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Reclamação Trabalhista Reconhecimento de Comissões

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE UMA DAS VARAS DO TRABALHO DE CAUCAIA - CEARÁ.
GERSILONE GOMES DOS SANTOS, brasileiro, casado, autônomo, portador do RG: 94002045980 SSP/CE e inscrita no CPF/MF: 743.989.203-82, email NÃO POSSUI, residente e domiciliado à Rua “E – 15”, casa 22, Parque Araturi, CEP: 61.655-090, Caucaia/CE, aflui à respeitável presença de Vossa Excelência, por seu advogado signatário, ao final subscrito, ADRIANO CAÚLA DA SILVA, Brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/CE nº. 42.626, com endereço profissional, sito a Rua Coronel Jucá, nº 855, Aldeota, Fortaleza – CE, CEP 60.170-320, endereço eletrônico: adrianocaula@yahoo.com.br. Com fundamento no art. 840, § 1º da CLT, como no artigo 319 do CPC, este de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, conforme artigo 769, da CLT, propor a presente: 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo Rito Ordinário, em desfavor de GRANJA SÃO JOSÉ S/A, Pessoa Jurídica de Capital Privado, inscrita no CNPJ nº. 07.591.258/0001-59, endereço eletrônico: não conhecido, com sede na Av. Presidente Castelo Branco, nº 1.763, Bairro: Centro, Horizonte - CE 
I - DA JUSTIÇA GRATUITA
O Reclamante, pessoa pobre, na acepção jurídica da expressão, informa não poder demandar em juízo sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, em especial no caso concreto, pois encontra-se desempregada. Assim, necessário que lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, in verbis:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
 (...)
A própria Legislação trabalhista (CLT), em seu artigo 790, §3º, prescreve que:
Art. 790 – Nas varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá as instruções que serão expedidas pelo Tribunal superior do Trabalho.
(...)
§ 3º É facultado aos Juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a translados e instrumentos, àqueles que operceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
O Código de Processo Civil tratou de forma concisa a possibilidade da concessão da gratuidade processual aos necessitados, vejamos os excertos abaixo:
Art. 98º - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
(...)
Art. 99º - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
(...)
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Os ditames mencionados anteriormente se amoldam perfeitamente ao caso em apreço, isto posto, não há a possibilidade da parte autora buscar a tutela jurisdicional, sem que dita medida repercuta de forma negativa o cotidiano financeiro familiar, o que é vedado pelo ordenamento jurídico vigente.
O Reclamante não dispõe de recursos para custear as despesas processuais, em razão da insuficiência financeira que a impossibilita de arcar com o valor das custas.
Mister se faz informar que a autora encontra-se desempregada, e que seus rendimentos atuais apenas servem para manter sua própria subsistência e o de sua família.
Em vista da hipossuficiência da Autora requer os beneplácitos da gratuidade da justiça.
II- DA COMPETÊNCIA DO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE
	O art. 651 da CLT tem como finalidade única viabilizar o acesso à Justiça ao empregado, presumindo-se a sua hipossuficiência econômica. Dessa forma, quando a previsão vier em contramão deste princípio, deve ser flexibilizado, conforme destaca a doutrina:
“De outro modo, a regra do artigo 651 da CLT, como já mencionado, consagra características protetiva do processo trabalhista ao trabalhador e não ao empregador ou ao tomador de serviços. Desse modo, havendo dúvida na imterpretação, deve-se prestigiar a interpretação que favoreça o acesso à justiça do trabalhador.” ( SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. LTR, 20158. P. 321).
“O apego arraigado ao artigo 651, da CLT, pode, em alguns casos, conduzir à denegação da Justiça, mediante o negatório do acesso ao Judiciário, princípio este insculpido no art. 5º, XXXV, CRFB/88. Desta sorte, a interpretação da norma processual há de se pautar no asseguramento real e efetivo do acesso à Justiça. Esta ilação, pondere-se, en passant, robustece-se ao lume do Direito Obreiro, onde se prima pela proteção do hipossuficiente (na expressa de Cesarino Jr.)” (MARQUES, Gérson. Processo do Trabalho anotado. São Paulo: RT, 2001 p. 47).
	E, no presente caso, não há sequer cogitar em outra jurisdição, senão a do domicílio do autor, visto que este prestava serviços em diversas jurisdições inclusive a de seu domicílio, excluído exatamente a jurisdição onde ocorreu o pacto laboral, pois nesta, o Reclamante nunca prestou serviços. 
