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jogos_brinquedos_e_brincadeiras_pedagogia_05

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O jogo, o brinquedo e a brincadeira nos acompanham durante toda vida, 
e quando nos tornamos profissionais da educação, passamos a utilizá-los 
como ferramentas para transmitir, estimular e desafiar aos nossos alunos na 
construção do conhecimento dentro e fora da escola.
Reconhecemos a importância do brincar, porém muitas vezes não 
aproveitamos corretamente essa poderosa ferramenta porque não fomos 
preparados para utilizá-la e, assim, desperdiçamos oportunidades precio-
sas de troca de conhecimento.
O objetivo deste trabalho é o de contribuir para a conscientização dos 
profissionais que atuam na Educação Básica sobre seu papel como media-
dores e sua responsabilidade em proporcionar uma educação com quali-
dade, utilizando o jogo, o brinquedo e a brincadeira como companheiros 
de trabalho.
A importância do brincar para a criança 
A contribuição de pesquisas realizadas nas áreas de Filosofia, Sociolo-
gia, Antropologia e Psicologia por renomados estudiosos como Froebel 
(1782-1852), Dewey (1859-1952), Montessori (1870-1952), Piaget (1896-
1980), Vygotsky (1896-1934), Wallon (1879-1962), Bruner (1915-atual) 
entre tantos outros, cada vez mais enfatizam a importância do jogo, brin-
quedo e brincadeira no desenvolvimento do ser humano, especialmente 
nos primeiros anos de vida.
Quando somos bebês, o brincar significa um dos primeiros contatos 
com o mundo interior e exterior. Brincando, nos diferenciamos do outro, 
experimentamos sensações táteis e sonoras, exercitamos a comunicação, 
diferenciamos o real do imaginário e exploramos nosso corpo.
Muitas vezes apoiados ou motivados por brinquedos, damos os pri-
meiros passos buscando superar os desafios físicos e intelectuais que as 
situações lúdicas nos impõem prazerosamente.
Os profissionais da 
Educação Básica e o jogo
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
Na idade pré-escolar, jogando, exercitamos regras de convívio: esperar, dar a 
vez, trocar, imitar o mundo adulto e fazer sua releitura.
Com o desenvolvimento tecnológico acessamos virtualmente espaços, de-
senvolvendo competências e habilidades.
O jogo, o brinquedo e a brincadeira são ferramentas importantes no desen-
volvimento da criança, porém ninguém nasce sabendo brincar. Brincar é apren-
dido com o outro, com a mãe quando brinca com o bebê, com os irmãos, com os 
colegas e demais profissionais da educação quando chegamos à escola.
Brincar implica numa ação, intencional, criativa, que imita situações reais. Na 
brincadeira podemos errar, não há consequências para a realidade. Afinal, qual 
o problema em errar na amarelinha? Apenas a certeza de poder recomeçar e 
tentar novamente, sem nenhum constrangimento de grandes proporções, a não 
ser a do brincante aperfeiçoar sua pontaria, seu equilíbrio etc.
Amarelinha.
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A utilização do jogo na educação suscita algumas dúvidas entre os educado-
res, em especial se há diferença entre jogo e material pedagógico.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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Para Kishimoto (1994), aceitar o uso de brinquedos e jogos dentro da sala 
de aula nem sempre aconteceu. Esse uso depende diretamente do conceito e 
da visão que o profissional tem das crianças e da própria instituição.
Em geral, a escola tem objetivos claros a serem atingidos e os alunos pre-
cisam ser disciplinados para adquirir os conhecimentos propostos pela escola. 
Portanto, se entendemos o jogo como “ação livre, com fim em si mesmo, iniciado 
e mantido pelo aluno pelo simples prazer de jogar, ele não encontraria lugar na 
escola” (KISHIMOTO, 1994, p. 14), então, como devemos proceder?
