAS 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Fonte: AWAD, Marcos Mansour Chebib; IGNATIOS, Marcelo Fonseca. Avaliações de Glebas Urbanizáveis: Velhos e Novos Paradigmas. In: XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕESE PERÍCIAS. Anais... Belo Horizonte: IBAPE, 2015 Restrições de parcelamento e ocupação - COMENTÁRIOS/ DICAS ▪ Seria adequado, ao menos para o imóvel objeto de avaliação, que o produto final dessa estimativa fosse visualizado em mapas conforme as imagens abaixo com a indicação das áreas passíveis de ocupação e as áreas com restrições para o desenvolvimento imobiliário. Possibilidade de aproveitamento Área institucional (município) Área verde (município) APP de rio - 30m 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Imóvel avaliando Estimativa áreas com possíveis restrições 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL No dia da vistoria in loco, bem como por meio de aferições realizadas no Mapa de Quadra e Lote, destacamos que foi observado a presença de um lago no perímetro do imóvel avaliando. Neste sentido, conforme Capítulo II, Seção I, Artigo 4º, Inciso I, alínea c), do Novo Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 12.651/2012, considera-se área de preservação permanente as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, em largura mínima de 100 metros, para os cursos d’água que tenham 50m a 200m de largura, in verbis: “Art. 4 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura. *Parte-se da premissa que não existem legislações estaduais e/ou municipais mais restritivas do que o Código Florestal (Lei federal) 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Estimativa áreas com possíveis restrições Desta maneira, foi estimado, por meio de medidas do Google Earth Pro, a possível área de preservação permanente de 21.200,00 m², conforme ilustrações as seguir. 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Áreas com possíveis restrições 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Áreas do imóvel avaliando Informação utilizada para balizar o método comparativo!!!! 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Loteamentos pesquisados Informação utilizada para balizar o método INVOLUTIVO!!!! 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Estimativa área loteável *Na legislação foi verificada a possibilidade de inserir áreas com possíveis restrições em área verde *Percentual de área loteável calculado (40,81%) está condizente com o % de área loteável dos loteamentos na região – 40,00% (conforme pesquisa) Informação utilizada para balizar o método INVOLUTIVO!!!! 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL NO MÉTODO COMPARATIVO: ATENÇÃO!!!! QUANDO O PROFISSIONAL IGNORA ESSA INFORMAÇÃO ELE PARTE DO PRINCÍPIO QUE TODAS AS ÁREAS POSSUEM EQUIVALÊNCIA EM RELAÇÃO A SEU % DE APROVEITAMENTO/ OCUPAÇÃO 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Exercício: Estime a área aproveitável dos imóveis apresentados a seguir : Imóvel 1: Área de Terreno 323.503m² 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Exercício: Estime a área aproveitável dos imóveis apresentados a seguir : Imóvel 2: Área de Terreno 28.724m² 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL Exercício: Estime a área aproveitável dos imóveis apresentados a seguir : Imóvel 3: Área de Terreno 152.303m² 3.2 NOTAS SOBRE A MATÉRIA AMBIENTAL 1. Levantamento topográfico, Diagnóstico Ambiental e Estudo Preliminar de Viabilidade Urbanística (tempo estimado 4 meses) 2. Fixação de diretrizes pelo Município (tempo estimado 1 mês) 3. Consulta ao órgão ambiental que indicará o tipo de estudo ambiental a ser feito, como: ▪ RAP (Relatório Ambiental Preliminar) – normalmente para áreas até 50 ha – Nível de complexidade baixo (tempo estimado 1 mês) ▪ EAS (Estudo Ambiental Simplificado) - normalmente para áreas de 50 ha à 100ha - Nível de complexidade médio (tempo estimado 3 meses) ▪ EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) - normalmente em áreas acima de 100ha ( tempo estimado 12 meses) Obs.: No Estado de São Paulo as nomenclaturas são invertidas: o RAP é o relatório de nível de complexidade médio e o EAS de nível de complexidade baixo. Sequência para aprovação do loteamento: 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO 4. Licença Prévia Ambiental (LP) – Federal, Estadual ou Municipal (depende da região e respectiva competência) – normalmente se for necessário elaborar o EIA/RIMA a LP deverá ser apresentada na aprovação estadual (estimado em 3 meses) 5. Elaboração dos projetos técnicos (terraplenagem, água e esgoto, pavimentação, etc) e urbanístico (estimado em 6 meses) . Em alguns municípios exige-se Pré-aprovação Municipal. 