	Deste modo, negar a flexibilização da lei é impedir que o empregado possa buscar seus direitos pela via possível, que nesse caso revela-se no local de seu domicílio.
	O TST ao analisar casos semelhantes firmou respeitável entendimento:
“O direito fundamental de acesso à Justiça das partes trabalhistas deve preponderar sobre a interpretação meramente literal do artigo 651, § 3º, da CLT, apontando como violadopela ora agravante. Tem-se que exigir da parte que se desloque para outra localidade para postular direitos relativos ao seu contrato de trabalho comprometeria o seu amplo acesso à Justiça, visto que lhe acarretaria dificuldades e prejuízos econômicos. Além disso, é possível aplicar à hipótese, por analogia, a exceção prevista no §1º do artigo 651 da CLT, que atribui competência à Vara do Trabalho do domicílio do Reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da reclamação trabalhista no foro da celebração do contrato ou da prestação dos serviços. Essa interpretação, além de melhor corresponder à letra e ao espírito do artigo 651, caput §§, da CLT, mostra-se mais consentânea com princípio constitucional de acesso à Justiça, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da CRFB/88, e com a constatação prática de que, em muitos casos, a exigência legal de que o trabalhador ajuizasse a sua reclamação no lugar em que prestou serviços, mesmo quando voltou a residir no lugar de seu domicílio, acabaria por onerar excessivamente o exercício do direito de ação pela parte hipossuficiente.” (TST – RR: 9195720165220109, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018).
	Nesse sentido é o entendimento pacífico pela jurisprudência:
RECURSO REGIDO PELO CPC/2015 E PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO EM RAZÃO DO LUGAR. AJUIZAMENTO DA AÇÃO NO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE, PREVALÊNCIA DO DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA SOBRE A INTERPRETAÇÃO MERAMENTE LITERAL DO ARTIGO 651, § 3º, DA CLT. (TRT – 19 TO: 00014139120185190057, Relator: João Leite, Data de Publicação: 06/11/2018)
	Motivos pelos quais, deve ser considerada a competência territorial em função do domicílio do reclamante.
III -  DO CONTRATO DE TRABALHO
O autor iniciou suas atividades laborais na condição de empregado da empresa reclamada em 13/05/2005, para exercer única e exclusivamente a função de motorista; mas, desde o início do pacto laboral o Empregado executava uma dupla função, senão tripla, visto que o mesmo, além de assumir total responsabilidade sobre o veículo e a carga deste,ainda fazia as vendas bem como recebia os valores pagos pelos clientes. E, foi transferido para o CEI (Cadastro Específico do INSS): 417200035785, em 01/03/2017.
Como já mencionado, durante toda a contratualidade o Reclamante exerceu a função de Motorista triplicadamente com a de vendedor e recebedor/cobrador dos valores das vendas, visto que os clientes pagavem sempre à vsta e em dinheiro, tendo como última remuneração a quantia de R$ 954,00 (Novecentos e cinquenta reais) e foi dispensada sem justa causa em 03/09/2018.
Ocorre Nobre julgador (a), que, diante do acúmulo de funções desempenhada pelo Reclamante, este nunca recebeu quaisquer valores referentes às demais funções, sendo que, outros funcionários na condição de apenas vendedores (segunda função desempenhada pelo Requerente) recebiam comissões quanto às referidas vendas, além de seus devidos salarios pactuados na CTPS.
Conforme será demonstrado e provado mediante provas testemunhais abaixo arrolada.
É mister esclarecer que as funções de motorista e vendedor/cobrador são bastante distintas e não se inserem no conceito de serviços compatíveis com a condição pessoal do reclamante, dentro do que permite o jus variandi, nos termos do art 456, parágrafo único, da CLT.
Ademais, o acúmulo de funções proporciona à empresa redução de seus custos, em detrimento do trabalhador, bem como configura um enriquecimento sem causa.
É, importante esclarecer que a Demandada tinha em seu corpo de funcionários, pessoas exclusivas para vendas, conforme descrito acima, e o que será provado mediante depoimento de testemunhas arroladas no final desta exordial, e, no entanto, somente a pessoa do Reclamante era a que desempenhava as duas funções, senão três; visto que o mesmo ainda recebia valores como já mencionado, o que será também comprovado mediante provas documentais anexadas nesta peça exordial; e, tendo ainda que diariamente e continuamente transportar valores, já que os clientes pagavam em espécies no ato da compra, pois tratava-se de pronta-entrega. 