Num interessante artigo sobre o pensamento de John Dewey, Amaral (In: 
KISHIMOTO, 1998a), reflete sobre o valor educacional dos jogos numa perspec-
tiva democrática. Nesse artigo, a pesquisadora constata que por meio da brin-
cadeira de faz de conta, a criança imita a vida real, pais e adultos e que, por con-
sequência, nesse tipo de brincadeira ela simplesmente reproduz o que há de 
melhor e pior no que observa. Ou seja, imita situações e valores do meio social 
em que está inserida e, por consequência, influenciada.
Quando essas brincadeiras são levadas para o ambiente educacional e nele 
podem ser livremente reproduzidas, certamente contribuirão para a formaliza-
ção de um currículo em que tais situações possam ser discutidas; esse é o papel 
do professor, como podemos constatar no trabalho de Amaral (apud KISHIMOTO, 
1998a, p.100) que embasa seu pensamento em John Dewey.
Para Dewey, o professor não está na escola para impor certas ideias ou formar estes hábitos na 
criança, mas está lá como membro da comunidade para selecionar as influências que deverão 
afetar a criança e assisti-la em responder adequadamente a essas influências. 
Os profissionais de educação exercitam seu papel de mediador ao participa-
rem das situações e atividades lúdicas, ao auxiliar e/ou propor aos alunos que 
pensem e revejam determinados comportamentos e atitudes, desde o manuseio 
do material, guarda e cuidado, até as relações sociais que estabelecem. Essa in-
tervenção não deve ter o caráter de fiscalização ou avaliação pessoal, mas de par-
ceria, questionando atitudes, comportamentos, habilidades e competências.
No exemplo anterior da amarelinha, no caso do erro, se o jogo tivesse sido pro-
posto como parte do currículo, o professor que observa e até brinca junto, poderia 
levar as crianças a refletir sobre os motivos que fizeram com que houvesse o erro. 
Por exemplo: será que foi a força com que se atirou a “casca de banana” ou “pedra”, 
ou ainda a falta de equilíbrio e ritmo durante os “pulos”, será que o tamanho das 
casas está adequando ao tamanho das crianças. E ainda sobre o comportamento 
dos colegas se incentivam aquele que errou, se há deboche etc.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
São questões simples, mas que fazem com que as crianças pensem na relação 
entre seu corpo e a interação com os objetos, o meio ambiente e social.
O papel de mediador 
Voltemos à questão anterior: o jogo é uma atitude livre ou deve servir a propó-
sitos pedagógicos? Para respondê-la, contamos com a colaboração de Vygotsky
[...] a mediação feita por um parceiro mais experiente é de grande influência na construção 
do pensamento e da consciência de si, que vai emergindo do confronto com os parceiros 
nas situações cotidianas, via imitação do outro ou oposição a este. É algo, pois, em constante 
modificação. O indivíduo assim forma sua conduta e sua personalidade a partir dos conflitos 
que estabelece com o meio a cada momento. (apud OLIVEIRA, 1995, p. 53)
Ou seja, se a atitude de brincar e jogar é livre, ela está diretamente ligada 
àquele que brinca e não ao profissional (entendido como parceiro mais expe-
riente). Dessa maneira, compete a esse profissional dar oportunidade para quem 
brinca/joga de usufruir do tempo e do espaço de maneira autônoma, livre, 
criativa.
Compreendendo a educação como processo permanente e que acontece em 
todos os espaços, durante todas as etapas da vida, concluiremos que esses espa-
ços e tempos precisam de pessoas mais experientes que compreendam o signi-
ficado do jogo, que participem desses ambientes de forma ativa, colaborativa e 
reflexiva, tanto durante a atividade em si como também na sua preparação.
Marilena Flores Martins, uma das pioneiras no estudo do brincar no Brasil, e 
atual presidente da IPA/Brasil (Associação Brasileira pelo Direito de Brincar), em 
seu livro Brincar é Preciso (2009) reforça a importância de brincar com as crianças 
desde os primeiros meses de vida.