6 e 7. Aprovação Estadual (Estado de SP – GRAPROHAB*) – caso haja pendências relacionadas à matrícula da gleba (como processos de retificação), você pode dar entrada no processo de aprovação com a área e perímetro da gleba retificada e comprovando que o processo está em trâmite no Cartório de Registro de Imóveis) (de 3 a 6 meses). Licença de instalação (LI) - autoriza a implantação do loteamento – permitido início da obra (resultado da aprovação estadual) Sequência para aprovação do loteamento * O GRAPROHAB - Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo. Tem por objetivo centralizar e agilizar os procedimentos administrativos de aprovação do Estado, para implantação de empreendimentos de parcelamentos do solo para fins residenciais, conjuntos e condomínios habitacionais, públicos ou privados. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO 8. Aprovação dos projetos pelo Município (Aprovação Final Municipal) (estimado em 2 meses) 9. Execução das obras exigidas para o registro imobiliário (estimado em 3 meses) 10. Registro do parcelamento no Registro de Imóveis (RI) (resultado da execução das obras exigidas) 11. Execução das obras remanescentes (máximo de 48 meses segundo a lei 6.766/79) 12. Licença ambiental de operação (LO) – na maioria dos municípios não é necessário esse tipo de licença para empreedimento imobiliário A seguir esquema gráfico com a periodização indicada para a sequência de aprovação de loteamento (conforme itens anteriores): Sequência para aprovação do loteamento 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Sequência para aprovação do loteamento iten/ Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 1 2 1M 3 (EIA/RIMA) 4 5 6 e 7 6M 8 2M (RI) 9 e 10 11 Horizonte de Aprovação de um Loteamento com EIA/RIMA 12M 3M 6M 3M Total para início das obras 33 meses Total para início das vendas 36 meses 4M iten/ Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 1 2 1M 3 (EAS) 4 5 6 e 7 8 (RI) 9 e 10 3M 11 Horizonte de Aprovação de um Loteamento com EAS 3M 3M 6M 6M 2M 4M Total para início das obras 24 meses Total para início das vendas 27 meses 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Sequência para aprovação do loteamento iten/ Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 1 4M 2 1M 3 (RAP) 1M 4 5 6 e 7 8 2M (RI) 9 e 10 3M 11 3M 6M 6M Horizonte de Aprovação de um Loteamento com RAP Total para início das obras 22 meses Total para início das vendas 25 meses 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.], 2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.], 2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.], 2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.],2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.], 2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Fonte: ROCHA FILHO, José. Apresentação de Aula do Curso Como Desenvolver Loteamentos Convencionais e Comunidades Planejadas. Campinas: [s.n.], 2016. 3.3 APROVAÇÃO DE LOTEAMENTO Não existe uma norma específica sobre Avaliação de Glebas Urbanizáveis, mas alguns conceitos merecem atenção nas seguintes normas e leis: ▪ Avaliação de Bens – Parte 2 - NBR 14.653/2- Imóveis Urbanos ▪ Glossário de terminologia básica aplicável a Engenharia de Avaliações e Perícias do IBAPE/SP ▪ Norma para Avaliação de Imóveis Urbanos do IBAPE/SP ▪ Lei Nº 6.766/1979. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. ▪ Lei Nº 9.785/1999. Altera o Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941 (desapropriação por utilidade pública) e as Leis nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (registros públicos) e 6.766/1979 (parcelamento do solo urbano). ▪ Lei Nº 13.465/2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana...... Lei que regulamenta o condomínio de lotes. ▪ Lei Nº 4.591/1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES NOVA LEI FEDERAL no 13.465, de 11 de julho de 2017 ➢ Nova lei de regularização fundiária urbana e rural, acarreta diversas alterações ao empreendedor imobiliário. ➢ Regulamenta o condomínio de lotes, os chamados “condomínios fechados”: cada condômino poderá́ ser proporcional à área do solo de cada unidade autônoma ou ao respectivo potencial construtivo. Para o desenvolvimento imobiliário a implantação de toda a infraestrutura ficará a cargo do empreendedor. ➢ Lei “NOVA” de 2017, o avaliador deverá ficar atento aos empreendimentos desenvolvidos com base nesta lei para ter maiores referências para as avaliações. Ex: Custo de Implantação, condomínio, aproveitamento, etc.. 