E, com isso o Reclamante ainda tinha para si mais um ônus que seria a responsabilidade destes valores a serem repassados para a Reclamada.
É fundamental ainda Excelência, deixar claro que a responsabilidade da parte Requerente era enorme, visto que tudo estava sob sua inteira responsabilidade, deste a carga patrimonial ali transportada (ovos), bem como os valores arrecadados e ainda quaisquer problemas quanto ao veículo por este dirigido.
Isso, porque, Excelência! Até as multas que chegavam eram cobradas da parte Autora. 
Deste modo Nobre Julgador (a), está mais do que evidenciado, a grande responsabilidade e onerosidade que a parte Autora era incumbida, chegando até se presumir que o mesmo estava pagando para trabalhar. 
E, com isso, sabendo a parte Autora de que seus colegas; que frise-se eram apenas vendedores, e recebeiam salario pactuados em carteira e ainda comissões, passou a pedir de seu empregador que também lhe comissionasse, o que sempre ouviu como resposta do empregador “que iria resolver esse problema”, no entanto, Nobre Julgador (a), isso nunca ocorreu, e, a parte Requerente ficou sabendo de deduções de comições que presumem ser de propriedade do mesmo pois estão deduzidas sobre suas referidas vendas, (conforme documentação em anexo). Todavia, tais valores nunca fora repassada ao Peticionante. 
Logo, clarividenciado está o acúmulo de tarefas, e, sem a devida correspondência remuneratória.
Deste modo, Nobre Julgador (a), tendo ocorrido tal acúmulo de funções, e, sem contrapartida por parte da Requerida, Requer-se então que Vossa Excelência conceda os valores deduzidos a titulo de comissões, o que somam R$ 77.193,00 (setenta e sete mil cento e noventa e três reais) com seus devidos reflexos; em caso de não ser este o entendimento deste Respeitavel julgador (a), que seja arbitrado um valor consentâneo com plus de atribuições a contar de 02/09/2013, não inferior a 50% ao referido valor do salário pactuado na CTPS do Empregado. 
E assim Excelência, na data de 03/09/2018 a parte Reclamante fora demitida sem justa causa, onde a Reclamada efetuou pagamentos de verbas rescisória trabalhistas no tocante a tão somente ao cargo de motorista, e no equivalente ao salarios minimos vigentes à epoca, deixando de repassar valores que nitidamente seriam de direito da parte autora; como sendo comissões, que frise-se, trariam consigo todos os reflexos rescisórios visto ter o condão de verbas salariais; conforme documentação em anexo.
IV – DO ACÚMULO DE FUNÇÕES
	Conforme já evidenciado, o Reclamante fora contratado pra exercer a função de motorista, no entanto, exercia cumulativamente as atividades de vendedor, e, ainda recebia valores, frise-se com patamar elevados o que colocava em risco sua integridade física, o que poderia se dá por meio de uma violência física, visto está envolvido na atividade valores patrimoniais, conforme provas testemunhais indicadas ao final desta exordial, bem como provas em anexos.
V – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
	O Reclamante durante todo o período laboral, não recebeu o adicional de periculosidade em face das funções exercidas, conforme preceitua o Art. 193, inciso II da CLT em consonância com o artigo 7º, inciso XXII da CRFB/88, que ora pedimos vênia para transcrevê-los:
CRFB/88 – Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
CLT – Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
(...)
II – roubos ou outras espécies de violência nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
	Corroborando como os dispositivos legais acima mencionados, acreditamos que cabe ainda destaque, em relação ao adicional de periculosidade para o Reclamante, visto que este mantinha em seu poder e sob sua guarda valores da Reclamada, diariamente, frise-se em quantidades elevadas e sem nenhum preparo fisico e ou de defesa pessoal para tal situação; e com isso, cabe ser observado o que determina a portaria do MTE 1885 de 2013, de que todos os trabalhadores expostos a atividades e operações perigosas com risco de roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, seja empregado por empresa privada ou da administração pública direta ou indireta, tem direito ao recebimento do adicional de periculosidade, exposição ao “agente perigoso”. In verbis:
	O Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, no uso das atribuições que lhe conferem o inciso II do parágrafo único do artigo 87 da CRFB/88 e os arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, 
Resolve:
Art. 1º Aprovar o Anexo 3 da Portaria MTE 1885 de 2013- Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial - da Norma Regulamentadora nº 16 - Atividades e operações perigosas, com a redação constante no Anexo desta Portaria.