Para Martins, no contexto do brincar, o papel do adulto é o de educador, e 
que saiba
encorajar as crianças a brincar, oferecendo-lhesoportunidades para participar de jogos, criar, 
explorar, descobrir, e algumas vezes, enfrentar riscos, divertir-se e fazer muitas coisas diferentes 
sozinhas ou com outras. Em um espaço adequado para brincar, as crianças farão escolhas sobre 
o que elas brincam e com quem brincam. (2009, p. 28)
Essa pessoa, no nosso caso, profissional da educação, deve ser sensível ao 
direito da criança brincar, independente de sua faixa etária; deve buscar uma for-
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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mação mais específica, aliando esse conhecimento à sua prática, num processo 
dialético, adaptando as transformações culturais e as tradições que compõem o 
repertório dos jogos trazidos pelas crianças, aprendidos com suas famílias.
Para Maria Angela Barbato Carneiro, professora doutora e pesquisadora na 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenadora do Núcleo 
de Cultura, estudos e pesquisas sobre o brincar, são pré-requisitos fundamentais 
para o profissional que brinca
ter um conhecimento profundo das etapas de desenvolvimento da criança, de modo que 
não pule etapas, além de entender o significado da brincadeira em cada uma delas. [...], 
saber como organizar o espaço, classificar brinquedos e até mesmo criá-los, de modo a 
estimular continuamente a criança durante seu desenvolvimento. Deve ser comunicativo e 
alegre [...] para que possa [...] interagir adequadamente. [...] a criatividade [...] flexibilidade, 
[...] sensibilidade são outras competências que o educador deve possuir. (2003, p. 103) 
Concordamos com Carneiro (2003) sobre esses pré-requisitos, porque também 
consideramos que o adulto, como parceiro experiente, deve promover o brincar, 
organizando diferentes contextos de modo a solucionar problemas, adaptar-se 
aos grupos em que atua, atualizando-se com o mercado e também aberto às con-
tribuições que outros adultos, pais, colegas e demais membros da comunidade 
possam oferecer para garantir o direito de a criança brincar.
Crianças brincando.
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Crianças brincando.
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Crianças brincando.
Organizando espaços para brincar 
A atitude de brincar exige um lugar, um espaço onde o faz de conta passe 
a existir. Vamos lembrar nosso tempo de criança. Você certamente fez, ou viu 
alguma criança fazer, uma “cabaninha” com lençóis, tecidos, folhas etc. Pode 
também já ter visto ou feito uma casa na árvore ou entrado numa grande caixa 
de papelão!
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Crianças brincando com papelão.
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Crinças brincando com papelão.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
Esse lugar mágico onde acontece a brincadeira pode ser grande ou pequeno, 
uma sala ou uma caixa. O que importa é que é nesse “lugar” que a imaginação 
acontece. Evidentemente, quando a criança fica mais velha, esse “lugar” muda 
suas características e assume outras, como uma mesa, ou, e mais frequentemen-
te, um computador e até um telefone celular. De qualquer maneira, esses úl-
timos têm o mesmo objetivo: o de “transportar” o brincante para um “espaço” 
diferente do seu cotidiano.
Crianças brincando na cabana.
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Como organizar esses espaços?
Algumas instituições, em geral as que trabalham com crianças pequenas, 
destinam uma sala para a finalidade de brincar e a denominam como brinque-
doteca. Esse espaço tem cada vez mais ganhado importância nas instituições 
públicas e privadas.
Encontramos brinquedotecas em grandes centros comerciais, supermerca-
dos, lojas, consultórios médicos e odontológicos e também em hospitais, princi-
palmente depois da promulgação da Lei n.º 11.104, de 21 de março de 2005, que 
dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades 
de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação
As brinquedotecas são espaços organizados intencionalmente, compostos 
por cantos temáticos e uma diversidade de objetos, materiais e brinquedos onde 
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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a criança e seus pares possam desenvolver, criar, participar de uma infinidade de 
brincadeiras.