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Lei Nº 4.591/1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias Art. 8º Quando, em terreno onde não houver edificação, o proprietário, o promitente comprador, o cessionário deste ou o promitente cessionário sobre ele desejar erigir mais de uma edificação, observar-se-á também o seguinte: a) em relação às unidades autônomas que se constituírem em casas térreas ou assobradadas, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá às unidades; b) em relação às unidades autônomas que constituírem edifícios de dois ou mais pavimentos, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação, aquela que eventualmente fôr reservada como de utilização exclusiva, correspondente às unidades do edifício, e ainda a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá a cada uma das unidades” CONDOMÍNIO EDILÍCIO HORIZONTAL CONDOMÍNIO EDILÍCIO VERTICAL 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Lei Nº 4.591/1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias ➢ Nessa espécie de condomínio, cada condômino possui a propriedade exclusiva da unidade privativa, que, por representar um imóvel autônomo, recebe uma matrícula própria no Cartório de Imóveis. ➢ Além de ser proprietário da unidade privativa, o condômino será titular de uma fração ideal do solo e das áreas comuns. A extensão da fração ideal dependerá do disposto no ato de instituição do condomínio. 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Gleba Urbanizável Segundo à ABNT NBR 14653-2:2011 (item 3.30) “Terreno passível de receber obras de infraestrutura urbana, visando o seu aproveitamento eficiente, através de loteamento, desmembramento ou implantação de empreendimento.” Segundo o Glossário de Terminologia do IBAPE/SP “Grande extensão de terreno passível de receber obras de infra-estrutura urbana, visando o seu aproveitamento eficiente, através de loteamento, desmembramento ou implantação de empreendimento.” Conclusão Para a pleno conhecimento se uma gleba deve ser avaliada como urbanizável é necessário o estudo das legislações urbanas e de absorção do mercado imobiliário o qual a Gleba está situada. De nada adianta a legislação permitir a urbanização da gleba se o mercado não absorver a venda desses lotes urbanizados (nesse caso, se fosse avaliada como urbanizável, o valor encontrado não expressaria o valor mercado). 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Lei 6766 e Leis de Parcelamento Municipais Gleba Urbanizável Lei 4.591 (incorporação) Lei 13.465 (Condomínio em Lotes) 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Segundo a NBR 14.653-2 deve-se analisar as seguintes questões na avaliação de Glebas Urbanizáveis: 11.3 Glebas Urbanizáveis 11.3.1 Avaliação das glebas urbanizáveis deve ser feita preferivelmente com a utilização do método comparativo direto de dados de mercado. 11.3.2 Quando for utilizado o método involutivo, recomenda-se considerar os seguintes aspectos: a) viabilidade legal da implantação do parcelamento do solo simulado, respeitadas as restrições da Lei 6766 e das Leis Estaduais e Municipais atinentes ao uso e ocupação do solo, com destaque para os parâmetros físicos e urbanísticos exigidos para o loteamento, tais como o percentual máximo de áreas vendáveis, infra- estrutura mínima, leitos carroçáveis, declives máximos etc.; b) a possibilidade de desmembramentos parciais, com frente para vias ou logradouros públicos oficiais, desde que legalmente viáveis e economicamente vantajosos, com loteamento da área remanescente; 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Segundo a NBR 14.653-2: 11.3 Glebas Urbanizáveis c) o estado dominial e eventuais gravames sobre a gleba, tais como a existência de direitos reais e possessórios, informados pelo contratante; d) caso a gleba urbanizável seja avaliada como empreendimento, devem ser seguidos os preceitos da ABNT NBR 14653-4; e) quando houver dúvidas sobre a viabilidade da urbanização da gleba, recomenda-se verificar o seu valor por meio de seus frutos, tais como locação, arrendamento etc. 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES Gleba Urbanizável – Considerações 3.4 NORMAS E LEGISLAÇÕES ➢ Conceito exclusivamente brasileiro e da Engenharia de Avaliações – No exterior a Gleba Urbanizável poderia ser caracterizada como Propriedade para Desenvolvimento (IVS 410 – 2020) ➢ Atentar par valor residual negativo? É urbanizável? ➢ Atentar para lotes mínimos “grandes” (acima de 1.000m²) ➢ Atentar para glebas com grandes proporções em município “pequeno” Ex. Quantidade de lotes 5.000/ população 20.000 habitants. Será urbanizável?
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