Desta forma, o Reclamante fica mais do que exposto a todos os riscos inerentes a sua segurança pessoal visto está sob sua tutela e guarda valores patrimoniais da empresa Reclamada. Assim o Reclamante encontrava-se inegavelmente exposto, de modo permanente, à situação de riscos de violência física.
Neste contexto, não restam dúvidas, que o Reclamante faz jus ao adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento). Sobre os salários de todo o período trabalhado, assim como os seus reflexos, nos exatos termos do § 1º do Art. 193 da CLT.
Sendo assim a Reclamada Deverá pagar ao Reclamante o correspondente a R$ 17.172,00 (dezessete mil cento e setenta e dois reais), devidamente corrigidos monetariamentee acrescidos juros legais. 
Em última análise, cabe ainda ressaltar que nos termos da Súmula 132 do TST o adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras.
 VI - DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante laborava de Segunda a Sábado de 07:00hs até finalisar todas às venda; o que sempre se dava, nunca antes da 19:00hs, e perfazia-se em média 3 (três) horas extraordinárias.
E, assim, a Requerida jamais pagou as horas Extras, sendo as mesmas realizadas com habitualidade e por esse fato agregarem-se ao conjunto remuneratório devido ao autor. As horas extras por serem habituais refletem-se no RSR e ambos no 13º salário, férias acrescidas de 1/3 e aviso Prévio. 
As horas extras laboradas no período de 02/09/2013 até 03/09/2018, serão remuneradas com adicional de 50% no tocante os dias úteis.
Ora, Nobre Julgador (a)! É assegurada constitucionalmente a Jornada de Trabalho de 08 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais para os trabalhadores urbanos, sendo que qualquer trabalho acima do fixado na Constituição Federal importará em prorrogação da Jornada, devendo o empregador remunerar o serviço extraordinário supeior, no máximo, em 50% à hora do normal, consoante prevê o Art. 7º, inciso XVI, da Constituição Federal de 1988, in verbis:
CRFB/88 – Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
No mesmo contexto do artigo 58 da CLT estabelece que “a duraçãso normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja expressamente outro limite”.
Diante da leitura dos dispositivos legais supramencionados, conclui-se que toda vez que o empregado prestar após esgotar-se a jornada assegurada pela Constituição Federal haverá trabalho extraordinário, que deverá ser remunerado com o adicional de, no mínimo, 50% ao da hora normal.
Conforme já mencionado anteriormente, mesmo não se tendo acesso ao contrato de trabalho pactuado entre Reclamante e Reclamada, para que se possa visualizar a jornada, no entanto, presumido fica de que seria a jornada comum e legal; qual seja: de 08:00 hs às 17:00 hs, ficando 01:00h de intervalo para refeição e descanço. No entanto, e seguindo o Princípio da Primazia da Realidade, o que acontecia era que o Reclamante inciava suas tarefas às 07:00 hs e só poderia retornar para casa depois de toda a carga ser vendida; o que frise-se nunca ocorreria antes das 19:00hs, sem contar ainda que quando o trabalhador estava em cidades distantes ainda tinha todo o dispêndio de horas para se chegar na sua residência, pois o mesmo atendia cidades distantes, como exemplo Croatá, Pentecoste,Itapajé, Itapipoca, São Bento do Amontada, Morrinhos, Marco, Cruz, Bela Cruz, Bela Cruz, Acaraú, Itarema, Sobral dentre muitas outras.
No caso em tela, evidenciado fica de que o Reclamante cumpria diariamente, em média, 3 (três) horas extraordinárias. Tal rotina foi observada durante todo o período laborado. No entanto, a Reclamada jamais efetuou o pagamento destas horas extraordinárias e por consequência os seus reflexos, tampouco em sua rescisão contratual, valores estes que faz jus ao Reclamante em recebê-las.
Diante de todo o exposto requer a condenação da Reclamada ao pagamento das horas extras, com o respectivo adicional de 50% perfazendo o total de R$ 46.530,00 (Quarenta e seis mil e quinhentos e trinta reais). Ainda deverão ser observados os seuas reflexos e o valor em questão deverá ser atualizado monetariamente além de acrescidos os juros legais.
VI.1 - DOS REFLEXOS 
Compravada a habitualidade na prestação das horas extras e a incidência do adicional de periculosidade acima mencionado, deve ser observado em favor do Reclamante os seus reflexos em aviso prévio, férias porporcionais, 13º salário, descanço semanal remunerado, depositos de FGTS e consequentemente a multa rescisória de 40%.