Não há uma receita do que uma brinquedoteca deve ou não deve ter. Sua 
criação e existência estão diretamente ligadas ao grupo ao qual pertença e a sua 
finalidade.
Cunha (1994, p. 17-18 ) lista os mais frequentes “cantinhos” que compõem 
uma brinquedoteca:
1 – Canto do “faz de conta”
Um espaço com mobílias infantis de dormitório, com berço, caminha, guarda-roupas, roupas 
de boneca, bonecas etc. A cozinha com pia de lavar louça, geladeira, fogão, mesas e cadeiras, 
loucinhas, panelinhas e outros utensílios de cozinha.
O hospital, com uniforme de enfermeira; o consultório médico, que pode servir para estimular 
hábitos de higiene e saúde [...]
O supermercado, com carrinho de feira e coisas para comprar.
O camarim, com espelho, fantasias, chapéus, adereços, bijuterias e maquilagem. Roupas e 
sapatos velhos podem ser muito valiosos [...]
2 – Canto “Fofo”, Canto de Leitura ou de Contar histórias
Com tapetes e almofadas para acolher a criança que quer ler um livro deitada no chão, ou 
simplesmente, aninhar-se em busca de aconchego.
3 – Canto das Invenções
Um lugar onde elas deverão “inventar” coisas, construir com jogos de construção ou com 
material de sucata.
4 – Sucatoteca
O lugar onde são guardadas todas aquelas coisas que podem servir para fazer outras coisas. 
Materiais reciclados do lixo, mas lavados e classificados, transformados assim em matéria- 
-prima para subsidiar as criações dos inventores.
5 – Teatrinho
Para que possam criar histórias e manusear fantoches.
6 – Mesa de atividades
Em torno da qual poderão reunir-se para jogar ou para fazer qualquer trabalho coletivo.
7 – Estantes com brinquedos
Para serem manuseados livremente, sugerindo diferentes formas de brincar.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
8 – Oficina
De construção de brinquedos e de restauração de brinquedos quebrados.
9 – Quadro de comunicações
Onde poderão ser colocados recados de uma criança para outra, notícias sobre acontecimentos 
ligados à rotina da brinquedoteca ou simplesmente avisos.
10 – Acervo
Local com estantes cheias de jogos e quebra-cabeças que estão guardados, mas à disposição 
das crianças para que os retirem um de cada vez.
Modelo de brinquedoteca.
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Modelo de brinquedoteca.
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Modelo de brinquedoteca.
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Modelo de brinquedoteca.
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Como podemos verificar, os cantos sugerem uma série de atividades que 
podem ser realizadas pelas crianças autonomamente.
Esse tipo de espaço pode ser construído junto com as crianças. E também 
deve ser modificado a partir das observações das brincadeiras. Ou seja, os pro-
fissionais que optam por utilizar jogos, brinquedos e brincadeiras em espaços 
estruturados (brinquedotecas) ou não, precisam sempre observar como elas 
acontecem, quais os espaços preferidos e preteridos, conversar com as crianças 
sobre os motivos de sua preferência ou rejeição.
Este material é parte integrantedo acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
A participação estimulada valoriza o espaço e o cuidado com os brinquedos 
e materiais existentes. As crianças apropriam-se do espaço, valorizam o acervo, 
procuram cuidar e ampliar sua quantidade e qualidade. 
Lembre-se que a criança imita o adulto, então onde o adulto valoriza o cui-
dado e respeita a participação da criança, essa por sua vez aprende a respeitar e 
passa a valorizá-lo também.
Se na sua instituição não há um espaço específico para brincar, tanto melhor, 
não há problema: torne toda a sua instituição em uma “brinquedoteca”. Converse 
com as crianças e outros colegas que podem tornar-se parceiros de brincadeiras.
Verifique se existem espaços ociosos que podem servir para “abrigar” brinque-
dos, por exemplo: no pátio: tambores coloridos podem armazenar bolas, cordas, 
pernas de pau e outros brinquedos para serem utilizados durante o recreio. 
Nas salas, reorganize o espaço com estantes, caixas plásticas ou de papelão 
decoradas. Dentro de cada uma, coloque brinquedos e materiais compatíveis 
com o interesse das crianças, organizados de modo a provocar brincadeiras, por 
exemplo, para uma sala com crianças em idade pré-escolar, faça caixas temá-
ticas: de faz de conta, com objetos de casinha, de médico, mecânico, salão de 
beleza, escritório, fantasias ou roupas e adereços. Converse com as crianças e 
monte caixas de acordo com suas preferências.
Para crianças maiores, monte caixas com jogos variados, jogos de salão 
(dominó, cartas, gamão, dama, xadrez) jogos cartonados e de outros materiais 
sempre atento aos temas e graus de dificuldade conforme a faixa etária.
Troque jogos, guarde alguns, não deixe sempre todos disponíveis, varie, eleja 
o melhor, crie listas de discussões e dicas sobre as diferenças e desafios de jogar 
alguns jogos no computador e ao vivo com outro colega.
Também são bem-vindos jogos do tipo Sudoku e palavras cruzadas.
Concluindo, os espaços devem ser compatíveis com a intenção dos profissio-
nais. Como pudemos verificar, eles podem servir para armazenar os brinquedos 
e também para provocar brincadeiras.
É importante salientar que todos eles devem ser seguros, de fácil acesso, boa 
iluminação e ventilação. Os espaços de brincar transformam-se em ambientes 
educativos quando neles ocorre a interação entre o espaço físico, os objetos, 
jogos, brinquedos e as pessoas. Se não houver essa interação, o “espaço físico” 
não tem valor em si mesmo.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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Escolhendo brinquedos e materiais 
Como já dissemos anteriormente, os brinquedos e jogos devem estar afina-
dos com a faixa etária e o interesse de quem brinca. Essa é a questão principal.
Compete ao adulto mais experiente iniciar a seleção dos objetos, jogos e 
brinquedos que estarão à disposição das crianças. Porém, essa tarefa, sempre 
que possível, deve ser compartilhada com os demais parceiros de brincadeira, 
sejam adultos ou crianças.
É muito comum solicitar doações para iniciar um projeto de “brinquedoteca”. 
Em geral, as pessoas encaminham brinquedos e jogos que não estão em boas 
condições de uso, com peças soltas, quebrados etc.
É importante salientar que os brinquedos e jogos estão ligados a emoções e 
que nem sempre é fácil para quem doa identificar se o objeto doado é ou não 
apropriado para continuar a ser utilizado.
Quem recebe a doação deve verificar as condições gerais do objeto, a possi-
bilidade de conserto, se for um jogo, se o mesmo está completo ou se é possível 
completar as peças que faltam; senão é melhor descartá-lo.
Não há nada mais frustrante do que um quebra-cabeça com peças faltando 
ou um jogo de memória sem pares. Essas situações desmotivam quem joga.
Os espaços de brincar também podem conter materiais não estruturados 
como tecidos, cordões, peças de diferentes tamanhos e formas para que sejam 
manuseados, organizados, explorados de acordo com a criatividade e intenção 
de quem brinca.
Não podemos esquecer que livros e revistas ajudam a ampliar o repertório 
lúdico das crianças da mesma forma que o computador, a TV e os vídeos.
Se for possível, deixe máquinas fotográficas, câmeras de vídeo e outros equi-
pamentos eletrônicos à disposição das crianças para que elas documentem as 
brincadeiras e depois divulguem o que registraram.