A integração das horas extras no aviso prévio está prevista no Art. 487, § 5º da CLT que assim dispõe: “o valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado”. Em férias vencidas e proporcionais, encontra amparo legal no art. 142, § 5º da CLT, quando este estipula que “os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou PERIGOSO serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias”.
Em relação a integração das horas extraordinárias no 13º ou gratificação natalina temos o diposto na Súmula Nº 45 do TST que reza: “a remuneração do serviço suplementar, habitual prestado, intrega o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei 4.090/62”. No que diz respeito a integração do Descanso Semanal Remunerado – DSR, cabe destacar o estabelecido na Súmula Nº. 172 do TST que diz: “computam-se no cálculo de repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas”.
Os reflexos para os depósitos do FGTS dos valores apurados por integração de horas extras para efeito de recolhimento e multa de 40% por ocasião de despedida sem justa causa, está previsto no Art. 23, §1º, inciso IV da Lei 8.036/90 e na Súmula Nº. 593 do STF, que estabelecde: “incide o percentual do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sobre a parcela da remuneração correspondente a horas extraordinárias de trabalho”. No mesmo sentido temos ainda a Súmula Nº. 63 do TST que diz: “a contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais”.
Ante todo o exposto a Reclamada deverá pagar ao Reclamante, devidamente corrigido monetariamente com o acréscimo de juros legal, o valor equivalente a R$ 30.789,64 (trinta mil, setecentos e oitenta e nove reais e sessenta e quatro centavos), referente aos reflexos do adicional de periculosidade e horas extras em aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário, descanso semanal remunerado, depósito do FGTS e a multa rescisória de 40%.
VII – MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT 
	No prazo estabelecido no artigo 477, § 6º, da CLT, não houve o pagamento das verbas rescisórias acima elencadas. Neste sentido se impõe em favor do Reclamante uma multa equivalente a um mês de salário revertido em seu favor, conforme consubstancia o § 8º do mesmo artigo da CLT acima citado.
VIII – DOS PEDIDOS
	Diante de todos os fatos expostos Requer:
1 – O benefício da gratuidade da justiça, o que se assegura no Art 5º, inciso LXXIV da CRFB/88 e disciplinado nos Arts. 98 e seguintes da Lei 13.105/15 (CPC);
2 – A designação de audiência de Conciliação;
3 – A Notificação da Reclamada, para que compareça em audiência, e, querendo, conteste a presente ação, sob pena de, não o fazendo, incidirem os efeitos da Revelia;
4 - A intimação da Reclamada para juntar ao autos todos os documentos referentes à contratação e ao período laborado pelo reclamante, sob pena de confissão dos pedidos alegados;
5 – Condenação da Reclamada ao pagamento das seguintes verbas, acrescidas de juros e correções monetária, na forma apurada em liquidação de sentença:
VERBA
VALOR
Comissões
R$ 77.193,00
Adicional de Periculosidade
R$ 17.172,00
Horas Extras
R$ 46.530,00
Refexos
R$ 30.789,65
Multa do Artigo 477 da CLT
R$ 3.400,68
Total
R$ 175.085,33
6 - A condenação da Reclamada ao pagamento de custas e demais despesas processuais;
7 - A Condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, estes arbitrados em 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença ou do valor atualizado da causa, nos termos de artigo 791-A da CLT;
8 - A condenação da Reclamada ao pagamento das custas processuais;
9 - A PROCEDÊNCIA TOTAL da presente Reclamação Trabalhista, com o deferimento de todos os pedidos.
10 - Que todas as publicações e intimações sejam dadas em nome do advogado ADRIANO CAÚLA DA SILVA, OAB/CE nº. 42.626, sob pena de nulidade;
Por fim, requer a produção de todos os meios deprovas admitidas em direito, em especial documental, depoimento pessoal do Reclamante e oitiva de testemunas, além do depoimento pessoal do Representante legal da Reclamada Sr. Edgar Belchior Ximenes Júnior.
Dá-se a causa o valor de R$ 175.085,33 (Cento e Setenta e Cinco Mil Reais, Oitenta e Cinco Reais e Trinta e Três Centavos). 
Termos em que,
Pede deferimento.
Caucaia, 28 de agosto de 2020
ADRIANO CAÚLA DA SILVA
 OAB/CE nº. 42.626
TESTEMUNHAS:
FRANCISCO LUCIANO ALVES MAIA
RG. Nº - 20070596349
CPF Nº- 537.727.843-72

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