O passado e o presente unem-se na brincadeira e transformam-se no futuro.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
Texto complementar 
Mais do que o boneco o que vale é 
a alma do animador 
(CARNEIRO, 2009) 
Uma das primeiras formas utilizadas pelo ser humano para projetar ima-
gens foi através do teatro de sombras. Elas remontam à história da civiliza-
ção, pois projetar a sombra de um objeto qualquer resulta na obtenção de 
sua imagem, ainda que possa parecer uma criatura independente do objeto 
que a produziu. 
Segundo Mina (1997), as culturas primitivas atribuíram às sombras cren-
ças associadas à identidade de quem as projetava. Isso ocorreu não só entre 
culturas primitivas e indígenas, mas, também, entre os europeus. 
As sombras chinesas, por exemplo, têm uma história milenar. Usando as 
mãos podem-se projetar imagens diversas que criam fantasias e dão vida a 
um mundo próprio. 
Para Converso (2000), dentro das artes cênicas os atores apóiam-se em 
métodos de treinamento e são abundantes as correntes para sua preparação. 
A fonte de expressão do boneco está no movimento, visto como mudança 
de pensamento e de pensamento do personagem, que aparece carregado 
de significados e não como um conjunto mecânico de ações. 
Na realidade não são as mãos que simplesmente se movimentam, mas 
somos capazes de atribuir-lhes significados e, muitas vezes, mais do que isso, 
vida. 
Os orientais, entre outros povos, têm trabalhos fantásticos, não só com 
as sombras como também com os bonecos. Em alguns lugares da Ásia, os 
manipuladores ficam durante o espetáculo dentro d’água. 
Assim, ao longo da história, o ser humano usou o teatro de sombras, o 
próprio corpo, as máscaras e os bonecos. Esses últimos são as famosas ma-
rionetes, algumas dos quais surgiram a partir das apresentações, na Europa, 
da Comedie de l’Arte. 
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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Na França, por exemplo, as marionetes do Chateau de Nohant tiveram 
origem com a escritora George Sand e seu filho Maurice que se puseram a 
brincar com um guardanapo atrás de um encosto de cadeira. 
Esse tipo de teatro, muito popular em algumas regiões do mundo, nem 
sempre é valorizado no Brasil, onde essa arte é, por vezes, desconsiderada. 
A industrialização e a globalização têm provocado, em muitos lugares, a 
desvalorização da cultura popular, da diversidade regional e nacional. 
A tecnologia que, evidentemente, também tem seu valor, vem sendo esti-
mada em detrimento da cultura popular e do desenvolvimento da arte e da 
criatividade. Com ela, muitas crianças têm perdido o direito, a oportunidade 
e a alegria de desfrutar da sua infância, tornando-se muitas vezes competiti-
vas, agressivas e individualistas e quase sem afetividade. 
Copiam, repetem e, aos poucos, acabam perdendo sua capacidade de 
fantasiar, de imaginar e de viajar por um mundo mágico. 
No entanto, em alguns lugares do país, felizmente ainda podemos encon-
trar adultos preocupados com o mundo infantil e com a criança que existe 
dentro de cada um. 
Quem viajar pelas Minas Gerais, na cidade de Tiradentes, não pode deixar 
de conhecer o trabalho da “Companhia de Inventos” que apresenta “Mario-
netes a fio”. 
São inúmeros os bonecos confeccionados por Bernardo Rohrmann e 
Renata Franca, dois grandes artistas. 
É importantesalientar que não são apenas os bonecos que encantam, mas 
a vida e os sentimentos que lhes são atribuídos pelos seus manipuladores. 
Sem palavras, os pequenos pedaços de madeira adquirem vida. 
A magia dos movimentos e a alma dos seus apresentadores nos fazem 
adentrar pelo mundo fantástico da imaginação, rir e chorar e, sobretudo, re-
viver os tempos de criança. 
E as crianças, então, como ficam diante de tal espetáculo? 
Boquiabertas, encantadas, mais do que isso, enriquecidas. 
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
Os olhos não conseguem piscar, o sorriso se estampa nos lábios e a ima-
ginação voa... 
Temos, portanto, que repensar o que estamos fazendo com nossas crian-
ças. É preciso recuperar o tempo de infância porque, mais do que o boneco 
ou o brinquedo, o que vale é a alma, a criatividade e a imaginação do seu 
criador, e isso os pequenos estão perdendo. 
A criança não terá a oportunidade de desenvolver sua criatividade, de ga-
rantir a cultura popular, de sentir, de colaborar, se não tiver espaço e tempo 
de ser criança. 
Dicas de estudo
Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o brincar visitando os sites a 
seguir:
<www.pucsp.br/educacao/brinquedoteca/>.
<www.brinquedoteca.org.br/si/site>.
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm>.
Atividades 
 1. Por que é importante existir espaços para a criança brincar nas instituições 
educacionais?
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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 2. Como deve ser feita a mediação nos jogos e brincadeiras? Quais as suas cara-
terísticas?
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
 3. Como organizar espaços de brincar?
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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Referências
AMARAL, M. N. C. P. Dewey: o jogo e Filosofia da experiência democrática. In: 
KISHIMOTO. Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira 1994.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
Gabarito
 1. Porque, por meio da brincadeira de faz de conta, a criança imita a vida real, 
pais e adultos. Quando essas brincadeiras são levadas para o ambiente edu-
cacional e nele podem ser livremente reproduzidas, certamente contribuirão 
para a formalização de um currículo em que tais situações possam ser discu-
tidas
 Os profissionais de educação exercitam seu papel de mediador ao partici-
parem das situações e atividades lúdicas, ao auxiliar e/ou propor aos alunos 
que pensem e revejam determinados comportamentos e atitudes, desde o 
manuseio do material, guarda e cuidado, até as relações sociais que estabe-
lecem. Essa intervenção não deve ter o caráter de fiscalização ou avaliação 
pessoal, mas de parceria, questionando atitudes, comportamentos, habilida-
des e competências.
 2. Compete a esse profissional, entendido como pessoa mais experiente, dar 
oportunidade para quem brinca/joga de usufruir do tempo e do espaço de 
maneira autônoma, livre e criativa.
 Esses mediadores devem participar desses ambientes de forma ativa, cola-
borativa e reflexiva, tanto durante a atividade em si como também na sua 
preparação.
 Devem também encorajar as crianças a brincar, oferecendo-lhes oportuni-
dades para participar de jogos, criar, explorar, descobrir e, algumas vezes, 
enfrentar riscos, divertir-se e fazer muitas coisas diferentes sozinhas ou com 
outras. 
 Essa pessoa deve ser sensível ao direito de a criança brincar, independente 
de sua faixa etária; deve buscar uma formação mais específica, aliando esse 
conhecimento à sua prática, num processo dialético, adaptando as transfor-
mações culturais e as tradições que compõem o repertório dos jogos trazi-
dos pelas crianças, aprendidos com suas famílias.
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Os profissionais da Educação Básica e o jogo
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 3. Podemos construir cantos temáticos e uma diversidade de objetos, materiais 
e brinquedos onde a criança e seus pares possam desenvolver criar, participar 
de uma infinidade de brincadeiras.
 Não há uma receita do que uma brinquedoteca deve ou não deve ter. Sua 
criação e existência estão diretamente ligadas ao grupo ao qual pertença e a 
sua finalidade.
 Esse lugar mágico onde acontece a brincadeira pode ser grande ou pe-
queno, uma sala ou uma caixa. O que importa é que é nesse “lugar” que 
a imaginação acontece. Evidentemente, quando a criança fica mais velha, 
esse “lugar” muda suas características e assume outras, como uma mesa, 
ou, e mais frequentemente, um computador e até um telefone celular. De 
qualquer maneira, esses últimos têm o mesmo objetivo: o de “transportar” 
o brincante para um “espaço” diferente do seu cotidiano.
 Deve ser construído de maneira participativa e colaborativa com as crianças 
e demais parceiros do brincar.
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